Café tem pouca oscilação na ICE e fecha dia com perdas
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com quedas, em um dia de pouca volatilidade e com os preços permanecendo no lado negativo da escala, sem, no entanto, experimentar retrações mais efetivas.
A posição março flutuou, ao longo de todo o dia, dentro de um rangem de apenas 220 pontos. Os especuladores foram os mais ativos ao longo de toda a sessão e emitiram ordens de venda que, no entanto, não foram nem sequer suficientes para fazer com que o primeiro contrato pudessem testar as mínimas da última sexta-feira, que chegaram a 139,40 centavos por libra. Por outro lado, os compradores continuam a se mostrar extremamente reticentes e não conseguiram levar o março a tocar um nível básico como o de 142,00 centavos por libra. Diante desse cenário, o mercado não apresentou maiores variações e o fechamento se deu em baixa, porém dentro de uma nível experimentado ao longo da semana passada.
As rolagens de posição, principalmente entre março e maio, se ampliam consideravelmente. A notificação do contrato de março na bolsa norte-americana tem início no próximo dia 20 de fevereiro. Apesar das rolagens, o dia foi de relativa tranqüilidade na ICE, uma vez que muitos operadores brasileiros e asiáticos permaneceram totalmente de lado devido aos feriados em seus respectivos países.
Tecnicamente, o mercado não experimenta mudanças e a tendência se mantém baixista no curto prazo e também no longo prazo, já que os níveis atuais de preço estão consideravelmente distantes das médias móveis básicas para a aferição de uma tendência de "maior distância", como a de 100 e 200 dias.
No campo fundamental, poucas novidades são verificadas. Ao longo do final de semana, a Colômbia sentiu o efeito de um terremoto que atingiu algumas zonas cafeeiras, como é o caso de Cauca. No entanto, segundo autoridades locais, as lavouras do grãos passaram incólumes pelo sinistro, que também não deixou mortos.
No encerramento do dia, o março em Nova Iorque apresentou queda de 90 pontos, com 140,15 centavos, sendo a máxima em 141,90 e a mínima em 139,70 centavos por libra, com o maio tendo desvalorização de 125 pontos, com a libra a 142,95 centavos, sendo a máxima em 145,00 e a mínima em 142,60 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição março teve queda de 45 dólares, com 2.078 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 21 dólares, com 2.098 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pela predominância das vendas especulativas. Ao longo da manhã, o março não chegou a testar o nível de 140,00 centavos, o que foi conseguido na segunda metade do dia, no entanto, mesmo com o rompimento não se verificou uma continuidade das vendas especulativas e o fechamento, mais uma vez, se deu muito próximo desse patamar psicológico.
Os mercados externos não tiveram um direcionamento mais claro e não influenciaram diretamente o mercado de café. As bolsas de valores nos Estados Unidos experimentaram quedas ligeiras, ao passo que o dólar ficou estável. No segmento de commodities, algumas matérias-primas ganharam corpo, como foi o caso do petróleo, que avançou mais de 1%, ao passo que o ouro recuou mais de 1%.
"Poucos asiáticos estão presentes no mercado e os brasileiros, devido ao Carnaval, só deverão se mostrar mais efetivos a partir de quinta-feira. Com esse quadro, tivemos uma sessão emoções, com algumas vendas estimuladas desde o início do dia e que se mantiveram por praticamente todo o dia, com os compradores, mais uma vez, se mostrando pouco efetivos e sem fôlego para estimular o mercado a buscar níveis básicos de alta", disse um trader.
O analista Rodrigo Corrêa da Costa, da Archer Consulting, indicou que o diferencial entre robustas e arábicas chega ao menor nível desde 2009 e que o mercado está atento a esse movimento de arbitragem. "Quanto mais pode estreitar? Por mais que o preço do robusta não pare de subir ainda sim o café é mais barato do que o arábica, e, em teoria, só quando for mais caro é que vai 'forçar' uma nova troca de blends. Vamos falar que cafés com poucas xícaras riadas negociem a 27 centavos abaixo – logo tem uma gordura de 22 centavos na arbitragem para ser queimada. Creio ser improvável esta vir abaixo de 40 centavos, mas vamos ver. O contrato 'C' tem respeitado o intervalo que sugeri em meu último comentário de dezembro, 140 a 160 centavos. No período o mesmo tentou mais uma vez romper a parte alta do range, mas encontrou resistência com vendas de origens e dos fundos. No ponto de suporte a indústria tem aparecido para cobrir, sinal que continua a me fazer acreditar que por ora vamos ficar nesta chatice", apontou.
As exportações de café do Brasil em fevereiro, até o último dia 7, somaram 174.794 sacas, contra 185.477 sacas embarcadas no mesmo período de janeiro, informou o Cecafe (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 2.360 sacas, indo para 2.654.313 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 67.086 lotes, com as opções tendo 2.547 calls e 1.752 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência em 141,90-142,00, 142,05, 142,50, 143,00, 143,30, 143,50, 144,00, 144,45-144,50, 144,90-145,00, 145,50, 145,70, 146,00, 146,50, 147,00, 147,50, 148,00-148,05, 148,50, 149,00, 149,50, 149,90-150,00 e 150,50 com o suporte em 139,70, 139,50, 139,40, 139,00, 138,50, 138,00, 137,50, 137,00, 136,50, 136,00, 135,50, 135,10-135,00, 134,50 e 134,00 centavos.
Londres não mantém bom ritmo e fecha dia com perdas consideráveis
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta segunda-feira com quedas, com a posição março voltando a se posicionar abaixo do nível psicológico de 2.100 dólares. A sessão foi caracterizada por um bom volume de rolagens de posições, principalmente entre o intervalo de março a maio, com o primeiro contrato registrando uma queda muito mais expressiva, refletindo as vendas mais imediatas no mercado de robusta.
De acordo com analistas internacionais, apesar de alguns players asiáticos se posicionarem de lado, devido a feriados naquela parte do planeta, assim como dos brasileiros, a sessão foi consideravelmente movimentada, puxada, principalmente, pelas rolagens de posições. O dia foi marcado por variações discretas ao longo da maior parte da sessão. No entanto, próximo do fechamento, algumas ordens mais incisivas de venda, principalmente por parte de especuladores, foram dadas, o que fez com que as retrações, principalmente no março, fossem mais incisivas.
"Tivemos uma segunda-feira de forma bem diversa daquela como fechamos a semana passada. Enquanto conseguimos amealhar bons ganhos ao longo das últimas sessões, o que verificamos hoje foi uma apatia dos compradores, com os preços passando a maior parte do dia no lado negativo da escala de preços. Os mercados externos se mostraram relativamente calmos e sem um direcionamento mais claro e não influenciaram diretamente o comportamento das commodities em geral", disse um trader.
O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de março com uma movimentação de 7,44 mil lotes, com o maio tendo 10,5 mil lotes negociados. O spread entre as posições março e maio ficou em 20 dólares. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição março teve queda de 45 dólares, com 2.078 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 21 dólares, com 2.098 dólares por tonelada.