Café tem mais um dia de forte alta e rompe resistências na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com bons ganhos, com a posição maio voltando a se posicionar acima do nível psicológico de 200,00 centavos de dólar por libra peso e se aproximando das máximas registradas ao longo do último mês de fevereiro. As ações do pregão se concentraram basicamente em aquisições de especuladores e fundos, com ligeiras realizações de lucro sendo observadas nas máximas da sessão. Mais uma vez, a questão da disponibilidade global esteve na pauta dos operadores. Levantamentos efetuados por corretoras e tradings de países consumidores, ou seja, que são mais "ouvidas" pelos players já indicam um cenário bastante diverso daquele trabalhado até janeiro passado. Muitas dessas empresas têm em suas planilhas números relativos a um déficit de café na temporada, o que redundará em uma diminuição significativa dos estoques de países consumidores e produtores. Essa mudança brusca do quadro de oferta global, resultante dos problemas climáticos enfrentados pelo maior produtor mundial, afetou em cheio os terminais, com os ganhos tendo sido bastante expressivos nesses primeiros meses do ano. Apenas em março, com algumas fixações mais fortes de origens, principalmente do Brasil, se observou uma correção, que se mostrou fugaz, diante do fato de a escala de preço hoje estar bastante próxima das máximas recentes.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve alta de 625 pontos, com 206,10 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 207,80 centavos e a mínima de 199,95 centavos, com o julho registrando ganho de 630 pontos, com 208,40 centavos por libra, com a máxima em 210,00 centavos e a mínima em 202,35 centavos. Na Euronext / Liffe, o maio teve alta de 21 dólares, com 2.162 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 25 dólares, para 2.158 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, a sessão foi marcado por um início já no campo positivo, muito próximo do nível psicológico de200,00 centavos, que rapidamente foi vencido. A partir daí, várias ordens de compra passaram a ser registradas, com alguns acionamentos de stops e o rompimento de outra resistência, agora em 205,00 centavos. Diante do bom retrospecto, o mercado agora tende a buscar o "target" de 209,75centavos, que é a máxima recente obtida na bolsa norte-americana. No segmento externo, o dia foi de quedas para as bolsas de valores nos Estados Unidos, com destaque para a Nasdaq, que despencou quase 3%. O dólar teve ligeira retração em relação a uma cesta de moedas internacionais. Nas commodities softs, dia de avanço significativo do café e do suco de laranja. Algodão e cacau operaram em baixa.
"Os compradores estão muito efetivos e refletem o temor do mercado com a questão da oferta. Os primeiros números sobre a quebra de safra do Brasil fez com que o movimento de recompras voltasse a se efetivar com vigor. Além disso, a questão clima volta a ganhar contornos de dramaticidade. Especialistas ressaltaram que o fenômeno El Niño pode ganhar corpo na América do Sul, o que poderia produzir chuvas atípicas no cinturão cafeeiro do Brasil. Isso poderia prejudicar ainda mais a qualidade do grão e provocar quedas de fruto, o que seria mais um fator de prejuízo às lavouras" disse um trader.
A corretora britânica Marex Spectron divulgou relatório sobre o mercado de café no qual estima o déficit global do grão em 7,1 milhões de sacas na safra 2014/2015, em comparação ao superávit de 3,6 milhões de sacas em 2013/2014 e excedente de 6,05 milhões de sacas em 2012/2013. A corretora informa que uma inédita seca nas áreas produtoras do Brasil, entre meados de janeiro e início de fevereiro, mudou completamente as projeções para o mercado do grão. A safra brasileira em 2014/2015, cuja colheita se inicia em maio está estimada pela Marex em 49 milhões de sacas, em comparação com 55 milhões de sacas na previsão anterior. A mais recente estimativa oficial da Companhia Nacional de Abastecimento, divulgada antes da estiagem, projeta a safra brasileira 2014/2015 entre 46,53 milhões e 50,15 milhões de sacas.
As exportações brasileiras no mês de abril, até o dia 09,totalizaram 541.168 sacas, alta de 5,43% em relação às 513.269 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 250 sacas, indo para 2.595.924 sacas.
Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência207,80, 208,00, 208,50, 209,00, 209,50, 209,75, 209,90-210,00, 210,50, 211,00,211,50, 212,00, 212,50 e 213,00 centavos de dólar, com o suporte em 199,95,199,50, 199,00, 198,50, 198,00, 197,50, 197,00, 196,50, 196,00, 195,50, 195,00,194,50 e 194,00 centavos.
Londres volta a subir em sessão com volatilidade menos intensa
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quinta-feira com altas, ainda que modestas, coma volatilidade registrada sendo menos intensa que a observada ao longo dos últimos dias na casa de comercialização britânica. As rolagens de posição continuam a ser efetivadas, principalmente entre maio e julho.
De acordo com analistas internacionais, a sessão foi caracterizada por uma abertura em leve alta e até uma tentativa de pressão sobre os preços, principalmente com as vendas de origens. Entretanto, a mínima do dia não passou dos 2.144 dólares. A partir daí, novas ordens de compra passaram a ser registradas, muitas delas amparadas em operações de arbitragem contra os arábicas em Nova Iorque e os ganhos se consolidaram. A máxima do pregão chegou a 2.174 dólares, mas nesse patamar foram registradas realizações.
"A situação da oferta global continua a mexer com os operadores e os robustas, mesmo num percentual bem inferior ao de Nova Iorque, estão conseguindo registrar evoluções em seus terminais de preço. O 'target' volta a ser o nível de 2.200 dólares, sendo que esse foi um patamar onde, num passado recente, encontramos boas ações vendedoras de origens, notadamente do Vietnã", disse um trader.
O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 7,00 mil contratos, contra 10,5 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 4 dólares.
No encerramento do dia, o maio teve alta de 21 dólares, com2.162 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 25 dólares,para 2.158 dólares por tonelada