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terça-feira, 17 de maio de 2011

Governo prepara revolução nas regras para estimular produção de alimentos básicos

Governo prepara revolução nas regras para estimular produção de alimentos básicos

Mauro Zanatta | De Brasília | Valor Economico

O governo prepara uma profunda alteração nas regras do crédito rural. O esforço, cujo resultado será divulgado no fim de maio, busca estimular a produção de alimentos básicos, induzir a diversificação da agropecuária, garantir a sustentação de preços ao produtor e, ao mesmo tempo, manter sob controle a inflação dos alimentos.

Parte das mudanças no Manual de Crédito Rural, debatidas com bancos públicos e privados pelo governo, serão anunciadas no novo Plano de Safra 2011/12, apurou o Valor. Outra parte deve ser aprovada em reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN) no fim de junho.

A proposta, costurada pelo Ministério da Fazenda ao longo dos últimos cinco meses, prevê uma "descommoditização" da política agrícola. Produtores de arroz, feijão, carnes, frutas e hortigranjeiros, que hoje pagam juros mais elevados por não figurar como prioridade do governo, passarão a ser equiparados aos empresários de soja, algodão e milho.

O novo manual de crédito, de 500 páginas, tentará desburocratizar as operações rurais e simplificar a concessão de recursos para custeio, investimento e comercialização das safras. Em época de bonança no setor rural e de altos volumes de recursos disponíveis no sistema financeiro, a tônica é facilitar a vida de clientes, bancos e do governo. Mas sempre com a ideia de evitar variações bruscas de preços no setor.

"A ação do governo precisa ser igual para todos os produtores, e não para uma cultura específica. Hoje, temos uma política mais 'commoditizada'. O foco é para igualar carnes, batata e tomate, que pagam taxas mais elevadas, às commodities", explica o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt. Coordenador da revisão do manual, o economista enumera os objetivos: "É um estímulo à produção e ao controle de inflação. E tem um lado ambiental porque ajuda na diversificação da produção. Além disso, é mais fácil fiscalizar por CPF do que por cultura".

O novo manual unificará os limites individuais de crédito, que passarão a ser liberados por CPF do beneficiário. Assim, os limites por cultura devem acabar. Isso simplificará procedimentos e cortará custos operacionais. A medida deve elevar o teto dos recursos, de R$ 650 mil para até R$ 975 mil, dependendo da criação de "sobretetos", ainda em discussão, apurou o Valor. Hoje, as faixas do teto vão de R$ 200 mil a R$ 650 mil. O governo transformará os R$ 650 mil em piso. Se usar sementes certificadas, o produtor pode ter um bônus de 15%. Se comprovar respeito às leis ambientais, terá outros 15%. "O foco é trazer quem está abaixo dos R$ 650 mil. Mas o Tesouro dará a palavra final", afirma Bittencourt.

Para sustentar preços aos produtores durante os picos de safra, quando a abundância de oferta tende a derrubar cotações, o governo também dará ênfase à comercialização da produção. Para isso, vai separar a proteção ao produtor do crédito à agroindústria.

Os Empréstimos do Governo Federal (EGFs) devem acabar. Em seu lugar, o governo criará dois novos instrumentos: o Financiamento para Estocagem de Produtos Integrantes da PGPM (FEPM) e FEE, para produtos fora da Política de Garantia de Preços Mínimos. Assim, haverá uma elevação nos limite de crédito até duas vezes o que o produtor emprestou em custeio. A meta é dar velocidade à comercialização, garantir mais recursos ao produtor para segurar produtos nos armazéns e conferir mais "poder de fogo" para reter produção, inclusive pecuária. "O foco, hoje, não garante preços, mas apenas crédito", diz Gilson Bittencourt.

As mudanças incluem, ainda, a criação de uma espécie de crédito rotativo ("cheque especial"), com limite de crédito mais amplo e prazo maior. "Será um renovação simplificada, não necessariamente crédito rotativo", afirma o secretário-executivo. O governo ainda decidirá se o limite será R$ 200 mil, R$ 300 mil ou R$ 500 mil. A ideia é "zerar", por dois meses, essa conta. Entre junho e julho, por exemplo, o produtor quitaria esse débito.

Os produtores integrados a agroindústrias terão limites unificados de R$ 70 mil por CPF. Os tetos para investimentos fixos e semifixos devem subir, passando de R$ 200 mil para 300 mil. As agroindústrias também terão limites maiores, passando de R$ 30 milhões para R$ 40 milhões, inclusive no Funcafé (FAC). Os sementeiros terão até R$ 7 milhões.

Além disso, o governo avalia permitir aos bancos de cooperativas cumprir, em nome dos bancos privados, parte das "exigibilidades" do crédito rural - a parcela de 25% dos depósitos à vista com aplicação obrigatória no rural. A meta é fortalecer e estimular as cooperativas. Para criar o Depósito Interfinanceiro para Cooperativas de Crédito (DIR Cooperativas), porém, ainda falta definir a distribuição de riscos bancários. Também haverá alterações nas NPRs e exigências de registro em cartório.

Os bancos receberam bem as mudanças. "Parabéns ao Gilson pelo trabalho árduo. É um estímulo importante que demandou muito tempo e equipe especializada", disse o diretor da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Ademiro Vian. Antes, porém, os bancos terão que mudar sistemas de tecnologia, contratos-padrão e fazer adequações operacionais. "Mas é momento bom para fazer mudanças".


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Café Palheta volta ao mercado carioca

Café Palheta volta ao mercado carioca
Marca adquirida pela Sara Lee está disponível novamente nas gôndolas.

O Café Palheta, que nos últimos quatro anos esteve fora das gôndolas, volta a ser comercializado nos pontos-de-venda da Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A marca, fundada em 1943, foi comprada pela Sara Lee Cafés em novembro do ano passado, e chegará com uma embalagem repaginada e com novo blend. O café é feito a partir de uma combinação dos melhores grãos de torra média escura que proporciona uma bebida forte e saborosa. Está disponível nas embalagens de 250g e 500g nas versões almofada e a vácuo.

Para o diretor de marketing da Sara Lee, Ricardo Souza, o retorno do Café Palheta ao mercado carioca tem como objetivo tornar a marca a segunda da empresa na região, atrás de Pilão, que tem 40% de market share. “O Café Palheta, apesar de ter ficado fora do mercado, ainda tem forte identificação com o consumidor carioca”. [Preço sugerido: R$ 5,68 (embalagem a vácuo 500g) | SAC 0800 703 55 55 ].

Campanha publicitária - A agência Talent é a responsável pela criação da campanha para anunciar a volta do Café Palheta. A partir do conceito “As coisas boas do Rio estão voltando” e com trilha sonora interpretada pelo baterista, cantor e compositor Wilson da Neves, o filme relembra as belezas da cidade, ao mesmo tempo em que celebra as novas conquistas, como sede da próxima Copa do Mundo e dos próximos Jogos Olímpicos.

O insight criativo para a campanha partiu da imagem do antigo Café Palheta, ponto de encontro no Rio anos atrás e presente na memória afetiva dos cariocas até hoje, como símbolo de uma cidade acolhedora, otimista e alegre. Além do filme (de 30’ e 60’), que será veiculado a partir do dia 16 de maio na TV Globo, TV Record, Rede TV! e TV Band, a campanha contará também com mídia exterior e mobiliário.

Sara Lee Cafés- A Sara Lee, multinacional americana, ingressou no Brasil em 1998 e iniciou um processo de aquisições de marcas. Na atualidade, todas as suas operações no Brasil estão concentradas no mercado de cafés, com as marcas Pilão, Café do Ponto, Seleto, Caboclo, Moka, Jaraguá, Damasco (Damasco, Maracanã, Bom Taí, Pacheco e Palheta), além do sistema monodose de café Senseo®, uma parceria mundial da Sara Lee com a Philips. A Sara Lee lidera o mercado nacional de café torrado e moído, com 22,3% de participação.

Atualmente, possui duas unidades fabris. A planta industrial de Jundiaí, que foi inaugurada em 2006, conta com 35 mil metros quadrados de área construída, num total de 226.596 metros quadrados e é a maior e mais moderna fábrica de torra e moagem de café da América Latina. A planta no bairro de Pirajá em Salvador (BA), inaugurada em março de 2011, conta com área total de 16 mil metros quadrados e abriga a base do escritório regional de Vendas da região Nordeste.

No Brasil, a Sara Lee emprega 1.225 funcionários diretos e cerca de 200 indiretos. Merece destaque ainda a preocupação da empresa com a Sustentabilidade: apoio a agricultura sustentável, compra de cafés com selo Utz, aproveitamento da água da chuva e a manutenção de APP - Área de Preservação Permanente, com aproximadamente 52.000 metros quadrados, além de rígido processo de controle de emissão de poluentes.

No mercado desde 1939, a Sara Lee encanta milhões de consumidores e clientes ao redor do mundo. A empresa possui um dos mais amados e principais portfólios com suas marcas inovadoras e confiáveis de alimentos e bebidas, incluindo Ball Park, Douwe Egberts, Hillshire Farm, Jimmy Dean, Sara Lee e Senseo. Juntas, nossas marcas geram aproximadamente US$ 11 bilhões em vendas líquidas anuais. Sara Lee tem aproximadamente 33.000 funcionários trabalhando em suas operações em todo o mundo. [www.saralee.com].

Boletim Diario do Mercado de Café - 17 Maio 2011.

H.Commcor DTVM


O Mercado físico de café trabalhou o dia nos mesmos níveis de ontem. Para cafés Safra 10/11 de R$ 515,00 a R$ 525,00, com 10%a 15% de catação, e para cafés com 15% a 20% de catação R$ 505,00 a 515,00.

O fechamento do café arábica BMF para o vencimento Set/11 foi a US$ 333,40 com 3,50 de alta, totalizando um volume de 1.628 contratos. Saiu spread Set/Dez de 0,50 a 1,00. Observamos arbitragem Set/Set de -18,80 a -17,25; Set/Dez de -21,20 a -20,00; Dez/Dez de -20,30 a -19,50. O mercado de café na BMF trabalhou o dia em um movimento de correção técnica recuperando as perdas dos dias anteriores, com a melhora no cenário externo e também a queda do dólar em relação a outras moedas dando suporte para o dia de hoje.
Hoje não desceu nenhum contrato para o vencimento Maio11, totalizando 411 contratos entregues.

O mercado de café para o vencimento Julho/11 encerrou cotado a 266,10, com 200 pontos de alta, e range entre 263,60 e 268,40.Quebrando a tendência de queda das últimas sessões, a cotação do café nesta terça-feira registrou acentuado ganho. Fazendo a mínima do dia a263,60, nível acima da marca registrada ontem, tímidas compras em escala foram sendo notadas, encontrando com baixo volume de negócios sua resistência de 265,00. Quebrando tal patamar, o grão logo objetivou sua média móvel de 100 dias a 265,70, onde assim foi observado maior volume de compras e ativações de specs, levando a commodity a suas máximas do dia a 266,70, fechando com leve depreciação a 266,10. Após o fechamento, dando continuidade a tal movimento de apreciação, novas compras deram maior fôlego para o mercado, registrando assim uma nova máxima do dia a 268,40, deixando a idéia do mercado para a sessão subseqüente, testar novamente tais patamares. Na sessão de hoje não desceram 49 canudos, totalizando2.626 canudos. As médias móveis de 40, 100 e 200 dias estão compreendidas em 281,50 / 265,70 e 229,00 respectivamente. De acordo com a Cecafé, os embarques de maio (entre os dias 01 e 16) somam 791.343 sacas, uma variação negativa de 4,0% em relação ao mesmo período do mês anterior. O café Londres Julho/11 encerrou cotado a 2492, com 19 pontos de alta, num range de 2462 e 2507.

Estoques dos EUA crescem 119 mil sacas em abril, diz GCA

Estoques dos EUA crescem 119 mil sacas em abril, diz GCA

Os estoques de café nos Estados Unidos tiveram uma alta de 119.138 sacas no final de abril, totalizando 4.351.291 sacas, informou a GCA (Green Coffee Association). No final de março, os estoques do país eram de 4.232.153 sacas. A maior alta de estoques foi verificada no armazém de Nova Iorque, com aumento de 123.461 sacas, com o aumento nos armazém de Los Angeles/Long Beach sendo de 21.595 sacas. A maior retração foi observada no armazém de Houston, com baixa de 34.898 sacas. Anteriormente, uma informação havia sido transmitida informando incorretamente os números sobre os estoques do país. Os números apresentados agora são os oficiais da GCA.

Café mantém fraqueza e tem dia de perdas consideráveis na ICE

Café mantém fraqueza e tem dia de perdas consideráveis na ICE

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com novas quedas, em mais uma sessão caracterizada pelo clima negativo que tomou conta do setor nos últimos dias. Especuladores e fundos continuaram instalados no lado vendedor do mercado e várias liquidações foram detectadas, principalmente na segunda metade da sessão. O dia foi iniciado com as cotações próximas da estabilidade, sendo que os preços tiveram variações não muito intensas no lado positivo e negativo da escala. Na segunda parte do dia, no entanto, ao conseguir romper o nível de 268,65 centavos, o mercado ganhou impulso para novos stops de vendas e as perdas passaram a ser verificadas com maior intensidade, com o mercado encerrando o dia abaixo dos 265,00 centavos, algo considerado negativo por alguns operadores.

Com mais uma queda, o mercado que se mostrava sobrecomprado dá sinais de não mais ter forças para manter um padrão de ganho anterior e os bearishs (baixistas) voltaram a ter predominância nas ações. Alguns suportes mais básicos já foram facilmente rompidos e o mercado não dá demonstração de uma reação mais efetiva. Outro suporte, desta vez com maior potencial, está em 256,00 centavos, nível que, se rompido, poderia abrir espaço para liquidações mais consistentes, encerrando, efetivamente, um ciclo de ganhos consistentes no mercado em quase um ano de ações de grande volume de compra. Tecnicamente, o mercado que se mostrava bastante forte já vê sinais de fraqueza, seja no Índice de Força Relativa, seja nas médias móveis, como de 20 e 40 dias, que já não conseguem ser sobrepostas nos fechamentos, algo que é lido pelos operadores como bastante negativo.

No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve queda de 530 pontos com 264,10 centavos, sendo a máxima em 272,15 e a mínima em 263,05 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação negativa de 525 pontos, com a libra a 267,05 centavos, sendo a máxima em 275,00 e a mínima em 266,00 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou queda de 54 dólares, com 2.473 dólares por tonelada, com o setembro tendo desvalorização de 53 dólares, com 2.504 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o mercado continua demonstrando um padrão de liquidação, com vendas significativas sendo realizadas, o que faz com que o café perca muitas das "gorduras" acumuladas ao longo dos últimos meses. O cenário externo também não contribui para uma melhoria do quadro. Nesta segunda-feira, mais uma vez, as commodities apresentaram retrações, numa manutenção do quadro de mau humor, com muitos operadores se retirando dos mercados de maior risco para investir em segmentos mais seguros. "Alguns fundos estão diminuindo o apetite no mercado de commodities. Isso é um fato. E está refletido nas cotações em queda. O café reflete esse mau momento, com perdas consideráveis. Mas, fundamentalmente, ainda temos um quadro apertado para grão é não seria exagerado pensarmos que essa pressão vendedora pudesse ser estancada logo, já que, além do pouco café disponível, vivemos um momento climático delicado e todo o cuidado é pouco diante desse quadro", disse um trader.

A agência estatal reguladora de café do Burundi, denominada Arfic, divulgou que seu objetivo é dobrar, em cinco anos, a produção do grão no país. Para tanto, um processo de renovação será executado em grande parte das lavouras locais. A agência prevê replantar ao menos 7,5 milhões de árvores, privilegiando as variedades de alta produção e mais resistentes, segundo apontou o diretor desse órgão, Evariste Ngayempore. Ao final da renovação, o país quer passar das atuais 25 mil toneladas obtidas anualmente para 50 mil toneladas. Neste ano, o país sofreu com problemas de pragas, doenças e também com uma seca. Burundi produz, predominantemente, arábica e venda a grande maioria de seu café para os Estados Unidos e União Européia.

Os estoques de café nos Estados Unidos tiveram uma alta de 119.138 sacas no final de abril, totalizando 4.351.291 sacas, informou a GCA (Green Coffee Association). No final de março, os estoques do país eram de 4.232.153 sacas. A maior alta de estoques foi verificada no armazém de Nova Iorque, com aumento de 123.461 sacas, com o aumento nos armazém de Los Angeles/Long Beach sendo de 21.595 sacas. A maior retração foi observada no armazém de Houston, com baixa de 34.898 sacas. Anteriormente, uma informação havia sido transmitida informando incorretamente os números sobre os estoques do país. Os números apresentados agora são os oficiais da GCA.

A Colômbia teve mais um final de semana de chuvas intensas e enchentes foram reportadas em diversas regiões do país. Entidades especialistas em meteorologia indicam que esta é a pior temporada de chuvas da história da nação sul-americana. Quatorze Estados do país estão com alerta vermelho por conta das chuvas, entre eles zonas cafeeiras como Cundinamarca, Boyacá, Antioquia, Santander, Caldas Cauca e do Atlântico. O país registra 448 mortes por conta da atual temporada de chuvas.

As exportações de café do Brasil em maio, até o dia 13, somaram 708.845 sacas, contra 824.715 sacas registradas no mesmo período de abril, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 10.555 sacas indo para 1.645.660 sacas.

O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 18.761 lotes, com as opções tendo 5.018 calls e 4.136 puts. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 272,15, 272,50, 273,00, 273,50, 274,00, 274,50, 274,90-275,00, 275,50, 276,00 e 276,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 263,05-263,00, 262,50, 262,10-262,00, 261,50, 261,00, 260,50, 260,10-260,00, 259,50 e 259,00 centavos por libra.