Dólar fecha em forte alta após dados de emprego dos EUA
Depois de um rali de alta das moedas emergentes em fevereiro, a piora no
cenário externo trouxe uma interrupção do movimento de recuperação dessas
divisas. Hoje, o dólar voltou a subir com força ante o real, impulsionado por
dados mais fortes do mercado de trabalho americano, que reforçaram a
perspectiva de fortalecimento da economia dos Estados Unidos e dão
tranquilidade para o Federal Reserve manter o ritmo de redução de seu programa
de estímulos monetários. Além disso, a tensão entre Rússia e EUA na crise na
Ucrânia e os riscos vindos do mercado de crédito da China, após a notícia do
primeiro calote no mercado corporativo de dívida, trazem um cenário mais
pessimista para as moedas emergentes no curto prazo.
No mercado local, o dólar comercial subiu 1,16% a R$ 2,3480, encerrando a
semana em alta 013%. Já o contrato futuro para abril avançava 0,91% para R$
2,361.
O mercado de trabalho nos EUA mostrou uma retomada em fevereiro. No mês
passado, foram criadas 175 mil vagas, acima da projeção dos analistas que
esperavam a abertura de 152 mil postos de trabalho. Já a taxa de desemprego
apresentou uma leve alta para 6,7% em fevereiro, ante 6,6% em janeiro. A
divulgação dos números mais fortes acalmou temores sobre uma desaceleração mais
consistente no mercado de trabalho do país e sugeriu que os dados mais fracos
dos últimos meses foram influenciados pelo rigoroso inverno.
A notícia provocou uma alta das taxas dos Treasuries, levando a um
fortalecimento do dólar frente às principais moedas, com muitos investidores
aproveitando para realizar lucros após a valorização de boa parte das divisas
emergentes em fevereiro. O Dollar Index, que acompanha o desempenho da divisa
americana frente a uma cesta de moedas, subia 0,10%.
Além disso, a notícia do primeiro default dos bônus de uma empresa na China
trouxe a preocupação em relação ao mercado de crédito no país , que pode
implicar em políticas mais restritivas e impactar o crescimento da segunda
maior economia do mundo.
No mercado doméstico, o fortalecimento do dólar globalmente levou a um
movimento de cobertura de posições vendidas na moeda americana no mercado
futuro por parte de investidores que apostavam em um dado fraco do mercado de
trabalho nos EUA.
Na prática, a cobertura de posições vendidas na moeda americana ocorre
principalmente no mercado de derivativos e é feita por meio da operação inversa
à assumida - ou seja, compra de dólar.
Para o estrategista de um banco estrangeiro, a recuperação das moedas
emergentes frente ao dólar em fevereiro foi mais um rali de curto prazo que uma
mudança de tendência, e se a economia americana continuar mostrando sinais de
recuperação, as taxas dos Treasuries tendem a subir provocando uma realocação
em ativos mercados emergentes.
"Se esse sinal de força do mercado de trabalho dos Estados Unidos persistir, o
rendimento do Treasury vai subir e isso vai ter um impacto no câmbio", diz o
gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo.
O economista-chefe para a América Latina do banco ING, Gustavo Rangel, no
entanto, não vê um movimento de correção acentuada do real, podendo até se
valorizar no curto prazo se o governo anunciar dados positivos em relação aos
resultados fiscais. O economista vê espaço para uma apreciação do câmbio diante
do cenário de continuidade de aumento da taxa básica de juros, podendo encerrar
o primeiro semestre em R$ 2,25. Para o segundo semestre, no entanto, Rangel vê
um cenário de maior volatilidade, que deve levar a um fortalecimento do dólar
frente ao real diante das incertezas em relação às eleições, o risco de
protestos durante a Copa do Mundo e a dificuldade maior do governo em cumprir a
meta fiscal, prevendo um câmbio mais próximo do patamar de R$ 2,55 a R$ 2,60 ao
fim de 2014.
Mantendo as intervenções diárias, o Banco Central vendeu hoje todos os quatro
mil contratos de swap cambial tradicional ofertados em leilão nesta
sexta-feira, em operação que funcionou como uma "injeção" de US$ 197,8 milhões
no mercado futuro. A liquidação está prevista para a próxima segunda-feira, dia
10. Com o leilão de hoje, a posição vendida do BC em dólar via swaps cambiais
junto ao mercado subiu para US$ 84,203 bilhões. Para o início de abril, está
previsto o vencimento de um lote de US$ 10,148 bilhões em contratos de swap
cambial.
Dólar tem maior alta em dois meses; Bolsa perde 1,8% puxada por Vale
São Paulo, SP - A criação de empregos acima do esperado nos EUA em
fevereiro não foi suficiente para ofuscar o clima de cautela dos mercados nesta
sexta-feira (7) com as tensões políticas na Ucrânia e a desaceleração da
economia chinesa.
Assim, o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou o dia em queda
de 1,80%, aos 46.244 pontos, puxado pela perda das ações da Vale, siderúrgicas
e elétricas. Com este desempenho, o índice terminou a semana mais curta com
baixa acumulada de 1,80%. Foi a terceira semana seguida no vermelho.
No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, encerrou a
sexta-feira em alta de 1,2% em relação ao real, maior valorização diária desde
2 de janeiro deste ano, para R$ 2,345 na venda. Na semana, houve alta de 0,47%.
Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 1,16% no dia e 0,13% na
semana, para R$ 2,348.
"O indicador [de emprego dos EUA] mostrou que o mercado de trabalho americano
segue em recuperação e que os dados mais fracos de dezembro e janeiro foram
prejudicados pelo rigoroso inverno no país", diz Eduardo Velho,
economista-chefe da gestora Invx Global.
O resultado, segundo Velho, reforça a expectativa de que o banco central dos
EUA vai continuar retirando gradativamente seu estímulo naquele país e não é
suficiente para fazer com que haja o aumento antecipado da taxa de juros
americana, o que deve ficar para 2015.
"Quando isso acontecer, haverá migração significativa de investimentos dos
emergentes para os EUA, pressionando o dólar. Mas, por enquanto, não há
indícios de que ocorrerá antes do ano que vem", afirma. "A alta do dólar hoje
também foi um ajuste às quedas recentes", acrescenta.
Mesmo com a valorização na semana, o dólar continua abaixo da casa de R$ 2,40
""nível considerado por analistas como "confortável" tanto para o Banco Central
quanto para os exportadores. Isso porque, em torno desse valor, o dólar não é
tão caro a ponto de pressionar a inflação e nem tão barato para prejudicar a
receita das exportadoras.
A última vez que o dólar à vista esteve na casa de R$ 2,40 foi em 5 de
fevereiro deste ano. Desde então, a moeda soma desvalorização de 2,33%.
Nem mesmo a atuação do Banco Central no câmbio conseguiu impedir a alta do
dólar nesta sexta-feira. A autoridade deu sequência ao seu programa de
intervenções diárias no mercado, através do leilão de 4.000 swaps cambiais
tradicionais (equivalente à venda futura de dólares), por US$ 197,8 milhões.
CHINA
Referências negativas vindas do principal parceiro comercial do Brasil, a
China, derrubaram a Bolsa brasileira, segundo analistas. A Chaori Energy
Science & Technology, fabricante chinesa de painéis solares, deixou de pagar os
juros aos detentores de seus títulos privados. Foi o primeiro calote
corporativo da história da China.
"O movimento acirrou ainda mais o temor do mercado em relação à desaceleração
da economia chinesa", diz Filipe Machado, analista da Geral Investimentos.
A China é o principal comprador internacional do minério de ferro produzido
pela brasileira Vale, que viu suas ações mais negociadas fecharem o dia em
queda de 3,63% ""a maior perda diária desde 9 de janeiro deste ano"", para R$
27,09. É o menor preço desde 12 de julho de 2013.
Já os papéis ordinários da mineradora, menos negociados e com direito a voto,
cederam 3,78% nesta sexta-feira ""a maior baixa diária desde 24 de junho de
2013"", para R$ 30,55. É o menor preço desde 15 de julho de 2013.
Os contratos futuros de minério e aço na China tiveram queda nesta sexta-feira,
o que ajudou a puxar para baixo tanto as ações da Vale quanto as de
siderúrgicas. Os papéis mais negociados da Usiminas perderam 5,61%, enquanto a
CSN viu suas ações caírem 5,08%.
O setor elétrico também dominou a ponta negativa do Ibovespa no dia, diante das
incertezas em relação ao repasse do custo mais elevado às companhias de energia
para uso das termoelétricas. A Light caiu 5,93%, enquanto os papéis mais
negociados da Cesp cederam 5,18% e as ações da Energias do Brasil tiveram
desvalorização de 4,98%.
Das 72 ações que compõem o Ibovespa, apenas 10 fecharam o dia no azul, com
destaque para Hypermarcas (+2,96%), Telefônica Brasil (+1,38%) e TIM (+0,87%).
Juros futuros longos disparam após dados de emprego nos EUA
Os juros futuros longos dispararam hoje na BM&F de mãos dadas com os títulos do
Tesouro americano (Treasuries), que despertaram da letargia recente após a
economia americana exibir, enfim, um sinal inequívoco de vitalidade. A geração
de empregos nos Estados Unidos cresceu em fevereiro (175 mil vagas, acima das
152 mil esperadas). E podia ser melhor, não fossem ainda os efeitos do inverno
rigoroso. Não há motivo para o Federal Reserve interromper a redução de compra
mensal de bônus, primeiro passo no logo processo de normalização da política
monetária, cujo desfecho, embora ainda distante, é a alta dos juros de curto
prazo. Os juros futuros longos, que já vinham em trajetória ascendente desde
sexta-feira, insuflados o resultado do superávit primário do governo central em
janeiro, dispararam hoje na BM&F. A taxa do DI para janeiro de 2017 pulou de
12,37% para 12,53%. Como o avanço do contrato para janeiro de 2015 foi mais
modesto (de 11,08% para 11,13%), a inclinação da curva saltou da casa de 1,29
ponto para 1,40 ponto. Entre 25 e 27 de fevereiro, rodava abaixo de 1,10 ponto,
o que dá uma ideia da dimensão do ajuste dos últimos dias, cujo principal
capítulo foi o pregão de hoje.
JUROS: Taxas de DIs fecham em alta com dados de emprego nos EUA
São Paulo, 7 de março de 2014 - As taxas dos depósitos interfinanceiros
(DIs) encerraram as negociações de hoje na BM&Fbovespa em alta, reagindo aos
dados de criação de vagas nos Estados Unidos, melhores que o esperado.
As taxas dos DIs para julho de 2014 subiram de 10,79% para 10,80%,
movimentando R$ 31,126 bilhões, seguidas pelas taxas dos contratos para janeiro
de 2017, que avançaram de 12,37% para 12,53%, com giro de R$ 27,224 bilhões.
Ainda entre os contratos mais negociados do dia, a taxa do DI para janeiro
de 2015 subiu de 11,08% para 11,13% (R$ 234,858 bilhões) e a para janeiro de
2016 passou de 11,95% para 12,10% (R$ 16,930 bilhões).
A economia dos Estados Unidos gerou 175 mil empregos em fevereiro, mais que
os 145 mil esperados pelo mercado, e a taxa de desemprego do país subiu 0,1
ponto porcentual ante janeiro, para 6,7%, ante expectativa de queda para 6,5%.
Os dados foram divulgados pelo Departamento do Trabalho do país e as previsões
foram levantadas com analistas pela Agência CMA.
"Esses dados fizeram os juros dos treasures norte-americanos de 10 anos
subirem hoje e isso fez as taxas de juros subirem por aqui também", explica
Flávio Conde, analista da Gradual Investimentos.
PERSPECTIVA CÂMBIO E JUROS: Dados da China devem influenciar negócios
São Paulo, 7 de março de 2014 - Sem indicadores previstos nos Estados
Unidos na segunda-feira, os dados da China que serão divulgados no final de
semana devem ser o principal foco de atenção dos investidores, podendo
pressionar principalmente o dólar, segundo Reginaldo Galhardo, gerente de
câmbio da Treviso Corretora de Câmbio. "A pouca demanda na China, que
derrubou o preço de minério de ferro preocupou os mercados hoje, podendo
refletir em números da nossa balança novamente mais fracos. O mercado vai
ficar de olho nesses dados da China na segunda-feira certamente", aponta
Galhardo.
Amanhã (8), a China divulga o índice de preços ao consumidor e o índice
de preços ao produtor de fevereiro às 22h30 pelo departamento de estatísticas
do país. Ainda no sábado, a alfândega do país divulga o saldo da balança
comercial referente a fevereiro.
O dólar comercial encerrou as negociações de hoje com alta de 1,16% a R$
2,3460 para compra e R$ 2,3480 para venda, encerrando a semana com valorização
de 0,12%. Durante o dia a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$
2,3220 e a máxima de R$ 2,3510. No mercado futuro, o contrato com vencimento em
abril subiu 0,70% a R$ 2.356,000.
Segundo Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora de
Câmbio, a alta da divisa hoje reflete o dado de criação de vagas nos Estados
Unidos acima do esperado. A economia dos Estados Unidos gerou 175 mil empregos
em fevereiro, mais que os 145 mil esperados pelo mercado, e a taxa de desemprego
do país subiu 0,1 ponto porcentual ante janeiro, para 6,7%, ante expectativa
de queda para 6,5%. Os dados foram divulgados pelo Departamento do Trabalho do
país e as previsões foram levantadas com analistas pela Agência CMA.
De acordo com o gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio, a
tendência para o dólar aponta para um movimento de alta ante o real. Além dos
riscos envolvendo China e a saída de investidores de mercados emergentes com
os dados melhores de emprego nos Estados Unidos, bancos como Nomura já estariam
indicando vender real e comprar peso mexicano, migração que pode ajudar a
pressionar o dólar novamente para cima.
Juros
As taxas de juros não devem ter tanto efeito da China, mas podem oscilar
mais de acordo com o movimento dos títulos do tesouro dos Estados Unidos, sob a
expectativa que na próxima reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central
norte-americano) novas reduções de estímulos sejam anunciadas com a economia
do país mais forte.
Hoje as taxas já reagiram também aos dados de emprego dos Estados Unidos,
acompanhando o movimento externo, segundo Flávio Conde, analista da Gradual
Investimentos.. "Esses dados fizeram os juros dos treasures norte-americanos de
10 anos subirem hoje e isso fez as taxas de juros subirem por aqui também",
explica Conde.
As taxas dos depósitos interfinanceiros (DIs) encerraram as negociações
de hoje na BM&FBovespa em alta. As taxas dos DIs para julho de 2014 subiram de
10,79% para 10,80%, movimentando R$ 31,1 bilhões, seguidas pelas taxas dos
contratos para janeiro de 2017, que avançaram de 12,37% para 12,53%, com giro
de R$ 27,2 bilhões.
Ainda entre os contratos mais negociados do dia, a taxa do DI para janeiro
de 2015 subiu de 11,08% para 11,13% (R$ 23,8 bilhões) e a para janeiro de 2016
passou de 11,95% para 12,10% (R$ 16,9 bilhões).
Bovespa sofre com China e ameaça de racionamento
Por pouco a bolsa brasileira não bateu no pregão desta sexta-feira a pontuação
mínima deste ano, de 46.148 pontos, do dia 1 de fevereiro. O Ibovespa fechou
em baixa de 1,80%, aos 46.244 pontos, com volume de R$ 7,318 bilhões. A queda
do dia também corresponde à perda acumulada pela bolsa brasileira nestes três
primeiros pregões de março. No ano, a baixa do índice já supera os 10%. O dado
melhor que o esperado de geração de emprego nos Estados Unidos em fevereiro não
conseguiu afastar as preocupações sobre a crise geopolítica na Ucrânia e com a
desaceleração da economia chinesa, especialmente após o anúncio do primeiro
calote corporativo na história do país. O mau humor externo respingou sobre
mineradoras e siderúrgicas e se juntou à incerteza sobre um possível
racionamento de energia e seus impactos para a economia, o que pressionou os
papéis de elétricas. "As ações estão baratas, mas o momento ainda pede
cautela", alerta a gestora de fundos da Coinvalores, Tatiane Pereira. "Há
muitos fatores de risco no ar, como a possibilidade de desaceleração da China,
a crise na Ucrânia. Isso sem falar que neste mês o Brasil receberá a equipe da
Standard & Poor's, que poderá cortar o rating soberano." Tatiane lembra ainda
que o governo federal precisa definir logo se haverá ou não racionamento e como
será paga a conta pelo uso das termelétricas: pelo Tesouro ou por meio de
repasse para as tarifas de energia. "O melhor é esperar para ver o que acontece
com todos esses fatores de risco", diz a especialista. Entre as principais
ações do Ibovespa, Petrobras PN (-0,81%) e Itaú PN (-1,99%) tiveram queda
modesta perto de Vale PNA, que afundou 3,62%, para R$ 27,09 e foi um dos
destaques de baixa, ao lado das siderúrgicas Usiminas PNA (-5,60%) e CSN ON
(-5,08%). Elas acompanharam o desempenho de suas pares internacionais após as
notícias negativas vindas da China. A Chaori Energy Science & Technology,
fabricante de células e painéis solares com sede em Xangai, confirmou default
em pagamento de juros sobre títulos da empresa, no primeiro caso de calote
corporativo da história da China. A ponta negativa do índice trouxe ainda as
elétricas Light ON (-5,92%), Cesp PNB (-5,18%), Eletrobras ON (-4,69%) e
Energias do Brasil ON (-4,98%). A estiagem de fevereiro gerou uma conta de
aproximadamente R$ 3,5 bilhões às distribuidoras de energia, conforme informou
hoje o Valor. O número, calculado preliminarmente pelo setor privado e já
informado ao governo, é resultado do acionamento a plena carga das usinas
térmicas e da "exposição involuntária" das próprias distribuidoras. Elas não
conseguiram contratar todo o suprimento de eletricidade nos últimos leilões do
governo e p recisam comprar 3.500 megawatts (MW) médios no mercado de curto
prazo para abastecer seus consumidores. Em janeiro, a conta já havia sido de R$
1,8 bilhão, mas o esvaziamento dos reservatórios complicou esse quadro. Pelas
regras atuais, as distribuidoras são obrigadas a assumir essas despesas, mas
elas alegam risco de quebra, caso precisem mesmo fazer os desembolsos. Por
isso, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) concordou em adiar para o
dia 11 de março a apresentação de garantias financeiras pelas distribuidoras.
Até a semana que vem, as empresas deverão depositar essas garantias para
liquidar os gastos bilionários de janeiro. Na ponta positiva do Ibovespa
resistiram nove ações: Hypermarcas ON (2,96%), Vivo PN (1,38%) e TIM ON
(0,86%). A Telecom Italia reforçou mais uma vez que pretende continuar no
Brasil. Mas, questionado por analistas como pensava em desenhar uma eventual
operação de venda da TIM, Marco Patuano, presidente do grupo italiano, disse
que vai avaliar ofertas pela operadora, caso elas apareçam. "Se uma boa oferta
aparecer, nós vamos avaliar, sim."
PERSPECTIVA: Preços baixos de ações e dados chineses podem ajudar Ibovespa
São Paulo, 7 de março de 2014 - A próxima sessão da BM&FBovespa será
influenciada pelos indicadores chineses de inflação ao consumidor e ao
produtor e da balança comercial do país em fevereiro. Segundo Newton Rosa,
economista-chefe da SulAmérica Investimentos, caso os indicadores venham em
linha com os anteriores é possível que a reação dos investidores seja
positiva. "Com os preços das principais ações muito barato, o Ibovespa
[principal índice da bolsa brasileira] poderá esboçar reação".
Neste fim de semana será divulgada a balança comercial da China, que em
janeiro registrou superávit de US$ 31,86 bilhões, alta de 14% em relação ao
registrado no mesmo período do ano passado. O economista afirma que se for
notado crescimento maior das exportações, os mercados emergentes poderão se
recuperar das perdas recentes. Cada vez mais, o ritmo do mercado acionário no
Brasil será dado pelo resultado dos indicadores econômicos que serão
divulgados na China. Esse resultado influenciará principalmente as ações das
empresas ligadas a commodities como a mineradora Vale e as siderúrgicas Gerdau
e Usiminas.
Hoje, o Ibovespa encerrou as negociações com queda de 1,8%, aos 46.244
pontos. O volume financeiro da bolsa brasileira atingiu R$ 7,3 bilhões. Na
semana, mais curta devido ao Carnaval, a queda acumulada também chegou a 1,8%.
Entre as empresas com maior peso, os papéis da Vale (VALE5), que caíram 3,62%,
a R$ 27,09, ficaram entre as maiores desvalorizações. No mesmo sentido ainda
encerraram as ações PN da Petrobras (PETR4; -0,81, a R$ 13,32), do Bradesco
(BBDC4; -1,28%, a R$ 27,64), as ON da petrolífera (PETR3; -1,77%, a R$ 12,7), e
as do Itaú Unibanco (ITUB4; -1,99%, a R$ 30,95).
O desempenho negativo foi influenciado pelo risco de racionamento de energia
elétrica no País, com o acionamento das usinas termelétricas e a notícia do
primeiro calote da história de uma empresa privada chinesa, elevando a
aversão ao risco àquele país. A Shanghai Chaori Solar, uma empresa de
painéis solares, pagou apenas uma parcela, cerca de 4,4% do total de 89,8
milhões de iuans (US$ 14,6 milhões), que devia em juros de títulos emitidos
há dois anos.
PERSPECTIVA SEMANAL: Mercado ficará agitado com dados da China e do Brasil
São Paulo, 7 de março de 2014 - O ritmo dos mercados acionários nos
países emergentes, principalmente no Brasil, será dado pelo resultado dos
indicadores econômicos que serão divulgados na China a partir deste fim de
semana. Dados mensais da inflação oficial brasileira, das vendas no varejo e
da produção industrial vão contribuir para oscilação das ações ligadas ao
mercado interno na BM&FBovespa.
A primeira sessão da semana começará sob influência do índice preços
ao consumidor chinês referente a fevereiro, que no mês anterior teve alta de
2,5%. Também serão informados o índice de preços ao produtor, que registrou
queda de 1,6% em janeiro, e o saldo da balança comercial. Em janeiro, houve
superávit de US$ 31,86 bilhões, alta de 14% em relação ao registrado no
mesmo período do ano passado.
Segundo Marcelo Varejão, analista de investimentos da Socopa Corretora,
esses números poderão trazer volatilidade aos papéis das companhias ligadas a
commodities na bolsa brasileira, especialmente os da mineradora Vale. Na
madrugada de quinta-feira ainda serão divulgados pelo departamento de
estatísticas do país a produção industrial e o indicador de vendas no varejo
referentes a janeiro.
"Os dados da China têm influenciado bastante nosso mercado, principalmente
nesta sexta-feira, com as informações de default de uma empresa de painéis
solares".. No mercado doméstico, por sua vez, Instituto Brasileiro de Geografia
e Estatística (IBGE) informará na primeira metade da semana Pesquisa
Industrial Mensal - Produção Física Brasil e o Indice Nacional de Preços ao
Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro, na quarta-feira.
Para o analista da Socopa, será muito importante acompanhar esse indicador
porque servirá de referência para a política monetária que o Banco Central
(BC) adotará na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A
expectativa é de que o PICA mostre desaceleração no acumulado de 12 meses,
podendo colaborar para as previsões de que o BC manterá a Selic em 10,75% ao
ano ou fará aumento de no máximo 0,25 ponto percentual.
Caso o desempenho seja favorável para o mercado de renda variável, as
ações das empresas dos setores de construção civil, consumo e shopping
center deverão verificar ganhos na BM&FBovespa. Outro fator que poderá
influenciar pontualmente as próximas sessões serão os resultados financeiros
que as empresas como Companhia de Concessões Rodoviárias (CCR), MRV Engenharia
e Light vão informar à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Em relação à Ásia, Varejão destacou que os investidores continuarão
atentos à tensão entre os países Rússia e Ucrânia, que durante esta semana
foi alvo de boatos a respeito de invasão na região da Crimeia pelas tropas
russas. Neste fim de tarde, a agência Reuters noticiou que homens armados,
possivelmente russos, invadiram com um caminhão um posto de defesa de mísseis
no território ucraniano. "Esse é mais um fator que pesa negativamente para os
mercados".
MERCADO EUA: Ações fecham em alta; Nasdaq é exceção novamente
São Paulo, 7 de março de 2014 - Após passarem a subir no final da
sessão, a maioria dos índices acionário dos Estados Unidos refletiram o
otimismo com o dado de emprego hoje e fecharam em alta, com exceção do Nasdaq
Composto que foi pressionado pela queda nas ações de tecnologia. O Dow Jones
subiu 0,19%, a 16.452 pontos, o S&P 500 encerrou praticamente estável, com
ligeira variação positiva de 0,05%, a 1.878 pontos, e o Nasdaq Composto recuou
0,37%, a 4.336 pontos.
Na semana, o Dow Jones subiu 0,8%, o S&P 500 teve aumento de 1% e o Nasdaq
Composto avançou 0,65%.
O resultado de vagas criadas em fevereiro (175 mil) nos Estados Unidos
superou as expectativas do mercado (de 145 mil) e animou os investidores sobre
uma maior recuperação na economia do país. "Se a economia conseguiu gerar
175 mil empregos em um mês de clima severo, assim que o tempo voltar ao normal,
podemos esperar que o mercado de trabalho se fortaleça mais ainda,
corroborando com os planos de redução de ativos do Fed", afirmou Paul
Ashworth, economista-chefe da Capital Economics, em nota.
Por outro lado, os dados positivos não sustentaram a alta do Nasdaq
Composto, que foi pressionado pelo movimento fraco hoje nas ações de
tecnologia, entre as quais as do Ebay.
PETRÓLEO: Ameaça da Rússia e forte dado de emprego impulsionam preços
São Paulo, 7 de março de 2014 - Os preços dos contratos futuros
internacionais do petróleo terminaram o dia em alta, impulsionados pelo
resultado de emprego melhor do que o esperado e pela ameaça da Rússia em
suspender suas vendas de gás à Ucrânia. Na Nymex, os preços dos contratos
futuros do WTI para abril tiveram alta de 1%, para US$ 102,58 o barril. Na
plataforma ICE, os preços dos contratos futuros do Brent com vencimento no
mesmo mês subiram 1,15%, para US$ 109 o barril.
A recuperação no mercado de trabalho indica um fortalecimento na economia
norte-americana, que por sua vez, estimula a demanda de energia de país. Hoje,
o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgou que a economia criou 175
mil empregos em fevereiro, número acima do previsto pelos analistas, de 145 mil
vagas.
Os preços de petróleo subiram também com a notícia de que a OAO Gazprom,
companhia estatal de gás da Rússia, pode suspender o fornecimento de gás à
Ucrânia - após o país não ter pagado as entregas de fevereiro.
A Rússia fornece cerca de 15% da demanda por gás da Europa através dos
gasodutos da Ucrânia. Qualquer interrupção nesse ciclo pode ter impacto
significante para os consumidores europeus, inclusive para as indústrias do
Reino Unido, Itália e Alemanha