Páginas

sexta-feira, 23 de agosto de 2013



Em sessão de pouca movimentação, café se mantém estável na ICE

  Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com estabilidade, em uma sessão tranqüila, de pouca movimentação e sem maiores emoções. Os preços apresentaram pequena estabilidade, com a posição dezembro variando dentro de um range estreito de apenas 165 pontos. A quinta-feira marcou o início da notificação do contrato de setembro na bolsa norte-americana e, com o fim das rolagens remanescentes, o que se observou foi uma calma ainda mais efetiva nos negócios com café. Depois de quedas sucessivas, motivadas por fatores técnicos e também por pressão do câmbio brasileiro, o pregão do dia foi caracterizado pelo viés consolidativo, com os preços chegando a flertar com as mínimas de mais de quatro anos, mas com as ações de liquidação não tendo continuidade. Os arábicas em Nova Iorque conseguiram se manter alheios ao quadro dos robustas em Londres que tiveram mais um dia de perdas incisivas, com o contrato de maior liquidez batendo nos menores patamares em quase dois meses. Esse tipo de grão passa a ser pressionado mais fortemente, ante uma possível mudança no quadro de demanda, já que algumas torrefações passaram a sentir estimuladas a apostar nos arábicas, que voltaram a experimentar preços bastante limitados. Tecnicamente, o mercado continua a ter uma tendência baixista de curto e longo prazos. No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve queda de 10 pontos, com 117,05 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 118,00 centavos e a mínima de 116,35 centavos, com o dezembro tendo desvalorização de 10 pontos, com 120,00 centavos por libra, com a máxima em 120,85 centavos e a mínima em 119,35 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição setembro teve queda de 46 dólares, com 1.781 dólares por tonelada, com o novembro tendo desvalorização de 36 dólares, no nível de 1.793 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pelo quadro estável na bolsa nova-iorquina, que buscou "administrar posições", principalmente após as fortes perdas empreendidas ao longo dos últimos dias, que fizeram com que o dezembro oscilasse de um nível próximo dos 125,00 centavos para próximo dos 116,00 centavos, sem praticamente nenhuma contrapartida por parte dos compradores. O câmbio brasileiro deu um alívio nesta quinta-feira. O real teve uma sessão de avanços consideráveis em relação à moeda norte-americana, o que freou o ímpeto vendedor de alguns players da maior origem produtora mundial. "Tivemos um pregão de maior controle sobre os preços, com volatilidade baixa. Isso era esperado, já que encerramos a fase de rolagens de posição. Agora voltamos a nos deparar com o quadro técnico, que se mantém negativo, principalmente ante uma disponibilidade que se mostra ampla. Na quarta-feira, a INTL FCStone Inc. apresentou uma previsão de que o Brasil colherá 60 milhões de sacas em 2014 e isso só traz mais leituras negativas ao mercado. O que causa estranhamento é uma empresa conseguir avaliar uma safra antes mesmo da ocorrência das floradas, já que as lavouras brasileiras ainda nem sequer encerraram o processo de colheita. É algo por demais antecipado e que só colabora para piorar ainda mais um quadro que só desfavorece o lado mais fraco da corda, que é o do produtor", disse um trader. Os preços do café arábica devem se manter pressionados no mercado internacional, de acordo com relatório divulgado pelo banco holandês Rabobank. Entre os motivos para esse quadro negativo estão a entrada da safra brasileira no mercado e a concorrência com o robusta, com possível aceleração das vendas do Vietnã, maior produto mundial da variedade. O banco destacou que, mesmo com a preocupação relacionada às geadas ocorridas no Brasil no final de julho, os preços seguiram tendência de baixa. De abril ao início de agosto, o primeiro vencimento na bolsa de Nova York sofreu desvalorização de 9%. O banco avaliou que o pano de fundo para essa desvalorização continuou a ser o aumento da safra colombiana juntamente com a expectativa de safra brasileira acima do esperado em um ano de baixa. Isso tem compensado as preocupações quanto aos efeitos da ferrugem do colmo na produção da América Central. As seguidas desvalorizações do real também pressionam as cotações. As exportações brasileiras no mês de agosto, até o dia 21, totalizaram 1.051.529 sacas de café, alta de 20,91% em relação às 869.659 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 275 sacas, indo para 2.793.581 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 14.419 lotes, com as opções tendo 3.121 calls e 1.320 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 118,00, 118,50, 119,00, 119,50, 119,70, 119,90-120,00, 120,50, 121,00, 121,50, 122,00, 122,50, 122,20, 122,50, 122,75, 123,00, 123,50, 124,00, 124,50-124,60, 124,90-125,00, 125,50 e 125,90-126,00 centavos de dólar, com o suporte em 116,35, 116,00, 115,80, 115,50, 115,35, 115,10-115,00, 114,50, 114,00, 113,50, 113,00, 112,50 e 112,00 centavos.


Origens ativas fazem Londres bater na mínima de quase dois meses

  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quinta-feira com quedas consideráveis, ampliando ainda mais as perdas já registradas ao longo de toda a semana. A posição novembro fechou o dia abaixo do nível psicológico de 1.800 dólares, no menor patamar de preços desde 28 de junho. O volume negociado surpreendeu e foi maior que a média recente da bolsa londrina. De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por vendas especulativas, que seguiram a tendência dos últimos pregões na bolsa britânica. Esses analistas ressaltaram que as ofertas de origens, notadamente do Vietnã, se mostram ativas e vão minando os ganhos que foram constituídos ao longo das últimas semanas. O país indo-asiático se prepara para a chegada de sua nova safra, cujo início oficial será em 01 de outubro, e, diante de estoques consideráveis, construídos depois de uma política de vendas regradas, ao longo dos últimos tempos, em busca de preços mais efetivos, o que se observa são liquidações, visando "abrir espaço" nos armazéns para os cafés novos. "Já havia essa perspectiva de que, mais cedo ou mais tarde, haveria uma abertura para as vendas de origens. Isso vem se somando a uma demanda apenas modesta para os robustas, já que alguns torrefadores se sentem confortáveis em substituir essa variedade por grãos arábicas, cujo preço vem em queda na bolsa de Nova Iorque", disse um trader. O setembro teve uma movimentação ao longo do dia de 5,18 mil contratos, contra 13,7 mil do novembro. O spread entre as posições setembro e novembro ficou em 12 dólares. No encerramento do dia, o setembro teve queda de 46 dólares, com 1.781 dólares por tonelada, com o novembro tendo desvalorização de 36 dólares, no nível de 1.793 dólares por tonelada.


Indicador de arábica Cepea/Esalq fica em R$ 283,68

  No mercado doméstico, a saca do café arábica nesta quinta feira, 22 de agosto , fechou em R$ 283,68, queda de 0,13%, segundo o indicador Cepea/Esalq . No mês o acumulado está em queda de 0,72%, em dólar ficou a US$ 116,36. No ano de 2013, a queda para o indicador de arábica foi de 14,79%


Indicador de conilon Cepea/Esalq fica em R$ 258,25

  No mercado interno, a saca do conillon nesta quinta feira, dia 22 de agiosto, ficou em R$ 258,25, alta de 1,18%, segundo o Cepea/Esalq. O acumulando do mês está com alta de 1,91%, em dólar ficou a US$ 105,93. No ano de 2013, o indicador do conilon apresentou queda de 0,17%.
Indicador da Agnocafé do arábica fica em R$ 297,00

  O indicador arábica da Agnocafé para o café nesta quinta feira, 22 de agosto fica em R$ 297,00, queda de 0,33% . No acumulado do mês tem alta de 1,94%. Em dólar ficou em US$ 122,12


Cepea: Receita exportadora inicia temporada em queda

  A forte queda no preço médio do grão (FOB) de café verde – arábica e robusta – fez com que as exportações do produto iniciassem a temporada 2013/14 com receita em dólar abaixo da observada no começo da safra 2012/13 (julho/12). Já o volume embarcado em julho ficou praticamente estável frente a julho/12. De acordo com dados da Secretária de Comércio Exterior (Secex), o preço médio (FOB) do grão verde no último mês foi de US$ 153,15/saca de 60 kg, queda de 25,8% frente ao de julho/12. Este é o menor valor em dólar desde junho/10, quando a saca exportada teve média de US$ 151,49. Segundo pesquisadores do Cepea, apesar dos recuos no preço FOB nos últimos meses, o valor médio do café no mercado interno registrou pequeno aumento de junho/13 para julho/13, após nove meses de quedas consecutivas, mas ainda está bem abaixo dos patamares observados em julho/12. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto em São Paulo, teve média de R$ 287,57/saca em julho, ligeira alta de 0,65% frente à de junho/13 (R$ 285,71/saca), mas forte queda de 29,5% frente a julho/12 (R$ 408,06/saca). (Fonte: Cepea – www.cepea.esalq.usp.br)


Exportações de café da Índia cai 4,1%

  As exportações de café da Índia deve aumentar a partir de setembro, como compradores da América do Norte, Japão e Europa Oriental iniciando os embarques este ano podendo ser igual as vendas do ano anteriro. As exportações caíram 4,1%, para 217.492 toneladas( 3,625 milhões de sacs) nos sete meses até julho. Exportações incluído 116.732 toneladas de robusta e 43.206 toneladas de arabica. "Pode haver um pequeno aumento nas exportações nos próximos três meses, porque a força do dólar permitirá que os exportadores para oferecer um bom preço para os compradores", disse um exportador. "Para todo o ano, as exportações vão ser plana." Rúpia da Índia caiu para um recorde hoje, depois de alguns minutos de uma reunião da Reserva Federal dos EUA mostrou que o banco central está ficando mais perto de reduzir estímulo que tem alimentado a demanda por ativos de mercados emergentes. A moeda caiu 16 por cento nos últimos seis meses, beneficiando as exportações.


Produção de café na Índia deve cair devido aumento de pragas

  A Índia, terceiro maior exportador de café da Ásia, pode não ter uma safra recorde no próximo ano, após as maiores chuvas de monção em quase duas décadas que danificou os grãos e um provável aumento de ataques de pragas. Produção podem totalizar cerca de 317 mil toneladas( 5,280 milhões de sacasa) na próxima temporada, 30.000 toneladas( 500 mil sacas) a menos do que a alta de todos os tempos de 347 mil toneladas( 5,780 mihões de sacas) previstas pelo Conselho de café da Índia em julho, disse Anil Kumar Bhandari, um membro da agência estatal. A colheita foi 318,2 mil toneladas( 5,3 mihões de sacas) no ano, que começou em 1 de outubro de 2012. Oferta reduzida da Índia, onde robusta responde por 70 por cento da produção, podem ajudar a conter a queda dos preços. A produção global incluindo arabica variedade irá exceder a demanda por quarto ano consecutivo e os estoques vão subir até o mais alto desde 2009, estima o Departamento de Agricultura dos EUA. "Caiu muita cereja por causa do excesso de chuvas", disse Bhandari disse por telefone a partir de Bangalore ontem. "Houve pesados ataques de pragas da broca branca do cafeeiro arábica na safra. A haste de broca branca tem sido há três ou quatro anos, e a cada ano, cerca de 5 por cento da colheita é destruída. " As principais áreas de cultivo em Karnataka, que produz cerca de 70 por cento da produção da Índia, recebeu tanto quanto 29 por cento mais chuvas de monções entre 1 de Junho e 20 de agosto, de acordo com o Departamento Meteorológico da Índia. Chuvas nos dois primeiros meses da temporada de monções de julho a setembro, a principal fonte de irrigação para 235 milhões de agricultores da Índia, foi o mais alto desde 1994, segundo o departamento. "Em primeiro lugar, em abril, as chuvas falhou miseravelmente e altas temperaturas afetaram a safra", disse Nishant Gurjer, presidente da Associação dos Plantadores de Karnataka. "De junho em diante, temos recebido mais chuvas do que nos últimos 20 anos."


Pouco risco para quedas mais acentuadas do preço do café arábica, diz Rabobank

  O banco holandês Rabobank afirma que é limitado o espaço para quedas ainda mais acentuadas dos preços internacionais do café arábica. Em seu boletim trimestral sobre expectativas de cotações de commodities agrícolas para o terceiro trimestre do ano, o banco estima que um risco para o recuo mais acentuado das cotações do grão seria uma desvalorização mais pronunciada do real frente ao dólar e uma revisão para cima da safra 2013/14 na Indonésia. O país asiático é o terceiro maior produtor mundial de café robusta e tem sua safra sendo impactada por pesadas chuvas. O boletim do Rabobank também diz que uma possível aceleração das vendas de robusta no Vietnã, o maior produtor mundial desta espécie de café, também poderá impactar o mercado, já que produtores provavelmente ainda carregam estoques da safra 2012/13. Outro ponto de atenção, diz o Rabobank, é sobre a redução líquida da posição vendida dos fundos, que em duas semanas caiu de 21,5 mil contratos para apenas 13 mil. Isso indica que revisões para cima da previsão de oferta de café podem desencadear um movimento acelerado de vendas e intensificar possíveis quedas. O relatório do banco diz ainda que a pressão sobre os preços do café arábica podem ser minimizadas pelo lançamento dos contratos de opções de venda (ao governo) de 3 milhões de sacas de café, ao valor de R$ 343 por saca. A medida foi anunciada oficialmente no início deste mês pela presidente Dilma Rousseff, mas os detalhes dos leilões ainda não foram divulgados. CNC


Protestos na Colômbia bloqueiam dezenas de rodovias

  O quarto dia do protesto nacional agrário na Colômbia terminou sem acordo entre os representantes do governo e os líderes da manifestação, que bloqueia ao menos 30 rodovias de 11 departamentos colombianos. Autoridades e manifestantes trocam acusações sobre atos violentos. O movimento acusa o Estado de repressão violenta aos protestos e os ativistas são acusados de bloqueios indevidos e atos de vandalismo. Os ministros do Interior, Fernando Carrillo, e da Agricultura, Francisco Estupiñán, que participaram hoje (22) da reunião com líderes do movimento de protesto, informaram que não dialogarão sobre as reivindicações, enquanto houver bloqueios indevidos de manifestantes. Hoje (22) algumas universidades em Bogotá aderiram às manifestações em apoio aos camponeses que pedem melhores condições no campo. Houve confrontos com a polícia e depredações. Os departamentos Nariño e Boyacá são os mais afetados pelos bloqueios. Boa parte dos alimentos que chegam à capital colombiana é proveniente de Boyacá. O desabastecimento de alimentos, remédios e combustível já é sentido em algumas regiões e em áreas de Bogotá. Os caminhoneiros também fazem parte da mobilização, assim como mineiros, cafeicultores, arrozeiros e indígenas. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha na Colômbia informou que registra dificuldades de deslocamento e atendimentos de missões médicas. Entre segunda-feira (19) e ontem (21), foram registrados 12 casos de ameaças ou bloqueio a passagem de veículos da entidade. “A Cruz Vermelha Colombiana tem estado em contato com as autoridades e os líderes das mobilizações para difundir o direito de trânsito das ambulâncias e para permitir que os serviços médicos desempenhem suas funções”, informa o comunicado da Cruz Vermelha. Segundo os líderes do protesto, iniciado na segunda-feira, a manifestação tem como objetivo “rejeitar as políticas neoliberais adotadas pelo governo, bem como privatizações e entrega de recursos naturais a empresas multinacionais”. Os pequenos agricultores pedem o direito à propriedade agrícola, melhoria das condições do campo e acesso a melhores serviços de saúde e água potável. Os mineiros e caminhoneiros reivindicam melhoria salarial e redução de custos de transporte. O desenvolvimento rural faz parte da agenda de negociação pelo fim do conflito armado entre o governo e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Um acordo sobre o tema já foi fechado em Cuba, mas as negociações ainda não resultaram em benefícios para o campo. A execução dos acordos fechados em Cuba será feita após o término dos diálogos. De acordo, com números oficiais, cerca de 100 manifestantes foram presos e 50 ficaram feridos. Os ativistas, no entanto, dizem o número de prisões e de pessoas feridas é maior que o anunciado pelas autoridades. Líderes do protesto acusam a polícia de agir com violência “excessiva e indiscriminada” para conter as manifestações.


BC lança plano de intervenção diária no câmbio até dezembro de U$60 bi

  O Banco Central decidiu nesta quinta-feira intervir diariamente no mercado de câmbio, com a injeção potencial de 60 bilhões de dólares no mercado até o fim do ano, em meio à disparada da cotação da moeda norte-americana, na maior intervenção deste tipo desde o auge da crise internacional em 2008. O objetivo, segundo o BC, é "prover hedge cambial aos agentes econômicos e liquidez ao mercado de câmbio". A alta do dólar, que chega a 21,51 por cento desde maio, tem causado preocupação em relação à inflação e ao endividamento das empresas brasileiras. De acordo com a autoridade monetária, de segunda a quinta-feiras, até o fim do ano, serão ofertados 500 milhões de dólares em leilões diários de swap cambial tradicional --equivalente a venda futura de dólares. Já às sextas-feiras serão realizados leilões de linha -- venda de dólar no mercado à vista com compromisso de recompra-- de até 1 bilhão de dólares. "Isso mostra a firme determinação da autoridade monetária a não deixar que esse câmbio saia do lugar", afirmou o economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito. Nesta semana, a moeda norte-americana chegou a romper o patamar de 2,45 reais, o maior patamar desde 9 dezembro de 2008. O BC informou ainda que, caso seja necessário, serão aportados mais recursos além do inicialmente previsto nessas operações. De janeiro até agora, as intervenções do BC já somam 45 bilhões de dólares, segundo informação atualizada da assessoria do BC. "Se julgar apropriado, o Banco Central do Brasil realizará operações adicionais", informou o BC em nota. A medida foi bem recebida por economistas do mercado financeiro, que destacaram que o programa reduzirá a volatilidade no mercado, mas sustentaram que o viés do dólar é de alta em relação ao real. O dólar tem subido em relação ao real por conta da expectativa de que o Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, irá diminuir em breve seu programa de compras mensais de 85 bilhões de dólares em títulos, que tem garantido alta liquidez internacionalmente. Apesar de não ser a única moeda a sofrer, o real tem se desvalorizado mais do que moedas de outros países com perfil semelhante ao brasileiro, por conta das preocupações com a política econômica. A alta do dólar tem causado apreensão em relação aos efeitos na inflação, em um momento em que a Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado em 12 meses flerta com o teto da banda de tolerância da meta de inflação do governo. A meta é de 4,5 por cento ao ano, com intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima e para baixo. Por conta da elevação dos preços no mercado interno, o BC iniciou em abril um novo ciclo de aperto monetário, elevando a taxa básica de juros de 7,25 por cento na ocasião para 8,5 por cento. Na próxima semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) irá se reunir novamente, e a expectativa é que os juros subam para 9 por cento ao ano. A alta do dólar tem levado os agentes econômicos a elevar suas estimativas para a taxa Selic no fim do ano. Para o economista-chefe do INVX Global, Eduardo Velho, o plano de intervenção no mercado de câmbio anunciado nesta quinta-feira mostra que o BC não quer utilizar a política monetária, elevando a taxa básica de juros, para conter a valorização do dólar no Brasil. "O BC sinaliza com essa ação que ele não vai dar um choque monetário. Ele vai usar a política cambial para cobrir essa demanda", disse Velho. O BC já vinha atuando seguidamente no mercado de câmbio, principalmente com a oferta de swap cambial, para tentar conter a volatilidade da moeda. Nas últimas 16 sessões, o BC interveio em nove. Mas desde outubro de 2008, o BC não adotava um programa de intervenção cambial sistemático e tão grande. Na ocasião, auge da crise internacional, o BC fez um programa de injeção de 50 bilhões de dólares no mercado. Reuters


Dólar fecha em queda um dia após alcançar maior valor desde 2008

  O dólar fechou em queda nesta quinta-feira (22), após um dia de instabilidade, com redução das expectativas de que medidas cambiais sejam anunciadas pelo governo e com mais intervenções do Banco Central. A moeda norte-americana teve desvalorização de 0,78%, a R$ 2,432. Na mínima do dia, a divisa norte-americana chegou a R$ 2,4196. Na semana, o dólar subiu 1,5% e no mês, 6,55%. No ano a alta é de 18,94%. Na quarta, a moeda subiu 2,39%, para R$ 2,4512 – maior cotação desde 9 de dezembro de 2008, quando encerrou o pregão a R$ 2,473, no auge da crise internacional. "O mercado está sensível. A gente não sabe o que o governo vai fazer com o câmbio. E aí acho que passado o susto dessa expectativa de medidas, o dólar reduziu um pouco a queda", afirmou o operador de câmbio da Renascença, José Carlos Amado. Apesar do alívio, operadores continuavam afirmando que o cenário para o câmbio ainda é de tensão, por isso a forte expectativa sobre atuações do BC. "O mercado está bastante instável... É um dia meio nervoso, parece que estamos num jogo de gato e rato", afirmou o superintendente de câmbio da Intercam, Jaime Ferreira, mais cedo. Nesta quinta-feira, o BC realizou leilão de linha de dólares, vendendo o segundo lote com taxa de recompra de R$ 2,568759 em 1º de abril de 2014. Já a primeira etapa, cuja data de recompra era em 1º de novembro deste ano, não teve venda, informou a assessoria de imprensa da autoridade monetária. A assessoria não informou o montante dos lotes do leilão de venda de dólares com compromisso de recompra, nem quanto foi vendido na segunda etapa da venda. A autoridade monetária também fez um leilão de swap cambial tradicional --equivalentes a venda futura de dólares--, vendendo todos os 20 mil os contratos que servem para rolar os papeis que vencem no início de setembro. O lote total que está vencendo e de 100.800 contratos e, agora, faltam apenas 800 deles para serem rolados. O real tem sofrido mais o impacto dos sinais de mudança da política monetária dos Estados Unidos, sobretudo com a pressão vinda do mercado futuro, como mostrou o resultado do fluxo cambial da semana passada. O investidores estão desconfiados com a política econômica do país. O Bank of America Merrill Lynch revisou a previsão de alta da moeda norte-americana em relação ao real, acreditando que o dólar deve se equilibrar agora em R$ 2,40 no quarto trimestre deste ano, acima da previsão anterior de R$ 2,20. "Acreditamos que o real está levemente subvalorizado após a recente forte depreciação. Mas o preço no curto prazo será determinado pelas taxas de juros globais, pela intervenção do Banco Central e a demanda por hedge de empresas", informou o banco.


Valor da produção agropecuária do país alcançará R$ 422,7 bi em 2013

  O Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do país deverá somar R$ 422,7 bilhões em 2013, conforme nova estimada divulgada nesta quarta-feira pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Se confirmado, o montante será 8,1% superior ao do ano passado e representará um novo recorde histórico. Apesar de uma flagrante queda das cotações nos últimos meses, a soja tende a liderar o crescimento do setor, conforme a entidade. O VBP do grão foi ajustado para R$ 82,3 bilhões, 19,2% mais que no ano passado. Em grande medida, esse forte incremento reflete a recuperação da produção nacional na safra 2012/13 após a forte quebra na região Sul em 2011/12, provocada por uma severa estiagem. Se o cenário traçado for confirmado, a oleaginosa representará 32,3% do VBP da agricultura em geral em 2013, projetado em R$ 254,9 bilhões — 7,5% mais que em 2012. A própria CNA lembra que a valorização do dólar em relação ao real tem compensando as baixas dos preços da soja e de outras commodities agrícolas importantes para o país, como milho e café. Para a pecuária, a entidade passou a estimar um VBP total de R$ 167,8 bilhões, 9% mais que no ano passado. A CNA destacou a participação da avicultura nesse total. O faturamento bruto do segmento deverá chegar a R$ 52,4 bilhões, um aumento de 23,6% na comparação com 2012