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sexta-feira, 4 de maio de 2012

Café cai forte na ICE, mas não rompe nível recente de suporte  
  Os contratos futuros de café negociados na ICE Futures US despencaram nesta quinta-feira, impedindo, mais uma vez, a tentativa dos altistas de buscar romper resistências básicas e corrigir os preços após as baixas recentes. Operadores indicaram que um dos fatores básicos para as perdas do dia foi o Brasil, que vê sua moeda cair mais de 3% em relação ao dólar na semana e atingir o menor patamar desde julho de 2009.  Para Márcio Bernardo, analista da Newedge, em Nova Iorque, o mercado de café tende, essencialmente, a andar de lado, mas que a fraqueza do real estimulou algumas vendas diretas por parte do Brasil. Com o real depreciado, os produtores nacionais conseguem preços mais fortes para a venda de seus cafés no mercado internacional. Além disso, as cotações acima de 180,00 centavos na base julho, até a quarta-feira, estimularam algumas origens a vender e travar preços.  No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve queda de 695 pontos, com 175,80 centavos, sendo a máxima em 184,40 e a mínima em 175,40 centavos por libra, com o setembro tendo desvalorização de 685 pontos, com a libra a 178,30 centavos, sendo a máxima em 186,50 e a mínima em 177,85 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho teve queda de 7 dólares com 1.975 dólares por tonelada, com o setembro tendo desvalorização de 9 dólares, com 1.985 dólares por tonelada.  De acordo com analistas internacionais, os contratos futuros nos últimos dias sofreram uma relativa mudança de comportamento, com os bears (baixistas) não forçando tanto as baixas, ainda que eles tenham, ao longo dos últimos 11 meses, dominado a maior parte das ações do mercado. Esses analistas indicaram que, diante das perdas mais consistentes desta quinta-feira, os participantes devem avaliar as zonas de suporte e de resistência para avaliar a formação de potencial bottom. Desde que bateu na mínima mais recente, em 173,90 centavos, no dia 16 de abril, o mercado veio buscando conquistar ligeiras melhoras diárias.  Por enquanto, para alguns analistas, o mercado tem uma tendência neutra. Uma "divergência altista" havia sido detectada em abril em relação ao Índice de Força Relativa de nove dias, quando o mercado chegou a testar os 173,90 centavos. Atualmente, o Índice de nove dias está abaixo da área de 45%, o que, na leitura dos players, pode ser classificado como neutro. Um operador avaliou que os bears poderiam simplesmente poderiam pausar seu "fôlego" vendedor, que vem se mostrando constante desde maio de 2011, quando os preços chegaram a tocar em 306,25 centavos. Recentemente, uma potencial correção foi verificada, mas a base julho não suplantou os 193,00 centavos, no dia 4 de abril, o que significou o ponto mais alto da atual consolidação. Para esse operador, se os altistas conseguissem reunir força para romper os 193,00 centavos poderia confirmar um bottom menor no gráfico diário, abrindo espaço para ganhos mais significativos. Por outro lado, um teste abaixo de 173,90 centavos poderia ser a confirmação da tendência baixista que poderia se ampliar.  Peter DeSario, analista técnico da Elliott Wave International, vê um potencial altista pela frente. "Nós estamos no final de uma onda 'c' de baixa, desde a alta de janeiro. Nós temos três ondas completadas no baixa de 22 de março e a quatro e cinco necessárias para um bottom. Talvez, tenhamos chegado a um padrão de consolidação final para esse bottom", disse. Quanto ao bottom line, DeSario acredita que o café já tocou uma base, sem, contudo, se descartar algumas variações para baixo ou para a consolidação. No curto prazo, o especialista ressaltou que o nível de 185,40 centavos é uma resistência interessante e, se não rompida, abre espaço para mais baixas, o que, "seria uma oportunidade relevante de compra." Na parte das altas, se o julho avançar os 193,00 centavos, um novo bottom é verificado e a tendência é de ganho.  Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 184,40-184,50, 184,90-185,00, 185,50, 185,70, 186,00, 186,50, 187,00, 187,30, 187,50, 188,00, 188,50, 189,00, 189,50 e 189,90-190,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 175,40, 175,10-175,00, 174,50, 174,00-173,90, 173,50, 173,00, 172,50, 172,00, 171,50, 171,00, 170,50 e 170,10-170,00 centavos por libra. 
   PREÇOS DESPENCAM EM NY DIANTE DA DESVALORIZAÇÃO DO REAL NO BRASILA Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta quinta-feira com preços acentuadamente mais baixos. As cotações despencaram principalmente diante da valorização do dólar em relação ao real no Brasil, o que torno o país maiscompetitivo em suas exportações, fazendo com que em reais o café suba e estimule também uma maior venda do produtor no mercado físico brasileiro.    A chegada da safra brasileira, com a colheita do arábica começando nas regiões produtoras, é fator permanente agora de pressão sobre as cotações internacionais. A firmeza do dólar contra outras moedas e perdas para outras commodities contribuíram para a baixa do arábica em NY. As informações partem de agências de notícias. 
  Os contratos do café arábica para entrega em julho fecharam negociados a 175,80 centavos de dólar por libra-peso, com desvalorização de 6,95 centavos,ou de 3,8%. A posição setembro fechou a 178,30 cents, baixa de 6,85 cents, oude 3,7%.   
Londres tem sessão fraca e fecha na mínima de mais de seis semanas
 Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe tiveram uma quinta-feira de negócios fracos e novas retrações que, no entanto, foram modestas. A posição julho, mais uma vez, flutuou, ao longo de toda a sessão, abaixo do nível psicológico de 2.000 dólares, e teve seu pior preço de fechamento desde 13 de março, o que, para alguns brokers, pode ser a sinalização de que a temporada de maior força para as cotações pode estar chegando ao final. De acordo com analistas internacionais, a sessão foi marcada pelo comportamento que já vem sendo caracterizado ao longo dos últimos dias, com os compradores consideravelmente reticentes e com algumas vendas especulativas e de origens, o que vem permitindo que retrações sejam observadas, mas de maneira anda bastante cadenciada, com o julho conseguindo flutuar próximo do nível psicológico de 2.000 dólares — a máxima do dia foi de 1.985 dólares. "As ofertas do Vietnã foram relativamente menores nos últimos tempos, mas é possível que esse comportamento não tenha uma continuidade. O país deve colher uma safra forte e isso vai fazer com que alguns produtores sintam-se estimulados a diminuir seus estoques", indicou um trader. Segundo dados do Ministério da Agricultura do Vietnã, as receitas com o embarque de café neste ano deverão alcançar 2,6 bilhões de dólares, 3% a menos que em 2011. Ainda de acordo com o Ministério, a produção do ano safra a ser iniciado em 1 de outubro de 2012 deverá atingir a marca de 21 milhões de sacas, sendo que apenas Dak Lak, principal zona cafeeira do país, teria um incremento de safra de 10%. O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de julho com uma movimentação de 3,98 mil lotes, com o setembro tendo 1,31 mil lotes negociados. O spread entre as posições julho e setembro ficou em 10 dólares. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição julho teve queda de 7 dólares com 1.975 dólares por tonelada, com o setembro tendo desvalorização de 9 dólares, com 1.985 dólares por tonelada.  
   CNC APOSTA EM AMPLIAÇÃO DE 50% NA PRODUTIVDADE EM 10 ANOS
O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, garantiu que é possível ampliar a produtividade dos cafezais em 50% nos próximos dez anos, sem ampliação de área, tema principal da reuniãode hoje do Conselho Deliberativo da Política Cafeeira (CDPC), no auditório doMinistério da Agricultura.     Se o crescimento de 50% for mesmo alcançado - e o Mapa parece mesmo disposto a apoiar o salto produtivo-tecnológico - o rendimento médio dos cafezais passaria de 21 sacas para 30 sacas, na área atual de 2,2 milhões de hectares. O secretário de Produção e Agroenergia, Gerardo Fontelles, não projeta tamanho crescimento. A ampliação da produtividade é o ponto principaldo Plano Plurianual da Cafeicultura para 2012 a 2015. Na mesma reunião foi apresentado o novo gerente do Consórcio Embrapa Café, Gabriel Bartholo.     Segundo o presidente do CNC e o secretário, o salto na produtividade vai se dar com a utilização de novas variedades resistentes aos problemas climáticos, pragas e doenças, manejo adequado, maior adensamento das lavouras,além da mecanização dos cafezais, inclusive nas regiões mais acidentadas.     O foco do ministério será a pesquisa do Consórcio Embrapa Café, que deverá receber R$ 12 milhões este ano, para o desenvolvimento de tecnologias mais produtivas. Gerardo Fontelles garantiu que recursos não irão faltar. O secretário também procurou tranquilizar os cafeicultores dizendo que a comercialização da safra atual também terá apoio do Mapa. "Os recursos irão chegar na hora certa para a sustentação da colheita", completou Fontelles.    Foi confirmado na reunião o orçamento do Funcafé para este ano que seráde R$ 2,45 bilhões com um reforço de mais R$ 2 bilhoes das exigibilidades sobre os depósitos à vista do Banco do Brasil.     A meta do governo com o ganho de produtividade é reduzir a bianualidade daprodução garantindo safras mais uniformes, mais previsibilidade para o mercado, gerando equilíbrio nos preços. Para o cafeicultor também  garantirárenda mais equilibrada, sem tantos altos e baixos.