ICE: café tem alta, mas não testa máximas da sessão anterior
Os contratos futuros de café arábica encerram os negócios desta terça-feira na ICE Futures US com ganhos, invertendo o quadro inicial do dia, quando, com algumas liquidações, a primeira posição chegou a testar o intervalo de 265,00 centavos por libra peso. Os vendedores, no entanto, não demonstraram fôlego para tentar buscar qualquer suporte mais consistente e, assim, gradativamente, ordens de compra passaram a ser realizadas, o que permitiu que o fechamento do dia voltasse a dar com ganhos, apesar de a máxima da sessão anterior, em 270,65 centavos, também não ter sido testada.
Operadores destacaram que a movimentação do dia foi basicamente técnica, com o café divergindo, por exemplo, da fraqueza registrada para os robustas na bolsa de Londres. Por sua vez, os ganhos do dia estiveram em linha com o comportamento de outras commodities, que tiveram um dia de recuperação, após a retração da segunda-feira. Retração essa que não afetou o café, já que essa matéria-prima também conseguiu ter uma valorização na sessão anterior.
Fundamentalmente, o mercado não traz maiores novidades de curto prazo. As zonas produtoras de café do centro-sul do Brasil não deverão ter registros de temperaturas muito baixas, o que praticamente descarta a ocorrência de geadas. A Colômbia, por sua vez, apresenta um quadro de estabilidade das chuvas, após as fortes águas que atingiram várias regiões do país desde o começo do ano, sendo que algumas zonas cafeeiras tiveram prejuízos consideráveis com as precipitações sucessivas.
No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve alta de 180 pontos com 269,25 centavos, sendo a máxima em 269,70 e a mínima em 265,00 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação positiva de 180 pontos, com a libra a 272,30 centavos, sendo a máxima em 272,75 e a mínima em 268,10 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou queda de 76 dólares, com 2.347 dólares por tonelada, com o setembro tendo desvalorização de 80 dólares, com 2.391 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia teve início com uma nova perspectiva de baixas, principalmente ao testar os 265,00 centavos por libra. No entanto, os bearishs (baixistas) nesse nível não demonstraram maior potencial vendedor, ao passo que ordens de compra puderam ser verificadas em tal patamar. O índice CRB voltou a registrar valorização e o dólar recuou novamente, o que também contribuiu para o viés comprador do mercado. "Voltamos a subir, no entanto, o fato de não conseguirmos nos posicionar novamente acima dos 270,00 centavos por libra traz a dúvida sobre se esses ganhos atuais têm uma consistência técnica das mais fortes. No after-hours esse nível também não foi testado e ainda sofremos com alguma desaceleração, com o fechamento do julho no nível de 268,00 centavos", disse.
A multinacional Sara Lee informou que passará a operar de forma separada as suas atividades de café e de chá. Segundo o CEO da companhia, Jan Bennink, uma nova empresa, independente, passará a operacionalizar esse ramo de atividade, o que, permitiria a ampliação das complexidades e das oportunidades. A Sara Lee tem atuação forte no segmento de café, com presença consistente no mercado dos Estados Unidos, Brasil e parte da Europa.
As principais regiões produtoras do Vietnã tiveram um começo de ano com muita seca, o que levou preocupação aos produtores locais. No entanto, dados do Centro Nacional para Previsão Hidrometeorológica sustentam que o país deverá receber boas chuvas nos próximos meses, o que deverá eliminar qualquer déficit hídrico e garantir um desenvolvimento das plantas, o que permitiria, assim, o cumprimento da previsão de alguns traders, que trabalham com a perspectiva de 19,5 milhões de sacas do grão serem obtidas na temporada.
As exportações de café do Brasil em junho, até o dia 13, somaram 499.200 sacas, contra 791.343 sacas registradas no mesmo período de maio, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 70 sacas indo para 1.671.550 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 17.467 lotes, com as opções tendo 3.501 calls e 3.240 puts. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 269,70, 269,90-270,00, 270,50, 270,65, 270,75, 271,00, 271,50, 272,00 272,50, 273,00, 273,50, 274,00, 274,50 e 274,90-275,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 265,00, 264,50, 264,00, 263,50, 263,00, 262,50, 262,00, 261,50, 261,05-261,00, 260,50, 260,10-260,00 e 259,50 centavos por libra.
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