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sábado, 14 de setembro de 2013

Café fecha sexta na ICE com poucos negócios e ligeira baixa

  Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com quedas ligeiras, em uma sessão caracterizada pela retomada da letargia e pela falta de novidades. Operadores ressaltaram que o dezembro fechou a semana com valorização de 215 pontos, mas que parece confortavelmente estabelecido ao redor do referencial de 120,00 centavos. Esses participantes ressaltaram que o resultado da semana se deveu ao desempenho notado na quarta-feira, quando o mercado chegou a ter um pequeno 'espasmo', com bons ganhos para o segundo contrato, no entanto, na continuidade das negociações, os terminais voltaram a refletir um mercado fraco, sem maiores motivações e com preços previsivelmente girando próximos de um patamar de referência.

No terreno fundamental, o café também não apresenta novidades. A pressão sobre as cotações refletem um quadro de disponibilidade ampla, gerado pela safra grande do Brasil, mesmo em um ano de bienalidade baixa, pela retomada produtiva da Colômbia e por uma nova temporada de muito café do Vietnã. Assim, mesmo com a quebra substancial nos países centro-americanos, amplamente afetados pela ferrugem do colmo, o que se verifica é uma crença profunda dos players em oferta franca de café nos próximos meses, ao passo que a demanda mantém-se crescente, porém em percentuais modestos.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve queda de 60 pontos, com 120,00 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 121,00 centavos e a mínima de 119,40 centavos, com o março registrando baixa de 55 pontos, com 123,00 centavos por libra, com a máxima em 123,90 centavos e a mínima em 122,40 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve retração de 6 dólares, com 1.747 dólares por tonelada, com o janeiro tendo perda de 7 dólares, no nível de 1.741 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por um comportamento fraco, sem quaisquer novidades. A posição dezembro variou ao longo de toda a sexta-feira dentro de um range estreito, de apenas 160 pontos, evidenciando um quadro de pouca volatilidade e de preços "confortáveis" ao redor de um nível psicológico como o de 120,00 centavos de dólar por libra. O segmento externo colaborou para a letargia, com o dólar ficando estável em relação a uma cesta de moedas internacionais, ao passo que a maior parte das commodities também não apresentou oscilações significativas.

"Tivemos o início dos leilões de opções no Brasil e eles geraram repercussão apenas nas conversas dos players, já que os terminais não oscilaram com os resultados do início desse programa. Por outro lado, esse leilão pode ser lido como um justo contra-ataque da maior nação produtora do grão a um quadro nebuloso, de preços extremamente pressionados. Temos de lembrar que, desde maio de 2011, estamos sofrendo com uma onda gráfica descendente e hoje os preços pagos pelo café não são suficientes, na maior parte dos casos, nem sequer para cobrir os custos de produção", disse um trader.

O leilão de contratos de opção de venda de café realizado nesta sexta não teve alterações no prêmio mínimo e vendeu todos os contratos disponíveis para Minas Gerais e São Paulo, os dois Estados de maior produção de arábica, com menor demanda em outras regiões. A Companhia Nacional de Abastecimento ofereceu, ao todo, 10 mil contratos, equivalentes a 1 milhão de sacas de café arábica. Foi o primeiro de três leilões com os quais o governo espera ajudar a sustentar os preços do café. Ao todo, o programa do governo envolve 3 milhões de sacas nesta safra. Pelo sistema, produtores e cooperativas podem adquirir o direito de vender café para o governo até 31 de março de 2014 por R$ 343,00 por saca, caso no período o mercado esteja remunerando menos que esse preço mínimo. Os contratos foram arrematados nesta sexta ao prêmio mínimo de R$ 171,50 por lote de 6 toneladas.

As exportações brasileiras no mês de setembro, até o dia 12, totalizaram 500.161 sacas de café, alta de 13,50% em relação às 440.647 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 750 sacas, indo para 2.782.797 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 11.360 lotes, com as opções tendo 2.723 calls e 2.046 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 121,00-121,05, 121,10, 121,50, 122,00, 122,50, 122,20, 122,50, 122,75, 123,00, 123,50, 124,00, 124,50-124,60, 124,90-125,00, 125,50 e 125,90-126,00 centavos de dólar, com o suporte em 119,40, 119,00, 118,50, 118,00, 117,85, 117,50, 117,00, 116,70, 116,50, 116,00, 115,70, 115,50, 115,25, 115,10-115,00, 114,50, 114,00, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50, 111,00, 110,50, 110,10-110,00, 109,50 e 109,00 centavos.




Londres tem dia de baixas, mas se mantém próximo dos US$ 1.750

  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta sexta-feira com quedas ligeiras, em uma sessão caracterizada por poucos negócios, pela falta de novidade, pela letargia e pelos preços gravitando próximo à referência de 1.750 dólares na base novembro.

De acordo com analistas internacionais, o mercado de robusta vive um momento de compasso de espera. A safra vietnamita e indonésia ainda não está nas mesas de comercialização, ainda que alguns players já relatem que há café da safra nova do Vietnã em circulação. A percepção corrente é que o maior produtor mundial de robusta vai repetir o que tem feito ao longo da última década: inundar o mercado, já que, diferentemente da previsão inicial, não terá uma quebra devido a um período de estiagem. Conformado com um volume considerável de grãos disponíveis, o mercado já não avança significativamente e os preços se mostram presos em um range abaixo dos 1.800 dólares por conta, principalmente, da demanda, que continua interessante.

"Há muito pouco o que se falar da sessão desta sexta-feira. Tivemos um volume muito baixo de café comercializado, a volatilidade foi escassa e chegamos a os preços não dão um direcionamento mais concreto, se mostrando conformados em flutuar próximos dos 1.750 dólares", disse um trader.
O novembro teve uma movimentação ao longo do dia de 3,00 mil contratos, contra 1,30 mil do janeiro. O spread entre as posições novembro e janeiro ficou em 6 dólares. No encerramento do dia, o novembro teve retração de 6 dólares, com 1.747 dólares por tonelada, com o janeiro tendo perda de 7 dólares, no nível de 1.741 dólares por tonelada.




OIC diz que decisão do Brasil de aumentar estoques de café é correta

  A decisão do Brasil de aumentar os estoques públicos de café em resposta à queda dos preços mundiais para o produto está correta, disse nesta quinta-feira o diretor-executivo da Organização Internacional do Café (OIC), o brasileiro Robério Oliveira Silva. No entanto, ele alertou em uma carta publicada ao final da conferência anual da OIC, em Belo Horizonte, que não devem ser repetidos os erros do passado que conduziram a um excesso de oferta e a distorções do mercado. Os preços de referência do café arábica caíram 30 por cento no último ano e estão em cerca de metade dos registrados em 2011, quando superaram 3 dólares por libra-peso. Em agosto, o governo brasileiro anunciou um programa de construção de estoques de café --contratos de opção de venda-- para ajudar a sustentar os preços, algo semelhante ao feito em 2009, quando as cotações caíram drasticamente. O governo se ofereceu para comprar 3 milhões de sacas de café em três leilões diferentes --a primeira parte do programa, para 1 milhão de sacas, será realizada na sexta-feira. Atualmente, o Brasil tem estoques públicos de cerca de 1,6 milhão de sacas de café, de acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). "Eu acho que o governo brasileiro está fazendo a coisa certa na construção de ações para regular o fluxo de colheita", disse Silva. Alguns analistas e autoridades do setor cafeeiro questionam a eficácia de tais medidas. Analistas dizem que, ao proteger cafeicultores no maior produtor mundial de café, o governo faz com que a oferta não se alinhe à demanda, e um excedente é criado. Em 2001, os preços do café caíram para 44 centavos de dólar por libra-peso na bolsa de Nova York, depois que os países produtores decidiram acabar com um acordo internacional para manter o café, limitando as exportações para sustentar os preços. Na época o Brasil tinha acumulado grandes estoques de café, superiores a 17 milhões de sacas. O chamado plano de retenção só empurrou os preços para baixo, dizem muitos analistas. "Hoje enfrentamos desafios igualmente assustadores que devem ser abordados... Nós não olhamos para o nosso passado com nostalgia, para uma era com cotas de exportação e de intervenção no mercado", disse Silva em comunicado. PRODUÇÃO MAIOR Pelas estimativas da OIC, o mundo vai produzir 144,4 milhões de sacas de café este ano, um aumento de 7,6 por cento ante a última temporada. Isso supera em muito o crescimento da demanda de pouco mais de 2 por cento ao ano, segundo estimativas da organização. Quando perguntado se a OIC acreditava que o mundo estava produzindo café em níveis além da demanda e, assim correr o risco da geração de um excedente, o chefe de operações da organização, Mauricio Galindo, disse que "o mercado estava se adaptando aos novos fundamentos de oferta e demanda". "Podemos esperar que os fluxos de exportação sejam um desafio (para os preços), mas nós estamos olhando para a demanda no futuro. O mercado emergente cresceu e representa mais de 50 por cento do consumo global de café, e o crescimento da economia dos EUA vai começar a voltar", disse ele. O consumo de café dos EUA expandiu 1 por cento este ano e consumo europeu em 0,6 por cento, em comparação com o consumo dos mercados emergentes, que cresce 4,7 por cento. "O consumo de café no mercado emergente vai colocar pressão sobre o abastecimento do robusta, devido à demanda por café instantâneo", disse Galindo.



Escritório Carvalhaes - Boletim semanal - ano 80 - n° 37
Santos, sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Mais uma semana calma e desinteressada no mercado de café. Entre dias de alta e de baixa, os contratos de café com vencimento em dezembro próximo na ICE Futures US apresentaram uma alta na semana de 215 pontos, enquanto a cotação do dólar frente ao real recuou perto de 1%.

Os produtores vendem à medida que precisam fazer “caixa” para as despesas finais de colheita, mas mostram muita preocupação com os preços praticados, abaixo dos custos de produção. Muitos lotes de café arábica que chegam ao mercado são de qualidade fraca ou sofrível, confirmando os estragos das chuvas do mês de junho. Cooperativas e grandes produtores já estão convencidos que a qualidade média desta safra de arábica ficou bem abaixo do esperado. Outra certeza é que este ano o volume de grãos graúdos, de peneira 17 e 18, é inferior à média histórica brasileira.

O Diário Oficial da União publicou, na quarta-feira, 11 de setembro, a liberação de R$ 1 bilhão do FUNCAFÉ – Fundo de Defesa da Economia Cafeeira para o Banco do Brasil, assim distribuídos: até R$ 160.640.000,00 para operações de Custeio; até R$ 283.994.000,00 para operações de Estocagem; até R$ 141.176.000,00 para operações de Aquisição de Café - FAC; até R$ 20.000.000,00 para operações de Contratos de Opções e de Operações em Mercados Futuros; até R$ 80.000.000,00 para operações de Capital de Giro para a Indústria de Torrefação de Café; até R$ 66.623.000,00 para operações de Capital de Giro para a Indústria de Café Solúvel; até R$ 242.568.000,00 para operações de Capital de Giro para Cooperativa de Produção e até R$ 5.000.000,00 para operações de Recuperação de Cafezais Danificados.

No primeiro leilão de venda de contratos de opções de venda de café arábica (Aviso de Venda nº 148/2013), realizado hoje pela CONAB - Companhia Nacional de Abastecimento, foram negociados, em pouco mais de 20 minutos, 8.565 contratos (equivalentes a 856 mil sacas), 85,65% dos contratos ofertados. Não houve disputa que pudesse resultar em ágios sobre o prêmio de abertura de R$ 1,715/saca, mesmo em Minas Gerais e São Paulo, onde 100% dos contratos ofertados foram vendidos.

Em Minas Gerais, foram arrematados os 7.000 contratos ofertados (700 mil sacas) e em São Paulo, todos os 1.400 (140 mil sacas). Na Bahia, foram arrematados 65 contratos (6.500 sacas), que correspondem a 16,25% dos 400 ofertados. No Espírito Santo, a demanda foi por apenas 20 contratos (2 mil sacas) dos 700 ofertados. No Paraná, foram arrematados 80 contratos (8 mil sacas) dos 500 ofertados (fonte: Agência Estado).

Até o dia 12, os embarques de agosto estavam em 436.972 sacas de café arábica, e 22.940 sacas de café conilon, somando 459.912 sacas de café verde, mais 40.249 sacas de café solúvel, contra 440.647 sacas no mesmo dia de agosto. Até o dia 12, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em setembro totalizavam 1.208.643 sacas, contra 1.047.114 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 6, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 13, subiu nos contratos para entrega em dezembro próximo, 215 pontos ou US$ 2,85 (R$ 6,50) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em dezembro próximo na ICE fecharam no dia 6 a R$ 358,08/saca e hoje, dia 13 a R$ 361,92/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em dezembro, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 60 pontos.





CNC: Boletim semanal

- Países membros da OIC debateram futuro da cafeicultura em Belo Horizonte; Leilão de Opções arrematou 85,6% da oferta e BB assinou contrato para repasse de recursos do Funcafé

LEILÕES DE OPÇÕES — A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) realizou, nesta sexta-feira, 13 de setembro, o primeiro de três Leilões de Opções de Venda de café. No pregão, foram arrematados 85,6% dos 10 mil contratos ofertados pela estatal. Cada contrato equivale a 100 sacas de café arábica e tem exercício em março de 2014, com preço de referência de R$ 343 por saca. Ao todo, foram negociados 8.565 contratos.

Segundo informações do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), os estados de Minas Gerais e São Paulo negociaram todos os contratos disponíveis, de 7 mil e 1,4 mil, respectivamente. No Paraná, foram vendidos 80 dos 500 disponíveis; na Bahia, 65 de 400; e no Espírito Santo, 20 de 700 contratos.

O Conselho Nacional do Café reitera que os Leilões de Opções integram um pacote de conquistas das lideranças do setor junto ao Governo Federal, as quais objetivam ordenar a oferta do produto e gerar sustentação aos preços. Ao todo, a cafeicultura brasileira contará com R$ 5,8 bilhões na safra 2013, o maior volume de recursos da história. Para as Opções, foram destinados R$ 1,05 bilhão.

Próximos leilões — Na última segunda-feira, 9 de setembro, na cerimônia de abertura da Semana Internacional do Café, em Belo Horizonte (MG), o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, anunciou as datas dos dois próximos leilões. De acordo com ele, os pregões seguintes serão realizados nos dias 20 e 27 deste mês, ambos com oferta de 1 milhão de sacas.

SEMANA INTERNACIONAL DO CAFÉ — Entre os dias 9 e 13 de setembro, participamos da Semana Internacional do Café, evento que englobou a rodada de reuniões da Organização Internacional do Café (OIC) e as festividades do cinquentenário da entidade, além do 8º Espaço Café Brasil, a maior feira do setor na América Latina. Essa foi uma excelente oportunidade para apresentarmos a todo o mundo – participaram delegações de mais de 70 países – a força da cafeicultura brasileira, em especial através das ações e trabalhos das lideranças do setor, representados pelos governos federal e estaduais, pela Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (FAEMG), pelo Conselho Nacional do Café (CNC) e pela Comissão Nacional do Café da CNA.

Entre os destaques do evento, constaram as questões econômicas, envolvendo a continuidade da volatilidade dos preços e a incerteza financeira como motivo de preocupação, fato que possui atenção especial da OIC em seu plano de trabalho. O diretor executivo da Organização, Robério Silva, apontou que a entidade dá caráter prioritário à gestão de risco e à sustentabilidade econômica e se estabelece como referencial estatístico essencial para o setor para tentar sanar o problema, operando como um centro de informações que disponibiliza cifras consolidadas sobre produção, consumo, exportações e estoques.

As questões ambientais também foram lembradas. Robério citou que a OIC pretende se estabelecer como centro para a difusão de informações relevantes sobre os desafios enfrentados pelo setor cafeeiro global frente a preocupações com o meio ambiente. “Estamos dedicando especial atenção aos efeitos e consequências das mudanças climáticas para a oferta, no presente e no futuro. No momento, apoiamos e colaboramos com a Iniciativa Café & Clima para melhorar nossas atividades de conscientização neste campo e, potencialmente, hospedar a caixa de ferramentas desta ação, disponibilizando aos cafeicultores do mundo inteiro um guia prático para a adaptação às mudanças climáticas e à mitigação de seus efeitos prejudiciais”, destacou.

Em relação aos aspectos sociais da cafeicultura, o diretor executivo da OIC recordou que a maioria dos países produtores são nações em desenvolvimento, ao passo que a maioria dos importadores são desenvolvidos. Nesse sentido, ele apontou que os princípios basilares do programa de atividades da OIC enfatizam a erradicação da pobreza, a promoção da agregação de valor nos países emergentes e as formas de contribuir para a realização das Metas de Desenvolvimento do Milênio (MDMs).

Por fim, merece destaque a “Declaração de Belo Horizonte”, documento elaborado pelas mais de 70 nações cafeeiras presentes ao evento. Em seu conteúdo, os países destacam a necessidade contínua de apoio da OIC a medidas para assegurar a sustentabilidade econômica, social e ambiental do setor cafeeiro, em consonância com os objetivos do Acordo Internacional do Café de 2007.

Além disso, os membros acreditam que a entidade deve ajudar a enfrentar os desafios presentes e futuros, como a escassez de recursos ambientais, pragas e doenças, o impacto negativo da volatilidade dos preços, o aumento dos custos de produção e as mudanças nas condições climáticas globais, bem como a necessidade de reforçar o papel das mulheres e dos jovens na cadeia produtiva do café e a importância de melhores condições de trabalho.

A busca por preços equitativos, tanto para consumidores quanto para produtores, é outra preocupação apresentada na Declaração de Belo Horizonte. As nações reconheceram a precisão de entendimento acerca das condições estruturais nos mercados internacionais e das tendências de longo prazo na produção e no consumo, que equilibram oferta e demanda, para que essa meta seja alcançada.

Os países membros da OIC renovaram seu compromisso em zelar pela preservação do meio ambiente e pelos meios de sustento das gerações futuras, externaram sua preocupação com a escassez de recursos financeiros para os projetos de desenvolvimento da cafeicultura e se comprometeram a fortalecer o papel da Organização na busca de fontes alternativas de financiamento. Por fim, reconheceram a importância de prestar apoio e assistência técnica às nações produtoras afetadas por pragas e doenças, principalmente no que diz respeito a América Central e México, os quais vivenciam uma das crises fitossanitárias – causada pela ferrugem – mais severas da história,  e em aprimorar a cooperação entre os países membros e com organismos internacionais como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (IFAD) com o objetivo de compartilhar conhecimentos científico e técnico e melhores práticas neste campo.

ANÚNCIO DE SAFRA DA CONAB — Também durante a Semana Internacional, a Conab divulgou seu terceiro levantamento para a safra 2013 de café no Brasil, De acordo com a estatal, o país colherá 47,544 milhões de sacas de 60 kg, volume que representa quebra de 6,46% em relação ao ciclo 2012/13, quando foram colhidas 50,83 milhões de sacas. Do total projetado, 36,667 milhões de sacas são referentes à variedade arábica e 10,877 milhões à robusta.

O CNC destaca a forma técnica da apresentação elaborada pelo diretor de Política Agrícola e Informações da Conab, Sílvio Porto, que elucidou a todos os países presentes no evento o modelo operacional do levantamento, inclusive fazendo uso de georreferenciamento em algumas regiões produtoras. Esse fato, sem dúvida, ajudará a mitigar as especulações a respeito de nossa produção. Ainda na apresentação, Porto criticou as inúmeras “previsões” que instituições privadas fazem sobre a colheita brasileira e frisou que a Conab é o órgão mais capacitado, recomendando que sejam ignoradas quaisquer projeções especulativas, de maneira que se evite pressionar ainda mais as cotações do café por interesse.

LIBERAÇÕES DO FUNCAFÉ — Na quarta-feira, 11 de setembro, o Diário Oficial da União trouxe a publicação da liberação de R$ 1 bilhão do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé) para o Banco do Brasil. A distribuição dos recursos ficou da seguinte forma: até R$ 160,640 milhões para Custeio; até R$ 283,994 milhões para Estocagem; até R$ 141,176 milhões para Aquisição de Café (FAC); até R$ 20 milhões para Contratos de Opções e operações em Mercados Futuros; até R$ 80 milhões para Capital de Giro à Indústria de Torrefação; até R$ 66,623 milhões para Capital de Giro à Indústria de Solúvel; até R$ 242,568 milhões de Capital de Giro para Cooperativa de Produção; e até R$ 5 milhões para Recuperação de Cafezais Danificados.

Com o repasse ao BB, o Governo Federal já liberou R$ 3,084 bilhões do orçamento total de R$ 3,16 bilhões do Funcafé previsto para a safra 2013. Desse montante, R$ 1,138 bilhão foram para Estocagem, R$ 616,9 milhões para Custeio, R$ 500 milhões para FAC, R$ 450 milhões para capital de giro das Cooperativas, R$ 200 milhões para giro das Torrefações, R$ 150 milhões de giro para indústrias de Solúvel, R$ 20 milhões para operações de Opções e Mercados Futuros e R$ 5 milhões para recuperação de cafezais. (Veja, abaixo, a tabela com a distribuição dos recursos por agente tomador).

MERCADO — O vencimento dezembro do contrato C da Bolsa de Nova York apresentou ganhos de 280 pontos na semana, até o fechamento de quinta-feira, quando foi cotado a US$ 1,2060 por libra-peso. A tendência de alta foi influenciada pela continuidade do movimento de valorização do real ante o dólar e por preocupações quanto ao clima seco poder danificar cafeeiros que apresentaram florescimento precoce em algumas origens brasileiras. A revisão para baixo da projeção da safra 2013/14 do Brasil pela Conab também ajudou a dar suporte aos preços.

Na quinta-feira, a agência Bloomberg divulgou análise do Grupo Marex Spectron que prevê encolhimento do excedente mundial de café no ano safra que iniciará em outubro, para 250 mil sacas ante os 6,9 milhões de sacas de 2012/13. A projeção aponta comportamentos divergentes para os mercados de arábica e robusta, estimando pequeno déficit na oferta do primeiro e significativo excedente para o segundo.

Na Bolsa de Londres, o contrato 209 com vencimento em novembro apresentou perdas de US$ 11 por tonelada no acumulado da semana até o fechamento da quinta-feira, que foi de US$ 1.753 por tonelada. A especulação sobre a aproximação da entrada de uma volumosa safra vietnamita continua motivando a tendência de queda.

O dólar apresentou desvalorização de 1,28% no Brasil, até o fechamento de ontem, quando foi cotado a R$ 2,2745. Esse foi o menor valor da moeda norte-americana em mais de um mês, consolidando os efeitos do programa de intervenção diária do Banco Central do Brasil no mercado de câmbio.

Atenciosamente,

Dep. federal Silas Brasileiro
Presidente Executivo do CNC




Café participa como sexto item das exportações do agronegócio

  O café brasileiro participou de janeiro a agosto com 5,1% da balança do agronegócio brasileiro, ficando no sexto item da pauta das exportações atrás do complexo soja, carnes, complexo sucroalcooleiro, produtos florestais, cereais, farinha e preparações. As exportações de café somaram, neste período, US$ 3,5 bilhões referentes a 20,1 milhões de sacas de café. Os números estão consolidados no Informe Estatístico do Café, atualizado mensalmente pela Secretaria de Produção e Agroenergia, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Maior produtor e exportador de café do mundo, o produto nacional participa, de janeiro a julho deste ano, com 26,4% do mercado internacional. Permanecem como principais compradores Alemanha, Estados Unidos, Itália e Japão. De acordo com o informativo mensal, a estimativa para o consumo no mercado interno é de 21 milhões de sacas de café. A produção nacional, de acordo com o 3º levantamento da safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), é de 47,5 milhões de sacas de café beneficiado.




CONAB APONTA SAFRA DE CAFÉ RECORDE PARA CICLO DE BAIXA BIENALIDADE
A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) divulgou, no
começo da semana, o terceiro levantamento para a safra brasileira de café 2013
do país. Foi confirmada a colheita recorde para um ano de baixo ciclo
produtivo, dentro da bienalidade da lavoura cafeeira. A Conab apontou uma
produção total de 47,54 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado,
6,46%, ou 3,28 milhões de sacas, a menos que na safra 2012, indicada em 50,83
milhões de sacas. Além da bienalidade nas áreas de arábica, a Conab atribui
a diminuição no volume produzido ao regime de chuvas bastante irregular aliado
às altas temperaturas.
    A safra de arábica está estimada em 36,666 milhões de sacas, 4,37%
abaixo de 2012, e representa 77,12% do volume total de café produzido no
Brasil. Minas Gerais é o maior produtor de arábica, com 25,87 milhões de
sacas.
    Já a produção do robusta deve totalizar em 2013 10,877 milhões de
sacas, 12,86% menos que em 2012, tendo uma fatia de 22,88% do total. O estado do
Espírito Santo é o maior produtor de robusta, com 8,21 milhões de sacas.
    Segundo a Conab, nas últimas safras, a diferença entre as safras de alta
e baixa bienalidade está se reduzindo. "Este fato se deve a maior
utilização da mecanização, aliada às inovações tecnológicas, às
exigências do mercado, à qualidade do produto e à boa gestão da atividade,
fatores extremamente importantes e necessários para o avanço e modernização
da cafeicultura", aponta.
PRODUÇÃO MUNDIAL
    A Organização Internacional do Café (OIC) apontou que a produção
mundial de café em 2012/13 (outubro/setembro) deverá ficar em 144,399 milhões
de sacas de 60 quilos, tendo assim um incremento de 7,6% no comparativo com a
safra 2011/12, que tem a produção colocada em 134,166 milhões de sacas. Os
números partem do relatório de agosto da OIC, com a produção sendo revisada
ligeiramente para baixo, já que o número anterior era de 144,6 milhões de
sacas.
    O consumo global em 2012 para o café é estimado pela OIC em 142 milhões
de sacas, subindo 2,1% sobre 2011, indicado em 139,050 milhões de sacas.
    As exportações globais de outubro a julho de 2012/13, acumulado dos dez
primeiros meses da temporada, chegaram a 94,484 milhões de sacas, tendo aumento
de 3,6% contra o mesmo período de 2011/12 (91,203 milhões de sacas).
LEILÃO DE OPÇÕES
    O leilão de contratos de opção de café, realizado nesta sexta-feira
(13) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), confirmou as expectativas
e teve boa demanda, mas não negociou a totalidade da oferta. Foram negociados
8.565 contratos (856.500 sacas), o equivalente a 85,65% da oferta de 10.000
contratos (1 milhão de sacas).
    A operação não apresentou ágio e todos os negócios foram realizados
pelo prêmio de abertura, de R$ 171,50 por contrato. O volume financeiro foi de
R$ 1.468.897,50
GRANDES PRODUTORES DE ARÁBICA DIZEM QUE FERRUGEM ESTÁ SOB CONTROLE
A ferrugem, doença fúngica que recentemente eliminou até
30% de algumas lavouras de café de países andinos e da América Central, deve
prejudicar menos a produção do arábica suave nesta temporada, disseram
autoridades e especialistas durante uma conferência, na semana internacional do
café da Organização Internacional do Café (OIC), que ocorreu em Belo
Horizonte de 09 a 12 de setembro. A notícia parte da Reuters Brasil.
    Colômbia e México, dois grandes produtores da região, não devem sofrer
perdas significativas para a doença, capaz de destruir lavouras inteiras se
não for devidamente controlada por pulverização, fazendo com que os frutos
verdes caiam das árvores.
    "A nossa produção deve ficar parecida com a do ano passado, cerca de 10
milhões de sacas, sem muitas perdas por conta da ferrugem", disse Juan Esteban
Orduz, presidentes da Federação Colombiana de Café, durante uma conferência
no Brasil.
    Ele disse que a produção de arábica lavado da Colômbia, importante
fornecedor para norte-americanos, deve crescer de forma constante ao longo dos
próximos anos, à medida que novas variedades de plantas resistentes à
ferrugem atingem idade produtiva.
    O produtor andino tem lutado para voltar às suas safras anuais típicas de
10 milhões ou 11 milhões de sacas, com um agressivo programa de
substituição de árvore com variedades mais resistentes à ferrugem.
    "A assistência técnica do governo para as nossas 563 mil fazendas de
café tem limitado o impacto da roya (ferrugem)", explicou, acrescentando que o
maior desafio para os produtores foi a queda do preço do café.
    Os preços do café de referência caíram 30% em relação ao ano passado.
Orduz lembrou que os produtores ganharam metade do que eles fizeram com café
em 2011. Cristobal Pozos, representante mexicano na conferência da OIC em Minas
Gerais, maior estado produtor de café do Brasil, também disse que ferrugem
teria pouco impacto sobre a produção do país na temporada, prevista em 6
milhões de sacas.
    Outros produtores menores, no entanto, não foram tão afortunados. A
vice-ministra da Agricultura da Costa Rica, Xinia Chaves Quiros, estima que o
potencial de 1,87 milhão de sacas será reduzido em 200 mil a 400 mil de sacas,
em função da ferrugem. O pequeno país da América Central produz algumas das
variedades mais caras do arábica.