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terça-feira, 3 de setembro de 2013

Café tem dia de ligeiras correções e fecha com ganhos na ICE
   
  Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira, primeira sessão da semana devido ao feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, na segunda-feira, com valorização, em uma sessão caracterizada por um volume modesto de ações comercializadas e com o predomínio das aquisições de caráter comercial.

Mais uma vez, os preços estiveram dentro de um intervalo curto e o novembro conseguiu experimentar algumas correções para cima, depois de tocar as mínimas de mais de quatro anos ao longo da última semana. Essas correções, no entanto, foram apenas pontuais, com a manutenção integral do range. O mercado não demonstra maiores expectativas para uma reversão efetiva para cima das cotações, já que grande parte dos players continua focado em trabalhar com projeções que apontam para uma disponibilidade larga do grão, diante de uma safra considerável do Brasil, da recuperação ao menos parcial dos níveis de produção da Colômbia, além de uma nova injeção de muitos grãos de robustas, vindos, principalmente, do Vietnã e da Indonésia. Diante desse quadro, ainda existem as projeções — até de organismos internacionais, como o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos — que apontam para estoques robustos em várias zonas produtoras e consumidoras mundiais, o que apenas corrobora o sentimento baixista de curto, médio e longo prazo dos mercados. Esse sentimento, assim, consegue minimizar, até com grande tranquilidade, a quebra de safra dos países centro-americanos, que sofrem com um ataque sem precedentes da ferrugem do colmo.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve alta de 120 pontos, com 117,50 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 119,25 centavos e a mínima de 116,20 centavos, com o março apresentando valorização de 125 pontos, com 120,50 centavos por libra, com a máxima em 122,20 centavos e a mínima em 119,20 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve alta de 27 dólares, com 1.785 dólares por tonelada, com o janeiro tendo avanço de 22 dólares, no nível de 1.778 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia na bolsa nova-iorquina foi marcado por algumas compras limitadas de especuladores e de algumas coberturas de posições short, após a retomada das baixas mais efetivas registradas ao longo da semana passada. O cenário externo também ajudou nesse quadro, com bons ganhos sendo aferidos em várias commodities e também para as bolsas de valores internacionais.

"Tivemos o dólar em alta ao longo de parte do dia, no entanto, na segunda metade da sessão a moeda perdeu força em relação a algumas divisas internacionais. Entre elas, o real brasileiro, o que deu um suporte ainda mais efetivo para que alguns ganhos pudessem ser proporcionados. O mercado continua no aguardo das opções do Brasil. Esse é um mecanismo que poderá dar algum suporte para os preços, já que, apenas diante do viés técnico, a tendência é aprofundarmos o quadro de baixa já registrado na semana passada", disse um trader.

"Torradores tem mostrado interesse em comprar o 'flat-price', com a queda do terminal, e para o robusta a Liffe é a 'origem' mais interessante – pelo menos até que apareça mais café da safra-nova vietnamita, que alguns dizem já estar colhendo. Com o retorno ao trabalho de quem estava de recesso e a aproximação do outono na Europa e América do Norte, a indústria vai arregaçar as mangas para tapar os buracos dos seus livros de compra, e o 'timing' não é nada ruim com os preços do mercado futuros e o 'basis' a favor deles. Mesmo que a ICE caia mais, por enquanto os 110 centavos por libra (para dezembro) deve ficar intacto. Um fechamento convincente acima de 118,80 cents deve provocar uma cobertura parcial dos fundos e dar uma força para os altistas", indicou Rodrigo Corrêa da Costa, da Archer Consulting.

O governo brasileiro prevê dar início nesta semana aos leilões de contratos de opção de café. A operação envolverá potencialmente a compra pelo Estado de 3 milhões de sacas, mas o mercado ainda aguarda detalhes do programa. O diretor do Departamento do Café, Janio Zeferino da Silva, do Ministério da Agricultura, sustentou que está tudo pronto na parte operacional e é só questão de dar o 'start'. Ele confirmou a informação de que a Companhia Nacional de Abastecimento deverá publicar, nesta semana, o aviso do leilão de contratos de opções, um procedimento que torna pública as regras da operação.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 1.195 sacas, indo para 2.791.664 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 17.334 lotes, com as opções tendo 1.023 calls e 1.265 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 119,25, 119,50, 119,70, 119,90-120,00, 120,50, 121,00, 121,50, 122,00, 122,50, 122,20, 122,50, 122,75, 123,00, 123,50, 124,00, 124,50-124,60, 124,90-125,00, 125,50 e 125,90-126,00 centavos de dólar, com o suporte em 116,20, 116,10-116,00, 115,80, 115,50, 115,35, 115,10-115,00, 114,50, 114,00, 113,50, 113,00, 112,50 e 112,00 centavos.




Londres devolve perdas, mas se mantém dentro de intervalo
   
  Os contratos futuros de café robusta tiveram um dia de recuperação, devolvendo praticamente todas as perdas da sessão passada na Euronext/Liffe. O pregão foi marcado por certa tranquilidade e, assim como na segunda-feira, a posição novembro variou dentro de um intervalo acima dos 1.750 dólares e abaixo do nível psicológico de 1.800 dólares. De acordo com analistas internacionais, as ações do dia foram meramente técnicas, sendo que, ao longo do dia, a segunda posição conseguiu atingir o patamar de 1.793 dólares. Nesse nível, no entanto, algumas realizações e vendas de origens foram notadas, o que fez com que uma relativa desaceleração fosse proporcionada.

"Não tivemos novidades. Com as baixas da segunda-feira, os vendedores ficaram mais reticentes nos patamares de baixa, o que abriu espaço para avançarmos ligeiramente. No entanto, o mercado atual continua preso dentro de um range estabelecido e não parece existir muitas margens para avanços mais consistentes, ainda mais diante da perspectiva da chegada de mais uma grande safra do Vietnã", disse um trader.

O novembro teve uma movimentação ao longo do dia de 7,31 mil contratos, contra 1,76 mil do janeiro. O spread entre as posições novembro e janeiro ficou em 7 dólares. No encerramento do dia, o novembro teve alta de 27 dólares, com 1.785 dólares por tonelada, com o janeiro tendo avanço de 22 dólares, no nível de 1.778 dólares por tonelada.