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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

OPINÃO - Ações do MST, Excesso ou regra?


O ESTADO DE S. PAULO - SP

ESPAÇO ABERTO 26/10/2009



Denis Lerrer Rosenfield

É de estarrecer a reação de nossas autoridades diante da destruição operada pelo MST quando da invasão do laranjal da Cutrale. Aparentemente, as nossas autoridades condenaram o ocorrido, utilizando expressões do seguinte tipo: "não vou admitir vandalismos", "excessos" são condenados, "a lei" deve ser respeitada. Alguns defensores mais afoitos chegaram a dizer que o MST jamais utiliza "violência" em suas ações. É como se tudo estivesse normal, tratando-se de um acidente de percurso. É como se o rio tivesse saído momentaneamente de seu curso, tendo depois voltado ao normal. Na verdade, vivenciamos um inacreditável surto de hipocrisia.

Esse movimento dito social, na verdade uma organização política de corte leninista, teve de recuar, dada a repercussão midiática de seus atos, transmitidos pelo Jornal Nacional da Rede Globo. Ficou imobilizado pela condenação recebida. Procurou, então, responsabilizar a "direita", o "governo estadual" (leia-se Serra), os "meios de comunicação", os "ruralistas", os "policiais" e assim por diante - chegou a falar de indivíduos infiltrados... Só faltou inventar uma invasão de marcianos com o objetivo de "criminalizar os movimentos sociais".

A questão central reside em que se trata do modo de atuação "normal" do MST. Ele não cometeu nenhum excesso, fez meramente aquilo que sempre faz. Essa é a regra mesma de sua atuação. A única diferença consiste na filmagem, no eco imediato e numa opinião pública que não mais pactua com invasões. As invasões estão mostrando a sua verdadeira cara, que é não pacífica. Refresquemos a nossa memória ou tomemos conhecimento de alguns fatos, embora tardiamente. O importante, em todo caso, é que comecemos a ver o que se escancara diante de nossos olhos.

A Fazenda Coqueiros, no Rio Grande do Sul, altamente produtiva, tendo sido esse fato reconhecido pelo próprio Incra e pela Ouvidoria Agrária Nacional, de 2004 a 2008 foi objeto de ataques sistemáticos. Para se ter uma ideia do que lá aconteceu, apresento uma lista dos danos causados: 2 caminhões incendiados, 200 bovinos abatidos a tiros, 100 desaparecidos, uma serraria totalmente queimada e destruída, 1 usina hidrelétrica no valor de R$ 1 milhão completamente depredada, 11 casas incendiadas, 150 hectares de soja e 50 hectares de milho queimados, plantadoras depredadas, 2 tratores danificados com dinamite, máquinas colheitadeiras sabotadas com espigões de ferro, mais de 200 quilômetros de cercas depredadas, funcionários ameaçados, pontilhões queimados. Não há uma semelhança com a Cutrale? Trata-se, certamente, de uma amostra das "invasões pacíficas" do MST! Dá vontade de rir, não fosse trágico.

Segundo documento do Ministério Público do Rio Grande do Sul, em abril de 2008 a Fazenda Southall, em São Gabriel, foi invadida por 850 integrantes do MST. Eis o resultado de mais uma ação "pacífica" dessa organização política em nome da "reforma agrária": cercas arrancadas, corte de mata nativa, a área invadida foi cercada com lanças infectadas de fezes humanas (uso, portanto, de uma tática de guerrilha), trincheiras, destruição da sede. Continuo: os bretes da propriedade foram inutilizados, impedindo o banho e a vacinação dos animais, morte de 46 bovinos de aprimoramento genético, crueldade com animais, privando-os de alimentos e água. Foram apreendidos os seguintes "objetos": 9 coquetéis Molotov, 81 foices, 16 facões, 32 facas, 20 estilingues, 4 machados, 70 bastões de madeira, 28 taquaras do "tipo lanças" e 15 foguetes. Claro que se trata, segundo o MST, de "instrumentos" de trabalho! A pergunta é: de qual tipo de trabalho? O das invasões?

O horto da Aracruz, em Barra do Ribeiro (RS), foi invadido em 2006, tendo obtido ampla repercussão - e condenação - nacional. As invasoras foram 2 mil mulheres - encapuzadas como bandidos que agem fora da lei -, apresentando-se como militantes da Via Campesina, braço internacional do MST. Também se falava de "vandalismo", embora, como sempre, o MST tenha "justificado" sua ação em supostos termos "ambientais" e "sociais". Relembremos a "regra" das invasões: 1 milhão de mudas prontas para o plantio de eucaliptos destruídas, 20 anos de pesquisas prejudicados, um laboratório depredado, empregados ameaçados, instalações destruídas, material genético perdido. Isso é chamado, na língua emessetista, de "ocupação pacífica"... E há quem acredite!

Agora mesmo, mulheres do MST e da Via Campesina, dos dias 18 a 25 de outubro, estiveram reunidas em Buenos Aires, no Congresso Mundial de Florestas, tendo como objetivo a "repulsa à expansão de projetos de monoculturas de árvores, celulose e papel". É novamente esse setor que se torna alvo dessas organizações políticas, procurando fazer passar a mensagem do politicamente correto com o intuito de estabelecer seus propósitos "socialistas", de "solidariedade humana", esse novo nome que serve como máscara de seus verdadeiros fins. O capitalismo é o alvo: "Em nome do lucro, esse tipo de desenvolvimento mantido pelo sistema capitalista patriarcal destrói a vida de homens e mulheres, assim como a vida dos demais seres." Novas invasões já estão sendo, portanto, anunciadas. Não deu certo midiaticamente com a Cutrale? Tentemos novamente com o setor de florestas plantadas, papel e celulose!

Parece que não aprendem. Ou melhor, não querem aprender, pois o seu objetivo consiste em inviabilizar o agronegócio e, de modo mais abrangente, o Estado de Direito.

A lei, para esse tipo de organização política, nada vale, sendo apenas um instrumento descartável. A democracia apenas lhe convém, porque lhe permite um amplo leque de ações. Conta com a leniência das autoridades e com a impunidade para continuar o seu caminho de abolição de uma sociedade baseada nas liberdades e na igualdade de oportunidades.

Em boa hora foi aprovada, pelo Congresso, a CPI do MST.

Drawback X Downcafeicultura.

Drawback X Downcafeicultura.

A Abic semana passada em encontro com o Sr.Stephanes que esta ministro da agricultura na atualidade, pediu para o adiantamento da lei que possibilita às indústrias de torrefação de café brasileira a importação de cafés de outras origens produtoras.
A finalidade desse movimento chamado de Drawback seria para diminuir custos na industrialização de café importando matéria prima mais barata, para depois retornar com esse café industrializado para outros paises. Segundo a própria Abic, em estudo entregue por eles, esse movimento possibilitaria em acréscimo na produção de café industrializado trazendo divisas para o nosso pais. Esse acréscimo segundo a própria Abic chegaria em torno de 5 vezes a produção atual.
Um dos pontos mais combatidos seria a barreira fito sanitária, onde essa pratica poderia trazer doenças que não existem em nossas lavouras. Na década de 70 quando a ferrugem se propagou no Brasil a fora ,vindo sabe-se de onde, trouxe e ainda traz prejuízos que não teríamos como mensurar ,pois essa doença nos aflige todos os anos sendo uma das doenças mais caras para se prevenir em nossas lavouras.
O acréscimo de produção pela indústria nacional chegando este ano a 18 milhões de sacas de café de 60 kg industrializadas não seria o suficiente para ela, a compra por matéria prima abaixo do custo de produção trazendo uma crise sem precedentes dentro da cafeicultura nacional também não seria o suficiente para inibir por lucros vorazes desse setor.
As maiores das empresas brasileiras estão sendo devoradas por empresas internacionais que estão devorando o mercado e manipulando ao ser favor por décadas vide o índice cepea/esalq que sua variação estaria estagnada na casa dos R$250,00 há décadas enquanto nosso custo de produção ultrapassa a casa dos 500%.
Quem nos garante se depois que uma medida dessas for aprovada esse café não chegaria às prateleiras dos supermercados e/ou nas mesas dos consumidores brasileiros.
Temos o segundo maior consumo de café, do planeta, consumo que esta crescente em uma sociedade que tem por habito de tomar café diariamente.
Com certeza o foco da indústria seria o nosso mercado. Não faz nenhum sentido fazer drawback no Brasil se as maiores das industrias de café que aqui estão são multinacionais e tem filiais em outros paises.Como o diz o ditado popular no Brasil existe lei que pega e lei que não pega ficaríamos a mercê de industrias que só visam lucro a todo custo não se importando com a cafeicultura local.
Se uma lei de rotulagem o lobby da indústria não deixa ser aprovada, lei que daria para mostrarmos para o consumidor o que ele esta consumindo, o que fariam depois que tiverem o direito de importação, que tipo de café vira pra cá, qual qualidade a quantidade de impureza será o fim anunciado da cafeicultura nacional o maior guarda chuva para outras cafeiculturas que já vi.
A importação de café pela indústria nacional será à volta ao abismo o downback da cafeicultura nacional.

Wagner Pimentel
www.cafezinhocomamigos.blogspot.com

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