Café interrompe série negativa na ICE e se aproxima dos 175 cents
Data: 03/04/2014
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com ganhos, interrompendo, assim, a semana baixista. O dia foi caracterizado por uma tranquilidade bem maior que a verificada recentemente na casa de comercialização norte-americana. Ao longo da maior parte do pregão, os preços flutuaram dentro de um range estreito, sendo que apenas na parte final do dia os compradores ganharam maior fôlego e permitiram fazer com que o maio se reaproximasse do referencial psicológico de175,00 centavos. A sessão foi, mais uma vez, marcado pelo viés técnico. Os baixistas chegaram a tentar fazer com que a posição de maior liquidez testasse patamares inferiores a 170,00 centavos, mas, ao contrário do observado ao longo da quarta-feira, não demonstram consistência para executar essa operação. O mercado, mantendo o quadro que tem sido verificado ao longo das últimas semanas, continua discutindo fortemente a questão da disponibilidade global do café. Muitos players se mostram preocupados com um déficit mais efetivos, o que poderia fazer com que os estoques globais diminuíssem consideravelmente. A empresa Comexim indicou que estima que os estoques de passagem do Brasil, no início de julho, deverão atingir a marca de 11,5 milhões de sacas, refletindo a quebra causada pelos problemas climáticos recentes. Para efetuar esse cálculo, a exportadora avaliou que no primeiro dia deste ano exercício existiam disponíveis 38,07 milhões de sacas, com o primeiro trimestre tendo uma exportação de 7,5 milhões de verde, além da produção de 800 mil sacas de solúvel e consumo interno de 5 milhões de sacas, o que reduziria o número para 24,77 milhões de sacas. Com base na média, obteve-se o número dos estoques de passagem.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve alta de 190 pontos, com 174,60 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 175,00 centavos e a mínima de 170,85 centavos, com o julho registrando valorização de 190 pontos, com 176,70 centavos por libra, com a máxima em 177,00 centavos e a mínima em 173,00 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio teve queda de 4 dólares, com 2.016 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 1 dólar, para 2.014 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por uma volatilidade bem menos intensa, o que permitiu fazer com que os terminais trabalhassem com poucas oscilações ao longo de praticamente toda a primeira metade do dia. Na segunda metade, algumas compras mais efetivas foram registradas, mas com o maio não conseguindo romper o nível psicológico de175,00 centavos, ainda que o fechamento das operações tenha se dado próximo da máxima. No segmento externo, o dia foi de ligeiras quedas para as bolsas de valores nos Estados Unidos e alta do dólar em relação a uma cesta de moedas internacionais. As commodities softs tiveram alta para a maior parte das matérias-primas, com o destaque positivo sendo o açúcar.
"A tendência é que consigamos manter os atuais patamares. O mercado parece ter conseguido achar um teto próximo dos 200,00 centavos, ao passo que o piso parece ficar próximo dos 170,00 centavos, ao menos no curto prazo. O mercado ficou atento a um levantamento efetuado por órgãos especializados em agronomia do Brasil na cidade de Três Pontas, considerada uma das maiores produtoras do país. Naquela região, segundo os técnicos, a perda pode chegar a 45% neste ano, confirmando, assim, os fortes efeitos da seca e do calor intenso, registrados nas primeiras semanas do ano, sobre as lavouras", disse um trader.
A produção de café da Colômbia cresceu 34% em março impulsionada pelo programa de renovação de lavouras do país, pelo aumento da produtividade e também pelas boas condições climáticas, informou a Federacafe(Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia). No mês passado, o país sul-americano produziu 828 mil sacas, contra 617 mil sacas de março de 2013.Enquanto isso, as exportações de café da Colômbia cresceram 37% em março, para 928 mil sacas, em contraste com as 677 mil sacas do mesmo mês do ano passado. A Colômbia, famosa por seus cafés suaves lavados, registrou em 2013 uma safra de10,9 milhões de sacas, um crescimento de 41% em relação a 2012.
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 3.630 sacas, indo para 2.589.269 sacas.
Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência 175,00, 175,50, 176,00, 176,50, 177,00, 177,50, 178,00, 178,30, 178,50, 178,95,179,00, 179,50, 180,00 e 180,50 centavos de dólar, com o suporte em 170,85,170,50, 170,10-170,00, 169,50, 169,00, 168,50, 168,00-167,90, 167,50, 167,00,166,50, 166,00, 165,50, 165,10-165,00 e 164,50 centavos.
Londres tem dia de poucas variações e preços próximos da estabilidade
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quinta-feira com poucas oscilações, em uma sessão relativamente tranquila, bem diferente do cenário de volatilidade intensa registrado ao longo dos últimos pregões. A posição maio variou nesta quinta dentro de um range curto, de menos de 20 dólares, preservando o suporte de 2.000 dólares.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por uma abertura num patamar muito próximo do fechamento da quarta-feira. Os vendedores e compradores se alternaram, mas as ordens foram apenas modestas e o maio, no lado positivo, não conseguiu ir além de nível de 2.028 dólares, ao passo que a mínima do pregão ficou em 2.009 dólares.
"Tivemos uma sessão técnica, claramente com viés consolidativo. As oscilações foram muito curtas e conseguimos manter os padrões intactos. Esse comportamento tão diverso daquele verificado recentemente seguiu, em parte, o comportamento de Nova Iorque, que também teve uma sessão calma para os arábicas. O desafio em Londres continua sendo preservar o patamar de 2.000 dólares. Por enquanto isso tem sido conseguido, já que a especulação sobre a disponibilidade global continua a existir", disse um trader.
O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 7,31 mil contratos, contra 4,23 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 2 dólares.
No encerramento do dia, o maio teve queda de 4 dólares, com 2.016 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 1 dólar, para 2.014 dólares por tonelada.