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quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Café na ICE tem retração, mas não consegue ampliar perdas

Análises - 21/12/2011


Café na ICE tem retração, mas não consegue ampliar perdas



Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com quedas, em um dia caracterizado por algumas ações vendedoras por parte, especialmente, de especuladores que, no entanto, não conseguiram avançar as baixas, uma vez que encontraram uma zona compradora próxima do nível psicológico de 220,00 centavos de dólar por libra peso. A sessão foi caracterizada por um volume limitado de negócios, como vários players já tendo encerrado o ano e já projetando os negócios para 2012. A quarta foi marcada por uma tentativa dos baixistas em buscar alguns suportes, após dois dias de bons ganhos. No entanto, o que se viu foi uma limitação desses operadores em um ponto chave da escala de preço. Operadores destacaram que as ações do dia tiveram um perfil baseado, principalmente, na correção, após dois dias de bons ganhos. Tecnicamente, o mercado segue a tendência observada por vários especialistas, que previam uma correção para cima depois das fortes baixas recentes, que fez com que o mercado passasse a atuar em uma base sobrevendida. No longo prazo, no entanto, a tendência ainda é baixista, conforme alguns aspectos como a média móvel de 200 dias, que se encontra em um nível muito acima do atual patamar de preços. No encerramento do dia, o março em Nova Iorque teve queda de 290 pontos com 219,90 centavos, sendo a máxima em 222,80 e a mínima em 218,50 centavos por libra, com o maio tendo desvalorização de 280 pontos, com a libra a 222,70 centavos, sendo a máxima em 225,25 e a mínima em 221,40 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro registrou queda de 24 dólares, com 1.823 dólares por tonelada, com o março tendo desvalorização de 19 dólares, com 1.868 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, a quarta-feira foi caracterizada por vendas especulativas que, em significativo grau, estiveram em linha com o cenário externo. As bolsas de valores dos Estados Unidos tiveram uma quarta de retração, notadamente nas ações referentes a tecnologia, na Nasdaq. O índice CRB, por sua vez, conseguiu ter um relativo avanço, puxado, principalmente, pelo petróleo, que conseguiu ter um bom desempenho e avançar quase 2%. "Tivemos um dia baseado em alguma correção, após duas altas consideráveis e consecutivas. Os baixistas tentaram ampliar as baixas e testaram um nível próximo de 218,00 centavos, no entanto, uma desaceleração das perdas foi observada", sustentou um trader. "Mais uma vez não tivemos um grande volume de negócios e verificamos que os produtores estão realizando vendas bastante limitadas", observou Alex Oliveira, analista da Newedge, em Nova Iorque. O volume das exportações de um grupo de nove países produtores da América Latina registrou aumento de 6,18% em novembro, indicou a Anacafé (Associação Nacional dos Produtores de Café da Guatemala). A entidade indicou que as remessas de El Salvador, México, Nicarágua, Honduras, Costa Rica, Guatemala, Colômbia, Peru e República Dominicana atingiram 1.728.987 sacas no mês, sendo que dessas nações, apenas Colômbia, Nicarágua e Peru e República Dominicana tiveram queda nas exportações, com a maior retração, de 28,45%, sendo da Nicarágua. Na safra atual, iniciada em outubro, esse grupo de país remeteu 3.221.894 sacas ao exterior. Em 2010/2011, o bloco finalizou a safra com a exportação de 26.350.495 sacas. A estiagem ocorrida entre novembro de 2010 e fevereiro de 2011 afetou lavouras em fase de enchimento de grãos, mas não foi tão prejudicial quanto se esperava para a safra de café 2011/2012 estimada em 43,48 milhões de sacas, informou a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). O melhor desempenho se deve principalmente às condições climáticas favoráveis na maioria das regiões produtoras, em conseqüência dos tratos culturais feitos pelos cafeicultores em 2009, que refletiram na safra atual, e aos bons preços do café, que permitiram mais investimentos na lavoura. A nova previsão, divulgada na manhã de hoje pela empresa, aponta também, como fator determinante para o aumento da produção, o melhor rendimento do café colhido no final da safra em Minas Gerais, Bahia e Paraná. Esse último levantamento da produção nacional de café de 2011/2012 estima uma produção 9,6 por cento menor que o volume colhido na safra anterior. As exportações de café do Brasil em dezembro, até o dia 20, somaram 1.455.898 sacas, contra 1.319.343 sacas registradas no mesmo período de novembro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 1.175 sacas, indo para 1.525.366 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 9.240 lotes, com as opções tendo 1.296 calls e 1.983 puts. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem uma resistência em 222,80, 223,00, 223,50-223,60, 224,00, 224,50, 224,90-225,00, 225,50, 226,00, 226,50, 227,00, 227,50, 228,00, 228,50 e 229,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 218,50, 218,00, 217,50, 217,00, 216,50, 216,00, 215,50, 215,10-215,00, 214,50, 214,00 e 213,75 centavos por libra.