Café despenca na ICE Futures e rompe suporte de 256,00 centavos
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com fortes perdas, depois de testar e romper o nível de suporte em 256,60 e 256,00 centavos por libra. Em um dia efetivamente negativo, com perdas consideráveis para as commodities e com ligeira recuperação do dólar, o café ainda conseguiu demonstrar alguma segurança na primeira parte do dia, com a manutenção de alguns intervalos. Na seqüência, no entanto, novas ordens de venda passaram a ser emitidas e o suporte foi testado por duas vezes, sendo que, na última delas, o rompimento se efetivou e as perdas se consolidaram de forma acentuada, com as cotações atingindo o menor patamar desde a segunda semana de fevereiro. Tecnicamente, o mercado volta a dar demonstrações baixistas, com as médias móveis, principalmente de prazos mais curtos, não conseguindo ser superadas e, com isso, a pressão vendedora se acentua. Alguns operadores já trabalham com projeções de novas baixas, provavelmente com o mercado tendendo a buscar um intervalo no range de 230,00 centavos por libra.
Operadores destacaram que muitos players estão atentos ao clima no Brasil. É esperada a chega, nos próximos dias, de uma massa de ar polar ao centro-sul do país, sendo que as temperaturas deverão recuar significativamente. No entanto, os institutos de meteorologia não indicam a possibilidade de geadas consistentes, mas o monitoramento sobre o frio tem sido constante. O fenômeno "La Niña" praticamente deixou de atuar sobre a América do Sul o que, segundo especialistas, pode deixar aberta a possibilidade de penetração de massas de ar frio de maior intensidade.
No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve perda de 865 pontos com 255,95 centavos, sendo a máxima em 264,90 e a mínima em 255,25 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação negativa de 845 pontos, com a libra a 258,75 centavos, sendo a máxima em 268,00 e a mínima em 258,60 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou baixa de 40 dólares, com 2.562 dólares por tonelada, com o setembro tendo desvalorização de 41 dólares, com 2.595 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi iniciado com uma pequena sensação negativa, que se ampliou fortemente, permitiu o rompimento de suportes e se tornou ainda mais intensa no after-hours. Para esses analistas, a tendência baixista volta a ganhar força, após alguns dias "adormecida". "Verificamos um comportamento consideravelmente vendedor de especuladores e fundos e não conseguimos manter um intervalo básico no nível de 260,00 centavos. Caímos forte por fatores técnicos e também refletindo um dia ruim para a economia", sustentou um trader, que lembrou que a maior parte dos mercados recuaram, refletindo dados que indicaram desaceleração na atividade manufatureira nos Estados Unidos e um crescimento muito mais fraco que o esperado no número de empregos no setor privado norte-americano.
Os preços do café podem manter um patamar alto, mesmo com a pressão recente e também com a pressão que deverá vir nos próximos anos, com a entrada em produção dos novos plantios, que foram estimulados na bonança recente. "No longo prazo, o café ainda vai ser um mercado altista. A demanda vai ultrapassar a oferta no longo prazo", disse Nick Gentile, diretor de trading do fundo Atlantic Capital Advisors, em Nova Jersey.
A Organização Internacional do Café estima um aumento do consumo global de café de 2,4%, para um recorde de 134 milhões de sacas em 2010, enquanto a produção mundial em 2010/2011 é prevista em 133 milhões de sacas. "Quando você investe hoje, leva um tempo de três anos no mínimo para ter um retorno do investimento", disse o economista-chefe da OIC, Denis Seudieu. "Baseado nessa hipótese, os preços relativamente altos vão precisar ser mantidos por mais dois anos, pois a resposta da oferta leva tempo."
As exportações de café totais da Índia, entre janeiro e maio, tiveram aumento de 43%, indo para 181.308 toneladas métricas. As remessas de arábica tiveram aumento de 45%, com 37.713 toneladas, ao passo que os embarques de robusta subiram 49%, com 101.150 toneladas, indicou o Escritório de Café da Índia. Desde o início da atual safra, em outubro passado, o país registrou a exportação de 247.372 toneladas de café, contra 171.704 toneladas do mesmo mês do ano anterior.
As exportações de café do Brasil em maio, até o dia 30, somaram 1.960.583 sacas, contra 2.091.407 sacas registradas no mesmo período de abril, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 5.109 sacas indo para 1.669.652 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 40.016 lotes, com as opções tendo 3.911 calls e 6.645 puts. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 264,90-265,00, 265,50, 266,00, 266,50, 267,00, 267,50, 268,00, 268,50, 269,00, 269,50 e 269,90-270,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 255,25, 255,00, 254,50, 254,00, 253,50, 253,00, 252,50, 252,00, 251,50, 251,00 e 250,50 centavos por libra.
quarta-feira, 1 de junho de 2011
"Saia da festa antes da bolha brasileira explodir", diz artigo do FT
"Saia da festa antes da bolha brasileira explodir", diz artigo do FT
Texto no Financial Times aponta suposta bolha em formação no Brasil e aconselha presidente Dilma Roussef a procurar "medidas efetivas, ainda que impopulares", para evitar o pior
São Paulo – É melhor abandonar as apostas na economia brasileira enquanto não é tarde demais. A recomendação bastante clara e um tanto amedrontadora é de articulista do Financial Times em artigo na edição desta quarta-feira (1). O texto publicado na seção Opinião do jornal britânico afirma que não haveria duvidas de que a economia nacional está superaquecida e caminha rumo à bolha.
Assinado por Moisés Naim, ex-editor-chefe da revista Foreign Policy e hoje associado da Carnegie Endowment for International Peace, o artigo tenta provar que a mistura de moeda forte, consumo e crédito fortalecidos, pleno emprego e euforia dos investidores estrangeiros é uma bomba-relógio.
“A demanda crescente torna tudo mais caro. De fato, enquanto o Brasil continua a ser um país muito pobre, é atualmente um dos mais caros do mundo”, diz Naim. O articulista cita como exemplos preocupantes os preços de imóveis do Rio de Janeiro e São Paulo, que teriam dobrado desde 2008, os aluguéis de escritórios no Rio de Janeiro mais caros que Nova York, e a inflação acelerada, que já entrou na mira da preocupação governamental. “Tudo isso junto aparenta não apenas um superaquecimento, mas o preocupante começo de uma bolha”, resume Naim.
O articulista acredita que a presidente Dilma Rousseff deva “tomar medidas hoje para desaquecer a economia, mesmo que isso envolva decisões impopulares”. Caso ela não aja agora, diz o autor, “os mercados financeiros irão, no momento apropriado, impor as correções necessárias de um modo mais brutal".
A crise que aguarda na esquina já foi vista antes, diz Naim, em situações como as do México, da Rússia e das economias asiáticas em rápido crescimento. Por fim, o artigo encerra tão enfático e incisivo quanto começou: “Exuberância e complacência são os dois inimigos ameaçando o atual sucesso do Brasil”.
Texto no Financial Times aponta suposta bolha em formação no Brasil e aconselha presidente Dilma Roussef a procurar "medidas efetivas, ainda que impopulares", para evitar o pior
São Paulo – É melhor abandonar as apostas na economia brasileira enquanto não é tarde demais. A recomendação bastante clara e um tanto amedrontadora é de articulista do Financial Times em artigo na edição desta quarta-feira (1). O texto publicado na seção Opinião do jornal britânico afirma que não haveria duvidas de que a economia nacional está superaquecida e caminha rumo à bolha.
Assinado por Moisés Naim, ex-editor-chefe da revista Foreign Policy e hoje associado da Carnegie Endowment for International Peace, o artigo tenta provar que a mistura de moeda forte, consumo e crédito fortalecidos, pleno emprego e euforia dos investidores estrangeiros é uma bomba-relógio.
“A demanda crescente torna tudo mais caro. De fato, enquanto o Brasil continua a ser um país muito pobre, é atualmente um dos mais caros do mundo”, diz Naim. O articulista cita como exemplos preocupantes os preços de imóveis do Rio de Janeiro e São Paulo, que teriam dobrado desde 2008, os aluguéis de escritórios no Rio de Janeiro mais caros que Nova York, e a inflação acelerada, que já entrou na mira da preocupação governamental. “Tudo isso junto aparenta não apenas um superaquecimento, mas o preocupante começo de uma bolha”, resume Naim.
O articulista acredita que a presidente Dilma Rousseff deva “tomar medidas hoje para desaquecer a economia, mesmo que isso envolva decisões impopulares”. Caso ela não aja agora, diz o autor, “os mercados financeiros irão, no momento apropriado, impor as correções necessárias de um modo mais brutal".
A crise que aguarda na esquina já foi vista antes, diz Naim, em situações como as do México, da Rússia e das economias asiáticas em rápido crescimento. Por fim, o artigo encerra tão enfático e incisivo quanto começou: “Exuberância e complacência são os dois inimigos ameaçando o atual sucesso do Brasil”.
Robusta Coffee Crop in Brazil State May Be Larger, Cepea Says - 01/06/2011
The robusta coffee crop in Espirito Santo, Brazil’s main robusta-producing state, may be as much as 2 million bags larger than the government’s estimate of 8.1 million bags, according to Cepea, a University of Sao Paulo research group.
Cepea analyst Margarete Boteon cited the company’s survey of local agents for the estimate, and didn’t give a reason for the difference. Robusta coffee prices in Brazil have climbed as demand in the domestic and international markets is higher than supply, Boteon said. Demand for robusta beans has increased partly because of higher prices for arabica beans, she said.
Arabica coffee futures have risen 93 percent in New York over the past year, while robusta beans have climbed 92 percent in London. Brazil is the second-largest grower of robusta beans, after Vietnam. Arabica beans are grown mostly in Latin America and robustas are mostly in Asia and Africa, as well as Brazil.
Cepea analyst Margarete Boteon cited the company’s survey of local agents for the estimate, and didn’t give a reason for the difference. Robusta coffee prices in Brazil have climbed as demand in the domestic and international markets is higher than supply, Boteon said. Demand for robusta beans has increased partly because of higher prices for arabica beans, she said.
Arabica coffee futures have risen 93 percent in New York over the past year, while robusta beans have climbed 92 percent in London. Brazil is the second-largest grower of robusta beans, after Vietnam. Arabica beans are grown mostly in Latin America and robustas are mostly in Asia and Africa, as well as Brazil.
Colombia coffee harvest reviving as rust retreats
Colombia coffee harvest reviving as rust retreats
Colombia's fight against coffee rust, whose spread is being exacerbated by climate change, is paying off "impressively", with a recovery in output to regain the country its third rank among producers of the bean.
Colombia's coffee output, essentially all of the arabica variety traded in New York, will rebound 9.5m bags in the 2010-11 season, which began in October, equivalent to a 17% rise and more than previously expected, US Department of Agriculture officials in Bogota said.
The USDA has pencilled in an official forecast of 9.0m bags.
And the recovery will continue in 2011-12, driving production to a four-year high of 10.5m bags, and sufficient to support exports of 9.8m bags – up by 30% from last season's 33-year low.
The improved prospects, which would prove sufficient to see Colombia climb back above Indonesia in the coffee producers' league, assumes a return to normal weather, after the extremes of recent season, but also reflects hopes for a drive to replant farms with trees resistant to the rust fungus.
'Impressive results'
The drive, which has taken to one-third the proportion of Colombia's coffee area planted with rust-resistant trees, has already fostered a 30% jump in the country's production, and output, so far in 2010-11.
Higher sales of fertilizer and agrichemicals, which have risen 30% as farmers have sought to cash in on higher prices, have also enhanced yields.
International market prices of Colombia coffee, for which the US is the top export destination, hit a record $3.32 a pound early in May, up from an April average of $2.94 a pound, and an average of $2.09 a pound in 2010.
But it is on the replanting, which aims to reach 98% of total area by 2010, that Colombia's coffee fortunes "primarily" rest, given the losses still blighting plantations yet to be redeveloped.
"So far the results are impressive," the USDA attaches said.
Weather and climate
Colombia's sharp decline in coffee output from a high of 12.5m tonnes in 2008-09 reflects largely short-term, volatile weather blamed on the El Nino and La Nina patterns.
Last year, for instance, cursed farmers with drought for the first six months, encouraging coffee cherry borer beetles, and extreme rainfall in the second half, which favoured the spread of rust.
However, longer term climate change also "plays a big role", the attaches said, noting Colombian government findings that disease outbreaks were increasing as average temperatures rise.
Colombia coffee estimates 2011-12 and, (year-on-year change)
Production: 10.5m bags, (+10.5%)
Exports: 9.8m bags, (+6.5%)
Year end stocks: 200,000 bags, (-14.5%)
Source: USDA attache report
Colombia's fight against coffee rust, whose spread is being exacerbated by climate change, is paying off "impressively", with a recovery in output to regain the country its third rank among producers of the bean.
Colombia's coffee output, essentially all of the arabica variety traded in New York, will rebound 9.5m bags in the 2010-11 season, which began in October, equivalent to a 17% rise and more than previously expected, US Department of Agriculture officials in Bogota said.
The USDA has pencilled in an official forecast of 9.0m bags.
And the recovery will continue in 2011-12, driving production to a four-year high of 10.5m bags, and sufficient to support exports of 9.8m bags – up by 30% from last season's 33-year low.
The improved prospects, which would prove sufficient to see Colombia climb back above Indonesia in the coffee producers' league, assumes a return to normal weather, after the extremes of recent season, but also reflects hopes for a drive to replant farms with trees resistant to the rust fungus.
'Impressive results'
The drive, which has taken to one-third the proportion of Colombia's coffee area planted with rust-resistant trees, has already fostered a 30% jump in the country's production, and output, so far in 2010-11.
Higher sales of fertilizer and agrichemicals, which have risen 30% as farmers have sought to cash in on higher prices, have also enhanced yields.
International market prices of Colombia coffee, for which the US is the top export destination, hit a record $3.32 a pound early in May, up from an April average of $2.94 a pound, and an average of $2.09 a pound in 2010.
But it is on the replanting, which aims to reach 98% of total area by 2010, that Colombia's coffee fortunes "primarily" rest, given the losses still blighting plantations yet to be redeveloped.
"So far the results are impressive," the USDA attaches said.
Weather and climate
Colombia's sharp decline in coffee output from a high of 12.5m tonnes in 2008-09 reflects largely short-term, volatile weather blamed on the El Nino and La Nina patterns.
Last year, for instance, cursed farmers with drought for the first six months, encouraging coffee cherry borer beetles, and extreme rainfall in the second half, which favoured the spread of rust.
However, longer term climate change also "plays a big role", the attaches said, noting Colombian government findings that disease outbreaks were increasing as average temperatures rise.
Colombia coffee estimates 2011-12 and, (year-on-year change)
Production: 10.5m bags, (+10.5%)
Exports: 9.8m bags, (+6.5%)
Year end stocks: 200,000 bags, (-14.5%)
Source: USDA attache report
O projeto dos 5 milhões de investidores da BM&FBovespa
O projeto dos 5 milhões de investidores da BM&FBovespa
Acho que o projeto da BM&FBovespa para aumentar o número de investidores pessoa
física dos atuais 600 mil para cinco milhões até 2015 está fadado ao fracasso.
Desde que começou a campanha institucional com Pelé, o rei do futebol, como
garoto propaganda, o numero de investidores cadastrados só fez cair. É
coincidência? Acho que sim.
É bem verdade que Pelé e bolsa de valores combinam tanto quanto o doutor
Drauzio Varella e propaganda de motocicleta. Mas o número de investidores
diminui porque a bolsa vem caindo nos últimos tempos - e nós só compramos na
alta.
O brasileiro sabe pouco sobre bolsa de valores ou investimentos. Somos mal
educados, culturalmente falando. Não respeitamos o sinal, o estacionamento para
deficientes, o lugar no metrô para os idosos, e até na caminhada matinal não
conseguimos ficar muito tempo do lado direito.
Outro dia no metrô, eu ia pelas escadas rolantes e o lado esquerdo parado
obrigava as pessoas a subirem os degraus pelo lado direito. Quando passei pelo
rapaz que tranquilamente descansava, até porque a escada é rolante para isto,
lhe falei que para ficar parado o lado certo era o da direita. Ele se limitou a
dizer que estava no seu direito de ficar onde bem entendesse e que não tinha
que dar satisfações a ninguém.
E essa é a nossa mentalidade. Achamos que ser livres e desenvolvidos é ter
nossas próprias regras, é fazer o que der na telha. E por que não, já que no
Planalto Central as coisas funcionam exatamente dessa maneira?
Voltando ao assunto, não existe qualquer projeto de educação financeira em
nível institucional no Brasil. A BM&FBovespa apenas ensina a como comprar
ações. Estamos crescendo e copiando modelos sem saber por que e para quê
servem, e sequer seus prós e contras.
As corretoras se engalfinham tentando laçar clientes com cursinhos relâmpagos
nos quais mostram sub-repticiamente que a bolsa é apenas para os vencedores, os
sortudos e os imediatistas.
O home broker existe para o cliente que gira muito a sua carteira, não para
investidor. O poder de comprar e vender sem nenhuma interferência dá a falsa
impressão de que ganhar é fácil e rápido. O "investidor" é aquele que escolhe
criteriosamente suas empresas, compra as ações e espera não só a valorização,
mas principalmente os dividendos.
Mas ainda vemos estudos recentes que mostram que o Rio de Janeiro tem o
penúltimo pior nível de ensino brasileiro e que o país, apesar de possuir o
sétimo PIB mundial, está entre os 15 piores países em um universo de 65 quando
o assunto é educação.
É verdade que não adianta ensinar educação financeira para quem não tem
dinheiro e não sabe fazer conta. Temos que aprender muitas outras coisas antes
de saber a diferença entre investir e especular. Na minha opinião, a
BM&FBovespa deveria mandar o Pelé vender qualquer outra coisa e se engajar numa
política mais séria voltada para o investidor e não para as instituições
financeiras.
O tema da campanha da BM&FBovespa " Seja sócio das melhores empresas" é ótimo e
pode ser desenvolvido, desde que com mais paciência e visão de longo prazo.
Pois esta atual visão imediatista tanto da bolsa como das corretoras fará
inevitavelmente que, em 2015, tenhamos menos de 500 mil investidores e quase
nenhuma corretagem para dividir entre os "players".
Uma parceria com o Ministério da Educação para incluir a educação financeira na
grade de ensino, desde o fundamental até o ensino superior, deveria ser
primordial. Temos que introduzir a cultura da poupança em vez de apenas
incentivar a gastança e o endividamento.
Devemos formar investidores em empresas e não aplicadores em bolsa de valores.
O investidor que opta por receber dividendos, que é a parcela do lucro da
empresa que reverte ao acionista, não fica girando sua carteira no mercado
diariamente. Uma boa base de investidores poderá dar sustentação para um
crescimento consistente no número de novos cadastros e quem sabe conseguir
chegar perto de dois milhões até 2015.
Enquanto não tivermos uma campanha séria, de longo prazo e isenta, o universo
de investidores crescerá, na melhor das hipóteses, a taxas vegetativas, e nem a
seleção brasileira completa de 70 conseguirá o milagre dos cinco milhões em
ações.
Fernando Leitão da Cunha é diretor de renda variável da HOYA C.V.C. Ltda.
E-mail fernandoleitao@hoya.com.br
Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O
jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações
acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas
informações.
Acho que o projeto da BM&FBovespa para aumentar o número de investidores pessoa
física dos atuais 600 mil para cinco milhões até 2015 está fadado ao fracasso.
Desde que começou a campanha institucional com Pelé, o rei do futebol, como
garoto propaganda, o numero de investidores cadastrados só fez cair. É
coincidência? Acho que sim.
É bem verdade que Pelé e bolsa de valores combinam tanto quanto o doutor
Drauzio Varella e propaganda de motocicleta. Mas o número de investidores
diminui porque a bolsa vem caindo nos últimos tempos - e nós só compramos na
alta.
O brasileiro sabe pouco sobre bolsa de valores ou investimentos. Somos mal
educados, culturalmente falando. Não respeitamos o sinal, o estacionamento para
deficientes, o lugar no metrô para os idosos, e até na caminhada matinal não
conseguimos ficar muito tempo do lado direito.
Outro dia no metrô, eu ia pelas escadas rolantes e o lado esquerdo parado
obrigava as pessoas a subirem os degraus pelo lado direito. Quando passei pelo
rapaz que tranquilamente descansava, até porque a escada é rolante para isto,
lhe falei que para ficar parado o lado certo era o da direita. Ele se limitou a
dizer que estava no seu direito de ficar onde bem entendesse e que não tinha
que dar satisfações a ninguém.
E essa é a nossa mentalidade. Achamos que ser livres e desenvolvidos é ter
nossas próprias regras, é fazer o que der na telha. E por que não, já que no
Planalto Central as coisas funcionam exatamente dessa maneira?
Voltando ao assunto, não existe qualquer projeto de educação financeira em
nível institucional no Brasil. A BM&FBovespa apenas ensina a como comprar
ações. Estamos crescendo e copiando modelos sem saber por que e para quê
servem, e sequer seus prós e contras.
As corretoras se engalfinham tentando laçar clientes com cursinhos relâmpagos
nos quais mostram sub-repticiamente que a bolsa é apenas para os vencedores, os
sortudos e os imediatistas.
O home broker existe para o cliente que gira muito a sua carteira, não para
investidor. O poder de comprar e vender sem nenhuma interferência dá a falsa
impressão de que ganhar é fácil e rápido. O "investidor" é aquele que escolhe
criteriosamente suas empresas, compra as ações e espera não só a valorização,
mas principalmente os dividendos.
Mas ainda vemos estudos recentes que mostram que o Rio de Janeiro tem o
penúltimo pior nível de ensino brasileiro e que o país, apesar de possuir o
sétimo PIB mundial, está entre os 15 piores países em um universo de 65 quando
o assunto é educação.
É verdade que não adianta ensinar educação financeira para quem não tem
dinheiro e não sabe fazer conta. Temos que aprender muitas outras coisas antes
de saber a diferença entre investir e especular. Na minha opinião, a
BM&FBovespa deveria mandar o Pelé vender qualquer outra coisa e se engajar numa
política mais séria voltada para o investidor e não para as instituições
financeiras.
O tema da campanha da BM&FBovespa " Seja sócio das melhores empresas" é ótimo e
pode ser desenvolvido, desde que com mais paciência e visão de longo prazo.
Pois esta atual visão imediatista tanto da bolsa como das corretoras fará
inevitavelmente que, em 2015, tenhamos menos de 500 mil investidores e quase
nenhuma corretagem para dividir entre os "players".
Uma parceria com o Ministério da Educação para incluir a educação financeira na
grade de ensino, desde o fundamental até o ensino superior, deveria ser
primordial. Temos que introduzir a cultura da poupança em vez de apenas
incentivar a gastança e o endividamento.
Devemos formar investidores em empresas e não aplicadores em bolsa de valores.
O investidor que opta por receber dividendos, que é a parcela do lucro da
empresa que reverte ao acionista, não fica girando sua carteira no mercado
diariamente. Uma boa base de investidores poderá dar sustentação para um
crescimento consistente no número de novos cadastros e quem sabe conseguir
chegar perto de dois milhões até 2015.
Enquanto não tivermos uma campanha séria, de longo prazo e isenta, o universo
de investidores crescerá, na melhor das hipóteses, a taxas vegetativas, e nem a
seleção brasileira completa de 70 conseguirá o milagre dos cinco milhões em
ações.
Fernando Leitão da Cunha é diretor de renda variável da HOYA C.V.C. Ltda.
E-mail fernandoleitao@hoya.com.br
Este artigo reflete as opiniões do autor, e não do jornal Valor Econômico. O
jornal não se responsabiliza e nem pode ser responsabilizado pelas informações
acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas
informações.
As falhas do governo no debate do Código Florestal
Mais do que exprimir uma feroz disputa entre parlamentares ruralistas e
ambientalistas, a votação da reforma do Código Florestal na Câmara mostrou as
dificuldades do Palácio do Planalto em coordenar a miríade de interesses
partidários em sua coalizão partidária no Congresso.
Se a votação do novo valor do salário mínimo, em março, já não prenunciava céu
de brigadeiro para o governo, que foi obrigado a driblar velhas insatisfações
no varejo parlamentar, a abordagem da Presidência no caso do código deu motivos
a uma rebelião em sua confortável maioria na Câmara, em boa parte composta por
deputados ligados ao campo.
O equívoco inicial do governo foi ter apostado que a lentidão do rito
parlamentar jogaria a seu favor. Não jogou. Nas mãos de um dos mais tarimbados
integrantes da Casa, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o texto ganhou vida
própria ao longo dos meses de audiências públicas promovidas pela comissão
especial do código. Em dezenas de viagens país afora, os deputados criaram um
consenso sobre a necessidade de reformar a lei ambiental, em vigor desde 1965.
Até mesmo ONGs ambientalistas concordaram. Mas o governo Dilma Rousseff não
agiu na comissão especial para circunscrever possíveis danos. Preferiu tratar o
tema apenas com técnicos dos Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura.
A presidente deixou a discussão avançar sem fazer a mediação entre as
representações parlamentares, ambas a serviço do governismo no Congresso.
Apostou na força de sua caneta, mas deixou brechas para a insurgência de sua
base. A política de nomeações "a conta-gotas" no segundo escalão e a retenção
dos recursos das emendas parlamentares estimulou animosidades entre aliados.
Se chegou tarde ao debate técnico sobre o novo código, o Planalto também atuou
mal ao pretender "zerar o jogo" quando as negociações políticas já estavam
adiantadas. A maior parte dos aliados do governo sentiu-se negligenciada pelo
Planalto em seus "sentimentos" ao ver rejeitado, na essência, o primeiro
projeto nascido da iniciativa da Câmara em muitos anos.
Acostumado ao conforto das medidas provisórias, o governo parece ter perdido a
embocadura para negociar grandes projetos do país. O discurso ameaçador do
líder governista, Cândido Vaccarezza (PT-SP), na tribuna da Câmara, na noite da
votação do código, traduziu a malsucedida tentativa de submissão dos aliados no
Congresso. A fragilidade política do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio
Palocci, arruinou a pouca interlocução remanescente entre deputados e governo.
Ao perceber que se ficasse com o governo perderia a votação, o líder do PMDB,
Henrique Alves (RN), encabeçou um "acordão" dos aliados, à exceção do PT, para
aprovar o texto redigido pelos deputados, e não pelo Planalto.
Muito além dos bastidores do Congresso, o que está em jogo no caso do Código
Florestal é a capacidade de interpretação da realidade pela gestão Dilma
Rousseff. O embate entre ruralistas e ambientalistas tem encoberto a real
dimensão da nova lei ambiental. Cabe ao governo restabelecer o mínimo de bom
senso na discussão das regras de preservação ambiental e a produção de
alimentos no país. A presidente interveio no debate muito tarde, e somente às
vésperas da votação na Câmara manifestou discordância sobre quais pontos não
admitia como parte do novo código. Até agora, porém, não apresentou ao país os
detalhes de sua proposta.
A presidente não obteve, até aqui, um consenso interno sobre a amplitude dos
benefícios às chamadas áreas de interesse social, utilidade pública e baixo
impacto ambiental, onde as atividades rurais serão permitidas e estimuladas.
Considera que a classe média urbana, sobretudo aquela franja emergente dos
grandes centros, tem especial apreço por medidas duras contra desmatamentos e
pela preservação da floresta. Mas também sabe da necessidade de garantir
alimento farto e barato aos novos consumidores em meio a um cenário de demanda
externa em alta, estoques mundiais em baixa e de inflação à espreita.
No Senado, onde sua base é, teoricamente, mais sólida, Dilma terá a chance de
dizer ao país qual marca pretende imprimir a seu governo em um momento de
encruzilhada ambiental e alimentar.
ambientalistas, a votação da reforma do Código Florestal na Câmara mostrou as
dificuldades do Palácio do Planalto em coordenar a miríade de interesses
partidários em sua coalizão partidária no Congresso.
Se a votação do novo valor do salário mínimo, em março, já não prenunciava céu
de brigadeiro para o governo, que foi obrigado a driblar velhas insatisfações
no varejo parlamentar, a abordagem da Presidência no caso do código deu motivos
a uma rebelião em sua confortável maioria na Câmara, em boa parte composta por
deputados ligados ao campo.
O equívoco inicial do governo foi ter apostado que a lentidão do rito
parlamentar jogaria a seu favor. Não jogou. Nas mãos de um dos mais tarimbados
integrantes da Casa, o deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o texto ganhou vida
própria ao longo dos meses de audiências públicas promovidas pela comissão
especial do código. Em dezenas de viagens país afora, os deputados criaram um
consenso sobre a necessidade de reformar a lei ambiental, em vigor desde 1965.
Até mesmo ONGs ambientalistas concordaram. Mas o governo Dilma Rousseff não
agiu na comissão especial para circunscrever possíveis danos. Preferiu tratar o
tema apenas com técnicos dos Ministérios do Meio Ambiente e da Agricultura.
A presidente deixou a discussão avançar sem fazer a mediação entre as
representações parlamentares, ambas a serviço do governismo no Congresso.
Apostou na força de sua caneta, mas deixou brechas para a insurgência de sua
base. A política de nomeações "a conta-gotas" no segundo escalão e a retenção
dos recursos das emendas parlamentares estimulou animosidades entre aliados.
Se chegou tarde ao debate técnico sobre o novo código, o Planalto também atuou
mal ao pretender "zerar o jogo" quando as negociações políticas já estavam
adiantadas. A maior parte dos aliados do governo sentiu-se negligenciada pelo
Planalto em seus "sentimentos" ao ver rejeitado, na essência, o primeiro
projeto nascido da iniciativa da Câmara em muitos anos.
Acostumado ao conforto das medidas provisórias, o governo parece ter perdido a
embocadura para negociar grandes projetos do país. O discurso ameaçador do
líder governista, Cândido Vaccarezza (PT-SP), na tribuna da Câmara, na noite da
votação do código, traduziu a malsucedida tentativa de submissão dos aliados no
Congresso. A fragilidade política do ministro-chefe da Casa Civil, Antonio
Palocci, arruinou a pouca interlocução remanescente entre deputados e governo.
Ao perceber que se ficasse com o governo perderia a votação, o líder do PMDB,
Henrique Alves (RN), encabeçou um "acordão" dos aliados, à exceção do PT, para
aprovar o texto redigido pelos deputados, e não pelo Planalto.
Muito além dos bastidores do Congresso, o que está em jogo no caso do Código
Florestal é a capacidade de interpretação da realidade pela gestão Dilma
Rousseff. O embate entre ruralistas e ambientalistas tem encoberto a real
dimensão da nova lei ambiental. Cabe ao governo restabelecer o mínimo de bom
senso na discussão das regras de preservação ambiental e a produção de
alimentos no país. A presidente interveio no debate muito tarde, e somente às
vésperas da votação na Câmara manifestou discordância sobre quais pontos não
admitia como parte do novo código. Até agora, porém, não apresentou ao país os
detalhes de sua proposta.
A presidente não obteve, até aqui, um consenso interno sobre a amplitude dos
benefícios às chamadas áreas de interesse social, utilidade pública e baixo
impacto ambiental, onde as atividades rurais serão permitidas e estimuladas.
Considera que a classe média urbana, sobretudo aquela franja emergente dos
grandes centros, tem especial apreço por medidas duras contra desmatamentos e
pela preservação da floresta. Mas também sabe da necessidade de garantir
alimento farto e barato aos novos consumidores em meio a um cenário de demanda
externa em alta, estoques mundiais em baixa e de inflação à espreita.
No Senado, onde sua base é, teoricamente, mais sólida, Dilma terá a chance de
dizer ao país qual marca pretende imprimir a seu governo em um momento de
encruzilhada ambiental e alimentar.
DJ India January-May Coffee Exports Rise 43% On Year - Coffee Board
DJ India January-May Coffee Exports Rise 43% On Year - Coffee Board
India's total coffee exports between January and May rose
about 43% from a year earlier to 181,308 metric tons, helped by firm overseas
demand.
Arabica exports climbed 45% to 37,713 tons, while robusta shipments gained
49% to 101,150 tons, the state-run Coffee Board data showed Wednesday.
Total coffee shipments during the first eight months of this crop year that
began Oct. 1 rose to 247,372 tons from 171,704 tons a year earlier.
The South Asian nation exports about two-thirds of its production. Italy,
Russia, Germany and Belgium together account for more than 50% of India's
coffee shipments.
The following table shows the comparative details:
(All figures in tons)
Coffee Jan-May 2011 Jan-May 2010
Arabica 37,713 26,020
Robusta 101,150 67,905
Instant 42,288 33,086
Total* 181,308 127,160
*The export volume doesn't add up to the total as some other varieties aren't
included.
India's total coffee exports between January and May rose
about 43% from a year earlier to 181,308 metric tons, helped by firm overseas
demand.
Arabica exports climbed 45% to 37,713 tons, while robusta shipments gained
49% to 101,150 tons, the state-run Coffee Board data showed Wednesday.
Total coffee shipments during the first eight months of this crop year that
began Oct. 1 rose to 247,372 tons from 171,704 tons a year earlier.
The South Asian nation exports about two-thirds of its production. Italy,
Russia, Germany and Belgium together account for more than 50% of India's
coffee shipments.
The following table shows the comparative details:
(All figures in tons)
Coffee Jan-May 2011 Jan-May 2010
Arabica 37,713 26,020
Robusta 101,150 67,905
Instant 42,288 33,086
Total* 181,308 127,160
*The export volume doesn't add up to the total as some other varieties aren't
included.
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