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quarta-feira, 15 de junho de 2011

Market International coffee today

Colombians, UGQ, were offered FOB, for July/Aug. shipment from 17¢ to 22¢ over Sept. “C,” and offered FOB, for July through Nov. equal shipment from 25¢ to 27¢ over the relevant months “C.”
Colombian supremos, screen 17/18, were offered FOB, for July through Nov. equal shipment from 31¢ to 32¢ over the relevant months “C.”
Santos 2s, screen 17/18, fine cup, were offered FOB for July through Dec. equal shipment from 11¢ to 10¢ under the relevant months “C.”
Santos 2/3s, medium to good bean, fine cup, were offered FOB for July through Dec. equal shipment from 15¢ to 13¢ under the relevant months “C.”
Santos 3/4s were offered FOB for July through Dec. equal shipment from 24¢ to 22¢ under the relevant months “C.”
Brazil conillon robustas, 5/6s, screen 13, were offered FOB for July shipment from 6¢ over Sept. London. Prime Mexicans were offered FOB Laredo for June/July crossing from 9¢ over Sept. “C.”
Prime Mexicans, were offered FOB Veracruz for July/Aug. shipment from 7¢ over Sept. “C.”
High grown Mexicans, European preparation, were offered FOB Veracruz for July/Aug./Sept. equal shipment from 10¢ over the relevant months “C.”
Prime Guatemalas were offered FOB, per 46 kilos, July/Aug. shipment from $8 over Sept. “C.” Hard bean Guatemalas, European preparation, were offered FOB for July/Aug./Sept. equal shipment from $11 over, per 46 kilos, the relevant months “C,” and strictly hard beans, European preparation, were offered FOB, per 46 kilos, for July/Aug./Sept. equal shipment from $15 to $17 over the relevant months “C.”
Hard bean Costa Ricas, European preparation, were offered FOB for July/Aug. shipment from $20 to $21 over, per 46 kilos, Sept. “C,” and strictly hard beans, European preparation, were offered FOB, per 46 kilos, for July/Aug./Sept. equal shipment from $28 to $30 over the relevant months “C.”
Central standard Salvadors were offered FOB per 46 kilos, for July/Aug. shipment from $7 over Sept. “C.” High grown Salvadors, European preparation, were offered FOB for July/Aug./Sept. equal shipment from $11 over per 46 kilos, the relevant months “C.”
Strictly high grown Salvadors, European preparation, were offered FOB for July/Aug./Sept. equal shipment from $15 over, per 46 kilos, the relevant months “C.”
Strictly high grown Nicaraguas, European preparation, for July/Aug./Sept. equal shipment were offered FOB from $15 over the relevant months “C.”
High grown Hondurans, European preparation, were offered FOB, per 46 kilos, for July/Aug./Sept. equal shipment from equal to the relevant months “C.”

Comodities Agricolas

Commodities Agrícolas

Fator câmbio
Os contratos futuros do café arábica com entrega em setembro deste
ano encerraram o pregão de ontem na bolsa de Nova York a US$ 2,7230 por
libra-peso, com alta diária de 180 pontos. De acordo com analistas de mercado
ouvidos pela agência Dow Jones Newswires, o movimento altista se deveu à
desvalorização do dólar. O mercado, no entanto, observa com atenção a situação
climática nas regiões produtoras do Brasil - o maior produtor do grão do mundo
-, que pode sempre afetar o desempenho das lavouras. No momento, porém, "não há
ameaças no curto prazo", dizem os analistas. No mercado doméstico, o indicador
Cepea/Esalq para a saca de 60 quilos do café ficou em R$ 528,38, com alta de
0,02%. No mês, a commodity acumula desvalorização de 0,57%.

Melhora nas lavouras
Assim como ocorreu com o milho, os futuros da soja
recuaram por causa da melhora nas condições climáticas nas regiões de produção
americanas. Os papéis para agosto fecharam a US$ 13,6250 na bolsa de Chicago,
retração de 15 centavos de dólar. O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA)
disse na semana passada que as reservas do grão antes da próxima colheita vão
subir, uma vez que a demanda por exportação está em queda. Ainda segundo a
Bloomberg, o banco central chinês aumentou o compulsório dos bancos como forma
controlar a inflação, o que pode trazer algum desaquecimento na China, a maior
importadora mundial do grão. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq para a
soja no Paraná recuou 0,48% com a saca a R$ 45,36.

Clima favorável
Apostas de que o clima favorável vai melhorar as condições das
lavouras de milho americanas fizeram com que as cotações do grãos recuassem
ontem na bolsa de Chicago. Os contratos com vencimento em maio fecharam a US$
7,29 o bushel, queda de 22,75 centavos de dólar. De acordo com informações do
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), em torno de 69% da
lavoura de milho estava em condições boas ou excelentes em 12 de junho, alta de
67% na comparação com a semana anterior. "O mercado está com foco no rápido
avanço do plantio e na melhora das condições das lavouras", disse à Bloomberg
Nate Smith, da Linn Group. No mercado interno, o indicador Cepea/Esalq para o
milho fechou com alta de 0,10%, com a saca de 60 quilos a R$ 31,22.

Colheita avançada
A colheita acelerada do trigo nos EUA ajudou na queda das
cotações do cereal nas bolsas americanas. Os futuros para setembro encerraram
em Chicago com retração de 14 centavos, a US$ 7,62 por bushel. O mesmo
vencimento em Kansas fechou a US$ 8,5875 por bushel, queda de 10,25 centavos de
dólar. De acordo com informações do Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos citados pela agência Bloomberg, em torno de 22% do trigo de inverno foi
colhido até 12 de junho, acima dos 13% da média dos últimos cinco anos. A
produção do trigo de inverno pode alcançar 1,45 bilhão de bushels (39,5 milhões
de toneladas), 1,8% acima da previsão de maio. No mercado do Paraná, a saca de
60 quilos do cereal ficou estável em R$ 26,79, segundo levantamento do
Deral/Seab.



Suco mantém preço alto no mercado externo
Os preços internacionais do suco de laranja, apesar da estimativa de boa safra no Brasil, continuam aquecidos. As indústrias e os importadores estão sem estoques, devido à baixa produção de laranja nas duas últimas safras. Os estoques devem ser repostos nesta e na próxima safras.
A avaliação é de Maurício Mendes, presidente-executivo da InformaEconomics FNP e consultor do Grupo de Consultores em Citros.
As duas safras anteriores ficaram próximas de 280 milhões de caixas (40,8 quilos). A que se inicia neste ano deverá atingir 360 milhões.
Se os preços vão bem no exterior -onde a tonelada de suco chega a US$ 2.650 em Roterdã, 32% mais do que há um ano-, o mesmo não ocorre internamente.
Com esse patamar de preços no mercado externo, as indústrias deverão fechar os contratos de entrega de suco para os próximos meses em condições melhores.
Internamente, as indústrias abriram a safra pagando R$ 6 por caixa para os produtores, após terem pago até R$ 15 no ano passado.
Uma boa notícia para o produtor é que, mesmo com os preços elevados da laranja no ano passado, o consumo da fruta "in natura" não caiu, segundo Mendes.
Ele atribui essa manutenção de consumo ao crescimento da renda interna. Com preços menores da fruta neste ano, a demanda por laranja "in natura" pode crescer ainda mais, "mas essa evolução tem um limite", diz ele.
Bom crescimento interno no consumo de laranja pode levar ao ajuste nos preços da caixa, mas com certeza o produtor não vai obter valores tão elevados como em 2010, diz Mendes.
As indústrias vão testando os patamares de preços, levando em consideração o consumo de produto "in natura" e a própria demanda industrial.

A peso de ouro
A alta dos preços do algodão nos mercados interno e externo tornou o produto tão valioso que algumas empresas estão fazendo o transporte pelas estradas brasileiras com escolta armada.

Grande procura
Em tempos de preços elevados e estoques escassos, o Brasil virou alvo não só dos grandes importadores de café, mas também de médios e pequenos.

Visitas
As empresas que acompanham e analisam o setor de café têm filas de estrangeiros à procura de informações. Antes, a lista continha apenas as grandes empresas.

Ventos favoráveis
O clima mais quente favorece o plantio de milho nos Estados Unidos. Com isso, os preços recuaram na Bolsa de Chicago. O primeiro contrato caiu 3,45% ontem, para US$ 7,55 por bushel.

Acima
As exportações de celulose renderam US$ 428 milhões em maio, 6% mais do que 2010.

Frigorífico paga por qualidade
Novas exigências do mercado consumidor e a busca por maior valor agregado fizeram o Marfrig desenvolver um programa de melhora na carne. O frigorífico anuncia nesta semana, na Feicorte, a implementação de um clube exclusivo de criadores que adotem práticas de bem-estar animal e ações socioambientais.
A empresa passa a financiar a genética (sêmen e inseminação) para os produtores. Já os pecuaristas passarão a receber um valor superior ao da cotação Cepea.
Em 2009/10 foram inseminadas 40 mil fêmeas com sêmen angus. No final de 2010 e início de 2011, outras 70 mil. As 40 mil vacas devem gerar 32 mil animais prontos para abate até o final de 2011 e início de 2012. As 70 mil, 56 mil até o final de 2012 e início de 2013.

Brasil será maior produtor mundial, afirma ministro
O Brasil deve se tornar o maior fornecedor mundial de produtos agropecuários nos próximos dez anos, segundo o ministro Wagner Rossi (Agricultura).
De acordo com estudo do ministério, até 2021 a produção de grãos deve ser expandida em 23% e a área de colheita vai aumentar 9,5%.
A safra de feijão, arroz, milho, soja em grão e trigo deve superar 175,8 milhões de toneladas na próxima década. No ano passado, foi de 142,9 milhões de toneladas.
A produção de carnes deve ter expansão de 27% e, com isso, o volume deve superar 31,2 milhões de toneladas. Atualmente, a produção é de 24,6 milhões de toneladas.

Senado dos EUA não aprova fim de taxa e subsídios ao álcool
Fracassou ontem uma tentativa no Senado dos EUA de eliminar totalmente a tarifa à importação de álcool e os subsídios ao produto, que afetam diretamente o setor açucareiro brasileiro.
Por 40 votos a favor e 59 contra, a emenda contrária às barreiras comerciais ao álcool não conseguiu ser aprovada (eram necessários 60 votos).
A Casa Branca disse ser contra o fim de subsídios a produtores americanos neste momento (US$ 6 bilhões/ano). Os brasileiros também recebem, mas o incentivo é mais que eliminado por tarifa ao importar




Produção de grãos poderá crescer 23% até 2020/21

A forte elevação do consumo doméstico de alimentos, combinada com a crescente
demanda por comida nos países emergentes, levará o Brasil a dar um salto de 23%
na produção global de grãos, fibras, cereais e carnes nos próximos dez anos.
A projeção, divulgada ontem pelo Ministério da Agricultura, avalia que a forte
expansão se dará com o crescimento de apenas 9,5% na área plantada até o
ano-safra 2020/2021, calcula a Assessoria de Gestão Estratégica do ministério.
O Brasil deve elevar sua produção de grãos a 175,8 milhões em dez anos. A
produção de carnes será elevada em 26%, de 24,6 milhões para 31,2 milhões de
toneladas até 2020. "Os números são conservadores mesmo. Pessoalmente, acho que
vamos passar disso, mas é para evitar um otimismo exagerado que leve a uma
frustração", disse o ministro da Agricultura, Wagner Rossi.
As projeção do governo apontam para um crescimento sustentado do consumo
interno de alimentos. A demanda por carne bovina, por exemplo, crescerá 83% em
dez anos. Em frango, seriam 67%. Suínos, 81%. E para milho seriam 85,4% de
consumo adicional em dez anos. "Há uma emergência da população que não tinha
acesso à comida. Elevou a demanda sobretudo de proteína animal", disse o
ministro Rossi. "Temos potencial para ser o primeiro produtor e exportador
mundial de proteína animal e vegetal", afirmou.
Os dados, calculados pelo especialista José Garcia Gasques, apontam que o
Brasil passará a deter, em 2021, uma fatia de 49% das exportações mundiais de
carne de frango. Na soja, passaria de 31% para 33,2%. Na carne bovina, de 28%
para 30,1%. A fatia do Brasil no comércio internacional de carne suína subiria
de 10,1% para 12%. No milho, a participação passaria de 10% para 12%. "Há uma
tendência de termos preços mais altos. Há muito preocupação com isso em vários
organismos internacionais", disse Gasques.
Na edição de ontem, o Valor informou que a Agência das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação (FAO) e a Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) preveem uma década de preços elevados e grande
volatilidade no mercado internacional de commodities. E o Brasil será um dos
países mais beneficiados pela tendência, prevê o estudo "Perspectivas Agrícolas
2011-2020", que será apresentado na sexta-feira, em Paris.
A projeção do Ministério da Agricultura aponta que a produtividade da
agricultura brasileira garantirá safras cada vez maiores. "A produção crescerá
com base na produtividade. O Brasil tem mostrado que é possível elevar a
produção sem ampliar o crescimento da área plantada, com investimentos em
tecnologia", destaca Rossi. "A expansão da área de grãos no país se dará em
percentual bem abaixo do seu crescimento histórico".
As estimativas do estudo "Brasil - Projeções do Agronegócio 2010/11 a 2020/21",
realizado em parceria com a Embrapa, indica algodão em pluma, milho, café,
açúcar, soja em grão, leite, celulose, carnes de frango e bovina como os
produtos agropecuários brasileiros com maior potencial de crescimento. O estudo
mostra que a variação da área cultivada será inferior à média dos últimos dez
anos, que foi de 21%. O Brasil deve se manter como um dos grandes fornecedores
de proteína animal no mercado mundial.
No algodão, principal destaque, a estimativa é de altas de 47,8 % na produção e
68,4% nas exportações. Hoje, o país produz 1,6 milhão de toneladas de pluma. A
produção vai superar 2,3 milhões de toneladas em dez anos. E os embarques
subirão para 800 mil, em comparação às atuais 500 mil. A região entre sul do
Maranhão, norte do Tocantins, sul do Piauí e noroeste da Bahia (Matopiba) é uma
das apostas do Ministério da Agricultura como a nova fronteira agrícola do
país. O ministério prevê salto de 13,3 milhões para 16,6 milhões de toneladas
de grãos no início da próxima década. Em compensação, a área de colheita deve
aumentar de 6,4 milhões hectares para 7,5 milhões de hectares. (MZ)




Abipecs desiste de pedir mudança em cota russa

Os exportadores brasileiros de carne suína desistiram de pedir à Rússia que
mude seu sistema de cotas de importação do produto. "Não seremos um empecilho à
entrada da Rússia na OMC", disse Pedro de Camargo Neto, presidente da
Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína
(Abipecs), numa referência às negociações entre o Brasil e o país sobre o apoio
brasileiro à acessão russa na Organização Mundial do Comércio.
A decisão, tomada pelo conselho da Abipecs e associados, mostra uma mudança de
postura dos exportadores de carne suína depois que a Rússia impôs um embargo a
85 estabelecimentos brasileiros exportadores de carnes. Vinte de carne suína
foram afetados.
A Abipecs reivindicava o fim da definição geográfica dentro da cota. Por esse
critério, a Rússia propõe que 60% da cota de 472 mil toneladas de carne suína
sejam destinados aos Estados Unidos e União Europeia. As cerca de 170 mil
toneladas restantes fazem parte da rubrica "outros países", ao qual o Brasil
tem acesso.
Nas negociações para apoiar a entrada da Rússia na OMC, os exportadores - e o
governo brasileiro - defendiam que a cota seguisse o critério de Nação Mais
Favorecida (NMF), isto é, o importador russo que a tiver pode comprar de
qualquer país. O pedido afetou as negociações relativas à OMC.
"Ficamos numa posição muito fragilizada diante do câmbio ruim, do milho caro e
da falta de respostas [do governo brasileiro] aos questionamentos russos",
disse Camargo Neto, justificando a mudança de postura.
A decisão da Abipecs não significa que o governo brasileiro seguirá o mesmo
caminho.




Definidos os parâmetros de linha para a citricultura

Aguardada com expectativa por citricultores e indústrias de suco, a Linha
Especial de Crédito (LEC) voltada ao segmento que será criada pelo governo no
novo Plano de Safra também já está definida. Alvo de acaloradas negociações nas
últimas semanas, a "LEC da laranja" oferecerá R$ 300 milhões para a estocagem
de suco de laranja concentrado e congelado (FCOJ), o principal produto de
exportação da cadeia. Para acessá-la, apurou o Valor, as companhias terão que
garantir a seus fornecedores da fruta o pagamento mínimo de R$ 10 por caixa de
40,8 kg.
Esse piso vale apenas para a laranja adquirida no mercado spot que servir ao
volume de produção de suco que for estocado. Contratos de fornecimento de longo
prazo entre citricultores e indústrias, portanto, terão de respeitar as bases
anteriormente acordadas, mesmo que o valor previsto seja inferior a R$ 10. E
esse mínimo gerou muita controvérsia nas negociações em Brasília e em São
Paulo, Estado que responde por mais de 80% da produção brasileira de laranja e
de onde parte quase toda a exportação de suco do país.
Como a atual "safra industrial" (2011/12) de laranja prevê um gordo volume de
colheita nos pomares paulistas, as indústrias iniciaram a temporada oferecendo
R$ 7 por caixa da fruta precoce. Baseadas nesse patamar, informaram fontes de
mercado, tentaram garantir que o preço mínimo previsto na LEC fosse de R$ 9. Os
produtores, por sua vez, insistiram em R$ 15, que foi o preço médio no mercado
spot no ciclo passado, cuja oferta foi magra. Essa grande diferença irritou o
ministro da Agricultura, Wagner Rossi, e quase inviabilizou o acordo.
Para garanti-lo, as grandes indústrias exportadoras - Cutrale, Citrosuco,
Citrovita e Louis Dreyfus - propuseram uma divisão de lucros caso o suco de
laranja estocado posteriormente seja vendido, em data a ser definida pelo
ministério, por um valor superior a US$ 2.100 por tonelada. Acima desse
patamar, ofereceram, 40% do ganho será destinado aos produtores. A proposta
gerou controvérsia entre os citricultores de São Paulo, representados por três
entidades distintas, mas por fim foi aceita, mantendo vivo um diálogo iniciado
recentemente entre as partes e que precisa ser aprofundado. Interessante às
indústrias nesse momento de oferta em expansão, a LEC da laranja deverá servir
para estocar cerca de 200 mil toneladas de suco, ou entre 15% e 20% do volume
que poderia ser exportado neste ano.
A atual safra de laranja está estimada pela Associação Nacional dos Fabricantes
de Sucos Cítricos (CitrusBR), que reúne as grandes indústrias, em 387 milhões
de caixas. Na temporada anterior, as estimadas variaram entre 290 milhões e 320
milhões de caixas. Procurado pelo Valor, Christian Lohbauer, presidente da
CitrusBR, não confirmou os parâmetros da nova linha de crédito. Mas confirmou o
interesse das indústrias na LEC e afirmou que a iniciativa é uma "transição"
para o Consecitrus - conselho formado por representantes de citricultores e de
indústrias de suco de laranja que tem por objetivo harmonizar as relações na
cadeia produtiva. A criação do conselho foi definida no fim do ano passado,
após meses de negociações mediadas pelo então secretário da Agricultura de São
Paulo, João Sampaio.
Um dos representantes dos produtores, Marco Antonio dos Santos, diretor da mesa
de citricultura da Federação da Agricultura do Estado de São Paulo (Faesp) e
presidente da Câmara Setorial da Citricultura, também não entrou em detalhes
sobre a linha e limitou-se a louvar sua importância para o Consecitrus.




Indústria de suínos abre mão de cota única para exportar à Rússia

Setor agora prefere que governo brasileiro ceda nas negociações para entrada do país na OMC
Proibição à importação de 85 frigoríficos entra hoje em vigor; governo diz atender normas e pediu fim do embargo

A indústria brasileira de suínos está disposta a abrir mão de cota única nas importações russas para reabrir o mercado à carne do Paraná, do Rio Grande do Sul e de Mato Grosso. O embargo russo às importações de 85 frigoríficos entra hoje em vigor.
Anunciada no início deste mês, a proibição está relacionada às negociações do país para a sua entrada na OMC (Organização Mundial do Comércio), embora oficialmente os dois governos procurem separar os temas.
Na agricultura, o acordo esbarra na imposição de cotas para importações de suínos. A Rússia garante cotas específicas para EUA e União Europeia, mas oferece ao Brasil apenas participação na cota remanescente.
O governo brasileiro sempre defendeu a adoção de cota única, que seria disputada livremente pelos exportadores. Nesse caso, ganhariam a maior fatia do mercado os países mais competitivos.
Mas essa posição deve mudar. A indústria de suínos, que solicitou durante anos ao Itamaraty uma posição dura nas negociações com a Rússia envolvendo a OMC, já liberou o governo para ceder.
"O jogo ficou muito pesado e não estamos em condições de segurar essa posição", diz Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs (associação dos produtores e exportadores de suínos).
A indústria de carne suína é a mais afetada pelo embargo. No ano passado, a Rússia respondeu por 48% da receita obtida pelo setor no mercado externo. Dos 21 frigoríficos de suínos que estavam autorizados a vender para a Rússia, 20 foram cortados.
Ontem, a Rússia se reuniu, em Genebra, com representantes do Brasil e de outros países em uma nova rodada de negociações sobre a OMC.
Segundo a Folha apurou, o encontro terminou sem uma decisão concreta sobre a relação entre Brasil e Rússia.
O objetivo seria acertar primeiro a parte técnica, que contribuiu para a Rússia anunciar o embargo, para depois selar um acordo no campo diplomático.

REAÇÃO
O Ministério da Agricultura enviou ontem à autoridade sanitária russa carta informando a correção das "não conformidades" apontadas pelo país e encaminhou uma nova lista de frigoríficos que atendem os critérios estabelecidos entre os dois países.
Com base nos documentos enviados, o governo brasileiro, que aguarda confirmação de reunião programada para a próxima semana em Moscou, solicitou a revogação da suspensão das importações.
O comunicado foi divulgado em resposta a informações divulgadas no site da autoridade sanitária russa, que anteontem rebateu "acusações de falta de objetividade e protecionismo", que teriam sido "desencadeadas na imprensa brasileira".




Brasil pede que a Rússia adie embargo a frigoríficos

O governo russo tem, até aqui, rejeitado o pedido pessoal feito pelo
vice-presidente Michel Temer ao primeiro-ministro Vladimir Putin para adiar o
embargo temporário da Rússia às carnes brasileiras previsto para entrar em
vigor amanhã.
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, afirmou ontem que o Brasil atendeu a
"todos os pontos" de "não conformidades" apontados por uma missão veterinária
russa em 85 frigoríficos brasileiros. "Pedimos um 'waiver' [prazo], mas não
tivemos resposta. Pediram para atender a 18 pontos e análise planta por
planta", informou. "Fizemos as duas coisas. Vamos mandar isso antes de ir à
Rússia. E esperamos que autorizem nossa ida".
O ministério informou ter feito novas auditorias em todas as plantas e enviado
a lista de unidades habilitadas a exportar carnes ao parceiro comercial. A
principal queixa russa é a falta de testes laboratoriais para alguns resíduos e
contaminantes nas carnes brasileiras - inclusive para elementos radioativos,
como césio e estrôncio.
Na segunda-feira, antes do posicionamento do ministro brasileiro ontem em
Brasília, o serviço veterinário russo publicou, em seu site, que o Brasil ainda
não tinha respondido à solicitação da Rússia para que o país corrigisse
problemas detectados durante a inspeção aos estabelecimentos exportadores de
carnes em abril passado.
Na semana passada, Temer enviou carta a Putin cobrando o cumprimento do acordo
firmado por ambos em meados de maio. Em declaração conjunta, assinada em
Moscou, os dois acordaram que nenhuma medida unilateral sanitária seria tomada
antes de consultas bilaterais.
Mas os russos, insatisfeitos com o "corpo mole" do Brasil no processo de
entrada do país asiático na Organização Mundial do Comércio (OMC), resolveram
retaliar. Em várias reuniões com Temer, os russos disseram esperar uma posição
mais "proativa" do Brasil nessas negociações.
Em tom mais ameno do que o adotado na semana passada, quando acusou a medida
russa de "atropelo", o ministro Rossi informou ter insistido, "por meios
diplomáticos", no adiamento do embargo. "É uma situação grave, difícil, para a
suinocultura nacional", afirmou. E apelou para a boa vontade russa no caso.
"Vamos dialogar", disse.
Uma missão do ministério deve viajar a Moscou até o fim da próxima semana.
Antes, Rossi havia dito que "alguns técnicos" do ministério haviam informado a
cúpula do governo que o relatório russo que ancorou o embargo tinha um "caráter
pré-determinado". Ou seja, haveria uma determinação do governo russo em
encontrar problemas nos frigoríficos brasileiros. "Houve uma circunstância
peculiar", afirmou, na semana passada.
Em Genebra, as negociações da Rússia com o Brasil, Argentina e outros
exportadores de carnes, envolvendo a entrada da primeira na OMC, não tiveram
progresso ontem. Moscou não melhorou as condições de acesso ao seu mercado para
as carnes. Basicamente, reafirmou o tratamento que planeja dar para as cotas de
importação. Diante da reação de vários países, acenou com ideias não muito
claras, como ter diferentes sistemas para diferentes produtos a partir de um
certo período.
Não parecem certas nem as cotas para os americanos e europeus, já que os outros
exportadores são contra esse sistema.
As negociações vão prosseguir nas próximas semanas. Putin estará hoje em
Genebra, para discursar na Organização Internacional do Trabalho (OIT), mas ele
sabe que será complicado acessar a OMC até o fim do ano se não fizer concessões
em troca da entrada de seus produtos em 154 países.




EUA devem deixar de pagar a Brasil por algodão
Acordo veio após OMC julgar subsídio americano

A Câmara dos Representantes dos EUA deve votar hoje a suspensão do pagamento de US$ 147 milhões anuais feitos ao Brasil devido à disputa comercial sobre os subsídios americanos a produtores de algodão.
A Casa Branca se disse ontem "preocupada" com a possível eliminação dos pagamentos, acordados após a derrota na OMC (Organização Mundial do Comércio).
Ela foi aprovada em comissão da Câmara, em meio a outros cortes pedidos pelo governo para o ano fiscal de 2012 (inicia em outubro).
Em vez de dar os US$ 147 milhões ao Brasil, os deputados querem transferir o valor para um fundo de assistência alimentar para mulheres e crianças, cortado em 12%.
No total, lei que passou na comissão oferece US$ 7 bilhões menos do que o pedido pelo presidente Barack Obama para o setor. Se confirmada em plenário, a lei ainda terá de ir ao Senado.
Os riscos da aprovação são altos, o que abre espaço para a retaliação brasileira (estimada em US$ 800 milhões), ameaça feita no ano passado. Isso ocorreu porque, após perder na OMC, os EUA mantiveram seus subsídios.
Washington evitou a retaliação com um acordo que inclui o pagamento (para pesquisa no setor algodoeiro), além do fim da barreira sanitária imposta à carne catarinense (já eliminada) e de alterações no programa de subsídios (feitas em parte).





Plano de Safra estimula investimento no campo

O novo Plano de Safra 2011/12 a ser anunciado pela presidente Dilma Rousseff na
sexta-feira, em Ribeirão Preto (SP), elevará a aposta do governo na
modernização da produção agropecuária por meio do financiamento ao investimento
no campo. A principal meta do governo é aumentar em 5% a atual produção de
grãos, fibras e cereais, passando de 161,5 milhões para 169,5 milhões de
toneladas em 2012.
A presidente Dilma anunciará um significativo aumento de 14% no volume de
recursos para investimento agropecuário. Serão R$ 20,5 bilhões, boa parte
emprestado com juros subsidiados pelo Tesouro Nacional - de 5% a 9,5%, segundo
a linha de crédito.
O plano do governo oferecerá R$ 107,2 bilhões à agricultura empresarial e
elevará a 60% do total o volume de recursos a juros subsidiados - ou R$ 64,1
bilhões.
A meta do governo é aproveitar o "excelente momento" de ganhos e elevação de
margens no campo para "aparelhar" o setor rural com novas máquinas,
equipamentos e processos, ampliando e incentivando práticas de sustentabilidade
e de diversificação das lavouras.
"O desafio é abastecer um mundo que tem fome. Vamos nos concentrar na produção
para a exportação, mas também vamos atender aos 16 milhões que vivem hoje na
extrema pobreza e que serão beneficiados pelo 'Brasil sem Miséria' lançado pela
presidente Dilma", resume o ministro da Agricultura, Wagner Rossi. "Não são
apostas, mas uma tendência".
O novo Plano de Safra, o primeiro sob a gestão Dilma Rousseff, aumenta a aposta
no programa Agricultura de Baixo Carbono (ABC), fundindo três linhas de crédito
(Produsa e Propflora) e reduzindo os juros. O ABC terá R$ 3,15 bilhões,
orçamento semelhante ao previsto no ano-safra 2010/2011. O governo usará mais
recursos dos fundos constitucionais (FNO, FNE e FCO), chegando a R$ 2,9 bilhões
em 2012.
Os recursos obrigatórios, as chamadas "exigibilidades bancárias", darão um
vigoroso salto de R$ 2,1 bilhões para R$ 4,5 bilhões. Esses recursos,
equivalentes a 25% sobre os depósitos à vista, abundam nos bancos privados e o
governo quer aproveitar o momento para reforçar a oferta de crédito aos
produtores. O programa para a "classe média" rural (Pronamp) também terá mais
crédito, passando de R$ 1,2 bilhão para R$ 1,6 bilhão.
O novo plano do governo prevê garantir o abastecimento interno, mira na
regularidade de preços e na ampliação de excedentes exportáveis. Quer, ainda,
estimular o desenvolvimento sustentável da agropecuária com práticas
mitigadoras da emissão de gases do efeito estufa. Para isso, busca incentivar a
recuperação das pastagens degradadas via aumento de produtividade da pecuária e
a renovação do rebanho para elevar a oferta de carne bovina. Também prevê a
renovação de canaviais para estimular a produção e estabilizar a oferta de
etanol no mercado interno. Haverá um reforço no foco ao médio produtor e o
aperfeiçoamento dos programas de investimento.
As principais medidas de estímulo à produção são a elevação e a unificação dos
limites de crédito, em apenas uma faixa, em R$ 650 mil por CPF; o aumento dos
limites para investimento com recursos subsidiados, de R$ 200 mil para R$ 300
mil; simplificação das regras do crédito rural; criação de duas novas linhas de
investimento com taxa fixa de 6,75%; a pecuária terá R$ 750 mil para financiar
a aquisição de matrizes e os produtores de cana-de-açúcar, R$ 1 milhão pelas
próximas quatro safras. O governo federal também deixará de exigir prazo mínimo
de dois anos para investimentos com recursos das "exigibilidades bancárias".

O mundo dos "hedge funds" e a obtenção de alfa e beta

O mundo dos "hedge funds" e a obtenção de alfa e beta

Os "hedge funds" se difundiram nos Estados Unidos no início dos anos 90, como
alternativa à indústria de fundos passivos ("mutual funds") e com a proposta de
gerar "alfa" por meio, principalmente, de estratégias macro e de operações de
arbitragem.
A flexibilidade para assumir posições vendidas ("short"), ao contrário dos
fundos passivos, foi o que possibilitou a implementação dessas estratégias.
O conceito de "alfa" em fundos é semelhante ao do mercado acionário. Enquanto
no mercado de ações o "alfa" é o retorno do ativo não relacionado ao retorno do
mercado (ao contrário do "beta", que representa a medida de risco sistêmico),
nos fundos o "alfa" é o valor agregado ao retorno pelo gestor, ou seja, é a
medida da habilidade ("skill") do gestor.
Os "hedge funds" são geralmente caracterizados como veículos de investimento
que não são particularmente correlacionados com o mercado de títulos ou de
ações, visto que, teoricamente, um grande percentual de seus retornos são
obtidos por meio da geração de "alfa".
Artigo recentemente publicado no Financial Analysts Journal ("The ABCs of Hedge
Funds: Alphas, Betas, and Costs", Roger G. Innotson, Peng Chen, CFA, and Kevin
X. Zhu) analisou a performance de 6.169 "hedge funds" entre os anos de 1995 e
2009 e concluiu que em todos os anos, exceto 1998, houve geração positiva de
"alfa".
Mesmo durante a crise de 2008, os gestores produziram "alfa", embora neste ano
o agregado dos "hedge funds" tenha gerado retornos negativos (2008 e 1998 foram
os únicos anos com retornos negativos na amostra).
Vale a pena ressaltar que, na construção do banco de dados, os autores tomaram
o cuidado de eliminar problemas muito comuns nesse tipo de análise e que
criariam um viés ("bias") altista para a avaliação da performance dos fundos,
que são: o "survivorship bias" (quando a amostra só contém os fundos que
tiveram sucesso no período e não os fundos que foram encerrados provavelmente
por má performance) e o "backfill bias" (quando a amostra só contém fundos com
bom histórico e que somente por isso tiveram a sua rentabilidade divulgada
ex-post pelos gestores).
O estudo também mostra o crescimento exponencial da indústria de "hedge funds",
que passou de 530 fundos e US$ 50 bilhões sob gestão, em 1990, para mais de
8.000 fundos, totalizando US$ 1,6 trilhão em 2008.
No Brasil, os fundos equivalentes aos "hedge funds", embora com uma história
bem mais recente, seriam os fundos multimercados e suas diferentes categorias:
macro, multiestratégia, long/short, quantitativo e "trading".
As categorias macro e multiestratégia têm seus retornos compostos por "alfas" e
"betas", enquanto, de uma forma geral, as categorias long/short neutro (sem
componente direcional), quantitativos (baseados na análise de padrões do
comportamento dos preços) e "trading" (que buscam obter retornos por meio de
alocações táticas de curto prazo) seriam geradoras de puro "alfa", ou seja,
dependem quase que exclusivamente da habilidade do gestor.
Devido à sua pouca dependência do "beta" na obtenção de retornos positivos,
esses fundos têm papel fundamental na diversificação dos portfólios.
A classe de fundos long/short já é madura e bastante explorada pela indústria
de alocação de recursos, assim como a participação dos fundos quantitativos nos
portfólios teve um crescimento relevante nos últimos três anos. No entanto, a
categoria "trading", que é uma classe com participação importante no mercado
americano de "hedge funds", é pouco explorada no Brasil, com uma oferta pequena
desses fundos por parte dos gestores (representando somente 0,38% do patrimônio
líquido da indústria de multimercados, segundo dados da Anbima divulgados em
maio).
Vivemos um momento de grandes incertezas globais (endividamento dos países
desenvolvidos, alta da inflação nos países emergentes e crise econômica dos
países periféricos da zona do euro) e que, provavelmente, não serão
equacionadas no curto prazo.
Sendo assim, acredito que a classe de fundos multimercado "trading" terá um
papel importante na indústria de fundos nos próximos anos, pela sua natural
descorrelação com as demais classes de ativos e pela sua também natural
adequação a ambientes de mercado sem tendência, como atualmente.
Adriano Fontes é sócio da Oren Investimentos

Sobre risco cambial, besouros e borboletas

Sobre risco cambial, besouros e borboletas

É fácil ser otimista sobre a evolução da macroeconomia brasileira no curto
prazo. A combinação de juros elevados, taxa de câmbio praticamente estabilizada
e menor pressão nos preços internacionais de alimentos e petróleo, reduzirá a
inflação em 12 meses do IPCA já a partir de outubro próximo. A inflação de 2012
deverá ficar abaixo de 5%, com a economia mantendo o crescimento na faixa de 4%
a 4,5%.
Será, porém, uma vitória de Pirro já que em algum momento ocorrerá uma
inevitável correção para cima na cotação do dólar, com alta probabilidade de se
transformar numa traumática "parada súbita". A pressão desse ajuste vai trazer
de volta a inflação e exigir nova elevação da taxa Selic. Se for um ajuste
súbito, haverá também uma freada no crescimento.
A atual configuração da política econômica brasileira é insustentável no longo
prazo. Forte crescimento com apreciação cambial no contexto de uma economia
mundial com expansão moderada produz inexorável deterioração do balanço de
pagamentos. Em algum momento, teremos que interromper o crescimento e ajustar a
taxa de câmbio. Com o agravante de que, a despeito do aumento do déficit em
transações correntes, a acumulação de reservas internacionais também ganhou
velocidade vertiginosa, algo como US$ 100 bilhões por ano. Isso configura uma
autêntica "bolha especulativa" que poderá ter graves consequências quando
estourar.
"A bolha de acumulação de reservas vai estourar em algum momento entre 2013 e
2015."
O Brasil, ao contrário da China, não acumula reservas internacionais porque
produz superávit nas transações de bens e serviços com o exterior. No nosso
caso, a acumulação de reservas resulta apenas do ingresso de capital
estrangeiro e, nos últimos doze meses, apenas 20% desse movimento consistiu em
aporte direto de capital para empresas, isto é, em ingresso com uma motivação
nitidamente de longo prazo. O resto, incluindo aplicações em ações, renda fixa
e os empréstimos intercompanhias (que o Banco Central imprecisamente classifica
como investimento direto) são certamente ingressos com motivação mais de curto
prazo e de natureza bem mais volátil.
O que faz esse capital estrangeiro ter tanta gana de vir para o Brasil? O Banco
Central anuncia oficialmente que o regime cambial é de livre flutuação e que só
opera no mercado de câmbio para "reduzir a volatilidade". Na prática, nas
condições atuais, isso significa que a cotação do dólar fica estável ou realiza
um movimento de queda gradual. O que temos então é um verdadeiro paraíso para o
especulador estrangeiro que pode facilmente se beneficiar do diferencial nas
taxas de juros. Não é uma possibilidade de arbitragem perfeita, como ficou
claro em 2008, mas é uma bela oportunidade de ganho com risco reduzido. Como o
Brasil ainda não aboliu o forte efeito motivador da possibilidade de arbitragem
(mesmo imperfeita) sobre o movimento de capitais, o resultado é o ingresso
maciço que estamos observando.
Esse movimento adquire todas as características de uma bolha especulativa
quando começa a gerar um mecanismo de retroalimentação. Quanto mais capital
entra tanto maior é a pressão de baixa sobre a cotação do dólar e tanto maior a
garantia de que o Banco Central vai continuar aplicando sua política de redução
da volatilidade para produzir estabilidade ou apreciação gradual. Isto, por sua
vez, torna ainda mais atraente o ingresso de capital para arbitrar juros. Na
realidade para o especulador a apreciação em si não é importante. Seu ganho
principal resulta do diferencial entre as taxas de juros e para isso só é
necessário que não ocorra uma desvalorização significativa da taxa de câmbio.
O resultado é a anomalia de um mercado cambial em que tipicamente apenas o
Banco Central e os importadores atuam na ponta compradora, com todos os demais
operam como vendedores. Isso não resulta apenas da atuação de especuladores
profissionais. Considere, por exemplo, o processo de decisão do diretor
financeiro de uma grande multinacional que administra o caixa da empresa dentro
de uma perspectiva global. Naturalmente vai querer ficar credor no Brasil,
ganhando remuneração superior a 12% ao ano e devedor em outros países com custo
financeiro muito menor. Isto significa que vai operar como vendedor no mercado
cambial brasileiro. Curiosamente esse executivo vai ficar ofendido se lhe
disserem que está operando como especulador: afinal, para ele, está apenas
fazendo o seu trabalho de administração do caixa. O espaço aqui não me permite
citar diversos outros casos concretos que confirmam a natureza especulativa da
bolha que se desenvolve agora no nosso mercado de câmbio. Todo mundo enxerga
uma possibilidade de ganho aparentemente fácil e quer tirar uma casquinha.
"Controlar a entrada de capital pode simplesmente antecipar o momento de
ruptura da bolha."
Bolhas especulativas são fenômenos complexos que não entendemos bem, mas com
certeza sabemos que sempre evoluem para o colapso. Nosso palpite é que essa
nossa bolha de acumulação de reservas vai estourar em algum momento entre 2013
e 2015. É impossível saber o momento exato e a sequência exata dos eventos na
ruptura, apenas sabemos que ela se tornará mais provável quando o mercado de
câmbio transitar da atual posição de excesso permanente de oferta para uma
posição de equilíbrio ou de excesso de demanda. Isto inevitavelmente vai
resultar da deterioração continuada do déficit no balanço de pagamentos em
transações correntes.
Na ruptura, os primeiros a sair tipicamente são os especuladores profissionais.
A eliminação do excesso de oferta tira o Banco Central do papel de
disciplinador do movimento de apreciação e tende a aumentar a volatilidade do
mercado. O especulador sabe que nosso regime de livre flutuação na prática tem
sido um regime de flutuação amortecida assimétrica, isto é, a atuação do
governo no mercado de câmbio é muito mais decidida para evitar apreciações do
que para evitar depreciações. A maior volatilidade do câmbio torna menos
favorável a relação risco-retorno e induz o especulador a reduzir sua posição
vendida na moeda brasileira. Esse ajuste é muito facilitado pela dimensão do
nosso mercado de derivativos de dólar, que é inusitadamente grande para uma
economia emergente. A grande liquidez desse mercado torna muito fácil travar
qualquer posição vendida em dólar, e isso vale tanto para os especuladores
profissionais como para qualquer empresa ou investidor.
Como em todo colapso de bolha, o movimento pode ser iniciado por um pequeno
grupo de profissionais, mas depois se alastra rapidamente e ganha amplitude e
intensidade. O resultado é uma forte e rápida depreciação da taxa de câmbio.
Idealmente o Banco Central pode tentar administrar esse ajuste, produzindo uma
transição lenta e suave da taxa de câmbio para o novo patamar sustentável de
equilíbrio e dessa forma evitando o "overshooting" característico dos colapsos
de bolha. Para isso terá que operar com determinação e intensidade na ponta
vendedora tanto no mercado de dólar à vista como no mercado de derivativos
através de futuros e swaps. Naturalmente, a venda de dólar num mercado cambial
em movimento de alta produzirá prejuízo para o erário público, mas isso será
mais do que compensado pelos benefícios de se evitar a parada súbita.
De fato uma das poucas coisas que o governo pode fazer agora diante da
perspectiva de um inevitável ajuste cambial no futuro é preparar seus planos de
contingência para uma operação desse tipo, isto é de amortecimento da
desvalorização.
Em particular, tanto o Banco Central como outras áreas mais politizadas do
governo têm que estar psicologicamente preparadas para entregar aos "malditos
especuladores" o botim resultante de suas operações cambiais no país, sendo que
isso poderá significar a perda de um grande e imprevisível volume de reservas
internacionais (metade das reservas, por exemplo?).
É importante entender, porém, que não existem alternativas viáveis de controle
de capitais para escapar de uma bolha que já se instalou e se desenvolve a
pleno vapor. A introdução de controles sobre a entrada de capital, como tem
sido tentado recentemente, apenas bloqueia alguns canais de entrada e
redireciona o movimento para outros canais. Por outro lado uma aplicação muito
ampla desses controles pode simplesmente antecipar o momento de ruptura da
bolha. A alternativa de controles sobre a saída de capital poderá parecer
tentadora quando a bolha começar a estourar, mas ela nunca é eficaz se adotada
em apenas um segmento do mercado. Ou seja, a opção de controle sobre a saída de
capitais é na realidade uma opção pela centralização total do câmbio, o que
seria um lamentável retrocesso na política econômica brasileira.
Será possível promover uma saída ordenada da bolha e um ajuste gradual da taxa
de câmbio? Temos que torcer que sim, mas qualquer operador com experiência em
mercados especulativos provavelmente dirá que não. Ou seja, é bom estar
preparado para um comportamento do mercado de câmbio semelhante ao que ocorreu
em 2008 (ou mesmo 2003), desta vez possivelmente com ainda maior overshooting
em virtude dos grandes montantes envolvidos.
É interessante notar que 2008 foi uma oportunidade perdida para se obter uma
nova configuração sustentável para nossa macroeconomia. A crise mundial
produziu forte desvalorização cambial e o Banco Central reagiu corretamente
baixando a Selic de 13,75% ao final de 2008 para 8,75% em junho de 2009, uma
redução de 5 pontos percentuais. Na realidade, porém, essa redução resultou
muito tímida, principalmente considerando que no mesmo período o banco central
americano também se moveu na mesma direção. Como a taxa do Federal Reserve
(Fed, banco central americano) caiu de 5,25% em meados de 2007 para
praticamente zero ao final de 2008, a redução da Selic foi inferior à do juro
americano.
A cotação do dólar voltou a cair rapidamente e em outubro de 2009 já tinha
voltado para próximo de R$ 1,70, praticamente anulando toda a desvalorização
anterior. A operação correta naquela ocasião teria sido reduzir a taxa Selic
muito mais agressivamente, ainda que ao custo de uma taxa de inflação um pouco
maior num período transitório.
Não é nossa intenção aqui fazer uma crítica à atuação do BC no contexto de
crise internacional de 2008, já que naquele ambiente de incerteza não seria
fácil adotar uma tática de atuação muito diferente de seu padrão tradicional.
Devemos lembrar também que algumas das pré-condições necessárias para uma
redução mais agressiva da taxa de juros não estavam presentes, entre elas a
eliminação do piso imposto pela regra atual de remuneração da caderneta de
poupança. Na realidade, como sugeri no artigo "A Estabilização Incompleta", do
livro Novos Dilemas da Política Econômica (editado por Edmar Bacha e Mônica
Bolle, LTC 2011), o trabalho de construção do arcabouço institucional
necessário para a consolidação da estabilidade ainda está longe de concluído.
Essas considerações nos levam ao que parece ser a questão central. Só vamos ter
uma configuração sustentável de nossa macroeconomia quando a taxa Selic for
compatível com o padrão internacional, admitindo-se um pequeno prêmio de risco.
Isso seria talvez algo como 3% a 4% ao ano agora, e algo como 6% a 7% quando a
taxa de juros do Fed voltar para o patamar de 4% a 5% daqui a alguns anos.
Essas taxas de juros poderiam ser ainda menores com uma meta de inflação menor.
Um nível "normal" de taxa de juros é pré-condição para que possamos adotar uma
verdadeira flutuação cambial, com o governo se abstendo de qualquer
interferência no mercado de câmbio. Só então vamos descobrir qual é realmente a
taxa de câmbio de equilíbrio da nossa economia, e só então o regime de metas de
inflação poderá operar da forma como foi teoricamente desenhado para operar,
produzindo uma trajetória de crescimento econômico sustentável com inflação
controlada.
Para evitar mal entendido quero enfatizar que sou totalmente favorável à ideia
do tripé estabilizador, composto por austeridade fiscal, flutuação cambial e
regime de metas de inflação. As vantagens do tripé, introduzido ainda no
governo FHC, são inequívocas. Sabemos que funciona muito bem nos países
desenvolvidos que o adotam, como Suécia ou Inglaterra.
No Brasil, porém, o tripé estabilizador é meio de mentirinha. Teoricamente
existe flutuação cambial, mas na prática o movimento da taxa de câmbio é
inibido pela intervenção rotineira do Banco Central. Por outro lado, nosso
principal instrumento de política monetária, a taxa Selic, tem impacto muito
reduzido sobre o nível de atividade e a inflação. A austeridade fiscal existe
mais no discurso do que na prática. Ou seja, o regime se apresenta como de
metas de inflação, mas alguns de seus pressupostos básicos não estão presentes.
Um comentário final sobre o título deste artigo. A evolução atual da
macroeconomia brasileira me faz lembrar o voo de um besouro. A primeira vista a
aerodinâmica do besouro não devia permitir que voasse, não obstante ele é capaz
de voos curtos. São voos deselegantes que mais parecem sequências de saltos.
Certamente um besouro não tem a capacidade de voo de uma borboleta. Muitos
analistas quando discutem nossa macroeconomia parecem acreditar que estão
analisando uma borboleta, com toda sua beleza e complexas piruetas. Não se pode
negar que são elegantes e divertidos os debates sobre a delicada calibragem da
taxa Selic, os ciclos de ajuste e relaxamento da política monetária, o papel
das medidas macroprudenciais, a coordenação das políticas monetária e fiscal, o
impacto do "dólar index" sobre a taxa de câmbio real-dólar e tudo mais. Os
analistas parecem esquecer, porém, que as importantes deformidades que ainda
existem em nossa economia nos permitem no máximo pensar em um voo de besouro.
Infelizmente um besouro voador não se transforma automaticamente numa
aerodinâmica borboleta. É fundamental ter em mente que o trabalho de construção
das precondições institucionais para a consolidação da estabilidade ainda está
longe de concluído e, na verdade, avançou muito pouco nos governos petistas.
Isto ficará novamente claro na próxima crise cambial.
O autor agradece os comentários de Edmar Bacha, sem naturalmente implicá-lo em
suas heterodoxias.
Francisco Lopes é sócio principal da consultoria Macrométrica.
Este é o segundo de uma série de artigos sobre a conjuntura econômica atual,
com foco maior nos problemas de câmbio, juros e inflação, feitos por renomados
economistas a pedido do 'Valor'.

Rodrigo Corrêa fala sobre a tendência para o mercado de café

Rodrigo Corrêa da Costa é sócio diretor da Newedge. Durante entrevista ao CaféPoint, Rodrigo fala sobre as tendências para os preços no mercado de café

"O mercado de café teve apreciação muito forte nesse último ano e meio, refletindo aspectos negativos no que se refere à produção de café no mundo."

"Acho que já passamos pelo pico dos preços. Isso não significa que teremos uma queda muito mais forte do que vimos até agora."

"Caso não tenha nada em relação ao clima, as surpresas podem ser mais negativas para os preços do que positivas."

"A oscilação tem sido percentualmente talvez não tão maior. Tem dias que ela está bastante dilatada. Isso tem a ver bastante com os preços altos que estamos vivendo, e com a diferença entre países produtores que acreditam que os preços atuais são justos, e de outro lado as indústrias mostrando que esses preços talvez não possam ser sustentáveis no longo prazo."

"A valorização ou desvalorização do euro, uma aversão ao risco que acaba tirando um pouco de dinheiro do mercado, acabam influenciando para ter as oscilação negativas que estamos tendo."

"Especulador é visto como vilão, mas ele não é um vilão, ele ajudou o mercado a subir até agora."

"A percepção do café do Brasil tem melhorado bastante."

"Alguns compradores não utilizavam tanto Brasil nos seus blends, hoje estão utilizando. Tem uma mudança gradativa para utilização de café do Brasil."

"Uma boa parte dos consumidores nos EUA não relacionam qualidade ao nome Brasil."

"O Brasil precisa fazer alguma coisa institucional para desenvolver essa marca."

"Tem uma fidelização de Brasil linkada a preço, indiscutivelmente."

"O Brasil só ganhou nessa historia toda. Quem tem a perder são as outras origens."

Sara Lee quer ser a 2ª em café no mundo

Sara Lee quer ser a 2ª em café no mundo

O presidente-executivo da Sara Lee, Jan Bennink, afirma que a empresa, dona de
marcas de café como Senseo e Douwe Egberts, pretende tornar-se a segunda maior
do mundo em vendas do produto, o que significa superar a rival Kraft Foods.
A empresa pode buscar a expansão por meio de aquisições, segundo Bennink. Ele
assumiu o cargo em janeiro, depois de a Sara Lee, de Downers Grove, em
Illinois, ter revelado planos para separar as divisões de café e carne.
"Podemos ser a maior? Não. A número dois? Sim", afirmou Bennink, recusando-se a
dar prazos. "Precisamos dos investimentos certos e da visão certa".
Para fazer isso, a Sara Lee precisará mais do que dobrar sua participação no
mercado mundial de café, de acordo com a Euromonitor International, empresa que
acompanha dados do setor.
A Nestlé é a maior vendedora de café do mundo. Bennink, holandês que foi
executivo-chefe da Royal Numico, antes da venda da produtora de alimentos para
bebês à Danone em 2007, planeja concentrar-se na máquina de cafés expressos
Senseo, da Sara Lee, lançada há dez anos.
A empresa decidiu separar suas unidades depois de recusar avanços de
pretendentes como a Apollo Global Management, JBS e KKR & Co. O executivo disse
a investidores ontem que a Sara Lee desmembrará as operações de café e não as
de carne, como anunciado no começo do ano. Bennink afirmou ainda que a empresa
não manterá o nome Sara Lee após a divisão, ao contrário do divulgado em 28 de
janeiro, data de anúncio do plano.
Há aquisições "lógicas" para as operações de café da Sara Lee, disse Bennink,
sem mencionar alvos específicos. Pelos números de 2 de abril, a Sara Lee tinha
US$ 2,13 bilhões em dinheiro ou equivalentes. Entre os possíveis alvos estão a
brasileira Café Bom Dia e a suíça Ethical Coffee, ambas de capital fechado,
afirmou o analista John Baumgartner, da Telsey Advisory Group, em Nova York.
Mike Cummins, porta-voz da Sara Lee, não quis fazer comentários sobre possíveis
alvos.
Bennink também criou uma equipe de gerentes da Senseo para preparar novos
sabores e modelos. Em 2010, a empresa lançou uma versão de preço mais baixo da
Senseo, fabricada pela Hamilton Beach Brands, unidade da NACCO Industries. A
primeira máquina Senseo havia sido produzida por uma unidade da Royal Philips
Electronics.
A Nestlé, da Suíça, lidera em vendas de café, com participação de 22% no
mercado mundial, de acordo com a Euromonitor. A empresa vende o café
instantâneo Nescafé e as cápsulas de café expresso Nespresso, o segmento que
mais cresce na Nestlé.
Produtores de café como a Sara Lee, Kraft e Starbucks elevaram os preços neste
ano para lidar com a alta nos custos do grão de café, que dobraram nos últimos
12 meses, influenciados pelas más condições climáticas em países produtores
como a Colômbia. A Kraft tem 13% do mercado e a Sara Lee, 5,5%. A Kraft é dona
de marcas como a Jacobs e Carte Noire e comercializa a máquina de expressos
Tassimo.
O café é uma "categoria essencial" para a Kraft, que obtém cerca de US$ 5
bilhões em vendas de café no mundo, afirmou Mike Mitchell, porta-voz da
empresa. Segundo ele, a Kraft continuará concorrendo "agressivamente".
"Para ganhar essa participação de mercado, a Sara Lee precisa tirá-la da Nestlé
ou da Kraft, e não acho que será a fatia da Nestlé", disse Baumgartner. "É
possível, mas seria uma tarefa hercúlea".
Tim Ramey, da D.A. Davidson, acredita que a Sara Lee deverá lançar versões da
máquina Senseo e das embalagens individuais de café, chamadas de "pods". O
analista classifica as ações com recomendação "neutra".
Ramey disse que Bennink quer o papel de executivo-chefe nas operações de café e
chá após o desmembramento das operações. O atual executivo-chefe da Sara Lee,
Marcel Smits, que assumiu o cargo em janeiro em caráter interino, por sete
meses, seria outro dos possíveis chefes, de acordo com o analista.
Bennink disse que "provavelmente não" comandaria as operações de bebidas como
executivo-chefe, mas que estaria envolvido de alguma forma, talvez como
diretor. Ele disse que não buscará o cargo de executivo-chefe em outra empresa
após a separação. "Estou satisfeito em ter sido [executivo-chefe], mas não
faria de novo", disse Bennink, que iniciou a carreira na Procter & Gamble, onde
trabalhou com o ex-executivo-chefe A.G. Lafley e o atual, Robert McDonald. "Se
alguém me ligar posso dizer não, não importa quão grande seja isso".