O banco suíço UBS elevou neste domingo (18) para US$ 2,3 bilhões o prejuízo com operações não autorizadas com ações e alegou que um operador ocultou seus acordos de risco ao criar posições de hedge fictícias em sistemas internos.
O UBS preocupou os mercados na quinta-feira após anunciar que havia perdido com operações não autorizadas cerca de US$ 2 bilhões.
"O prejuízo é decorrente de operações especulativas não autorizadas em vários índices futuros do S&P 500, DAX e EuroStoxx nos últimos três meses" , afirmou o UBS em curto comunicado. "O prejuízo total é de US$ 2,3 bilhões. Conforme anteriormente divulgado, nenhuma posição de clientes foi afetada".
O presidente-executivo do banco, Oswald Gruebel, que voltou da licença em 2009, disse neste domingo não estar considerando deixar o cargo por conta da crise, mas afirmou que essa é uma decisão do conselho, segundo reportou um jornal.
Num memorando aos funcionários divulgado neste domingo, ele disse: 'Em último caso, é minha responsabilidade. Eu e os demais gestores sêniores somos responsáveis por reparar erros.'
Corretor suspeito
Na sexta-feira, o corretor Kweku Adoboli, suspeito de ter provocado a fraude que resultou em prejuízo bilionário para o banco suíço UBS, foi ouvido pela Justiça britânica.
A porta-voz da Polícia da City (centro financeiro da capital inglesa) de Londres afirmou que Adoboli, de 31 anos, foi acusado de "abuso de posição e fraude contábil". Ele deve permanecer detido até a próxima semana, quando será ouvido novamente. Adoboli não chegou a apresentar sua versão dos fatos, e falou apenas para confirmar seu nome, data de nascimento e endereço, de acordo com os jornais locais.
O corretor trabalhava com produtos financeiros complexos, no departamento de ETF ("Exchange Traded Funds", fundos cotados na bolsa que se comportam como ações), no setor de ações europeias.