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quinta-feira, 10 de abril de 2014

Café tem mais um dia de forte alta e rompe resistências na ICE

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com bons ganhos, com a posição maio voltando a se posicionar acima do nível psicológico de 200,00 centavos de dólar por libra peso e se aproximando das máximas registradas ao longo do último mês de fevereiro. As ações do pregão se concentraram basicamente em aquisições de especuladores e fundos, com ligeiras realizações de lucro sendo observadas nas máximas da sessão. Mais uma vez, a questão da disponibilidade global esteve na pauta dos operadores. Levantamentos efetuados por corretoras e tradings de países consumidores, ou seja, que são mais "ouvidas" pelos players já indicam um cenário bastante diverso daquele trabalhado até janeiro passado. Muitas dessas empresas têm em suas planilhas números relativos a um déficit de café na temporada, o que redundará em uma diminuição significativa dos estoques de países consumidores e produtores. Essa mudança brusca do quadro de oferta global, resultante dos problemas climáticos enfrentados pelo maior produtor mundial, afetou em cheio os terminais, com os ganhos tendo sido bastante expressivos nesses primeiros meses do ano. Apenas em março, com algumas fixações mais fortes de origens, principalmente do Brasil, se observou uma correção, que se mostrou fugaz, diante do fato de a escala de preço hoje estar bastante próxima das máximas recentes.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve alta de 625 pontos, com 206,10 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 207,80 centavos e a mínima de 199,95 centavos, com o julho registrando ganho de 630 pontos, com 208,40 centavos por libra, com a máxima em 210,00 centavos e a mínima em 202,35 centavos. Na Euronext / Liffe, o maio teve alta de 21 dólares, com 2.162 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 25 dólares, para 2.158 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, a sessão foi marcado por um início já no campo positivo, muito próximo do nível psicológico de200,00 centavos, que rapidamente foi vencido. A partir daí, várias ordens de compra passaram a ser registradas, com alguns acionamentos de stops e o rompimento de outra resistência, agora em 205,00 centavos. Diante do bom retrospecto, o mercado agora tende a buscar o "target" de 209,75centavos, que é a máxima recente obtida na bolsa norte-americana. No segmento externo, o dia foi de quedas para as bolsas de valores nos Estados Unidos, com destaque para a Nasdaq, que despencou quase 3%. O dólar teve ligeira retração em relação a uma cesta de moedas internacionais. Nas commodities softs, dia de avanço significativo do café e do suco de laranja. Algodão e cacau operaram em baixa.

"Os compradores estão muito efetivos e refletem o temor do mercado com a questão da oferta. Os primeiros números sobre a quebra de safra do Brasil fez com que o movimento de recompras voltasse a se efetivar com vigor. Além disso, a questão clima volta a ganhar contornos de dramaticidade. Especialistas ressaltaram que o fenômeno El Niño pode ganhar corpo na América do Sul, o que poderia produzir chuvas atípicas no cinturão cafeeiro do Brasil. Isso poderia prejudicar ainda mais a qualidade do grão e provocar quedas de fruto, o que seria mais um fator de prejuízo às lavouras" disse um trader.

A corretora britânica Marex Spectron divulgou relatório sobre o mercado de café no qual estima o déficit global do grão em 7,1 milhões de sacas na safra 2014/2015, em comparação ao superávit de 3,6 milhões de sacas em 2013/2014 e excedente de 6,05 milhões de sacas em 2012/2013. A corretora informa que uma inédita seca nas áreas produtoras do Brasil, entre meados de janeiro e início de fevereiro, mudou completamente as projeções para o mercado do grão. A safra brasileira em 2014/2015, cuja colheita se inicia em maio está estimada pela Marex em 49 milhões de sacas, em comparação com 55 milhões de sacas na previsão anterior. A mais recente estimativa oficial da Companhia Nacional de Abastecimento, divulgada antes da estiagem, projeta a safra brasileira 2014/2015 entre 46,53 milhões e 50,15 milhões de sacas.

As exportações brasileiras no mês de abril, até o dia 09,totalizaram 541.168 sacas, alta de 5,43% em relação às 513.269 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 250 sacas, indo para 2.595.924 sacas.
Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência207,80, 208,00, 208,50, 209,00, 209,50, 209,75, 209,90-210,00, 210,50, 211,00,211,50, 212,00, 212,50 e 213,00 centavos de dólar, com o suporte em 199,95,199,50, 199,00, 198,50, 198,00, 197,50, 197,00, 196,50, 196,00, 195,50, 195,00,194,50 e 194,00 centavos.




Londres volta a subir em sessão com volatilidade menos intensa

Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quinta-feira com altas, ainda que modestas, coma volatilidade registrada sendo menos intensa que a observada ao longo dos últimos dias na casa de comercialização britânica. As rolagens de posição continuam a ser efetivadas, principalmente entre maio e julho.

De acordo com analistas internacionais, a sessão foi caracterizada por uma abertura em leve alta e até uma tentativa de pressão sobre os preços, principalmente com as vendas de origens. Entretanto, a mínima do dia não passou dos 2.144 dólares. A partir daí, novas ordens de compra passaram a ser registradas, muitas delas amparadas em operações de arbitragem contra os arábicas em Nova Iorque e os ganhos se consolidaram. A máxima do pregão chegou a 2.174 dólares, mas nesse patamar foram registradas realizações.

"A situação da oferta global continua a mexer com os operadores e os robustas, mesmo num percentual bem inferior ao de Nova Iorque, estão conseguindo registrar evoluções em seus terminais de preço. O 'target' volta a ser o nível de 2.200 dólares, sendo que esse foi um patamar onde, num passado recente, encontramos boas ações vendedoras de origens, notadamente do Vietnã", disse um trader.

O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 7,00 mil contratos, contra 10,5 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 4 dólares.
No encerramento do dia, o maio teve alta de 21 dólares, com2.162 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 25 dólares,para 2.158 dólares por tonelada
CAFÉ: NOVA YORK ESTENDE GANHOS POR RECEIOS COM SAFRA BRASILEIRA
A Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures US) para o
café arábica opera em alta acentuada nesta quinta-feira, estendendo os ganhos
desta semana e tocando o ponto mais alto desde 13 de março, acima de 200
centavos de dólar por libra-peso. O impulso é oferecido por preocupações
renovadas com a safra brasileira, que sofreu em janeiro e fevereiro com uma
forte estiagem, o que danificou as lavouras do grão.
    A ponta compradora recebeu amplo suporte na última sexta-feira (04) com a
redução na estimativa de colheita pelo Conselho Nacional do Café (CNC). A
entidade projeta queda para este e o próximo ano, devido às condições
climáticas desfavoráveis. Em 2014, a produção do Brasil deve ficar em torno
de 40,1 a 43,3 milhões de sacas, ante projeção inicial de 44 mi/scs.
    Segundo o CNC, o mercado está caminhando em direção a um déficit de
oferta. Os preços internacionais permanecem instáveis e sensíveis a qualquer
evento climático, à medida que os danos resultantes da seca ainda não foram
oficialmente contabilizados. Além disso, as condições do tempo no cinturão
produtor brasileiro permanecem secas, o que podem causar maior estresse às
árvores, afetando as safras futuras e agravando os danos já sofridos.
    Aliado a esse fator, o fortalecimento da moeda brasileira frente ao dólar
também permite aos futuros movimento ascendentes mais acentuados - o que
desencoraja produtores do Brasil a exportarem as sacas. As informações são de
agências internacionais.
    Os contratos com entrega em maio/2014 são negociados a 205,00 centavos de
dólar por libra-peso, elevação de 5,15 centavos (+2,57%). A posição
julho/2014 tem cotação de 207,35 centavos de dólar, acréscimo de 5,25
centavos em relação ao fechamento anterior (+2,59%).

SAFRAS ESTIMA COMERCIALIZAÇÃO DO BRASIL 2013/14 EM 85% ATÉ 31/03
A comercialização da safra de café do Brasil 2013/14
(julho/junho) chegou a 85% até o dia 31 de março. O dado faz parte de
levantamento de SAFRAS & Mercado. Os trabalhos estão avançados em relação ao
ano passado, quando, até 31 de março de 2013, 75% da safra 2012/13 estava
comercializada. Há ligeiro atraso em relação à média dos últimos 5 anos,
que aponta que 86% da produção normalmente já está negociada no período.
    Em relação ao mês de fevereiro, houve avanço de oito pontos percentuais
na comercialização até 31 de março.
    Com isso, já foram comercializadas 45,11 milhões de sacas de 60 quilos,
tomando-se por base a estimativa de SAFRAS & Mercado, de uma safra 2013/14 de
café brasileira de 52,9 milhões de sacas.
    Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, os preços bastante
elevados no princípio de março estimularam as vendas e puxaram o ritmo,
compensando a perda de dinamismo do final do mês. Assim, a comercialização
anda bem e o fluxo de vendas se distancia da realidade de um ano atrás, quando
as vendas estavam em 75%. "Teremos um final de temporada típico, com oferta
escassa e produtor mais capitalizado", comenta.
    As vendas de café da safra nova, que ganharam força em fevereiro,
perderam um pouco de dinâmica agora em março, diz o analista. "A incerteza
em relação à safra futura é um dos entraves aos negócios antecipados",
aponta. Os números preliminares apontam um comprometimento entre 16% a 17% da
safra, com vendas de café girando em torno de 9 milhões de sacas, sendo algo
como 8 milhões de arábica e pouco mais de 1 milhão de conillon. O percentual
tem por base uma produção entre 48 a 49 milhões de sacas. Em fevereiro, o
percentual vendido estava entre 13% a 15%, ou seja, evoluiu pouco, mesmo com o
preço alto do começo de março, aponta Barabach. A média histórica para o
período gira entre 16% a 18%.
    Segue tabela com levantamento de comercialização da safra 2013/14,
tomando-se por base a estimativa de SAFRAS para a produção, até 31 de março:
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BRASIL: EVOLUÇÃO DA COMERCIALIZAÇÃO DE CAFÉ
BASE PRODUTOR -  SAFRA 2013/14
em milhões de sacas de 60 kg - até 31 de março de 2014
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             Produção*  Comercializ   Março    Fevereiro    2013   Média 5
Estado                                                              anos
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Minas Gerais   25,80       21,80       84         78         72       85
- Sul/Oeste    13,00       10,80       83         77         69       82
-Cerrado        5,00        4,40       88         78         75       87
-Zona da Mata   7,80        6,60       85         80         79       88
Espírito Santo 15,20       13,05       86         76         78       87
- arábica       3,20        2,85       89         78         71       82
- conillon     12,00       10,20       85         75         80       88
São Paulo       4,50        3,80       84         73         67       81
Paraná          1,80        1,55       86         75         93       94
Bahia           2,50        2,20       88         79         80       87
- arábica       1,70        1,35       79         79         80       86
- conillon      0,80        0,70       88         78         81       89
Rondônia        1,50        1,48       99         97         99       99
Outros          1,60        1,38       86         79         72       85
- arábica       0,90        0,77       86         78         74       85
- conillon      0,70        0,61       87         80         80       88
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ARÁBICA        37,90       32,12       85         77         73       85
CONILLON       15,00       12,99       87         78         82       90
TOTAL          52,90       45,11       85         77         75       86
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Fonte: Corretores e cooperativas
* Projeções: SAFRAS & Mercado
Obs: números parciais sujeitos à retificação
inclui café já entregue e também por entregar
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