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sexta-feira, 5 de novembro de 2010

TAURUS IRRATIONALIS

Mercado de Açúcar – Comentário Semanal – de 01 a 05 de novembro de 2010.

TAURUS IRRATIONALIS

O mercado de açúcar em NY fechou mais uma semana em alta espetacular: 56 dólares por tonelada no vencimento março/2011 que fechou a 31,65 centavos de dólar por libra-peso depois de ter alcançado a máxima de 32,30. As telas que refletem a safra 2011/2012 no Brasil fecharam com variação positiva entre 28 e 51 dólares por tonelada na semana. As telas que espelham a safra seguinte fecharam com alta entre 7 e 27 dólares por tonelada.

A última vez que o açúcar negociou 32,30 foi em 8 de janeiro de 1981, portanto há quase 30 anos. E nunca é demais lembrar que apenas dois meses depois o mercado negociava 22 centavos de dólar por libra-peso. Em fevereiro deste ano quando o mercado bateu os 30 centavos de dólar por libra-peso e eu perdi dois almoços para dois colegas corretores, havia estoque de açúcar no planeta, diferentemente de hoje. Naquela ocasião o dólar negociava a 1,8590, ou seja, o equivalente hoje daqueles 30,40 centavos de dólar por libra-peso é 33,62 centavos de dólar por libra-peso. O real está 9,57% mais caro.

O fato é que nem o mais otimista trader poderia imaginar que chegássemos aos níveis de preço no mercado internacional que estamos negociando agora. Aqueles que, de maneira ordenada, acharam por bem fixar parte de sua produção duas safras para frente estão roendo as unhas enquanto que as usinas impedidas de fixar preços em função de contratos com as tradings, que só as permitem fazer o hedge próximo ao embarque, estão com sorriso largo. Às vezes o mercado pune quem tem disciplina e bafeja com a sorte quem está apertado no caixa.

Como sempre ocorre em mercados que disparam, está difícil encontrar um baixista dando sopa por aí. Muita gente que voltou de Londres parece ter sido afetada pelo terrível vírus taurus irrationalis, que inebria o trader e o impede de pensar racionalmente. Entre os efeitos identificados do vírus percebe-se que o trader não desgruda de seu iPhone e Blackberry nem na hora de ir ao banheiro; não fala de outra coisa senão o tamanho da safra de cana do próximo ano, não pode ouvir cítara e repete freneticamente o mantra “Margin Call”. A situação piora quando hordas de gurus vestidos de pinguim aparecem do nada dizendo em uníssono: “Eu avisei, eu avisei”.

Falando sério, o cenário macroeconômico continua a fazer diferença. Obama joga 600 bilhões de dólares no mercado e o que alguém espera que aconteça? Os mercados explodem, as commodities apreciam e o dólar se desvaloriza. Simples assim.

É comum ouvirmos no mercado de commodities que a cura para preços baixos são os preços baixos, pois menor preço desestimula a produção, reduz estoques, faz o consumidor consumir o que tem no seu quintal antes de efetuar novas compras afetando a disponibilidade na safra seguinte, elevando os preços. Ora, o inverso é verdadeiro. Os níveis atuais até onde vai a curva de preços são remuneradores e incentivam o aumento de produção de cana em todos os nossos competidores. Ou seja, a conta virá mais tarde. Alguém acredita que os preços subirão indefinidamente?

Na semana retrasada a conversa no mercado era de que a demanda estava mais folgada e que compradores estavam visivelmente comprometidos com a estratégia de comprar da mão para a boca, ou seja, apenas para atender compromissos imediatos. Um trader comenta que a substituição de açúcar por “qualquer coisa que adoce” vai aumentar, muito embora o preço do milho no mercado internacional (como a maioria das commodities) está nas nuvens. A Índia continua o grande mistério do mercado: 28 para alguns e 23 para outros. 5 milhões de diferença ajudam a deixar o mercado louquinho, louquinho.

Com a desvalorização do dólar, o custo de produção de açúcar sobe. O modelo da Archer Consulting mostra que o custo baseado no dólar de 1,6811 é de 17,58 centavos de dólar por libra-peso FOB Santos sem custo financeiro e o custo do açúcar na usina em reais por saca é de R$ 28,3371. Assumindo zero de prêmio para o açúcar exportação a média de liquidação para a safra 2011/2012 equivalente na usina é de R$ 45,2980, ou seja, um retorno de quase 60%. A velha pergunta: você compraria ou venderia um produto cuja margem é de 60%?

Um amigo dos EUA pergunta se fiquei triste com a vitória da candidata do governo. “Se lhe servir de consolo”, disse ele, “pense em nós daqui a dois anos com a Sarah Palin”. Faltam líderes no mundo mesmo!!! E aqui, faltam oposição e vergonha na cara. O PSDB novamente faz o jogo de Lula. Intimidados pela vitória da ex-terrorista agora travestida de boa moça, ignoram os 80 milhões de eleitores que NÃO votaram nela (44 Serra + 29 abstenção + 7 nulos/brancos). Agora vão enfiar a CPMF goela abaixo do contribuinte que trabalha 150 dias por ano para sustentar essa gente que está aí.

No Fundo Fictício da Archer Consulting, tivemos que ajustar a posição comprando 200 lotes do Maio a 28,06. Fechamos a semana vendidos 138 lotes equivalente no delta e tivemos um ganho de US$ 153.793,26 basicamente em função da queda na volatilidade das opções. O lucro acumulado está em US$ 4.078.643,78 com um retorno anualizado de 141,46%. Vamos ajustar a posição vendendo 200 lotes se o maio bater 26,47 ou comprar 200 lotes se bater 29,74.

Bom final de semana a todos.

Italiana Lavazza terá café em grãos e moído produzido no mercado interno

A Lavazza, gigante italiana do café, vai colocar uma nova linha de produtos de café no mercado brasileiro a partir de abril de 2011.

A empresa colocará à disposição de escritórios, de restaurantes e de cafeterias café em grãos e moído produzido no mercado interno.

A colocação desse café no mercado interno traz a Lavazza ainda mais para dentro do país, já que o produto oferecido atualmente é importado da Itália. A empresa está em fase de montagem de uma indústria no Brasil.

\"O produto terá a marca 100% Lavazza\", diz Massimo Locatelli. Esse café, que ainda não vai para supermercados, poderá ser negociado também no mercado latino-americano.

Segundo o executivo da empresa, a Lavazza deverá colocar também uma nova geração de máquinas e de cápsulas de café no mercado brasileiro. A data ainda não está definida.

CAFÉ/CEPEA: Indicador aumenta mais de 6%

Publicado em: 05/11/2010 12h00

Cepea, 5 – Os preços do café arábica no mercado brasileiro subiram de forma expressiva nessa quinta-feira, 4, impulsionados pela forte alta internacional.

O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, foi de R$ 350,72/saca de 60 kg na quinta, alta significativa de 6,3% em relação ao dia anterior.
Temendo novos aumentos, parte dos compradores, que tem necessidade imediata do grão, intensificou as aquisições do arábica. Outros agentes, no entanto, fundamentados na volatilidade do mercado, comentam que há possibilidade de recuo nos valores e, dessa forma, pressionam as cotações.

Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), o contrato de arábica com vencimento em dezembro fechou a quinta-feira a 205,80 centavos de dólar por libra-peso, avanço de 965 pontos em relação a ontem. Com essa forte alta, o contrato recuperou as perdas registradas nos últimos dias. (Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br )

illycaffè revela os 50 finalistas do 20º Prêmio Ernesto Illy

illycaffè revela os 50 finalistas do 20º Prêmio Ernesto Illy





A illycaffè acaba de divulgar os 50 finalistas do 20º Prêmio Ernesto Illy de Qualidade do Café para Espresso, que vai distribuir cerca de R$ 180 mil em prêmios aos melhores produtores e classificadores do país. Mais uma vez, o destaque fica para Minas Gerais, que conquista 47 posições na lista com os melhores cafés brasileiros da safra 2010/2011. Nesta edição, São Paulo conquistou as outras três posições.



Umas das mais bem-sucedidas iniciativas da illycaffè, o concurso visa à valorização de centenas de fornecedores brasileiros, que produzem os grãos que compõem o blend illy, único em todo o mundo há 76 anos.

Neste ano, a Porto de Santos / illycaffè, empresa responsável pelo recebimento das amostras para o prêmio e pela compra e exportação dos grãos brasileiros à illycaffè, recebeu amostras vindas de diferentes estados do Brasil: Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Bahia, Goiás, Espírito Santo e Rio de Janeiro.

A análise e classificação dos melhores cafés são realizadas pela Assicafé – laboratório científico que presta serviço exclusivo à marca no Brasil – empregando as mais avançadas técnicas de seleção. A escolha dos melhores cafés é feita por uma comissão julgadora, com especialistas internacionais, por meio de testes com equipamento de luz ultravioleta e pela classificação do grão quanto ao aspecto, seca, cor, tipo, teor de umidade, torração e qualidade da bebida com degustação para espresso.

Em sua 20ª edição, o prêmio da illycaffè consagra uma parceria da torrefadora italiana com os produtores brasileiros, que já rendeu mais de US$ 2 milhões distribuídos desde 1991. A expectativa é grande para conhecer os dez primeiros colocados, que serão revelados na famosa cerimônia de premiação, que acontece em março de 2011.

Em reconhecimento à qualidade do que produzem, os 10 melhores cafeicultores recebem, respectivamente, R$ 50 mil, R$ 35 mil, R$ 18 mil, R$ 9 mil, R$ 5 mil e, do sexto ao décimo lugares, R$ 2 mil. Todos os demais finalistas recebem R$ 1,2 mil.

Além dos produtores, o concurso premiará cinco classificadores: o primeiro colocado ganha R$ 3,5 mil; o segundo, R$ 2,5 mil; o terceiro, R$ 1,5 mil; o quarto, R$ 1 mil e o quinto colocado, R$ 1 mil.

Dando continuidade, a premiação entregará o Diploma de Reconhecimento às Melhores Práticas e Sustentabilidade, para a propriedade mais comprometida com a sustentabilidade no trabalho com o café. Na mesma noite, será anunciado o Fornecedor do Ano safra 2010/2011 e concedido o Diploma de Reconhecimento aos Agentes dos classificadores vencedores, pelo apoio aos produtores durante a safra e pela propagação do conceito do café de alta qualidade no Brasil.

OS 50 FINALISTAS

Adolfo Henrique Vieira Ferreira - Minas Gerais
Algenio Ferraz de Castro - Minas Gerais
Alvaro Mendes de Resende - Minas Gerais
Antonio Cesar Hammes Zauli - Minas Gerais
Antonio de Azevedo e Silva Jr - Minas Gerais
Bruna Sella Ferreira - São Paulo
Carlos Andre Dognani - São Paulo
Carlos Renato Muniz - Minas Gerais
Clovis Carvalho Filho - Minas Gerais
Daniela Maria Maringoli Muniz - Minas Gerais
Dimas Mendes Bastos - Minas Gerais
Esmerino Joaquim Ribeiro do Vale - Minas Gerais
Euripedes Alves Pereira - Minas Gerais
Fabio Araujo Reis - Minas Gerais
Fazenda Amizade Agropecuaria Ltda - Minas Gerais
Fazenda Sertãozinho Ltda - Minas Gerais
Gustavo Vieira Ferreira - Minas Gerais
Ibraim Chaib de Souza - Minas Gerais
João dos Anjos Macedo - Minas Gerais
Jorge Fernando Naymeg - Minas Gerais
Jose Dalmo de Araujo - Minas Gerais
José Gonçalves Bastos Filho - Minas Gerais
Juliano Moreira Reis - Minas Gerais
Kleber de Castro Junqueira - Minas Gerais
Lauro Antonio dos Reis - Minas Gerais
Lincoln Ferreira - Minas Gerais
Lucia Maria da Silva Dias - São Paulo
Lucio Gondim Veloso - Minas Gerais
Luis Carlos Tejada de Podestá - Minas Gerais
Luiz Antonio Magalhães Silva - Minas Gerais
Luiz Flavio Pereira de Castro - Minas Gerais
Marcelo Jose Rios - Minas Gerais
Maria Luzia Tonelli de Faria - Minas Gerais
Maria Nascimer Viana - Minas Gerais
Mariana de Carvalho Junqueira - Minas Gerais
Marisa Coli Noronha - Minas Gerais
Maron Aziz Alexandre - Minas Gerais
Mauro Billi - Minas Gerais
Osvaldo Baquião Filho - Minas Gerais
Raimundo Dimas Santana - Minas Gerais
Ricardo Luis Pomarico Barbosa - Minas Gerais
Rogério Tostes Ferraz - Minas Gerais
Sebastiao Afonso da Silva - Minas Gerais
Terezinha Lima de Souza - Minas Gerais
Thiago Henrique Maringoli Muniz - Minas Gerais
Tomas Podolsky Rossilho - Minas Gerais
Vanderlei Paulo Martins - Minas Gerais
Virgolino Adriano Muniz - Minas Gerais
Viriato Ferreira de Carvalho - Minas Gerais
Zely Muniz - Minas Gerais

PRÊMIO

Ao longo de seus 20 anos de Brasil, a illycaffè conquistou a qualidade de que precisava e pôde ver o crescimento dos cafeicultores que apostaram no que hoje é uma realidade. A trajetória no país, que começou em 1991, teve como passo principal o investimento na qualidade do café que, na época, era vendido apenas como commodity, pouco valorizado e inferior.

A chegada da empresa ao Brasil marcou um novo rumo para a cafeicultura acostumada a fazer quantidade. As visitas realizadas pelo Dr. Ernesto Illy, pelo interior do país, provou aos cafeicultores que existia um mercado disposto a comprar e pagar mais por um produto superior.

Adotar a qualidade na década de 90, quando o governo deixava de regulamentar a produção, foi a saída para muitos cafeicultores que se viram sozinhos para comercializar o café brasileiro. A presença e o incentivo da illycaffè fortaleceram novamente a cadeia produtiva, oferecendo ferramentas e mecanismos para desenvolver esse tipo de produção.

O grão brasileiro – conhecido apenas como 'Santos 4', local por onde escoava o café brasileiro no Porto de Santos – viu um horizonte de oportunidades se abrir: o mundo queria café de qualidade! Além de investir em conhecimento em torno do melhor grão, a illycaffè optou por reconhecer o árduo trabalho dos produtores que abraçaram seus princípios de qualidade e sustentabilidade.

Há exatos 20 anos, nascia aquele que seria conhecido como um dos mais importantes prêmios de qualidade do Brasil: o Prêmio Brasil de Qualidade do Café para Espresso consagra uma parceria com os produtores brasileiros, que já rendeu mais de US$2 milhões para mais de mil cafeicultores espalhados pelo Brasil.

LÍDER EM QUALIDADE

Sediada em Trieste, na Itália, a torrefadora italiana illycaffè produz e comercializa um único blend de café espresso sob uma única marca, líder em qualidade. Presente em mais de 140 países, o espresso illy está disponível em mais de 50 mil dos melhores restaurantes e bares ao redor do mundo, onde, diariamente, são vendidas mais de 6 milhões de xícaras.

A espressamente illy, sua cadeia de franquia de cafeterias no estilo italiano, está presente em mais de 30 países com 230 lojas e espera em três anos abrir mais 120. Com o objetivo de espalhar a cultura do café, a illycaffè fundou a Universidade do Café, um centro de excelência, com quatorze unidades, que oferece treinamento prático e teórico sobre todos os aspectos do café para produtores, baristas e entusiastas. No Brasil, desde sua criação, em 2000, foram treinadas mais de 7 mil pessoas.

Mundialmente conta com aproximadamente 800 colaboradores e um faturamento consolidado de mais de € 283,4 milhões em 2009. Seu lucro líquido representou € 5,2 milhões e as exportações responderam por mais de 55% do total das vendas.

A illycaffè compra café verde arábica da melhor qualidade diretamente dos cafeicultores, por meio de parcerias que se baseiam na sustentabilidade e reciprocidade. A empresa estimula esta cooperação a longo prazo – com os melhores produtores de café do Brasil, América Central, Índia e África – fornecendo know-how e tecnologia, além de preços acima da média do mercado.

Informações: www.clubeilly.com.br / www.portosantos.com.br.

Café de Rondônia tem safra recorde

Emater - 2010-11-04 - 16:01:00 -


Maior produtor de café da região norte o Estado de Rondônia deve fechar o ano de 2010 com a maior safra da história. No mês de agosto foram colhidos 2.338.028 sacas de café beneficiados, batendo o recorde conquistado há sete anos. Com essa nova marca o café de Rondônia se consolida na quarta posição do ranking nacional em produção de café, ficando atrás somente dos estados de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo.

Segundo o engenheiro agrônomo José Edny de Lima Ramos, da Associação de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Rondônia (Emater), o café “é a cultura de maior expressão econômica e social” e conta com a participação de 35 mil agricultores de base familiar. A variedade conilon (Coffea canephora), a mais cultivada por melhor se adaptar às condições ecológicas de Rondônia foi a que “elevou o Estado à categoria de segundo maior produtor dessa variedade no País”.

A produtividade dos cafezais ainda é baixa e o motivo, segundo técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e da Emater é, entre outros fatores, as altas temperaturas registradas no período de floração, acrescidos à baixa fertilidade de solo e pouca utilização de tecnologias e insumos. Para chegar a essa marca de quarto maior produtor brasileiro de café os cafeicultores contam com incentivo governamental e assistência técnica constante. Alguns agricultores já estão até adotando tecnologias e práticas culturais possibilitando o aumento da produtividade, com qualidade e a custo compatível com a exploração da lavoura.

Dados da 3.ª estimativa da safra colhida em 2010, coletados em agosto deste ano mostram que o parque cafeeiro de Rondônia tem hoje, 267,67 milhões de covas, incluindo cafezais em produção (154.783ha) e em formação (6.923ha), totalizando uma produção de 140.281,60 toneladas, o que resulta em 2.338.028 sacas de 60 quilos. Essa é a maior produção dos últimos sete anos. Até então a maior safra era de 2.259.783 sacas, conquistadas em 2003.

No Estado as maiores produções estão nos municípios de Cacoal, São Miguel do Guaporé, Alta Floresta do Oeste, Nova Brasilândia do Oeste, Alto Paraíso e Ministro Andreazza que, juntos, respondem por metade da produção estadual.

Dólar fecha em queda de 1,35% cotado à R$ 1,6760

O dólar comercial fechou em queda de 1,35% cotado à R$ 1,6760. No mês, a moeda acumula perda de 1,53% e no ano, -3,84%. O euro comercial cedeu 0,38% a R$ 2,38. O mercado de câmbio global continuou ajustando-se hoje à previsão de que o estímulo adicional do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de US$ 600 bilhões para compra de Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) nos próximos oito meses ingressará na economia gradualmente e amparará novas desvalorizações do dólar no segmento de moedas. Antecipando essa perspectiva, os investidores reforçaram as vendas de dólares e os preços caíram mais em relação às principais divisas, como o euro, o iene e também o real. Nesse contexto, os dois leilões diários do Banco Central para a compra de dólares não e stão sendo suficientes para conter a depreciação da moeda, ainda que para alguns profissionais a autoridade monetária esteja adquirindo nesses leilões um volume de recursos acima do fluxo cambial líquido, segundo operadores consultados pela Agência Estado. Nas atuações de hoje, o BC fixou as taxas de corte em R$ 1,6807 e R$ 1,6773.

Real atenua rali do café e consumo no Brasil superará previsão

Por Roberto Samora Reuters/Brasil

SÃO PAULO (Reuters) - O consumo de café no Brasil deverá fechar 2010 com um crescimento ante 2009 superior à expectativa no início do ano, impulsionado pela crescente renda da população, e com uma taxa de câmbio no país que atenua no mercado interno o rali dos preços internacionais, que atingiram nova máxima de 13 anos em Nova York nesta quinta-feira.

Segundo o diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), Nathan Herszkowicz, a fraqueza do dólar frente ao real inibe um aumento maior da cotação do grão no mercado brasileiro na esteira da cotação externa, facilitando a vida dos consumidores.

\"Maior renda da população, maior massa salarial, uma migração de consumidores de faixa de consumo menor para consumo maior... De fato a população está consumindo mais, e isso é coerente com o que estamos vendo no café\", disse o executivo.

Segundo ele, o crescimento previsto no consumo de café no Brasil de 5 por cento em 2010 está sendo superado.

\"Temos um acompanhamento mensal representativo de 60 indústrias de todos os portes... que aponta crescimento de 6 por cento no ano\", declarou ele em entrevista à Reuters, observando que o setor também verifica um maior consumo de produtos de maior valor agregado por faixas sociais como a classe C.

Com esse aumento percentual na demanda interna se confirmando, que superaria os 4 por cento verificados em 2009 ante 2008, o segundo consumidor de café do mundo beberia em 2010 o equivalente a 19,5 milhões de sacas de 60 kg.

A alta no consumo interno no Brasil, que consumiu 18,4 milhões de sacas em 2009, colabora com o aperto nos estoques -reservas mais baixas globais estão por trás dos picos de preço em Nova York.

Herszkowicz disse que a oferta tende a ficar mais apertada no Brasil no primeiro semestre do ano que vem, uma vez que o maior produtor mundial terminou de colher a sua safra de ciclo alta de produção do arábica estimada em cerca de 47 milhões de sacas há alguns meses.

Mas ele rejeita a tese de que vai faltar café para a exportação do país, o principal exportador mundial, diante do crescimento do consumo interno e de exportações em níveis elevados, de cerca de 30 milhões de sacas por ano.

\"Pelo passado recente, não preocupa, a produção vai se ajustando. O que preocuparia seria se a cafeicultura não tivesse conseguido recuperar preços, aí teria um quadro de redução de produtividade, de abandono, que com esses novos patamares de preços não terá\", declarou.

No mercado interno, os preços do café arábica estão atualmente cerca de 20 por cento mais altos ante o mesmo período do ano passado (base Cepea), enquanto em Nova York a alta é de 50 por cento (contrato spot).

PARADOXO DO CÂMBIO

A queda do dólar frente ao real, que também poderia favorecer a indústria de café, cujo custo da matéria-prima representa 65 por cento das despesas totais, tem evitado uma recuperação da rentabilidade do setor, com vendas para o varejo, segundo Herszkowicz, em patamares de preços não muito diferentes dos praticados nos últimos cinco anos.

\"A resposta da indústria parece paradoxal, mas não é... A desvalorização do dólar, que provoca inibição do aumento do preço em reais, acaba sendo um problema para a indústria, porque impede a recuperação da rentabilidade, via ajuste de preços. A indústria não pode continuar vendendo o produto pelo mesmo preço de cinco anos atrás\", afirmou.

Além do custo da matéria-prima, acrescentou o executivo, as empresas convivem com uma carga tributária maior e com maiores gastos com mão-de-obra que estão afetando a rentabilidade do segmento.