Páginas

quarta-feira, 22 de junho de 2011

DJ Vietnam Coffee Prices Elevated Despite Slump In London Futures

DJ Vietnam Coffee Prices Elevated Despite Slump In London Futures -Traders SINGAPORE -- Coffee prices in top robusta supplier Vietnam willlikely remain elevated, as thin domestic stocks will help keep prices fairlyunscathed by a 4% drop in bellwether London robusta futures over the last week,trading executives said Wednesday. Vietnam accounts for more than a third of global robusta output, and is apricing benchmark for the Asia-Pacific growers who produce about 60% of theworld's robusta. Indicative export offers for Vietnam's robusta grade 2--with 5% black andbroken beans--are being quoted around $2,400 a metric ton, widening theirpremium to London futures beyond $100 a ton, the trading executives said. Domestic prices are hovering around VND50,000 a kilogram. Domestic and exportprices generally follow each other closely. September London International Financial Futures Exchange robusta settled at$2,296/ton Tuesday, down $95 from a week earlier, primarily due to highersupply with harvest starting in Brazil. The market was also pressured by abroad-based selloff in commodities as the Greek debt crisis continued. Robusta accounts for a quarter of the global coffee market, and while it iswidely considered more bitter and of lower quality than beans of arabicavariety, it is used in many low-cost foods and beverages, as well as somespecialty coffee types. Coffee prices in Vietnam usually track London futures, but a wide spread hasemerged since the bulk of the Southeast Asian nation's coffee output for themarketing year ending Sept. 30 has been exported and domestic stocks are thin,said a trading executive in Dak Lak province. Stocks have dwindled as most growers sold their coffee beans when globalprices were at multi-year highs in March, he said. Some traders in Dak Lak, Vietnam's largest coffee-growing province, estimatestocks held by growers and exporters are well below a U.S. Department ofAgriculture forecast of 300,000 to 350,000 tons made this week. A few exporters who have short positions, or had entered into contracts on adiscount to London and haven't shipped yet, may default or incur financiallosses, as they will have to buy the beans from foreign buyers at a premium,the Dak Lak-based executive said. He said this will also help support prices. Vietnam's harvest next year will likely have a bearish impact on prices, butits output won't hit the market until November, an executive in Singapore said.He added that the spread over London futures will remain high until then. According to the USDA, Vietnam's coffee output next year will likely rise 10%to 20.6 million 60-kilogram bags, due to higher investment in production andincreasing yields. Vietnam exported 10.02 million 60-kilogram bags in the October-March period,17% higher on year and more than half of its forecast output, the USDA said,citing data from Vietnam's General Customs Office.

Estrelas de fundos hedge globais estão pessimista​s

Estrelas de fundos hedge globais estão pessimistas Os gestores de fundos hedge estão se preparando para entrar no segundo semestre com muitos motivos para serem pessimistas - e não muitos, ao que parece, para esperar ganhar dinheiro. Uma série de choques macroeconômicos desde o começo de 2011 está afetando os portfólios de grandes gestoras de fundos que negociam com base nos movimentos econômicos mundiais. Muitos temem que o pior esteja por vir.Em maio, os fundos hedge tiveram uma perda média de 1,18%, segundo a Hedge Fund Research. Mas na média os fundos hedge "macro globais" - que tendem a ser os maiores e mais festejados do setor - perderam mais que o dobro disso: 2,38%.O ano caminha para ser o terceiro seguido de desempenhos ruins para os fundos macro globais, especializados em apostas em taxas de juros, bônus soberanos e moedas. E a lista dos que estão no vermelho está cheia de nomes muito conhecidos. Segundo os números mais recentes de maio e junho, fornecidos por investidores, perdem no ano o principal fundo da Caxton Associates (3,38%), Tudor Investment Corporation (2,25%), Moore Capital (2,84%) e da Fortress (2,44%).Os fundos macro que se concentram nos mercados emergentes estão se saindo ainda pior. O fundo de emergentes da Brevan Howard acumulava perda de 4,64% no ano no fim de maio, segundo um investidor. O fundo de mercados emergentes da Moore Capital, gerenciado pelo conhecido operador Greg Coffey, uma luz no firmamento dos fundos hedge de Londres, perdeu 7% no mesmo período.Essas perdas não são individualmente enormes, mas são desmoralizantes - por ocorrem após meses de retornos fracos para os fundos macro globais, depois do período mais complicado da crise financeira. "Parece que estamos entrando num redemoinho de más notícias", afirma o diretor de investimentos de um dos maiores fundos hedge macro do mundo, que pediu para ficar no anonimato. "Algumas pessoas estão mudando para 'cash' [aplicações em títulos de curto prazo e alta liquidez], pelo menos pelas próximas semanas."O verão no Hemisfério Norte - tradicionalmente um período mais calmo para os mercados - vem se mostrando um teste todos os anos desde o começo da crise em 2007. Este ano, dois grandes temas estão ocupando a cabeça dos gestores: uma reversão do sentimento em relação à economia dos Estados Unidos e a crise da dívida da zona do euro. "Está havendo uma disputa desagradável entre o dólar e o euro", disse Jens Nystedt, estrategista global da Moore Capital, na GAIM Hedge Fund Conference, que está acontecendo em Mônaco. "O Fed quer ver o dólar em baixa em relação a qualquer coisa, incluindo o euro", acrescentou Nystedt.Mas não importa o quanto o dólar poderá cair, o problema é que a crise na Europa parece estar se agravando. Vender a descoberto a moeda da zona do euro é o "negócio de manada do momento", observou outro gestor de fundos hedge na conferência.Há quase um ano, gestores macro foram bastante prejudicados por uma onda de vendas a descoberto de euro e posições compradas de moedas asiáticas, o que na ocasião pareceu ser uma ideia brilhante. Os fundamentos eram sólidos, mas vendas técnicas asiáticas desencadearam uma onda de desmanche de posições que atingiu os operadores. Mas os esforços das autoridades monetárias da Europa para evitar a precipitação de cláusulas de "default" sobre os contratos de swaps de "defaults" de crédito gregos desencorajou totalmente os gestores de fundos hedge a usarem os derivativos, deixando o câmbio como a única alternativa com liquidez para expressão de um ponto de vista.Mas para alguns há preocupações muito maiores. "O euro é um espetáculo completamente secundário", diz o diretor de investimentos de um dos maiores fundos hedge macro global do mundo. "O que está acontecendo nos Estados Unidos, e o que vai acontecer a todos os negócios em recuperação é a verdadeira questão."Com uma terceira rodada de afrouxamento quantitativo pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) aparentemente fora de cogitação, várias dúvidas sobre a possibilidade de uma desaceleração dos EUA vêm surgindo. Preocupações com o rumo da recuperação da economia americana já começaram a atingir os portfólios de alguns gestores - muitos deles nem mesmo especialistas em fundos macro globais.A Paulson & Co. em particular vem recebendo um golpe duro. Seu principal fundo, o Advantage Plus Fund, que gerencia US$ 9 bilhões, acumula perda de 20% no ano. Outras administradoras como a Appaloosa Management, de David Tepper, estão vendendo suas grandes participações em bancos americanos.Em meio a essas perdas, os gestores estão tentando descobrir o que podem fazer para diluir os riscos. O Och-Ziff, fundo hedge americano com US$ 30 bilhões de ativos que é negociado em bolsa de valores, revelou na semana passada que se desfez de grandes apostas com opções de empresas do índice S&P 100, num aparente "hedge" contra a volatilidade no verão americano.Vender dólares a descoberto continua sendo uma prática popular - mas ela raramente tem sido feita com grande convicção, graças às incertezas em relação ao euro e a Ásia. Enquanto isso, apostar nas commodities também tem lá seus riscos quanto à volatilidade.O maior problema - e não só para os operadores de fundos hedge macro globais - é que oportunidades de investimentos verdadeiramente diversificadas estão muito escassas. Conforme Kevin Harrington, diretor de análises da Clarium Capital, uma gestora de fundo hedge dos EUA, disse durante a GAIM Conference: "Todo mundo já teve um portfólio macro global acidental, fazendo grandes apostas sobre a inflação sem necessariamente perceber isso".Harrington observa que, esteja você apostando em bancos americanos, petróleo, mercados emergentes ou bônus, "você está fazendo a mesma aposta, só que de várias maneiras diferentes". Para alguns grandes gestores de fundos hedge macro globais, esse é um dilema que leva a apenas uma conclusão: neste verão, assim como o de 2008, bons mesmo serão os investimentos em "cash".

O mundo das notas estruturad​as está chegando ao Brasil

O mundo das notas estruturadas está chegando ao BrasilRegulamentado pelo Banco Central do Brasil em 1994, o modelo local de derivativos negociados em balcão vem se sofisticando. Uma das últimas fases dessa evolução será a chegada ao país das operações com as notas estruturadas, ou seja, uma combinação de caixa e derivativos, que traz alternativas ao investidor.De acordo com as normas locais, ainda não é possível emitir um único instrumento financeiro com as características de uma nota estruturada. Assim, o Brasil acabou desenvolvendo alternativas, como a composição de um título (CDB, outro ativo ou uma operação compromissada) com um ou mais derivativos, normalmente opções. Tal tropicalização cria barreiras como a ineficiência tributária e a dificuldade de formalização da operação.Atualmente, as operações referenciadas em ações e índices de ações nacionais são as mais difundidas, mas se observa também referência a commodities locais e internacionais, a moedas estrangeiras e, ainda timidamente, a algumas taxas de juros ou índices de inflação. A previsão legal para a existência do COE (Certificado de Operações Estruturadas), instrumento equivalente às notas estruturadas, teve início com a Medida Provisória 472/2009, posteriormente convertida na Lei 12.249/2010, a mesma que criou a Letra Financeira. A regulamentação, que está a cargo do BC e do Conselho Monetário Nacional (CMN), determinará as regras para emissão dos COEs - que deverão contemplar ofertas públicas e privadas - e definirá quais os ativos subjacentes elegíveis à referenciação, possivelmente em linha com a resolução 3505 do BC, que trata dos derivativos de balcão. O tipo de COE emitido deve contemplar estruturas de capital investido protegido (integral ou parcialmente) até o limite de perda total desse montante. É esperada ainda a modalidade não apenas de liquidação financeira, mas também a possibilidade de entrega física de ativos, nos moldes da "reverse convertible", muito negociada nos mercados internacionais. Posteriormente, outros dois passos deverão ser dados: a definição da contabilização do instrumento e o tratamento tributário a ser definido pela Receita Federal. Voltando às questões do entendimento do modelo por parte do investidor e da transparência ("suitability"), é possível que se estabeleçam regras específicas no processo de oferta desses produtos. Outro ponto a ser observado diz respeito à regulamentação da oferta pública do COE, que pode vir a exigir o registro de PDC (Programa de Distribuição Contínua) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), em que constem informações sobre os tipos emitidos e padrões de divulgação de informações ("disclosures"). Para os bancos, os desafios passam por temas como criação de uma rede de distribuição do produto, treinamento das forças de vendas para a correta oferta dos COEs e adoção do "suitability" no processo, entre outros. As oportunidades são muitas e parece haver espaço para todos, desde bancos com perfil de varejo e capacidade de montar e distribuir o produto até associações entre bancos de investimento e instituições financeiras locais com capacidade de distribuição. Outra possibilidade é o desenvolvimento de um mercado secundário desse tipo de certificado, desde que o instrumento se popularize ao longo do tempo. Outro papel importante a ser desempenhado no processo é o das câmaras de registro, que terão o desafio de conciliar flexibilidade e inovação (ou seja, não "travar" o mercado) com segurança e transparência no registro. Aqui a função será também de avaliar o enquadramento do COE na legislação e mensurar se as condições de negociação obedecem aos valores de mercado.O que o investidor ganha com a introdução do COE no mercado? Talvez, a principal vantagem seja a já citada possibilidade de acessar novos mercados e, assim, diversificar o portfólio de investimentos.No atual momento, em que as taxas de juros reais parecem seguir tendência de queda, novas alternativas chamam a atenção dos investidores.Trata-se de uma nova realidade para os investidores, já que o instrumento é flexível e adaptável ao perfil de tomada de risco de cada cliente. Assim, os mais conservadores têm a possibilidade de alcançar remuneração indexada a determinada ação, grupo de ações ou índice de ações, estabelecendo um limite de perdas.Os mais arrojados terão a oportunidade de investir em operações tidas como mais arriscadas, com estratégias e cenários mais nítidos. Fábio Zenaro é gerente-executivo de Novos Negócios da Cetip

Fábricas da China começam agora a exportar inflação

Fábricas da China começam agora a exportar inflação Durante mais de uma década a partir do início dos anos 90, a inflação dos Estados Unidos caiu enquanto trabalhadores baratos da China e outros países em desenvolvimento entravam na economia mundial e produziam uma avalanche de produtos baratos que tomou conta dos EUA.A tendência fez o consumidor americano achar que melhorou de vida, pois ela restringiu a alta dos preços ao consumidor e permitiu que o Federal Reserve, o banco central americano, impulsionasse a economia com juros baixos.Agora parece que essa era acabou. O preço dos produtos importados está subindo e se tornando uma fonte de pressão inflacionária. Uma variedade ampla de produtos comuns feitos no exterior, de sapatos a autopeças, tem chegado aos portos americanos com preço um pouco mais salgado.Os preços de importados nos EUA, sem contar o petróleo, subiram 8% nos últimos dois anos, uma mudança histórica em relação ao declínio das duas últimas décadas.A nova tendência é parte de uma mudança maior que está transformando a economia americana e seu lugar no mundo, com os benefícios e desvantagens correspondentes.O câmbio tem seu papel. Há muito que Washington pressiona a China a deixar o yuan se valorizar e incentivar o consumo interno, duas coisas que o país tem feito até certo ponto. O yuan subiu 28% em relação ao dólar em seis anos. O dólar fraco ajuda os exportadores americanos, mas o yuan forte e o custo maior na China causado pela demanda interna acabam pressionando o preço das coisas que os consumidores americanos querem.Essas mudanças são especialmente evidentes no vestuário e nos calçados. Os preços do vestuário para o consumidor dos EUA caíram em 13 dos últimos 17 anos, segundo dados do Departamento do Trabalho. Agora varejistas e fabricantes alertam que planejam aumentar o preço de tênis Nike, cuecas Hanes, roupas da Abercrombie & Fitch e da Polo, botas Ugg e outros produtos quando as coleções de outono chegarem às prateleiras.O principal fator é que o algodão subiu muito, impulsionado, em parte, pela demanda das economias em desenvolvimento. O custo maior da mão de obra nas fábricas chinesas, a alta do custo do transporte e a valorização do yuan também estão pressionando fabricantes e varejistas a reajustar os preços.O preço do vestuário nos EUA subiu 1% nos 12 meses encerrados em maio. A Associação Americana de Vestuário & Calçados calcula que o preço de seus produtos vai subir de 4% a 6% no segundo semestre frente a um ano antes."Acabou a era de assistir ao preço de nossos produtos cair em relação a outros produtos do varejo", disse o presidente da associação, Kevin Burke.Assim, o custo do vestuário e de outros produtos importados, em vez de ajudar o Fed a controlar a inflação, como no passado, pode restringir a ação do banco central enquanto ele busca maneiras de impulsionar a lenta recuperação da economia americana depois da bolha.Os chineses fornecem 78% dos calçados importados para os EUA; 71% das gravatas; 55% das luvas; cerca de 50% dos vestidos e roupas de bebê; e 90% das sandálias, segundo dados do Departamento do Comércio dos EUA.Num contraste com as décadas em que a migração de trabalhadores chineses do campo para as cidades diminuiu o custo da mão de obra, os trabalhadores do país querem agora salários maiores e empregos melhores.Eles também estão se tornando um exército de consumidores cujas compras pressionam os preços mundialmente. "Agora posso comprar até as coisas mais caras", diz Shi Yuhan, uma gerente de telecomunicação de 29 anos no escritório da International Business Machines Corp. em Pequim, onde ganha mais de US$ 4.600 mensais.Shi vai às lojas mais caras da cidade quase todas as semanas, gastando US$ 150 ou mais a cada vez. Suas novas aquisições incluem vestidos da espanhola Zara, uma capa Burberry e tênis Adidas com seu nome inglês, Rebecca, gravado. Shi diz que negociou recentemente um aumento de 30% quando um rival tentou contratá-la, e sua renda é hoje o dobro do que era quatro anos atrás.Peter McGrath, um consultor americano para grandes empresas, diz que a demanda chinesa está moldando a dinâmica mundial dos preços.Ele faz parte do conselho de administração da Xiniya Fashions, uma varejista chinesa com 1.400 lojas. Ele diz que os consumidores chineses pagam até US$ 25 por camisas polo na Xiniya, em comparação com US$ 15 para as mesmas camisas nos EUA.Mesmo com os incentivos fiscais que os fabricantes chineses recebem por exportar, os US$ 25 fazem com que eles fiquem menos dispostos a aceitar os cortes de preços que costumavam ser comuns em seus negócios, diz McGrath. "Eles podem ganhar mais dinheiro vendendo no mercado chinês."A Jiangxi Creator Knitwear Garments Co., na província do sul central de Jiangxi, tem 150 empregados que trabalham turnos de dez horas fabricando roupa de baixo e camisetas para a marca americana Fruit of the Loom, entre outras. Ela paga hoje a cada trabalhador o dobro - algo como US$ 309 por mês - de quatro anos atrás e consegue repassar cerca de metade do aumento do custo aos compradores estrangeiros, diz o gerente da fábrica, Li Jingjian. Ele diz que tem de aumentar os salários porque tem dificuldade em manter os trabalhadores em meio à crescente escassez de mão de obra nas fábricas chinesas.Cada vez mais jovens chineses estão desprezando o trabalho de fábrica, buscando empregos de escritório que requerem menos esforço manual e trabalho em indústrias que pagam melhor, como a eletrônica.Outro fator é a política de um filho da China. "Ninguém quer que seu único filho trabalhe numa fábrica", diz Li.O mercado de trabalho chinês pode ficar ainda mais difícil nos próximos anos por causa da demografia. Os chineses com menos de 14 anos eram 23% da população uma década atrás, mas agora são apenas 16,6%, o que quer dizer que a parcela da população que entra na força de trabalho está encolhendo.

Brasil, a nova fazenda do mundo`

Brasil, a nova fazenda do mundo` "Brasil, a nova fazenda do mundo". Foi com essa machete de página do jornal francês "Le Monde" que os ministros de Agricultura dos principais países desenvolvidos e emergentes desembarcaram ontem, em Paris, para o primeiro "G-20 agrícola", com reuniões hoje e amanhã.O influente periódico ilustrava a percepção de que "o Brasil será um dos pesos pesados do encontro", diante de sua "irresistível ascensão". Já líder no comércio de açúcar, café, suco de laranja e carnes, o Brasil, estima-se, poderá assumir a liderança do setor "nos próximos dez anos".Os protagonistas agrícolas chegam à reunião do G-20 divididos sobre como responder às fortes altas dos preços dos alimentos. O comunicado final, como sempre acontece nesse tipo de reunião, deverá deixar de lado as polêmicas. A começar por controle de preços, sem chance de ser aceita por países exportadores.Tampouco se espera que o G-20 decida pela eliminação de subsídios na produção de biocombustíveis ou no comércio mundial. O Brasil não subsidia o etanol, mas EUA e Canadá, sim - apesar da recente decisão do Senado americano de retirar o apoio, medida que ainda terá de passar por outras aprovações. Para o Brasil, não tem sentido a alegação de algumas organizações multilaterais de que é impossível elevar a produção de biocombustíveis e alimentos ao mesmo tempo. O país acredita estar provando o contrário.Também não há possibilidade de ir adiante a ideia de proibir os países de aplicarem impostos às exportações, ou mesmo de restringi-los. O texto final trará um acordo apenas sobre a proibição nas exportações "não comerciais ou humanitárias".Os assessores dos ministros vão começar a negociação final do plano de ação contra a volatilidade dos preços dos alimentos nesta quarta-feira às 8 horas da manhã, e podem se estender até a noite. Os franceses apontam divergências sobre a entrega de dados de estoques por parte de China e India, resistência dos britânicos e australianos sobre a regulamentação dos mercados futuros e desencontros sobre a restrição das exportações de alimentos.Os custos das matérias-primas são o vilão no curto prazo. Mas o Brasil tem insistido que a questão é mais ampla e envolve desde o efeito perverso dos subsídios dos países desenvolvidos, que derrubam os preços e quebram a produção nos países pobres, até a baixa produtividade dessas nações por força de programas de ajuste impostos de fora.Para se ter uma ideia dos desafios, o rascunho do comunicado dos ministros destacará que, para alimentar uma população mundial de 9,1 bilhões de pessoas em 2050, a produção agrícola precisará crescer 70% no período - quase 100% nos países em desenvolvimento. Isso requer um conjunto de medidas para elevar a produção, a produtividade e a eficiência dos recursos. E o Brasil é central.Beneficiado pelos altos preços das commodities agrícolas e com candidato à direção geral da FAO, o braço de agricultura e alimentação da ONU, o Brasil sinaliza com planos de ampliar a cooperação agrícola em países africanos. A ideia é desenvolver projetos que garantam uma cesta de alimentos básicos, ao invés de se concentrar em produção destinada à exportação."Queremos ampliar a cobertura temática e geográfica da cooperação e ajudar a desenvolver e a diversificar a produção africana, aproveitando nossa experiência em áreas como o Cerrado", disse o embaixador brasileiro na Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevedo. O representante brasileiro diz que isso ocorre no rastro do êxito da cooperação na melhora da produção de algodão com os quatro grandes produtores africanos - Mali, Benin, Chade e Burkina Faso.Na sexta-feira, em Roma, nada menos do que cinco ministros brasileiros deverão participar de seminário organizado pelo Itamaraty destinado a países africanos e do Caribe, as vésperas da eleição para a direção-geral da FAO. Os países africanos serão decisivos na eleição. A expectativa é que o candidato brasileiro José Graziano da Silva tenha apoio também na Africa.

A geopolític​a anglo-amer​icana

A geopolítica anglo-americana "Venho hoje reafirmar uma das mais antigas, uma das mais fortes alianças que o mundo já viu. Há muito é dito que os Estados Unidos e a Grã Bretanha compartilham de uma relação especial". Presidente Barack Obama: "Discurso no Parlamento Britânico", em 25 de maio de 2011Existe uma ideia generalizada de que a Geopolítica é uma "ciência alemã", quando na verdade ela não é nem uma ciência, muito menos alemã. Ao contrário da Geografia Política, que é uma disciplina que estuda as relações entre o espaço e a organização dos estados, a Geopolítica é um conhecimento estratégico e normativo que avalia e redesenha a própria geografia, a partir de algum projeto de poder específico, defensivo ou expansivo. O "Oriente Médio", por exemplo, não é um fenômeno geográfico, é uma região criada e definida pela política externa inglesa do século XIX, assim como o "Grande Médio Oriente", é um sub produto geográfico da "guerra global ao terrorismo", do governo Bush, do início do século XXI. Por outro lado, a associação incorreta da Geopolítica com a história da Alemanha se deve à importância que as ideias de Friederich Ratzel (1844-1904) e Karl Haushofer (1869-1946) tiveram - direta ou indiretamente - no desenho estratégico dos desastrosos projetos expansionistas da Alemanha de Guilherme II (1888-1918) e de Adolf Hitler (1933-1945). Apesar disso, as teorias desses dois geógrafos transcenderam sua origem alemã e ideias costumam reaparecer nas discussões geopolíticas de países que compartilham o mesmo sentimento de cerco militar e inferioridade na hierarquia internacional. Mas a despeito disso, foi na Inglaterra e nos Estados Unidos que se formularam as teorias e estratégias geopolíticas mais bem sucedidas da história moderna.Foi na Inglaterra e nos EUA que se formularam as teorias geopolíticas mais bem sucedidas da história modernaSir Walter Raleigh (1554-1618), conselheiro da rainha Elizabeth I, definiu no fim do século XVI o princípio geopolítico que orientou toda a estratégia naval da Inglaterra até o século XIX. Segundo Raleigh, "quem tem o mar, tem o comércio do mundo, tem a riqueza do mundo; e quem tem a riqueza do mundo, tem o próprio mundo". Muito mais tarde, quando a marinha britânica já controlava quase todos os mares do mundo, o geógrafo inglês, Halford Mackinder (1861-1947), formulou um novo princípio e uma nova teoria geopolítica, que marcaram a política externa inglesa do século XX. Segundo Mackinder, "quem controla o 'coração do mundo' comanda a 'ilha do mundo', e quem controla a ilha do mundo comanda o mundo". A "ilha do mundo" seria o continente eurasiano, e o seu "coração" estaria situado - mais ou menos - entre o Mar Báltico e o Mar Negro, e entre Berlim e Moscou. Por isso, para Mackinder, a maior ameaça ao poder da Inglaterra seria que a Alemanha ou a Rússia conseguissem monopolizar o poder dentro do continente eurasiano. Uma ideia-força que moveu a Inglaterra nas duas Guerras Mundiais e que levou Winston Churchill a propor- em 1946- a criação da "Cortina de Ferro" que deu origem à Guerra FriaDo lado americano, o formulador geopolítico mais importante da primeira metade do século XX, foi o Almirante Alfred Mahan (1840-1914), amigo e conselheiro do presidente Theodor Roosevelt, desde antes da invenção da Guerra Hispano-Americano, no final do século XIX. A tese geopolítica fundamental de Mahan, sobre a "importância do poder naval na história", não tem nenhuma originalidade. Repete Walter Raleigh, e reproduz a história da marinha britânica. E o mesmo acontece com as ideias de Nicholas Spykman (1893-1943), o geopolítico que mais influenciou a estratégia internacional dos EUA na segunda metade do século XX. Spykman desenvolve e muda um pouco a teoria de Mackinder, mas chega quase às mesmas conclusões e propostas estratégicas. Para conquistar e manter o poder mundial, depois da Segunda Guerra, Spykman recomenda que os EUA ocupem o "anel" que cerca a Rússia, do Báltico até a China, aliando-se com a Grã Bretanha e a França, na Europa, e com a China, na Ásia. No cômputo final, o que diferencia a geopolítica anglo-americana é a sua pergunta fundamental: "que partes do mundo há que controlar, para dominar o mundo". Ou seja, uma pergunta ofensiva e global, ao contrário dos países que se propõem apenas a conquista e o controle de "espaços vitais" regionais. Além disso, a Inglaterra e os EUA ganharam, e no início do século XXI, mantém sua aliança de ferro com o Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia: derrotaram e cercaram a Rússia; mantém seu protetorado atômico sobre a Alemanha e o Japão; expandiram sua parceria e seu cerco preventivo da China; estão refazendo seu controle da África; e mantém a América Latina sob a supervisão da sua IV Frota Naval. E acabam de reafirmar sua decisão de manter sua liderança geopolítica mundial. Existe, entretanto, uma grande incógnita no horizonte geopolítico anglo-americano. Uma vez conquistado o poder global, é indispensável expandi-lo, para mantê-lo. Mas, para onde expandi-lo? José Luís Fiori é professor titular e coordenador do Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional da UFRJ

Safra grande e demanda fraca derrubam algodão - 22/06

Safra grande e demanda fraca derrubam algodão O arrefecimento da demanda por algodão no Brasil e a entrada da safra trouxeram os preços do produto no mercado interno para os menores níveis desde 22 de setembro do ano passado. Pelo segundo dia consecutivo, a pluma fechou a R$ 2,05 por libra-peso, de acordo com levantamento da Safras & Mercado. Desde que os preços atingiram níveis recordes no mercado doméstico - puxados pela guinada das cotações internacionais -, as fiações e tecelagens vêm tendo dificuldades de repassar a alta de seus custos e, por isso, vêm reduzindo o ritmo de atividade. Por conta desse cenário, as indústrias desse segmento já preveem voltar ao patamar de consumo da pluma registrados em 2003, na casa dos 800 mil toneladas.Como o crescimento maior de produção no Brasil - a estimativa da Conab é de aumento de 71% -, a correção dos preços para baixo foi mais intensa no mercado interno do que na bolsa de Nova York, explica o analista da Safras & Mercado, Élcio Bento. Desde que o movimento de recuo dos preços começou - por volta de 1 de abril -, a retração já alcançou 44% no mercado interno. No mesmo intervalo, as cotações na bolsa americana recuaram bem menos, 32,44%.Ainda segundo a Conab, a área plantada com algodão no Brasil, que começa a ser colhida neste mês, cresceu 66,4% para 1,39 milhão de hectares. Na média mundial, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), essa área crescerá 14,5%.Ao mesmo tempo em que a produção cresce a níveis recordes no Brasil, ainda não se sabe se a demanda interna vai crescer ou sequer repetir o desempenho do ano passado, observa Bento.A Conab prevê que o saldo entre produção e consumo no Brasil será de 986 mil toneladas, um dos mais altos da história. O número considera uma produção recorde de 2,05 milhões de toneladas e um consumo interno de 1,065 milhão de toneladas.Mas a indústria têxtil, após os elevados custos de aquisição de matéria-prima nos últimos 12 meses, pode não conseguir manter o robusto consumo de 1,065 milhão de toneladas da fibra, avalia Ivan Bezerra Filho, vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit).Ele estima que o consumo da pluma este ano ficará no patamar de 800 mil toneladas, 24,8% abaixo do estimado pela Conab. A última vez que as indústrias têxteis nacionais tiveram esse nível de demanda foi em 2003. Assim, o saldo entre oferta e demanda pode saltar para 1,2 milhão de toneladas. As exportações de algodão também devem ser recordes e atingir 600 mil toneladas, ante as 450 mil toneladas de 2010, segundo a consultoria. Mas, ainda assim, os estoques finais da pluma devem aumentar, das 106 mil toneladas da temporada 2009/10 para 602 mil toneladas na safra 2010/11, caso o consumo seja de 1,065 milhão de toneladas, como estima a Conab. Mas se a demanda da indústria, de fato, ficar em 800 mil toneladas, o estoque de passagem pode subir para 802 mil toneladas, o que deve influenciar os preços no Brasil.Bezerra explica que atualmente dez fiações, do total de quarenta existentes no país, estão em férias coletivas, algumas já pelo segundo mês consecutivo. "Atualmente, a libra-peso no mercado interno está na casa dos R$ 2, mas chegou a bater R$ 4. Esses preços muito elevados deixaram muitas indústrias em dificuldades financeiras", afirma Bezerra.O encolhimento ocorre em toda a cadeia têxtil, desde a fiação, afetada pela alta do algodão, até a confecção, fortemente impactada pelo câmbio e facilidades de importação, afirma Bezerra.