Dólar segue tensão externa com a Ucrânia e fecha em alta
Depois de operar em baixa pela manhã, o dólar passou a subir no período da
tarde fechando em alta frente ao real, refletindo o fortalecimento da divisa
americana no exterior diante das preocupações com a crise na Ucrânia. No
mercado local, os investidores seguem atentos às reuniões da agência Standard &
Poors com a equipe econômica do governo e ao anúncio de medidas para o setor
elétrico.
O dólar comercial subiu 0,21% encerrando a R$ 2,3640. Já o contrato futuro para
abril avançava 0,23% para R$ 2,374.
O euro e as moedas emergentes zeraram os ganhos em meio a comentários do
secretário de Estado americano, John Kerry, que afirmou que Estados Unidos e
União Europeia responderão na segunda-feira com uma série de ações importantes
contra a Rússia caso não cheguem a um acordo sobre a Crimeia. Está prevista a
realização de um referendo neste domingo para decidir se a região pode se
separar do restante da Ucrânia e passar a fazer parte da Rússia. Os militares
russos estão intensificando a presença militar na área próxima à Ucrânia.
Ainda no cenário externo, a divulgação de dados mais fortes da economia
americana colaborou para reduzir o apetite por ativos de riscos. Os novos
pedidos de seguro-desemprego recuaram em nove mil para 315 mil na semana
passada, uma queda acima da expectativa do mercado que esperava um recuo para
330 mil pedidos. As vendas no varejo em fevereiro também mostraram um aumento
de 0,3% em relação ao mês anterior, acima da previsão dos analistas que
esperavam uma alta de 0,2%.
No mercado interno, a alta do dólar é limitada pelo fluxo positivo de recursos
diante da retomada d as captações de empresas brasileiras no exterior. Depois
da Petrobras e do banco Daycoval realizarem emissão de bônus esta semana, hoje
o frigorífico Marfrig fechou a captação de US$ 275 milhões.
"A expectativa de fluxos de novas emissões de bônus, com as empresas
aproveitando a janela do mercado para aumentar o caixa, está segurando a alta
do dólar no curto prazo", afirma Jayro Rezende, gerente de derivativos cambiais
da CGD Investimentos. Para Rezende, a cotação da moeda americana não deve
ficar nesse nível por muito tempo. "Se começarem a vir dados mais fortes da
economia americana, o dólar muda de patamar rapidamente", completa.
O executivo da CGD vê um cenário de desvalorização do real diante de riscos
vindos do cenário externo, com o aumento da preocupação em relação ao
crescimento da China, após a divulgação de dados econômicos mais fracos, e das
incertezas em relação à crise na Ucrânia.
No mercado interno, os investidores também seguem atentos à reunião da Standard
& Poors com a equipe econômica do governo brasileiro e ao anúncio em relação ao
financiamento do aumento do custo de energia para as distribuidoras. Hoje o
ministro da fazenda, Guido Mantega, fará um pronunciamento às 17h30 para
anunciar medidas relacionadas ao setor elétrico.
Do lado fiscal, um grupo de trabalho da S&P no Brasil, liderado pela economista
Lisa Schineller, principal responsável da agência para o país, está em reuniões
hoje com membros da equipe econômica. A expectativa é que o governo esteja
reforçando junto à agência a boa recepção do mercado à divulgação das metas
fiscais no mês passado e o comprometimento em alcançar o superávit primário de
1,9% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano.
Em junho de 2013, a S&P rebaixou a perspectiva para o "rating" do Brasil de
"estável" para "negativa", citando o fraco crescimento econômico e a política
fiscal expansionista.
Para o gestor de câmbio do Brasil Plural, Rony Gielman, a probabilidade de um
rebaixamento do rating brasileiro refletida no preço dos ativos hoje é bem
menor , principalmente depois do anúncio das metas fiscais, destacando que o
CDS (Credit Default Swap) - que mede o risco de calote da dívida soberana dos
países ? do Brasil
recuou para abaixo de 200 pontos-base. "O mercado deu um voto de confiança pelo
fato de o governo reconhecer certas dificuldades e sinalizar que não fará mais
o uso de manobras fiscais para atingir a meta de superávit", diz destacando que
uma reavaliação do rating soberano do Brasil deve ficar para depois das
eleições.
Hoje o BC manteve as intervenções no câmbio e fez a rolagem de mais 10 mil
contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão, postergando o
vencimento de mais US$ 492,1 milhões nesses papéis. Com o leilão de hoje, o BC
reduziu a US$ 8,178 bilhões o montante em swaps que ainda pode vencer em abril.
O lote total é de US$ 10,148 bilhões.
Mais cedo, a autoridade monetária vendeu todos os quatro mil contratos de swap
cambial tradicional ofertados em leilão, em operação que funcionou como uma
injeção de US$ 197,9 milhões no mercado futuro. A liquidação está marcada para
amanhã, sexta-feira, dia 14.
Taxas dos DI encerram negociações em alta
São Paulo, 13 de março de 2014 - As taxas dos contratos de Depósito
Interfinanceiro (DI) terminaram a sessão desta quinta-feira em alta. Com o
maior volume negociado, os papéis com vencimento em janeiro de 2017 avançaram
de 12,43% para 12,49%, movimentando R$ 25,011 bilhões. Ainda no longo prazo, as
taxas dos DIs para janeiro de 2016 subiram de 11,96% para 12,05%, com volume de
R$ 14,900 bilhões.
No curto prazo, os contratos de juros que expiram em janeiro de 2015 tiveram
alta de 11,10% para 11,15%, registrando giro financeiro de R$ 22,671 bilhões.
Enquanto isso, a taxa dos papéis programados para abril deste ano ficaram
estáveis em relação ao fechamento de ontem (12), a 10,57%, com volume de R$
9,416 bilhões.
PERSPECTIVA CÂMBIO E JUROS: Taxas dos DIs e dólar podem ser influenciados
São Paulo, 13 de março de 2014 - O anúncio do ministro da Fazenda, Guido
Mantega, sobre as medidas para equacionar a elevação temporária dos custos da
energia e o Indice de Atividade Econômica (IBC-Br), referente a janeiro,
influenciarão os mercados de Depósito Interfinanceiro (DI) e dólar comercial
amanhã. No ambiente externo, a leitura preliminar do índice de confiança do
consumidor de março medido pela Universidade de Michigan também será
importante.
No fim da tarde, Mantega afirmou que o custo das medidas será dividido
entre consumidores, União e sistema elétrico. Além de leilões hidrelétrico
e termelétrico no médio prazo, a compensação terá aporte do Tesouro no
valor de R$ 4 bilhões adicionais aos R$ 9 bilhões Conta de Desenvolvimento
Energético (CDE).
A medida impactará o desconto oferecido aos consumidores desde o ano
passado, podendo colaborar para aumento da inflação, e, consequentemente,
causar um aumento da Selic (taxa básica de juros), devido à pressão nas
despesas com energia elétrica. "O discurso do ministro deverá refletir no
comportamento das taxas dos juros futuros e até mesmo no câmbio", diz o
economista-chefe da Órama Investimentos, Álvaro Bandeira.
Segundo o economista, a tendência para o dólar é subir, pelo menos, até
o patamar dos R$ 2,37, e, não fosse essa compensação dos custos, a tendência
para as taxas dos DIs era de estabilidade. Hoje, as taxas dos papéis
terminaram a sessão desta quinta-feira em alta.
Com o maior volume negociado, a taxa dos papéis com vencimento em janeiro
de 2017 avançaram de 12,43% para 12,49%, movimentando R$ 25bilhões. Ainda no
longo prazo, as taxas dos DIs para janeiro de 2016 subiram de 11,96% para
12,05%, com volume de R$ 14,9 bilhões.
No curto prazo, os contratos de juros que expiram em janeiro de 2015 tiveram
alta de 11,10% para 11,15%, registrando giro financeiro de R$ 22,7 bilhões.
Enquanto isso, a taxa dos papéis programados para abril deste ano ficaram
estáveis em relação ao fechamento de ontem (12), a 10,57%, com volume de R$
9,4 bilhões.
Câmbio
O dólar comercial encerrou as negociações com alta de 0,21%, cotado a R$
2,3620 para compra e a R$ 2,3640 para venda. Durante o dia, a moeda oscilou
entre a mínima de R$ 2,3400 e a máxima de R$ 2,3690. No mercado futuro, os
contratos de dólar comercial com vencimento em abril tinham valorização de
0,31% em relação ao real, negociado por R$ 2.376,000.
Bovespa sente cenário externo tenso e faz nova mínima no ano
SÃO PAULO - A bolsa brasileira devolveu os ganhos dos últimos dois pregões e renovou sua mínima do ano nesta quinta-feira, pressionada pelo mau humor externo. Dados fracos da China e preocupações com o agravamento das tensões entre Estados Unidos e Rússia por causa da crise geopolítica na Ucrânia afetaram os mercados em Wall Street, que caíram mais de 1%.
Aqui, as atenções estiveram voltadas à visita dos técnicos da agência S&P em Brasília para avaliar a situação do país e decidir se mantêm ou rebaixam a nota de risco de crédito (rating) soberano. As elétricas lideraram os ganhos na Bovespa à espera de socorro do governo para compensar os gastos com o uso de geração térmica, impedindo um recuo maior do Ibovespa.
O índice fechou em baixa de 0,91%, aos 45.444 pontos, com volume de R$ 5,743 bilhões. Nesse ritmo, a bolsa deve fechar a semana com perda acima de 1,7%. No mês, o Ibovespa já perde 3,5% e, no acumulado de 2014, o recuo alcança 11,8%. Vale lembrar que em todo ano de 2013, a Bovespa caiu 15,5%.
Entre as principais ações do índice, Vale PNA registrou baixa de 2,11%, para R$ 25,90; Petrobras PN perdeu 1,57%, a R$ 13,11; e Itaú PN caiu 1,34%, para R$ 30,09.
“Os mercados caíram com os temores de desaceleração na China e piora da crise na Ucrânia”, comentou o estrategista da SLW Corretora, Pedro Galdi. O secretário de Estado americano, John Kerry, afirmou nesta quinta-feira que os EUA e a União Europeia podem tomar passos “muito sérios” contra a Rússia, caso “não haja sinais” de resolução da crise na Ucrânia.
A península da Crimeia deve ter um referendo neste domingo para definir se a região deixa de estar sob o controle ucraniano e passa a fazer parte da Rússia. Apesar da pressão ocidental, Moscou tem dito que respeita o direito de autodeterminação da Crimeia, uma região de maioria étnica russa.
Na China, a produção industrial do país cresceu 8,6% no ano em janeiro e fevereiro, abaixo da expectativa de 9,5% dos analistas. As vendas no varejo cresceram 11,8% nos dois primeiros meses do ano, em uma base anual, ante expectativa de 13,5% para o período. Os investimentos em ativos fixos também cresceram abaixo do esperado.
“A queda aqui só não foi maior do que das bolsas em Nova York graças às elétricas”, observa Galdi. CPFL ON (4,45%) puxou a fila, seguida de Light ON (4,34%), Tractebel ON (3,43%), Cemig PN (3,31%), Energias do Brasil ON (3,17%) e Eletropaulo PN (3,11%).
Daqui a pouco, o governo anunciará, em entrevista coletiva, as regras de financiamento para cobrir o déficit aberto no caixa das distribuidoras de energia elétrica neste ano. As distribuidoras podem ter um desequilíbrio financeir o de até R$ 20 bilhões neste ano, caso o regime de chuvas continue desfavorável e as usinas térmicas permaneçam acionadas.
Quem ficou no topo do mercado hoje foi Dasa ON (11,07%, a R$ 16,75). Mas o motivo para o movimento expressivo foi meramente técnico: o papel foi alvo de cobertura de posições vendidas. Com o fim da oferta de aquisição de ações (OPA) promovida por Edson Bueno e sua ex-mulher Dulce Pugliese, restaram apenas 6%, ou 18 milhões de ações, da Dasa em circulação no mercado, frente a uma posição alugada de mais de 722 mil papéis. Investidores decidira m reverter suas posições vendidas e foram a mercado recomprar as ações para devolvê-las a quem emprestou, provocando forte alta do ativo.
Na ponta negativa do Ibovespa ficaram PDG Realty ON (-3,57%), Embraer ON (-3,30%) e TIM ON (-2,77%).
PERSPECTIVA: Dados dos EUA e IBC-Br darão o tom ao Ibovespa amanhã
São Paulo, 13 de março de 2014 - A abertura do Ibovespa, principal índice
da BM&FBovespa, amanhã deverá ser influenciada pelo desempenho do Indice de
Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) do mês de janeiro e pelas
ações do setor de energia elétrica, após o anúncio de medidas do governo
para equacionar a elevação temporária dos custos da energia.
Conforme o Termômetro CMA, o IBC-Br deve apresentar crescimento de 0,90%,
em janeiro, ante o mês anterior. Em relação ao setor de energia, o fato da
despesa adicional com o acionamento das usinas termelétricas serem dividido
entre consumidores, União e sistema elétrico deverá animar os investidores.
O governo federal anunciou que serão feitos leilões hidrelétrico e
termelétrico no médio prazo e haverá compensação com aporte do Tesouro no
valor de R$ 4 bilhões adicionais aos R$ 9 bilhões da Conta de Desenvolvimento
Energético (CDE). A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE)
também será autorizada a contratar financiamentos no Mercado para que as
distribuidoras cubram os pagamentos necessários às geradoras de energia.
Nos Estados Unidos, será informada a leitura preliminar do índice de
confiança do consumidor de março medido pela Universidade de Michigan. Em
fevereiro, o índice registrou alta para 81,6 pontos. A previsão é de alta
para 82 pontos.
Hoje, após ajustes, o Ibovespa encerrou a sessão de hoje com queda de
0,91%, aos 45.443 pontos. O volume financeiro da bolsa brasileira nesta
quinta-feira foi de R$ 5,7 bilhões. Dentre as ações com maior volume
financeiro, as da Vale (VALE5; -2,11%, a R$ 25,90), as da Petrobras (PETR4;
-1,57%, a R$ 13,11), as do Itaú Unibanco (ITUB4; -1,34%, a R$ 30,09) e as do BB
Seguridade (BBSE3; -0,58%, a R$ 22,25) ficaram no campo negativo.
MERCADO EUA: Indices têm maior queda desde 3 de fevereiro
São Paulo, 13 de março de 2014 - Os índices acionários dos Estados
Unidos encerraram o dia com a maior queda em seis semanas, pressionados pelas
preocupações constantes sobre a China e Ucrânia. O Dow Jones caiu 1,42%, a
16.108 pontos, o S&P 500 encerrou com queda de 1,17%, a 1.846 pontos, e o Nasdaq
Composto perdeu 1,46%, a 4.260 pontos.
As ações norte-americanas estão com dificuldade em sustentar seus ganhos,
mesmo com o retorno de indicadores econômicos positivos no país. As
preocupações sobre a verdadeira força da economia norte-americana, os tumores
nos mercados emergentes e receios com a política monetária do Federal Reserve
deixaram os investidores hesitantes em comprar papéis de preços muito altos.
"Não foi um começo ruim para a bolsa de Nova York hoje, com as ações
começando a subir levemente após dados econômicos promissores, mas as
pequenas dúvidas sobre o crescimento global e o conflito político na Crimeia
ressurgiram mais uma vez. Não só os ganhos desapareceram, como as
preocupações bateram mais forte hoje do que qualquer outro dia", afirmou
Peter Martin, economista do ING.
PETRÓLEO: Preços de contratos fecham em direções opostas
São Paulo, 13 de março de 2014 - Os preços dos contratos futuros
internacionais de petróleo encerraram os negócios de hoje em campos opostos,
com alguns poucos sinais de força na demanda da commodity sendo ofuscados pelas
preocupações sobre Ucrânia e Rússia, três dias antes do referendo da
separação da Crimeia. Na Nymex, os preços dos contratos futuros do WTI para
abril tiveram alta de 0,2%, para US$ 98,20 o barril. Na plataforma ICE, os
preços dos contratos futuros do Brent com vencimento no mesmo mês tiveram
queda de 0,6%, para US$ 107,39 o barril.
Neste domingo, a população da região da Crimeia realizará um referendo
para decidir se a península continuará parte da Ucrânia ou se anexará à
Rússia. O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já pediu ao líder
russo, Vladimir Putin, em não continuar com o referendo e alertou, que se o
país não desistir da ideia, "a comunidade internacional terá que aplicar
custos à Rússia".
"Enquanto os fundamentos econômicos para a demanda por petróleo estão
começando a melhorar, as questões geopolíticas estão próximas de criar um
colapso no mercado. A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, vem falando duro com
a Rússia, mas não está funcionando. Podemos esperar sanções vindo aí",
afirmou Phil Flynn, estrategista do Price Future, em nota.