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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Seguindo outras commodities, café tem dia de boas altas na ICE

Seguindo outras commodities, café tem dia de boas altas na ICE

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com altas, após variar, praticamente durante todo o dia, no lado positivo da escala de preços e ter registrado ganhos consistentes. O encerramento se deu acima do nível de 270,00 centavos, algo que alguns operadores consideraram positivo, apesar de, ao longo da sessão, o julho ter tentado, ainda que sem sucesso, ter rompido o intervalo de 275,00 centavos por libra. Especuladores e fundos, que ao longo dos últimos dias se posicionaram com preponderância, no lado vendedor, entraram nos negócios com ações de recompra nesta quarta, com os ganhos voltando a ser registrados. Os ganhos da sessão estiveram também relacionados à uma influência direta dos mercados externos.

Ao longo da quarta-feira, o índice CRB, que mede uma cesta de 19 importantes commodities internacionais, oscilou positivamente quase 3%, com o petróleo também registrando uma significativa valorização, o que auxiliou para que todo o complexo tivesse um dia positivo. Apesar das duas altas seguidas, operadores ainda se mostram cautelosos com o mercado atual. Esses ganhos teriam sido verificados por conta de algumas correções e também devido a um humor mais consistente no mercado de matérias-primas. Tecnicamente, no entanto, o momento ainda, na opinião de vários players, é baixista, já que algumas médias móveis continuam acima dos fechamentos, além o Índice de Força Relativa continuar demonstrando um potencial relativamente fraco. No entanto, o mercado climático já é vigente e muitos operadores poderiam ampliar suas ações compradores, numa forma de proteção ante um possível frio nas zonas produtoras do Brasil e continuidade das chuvas na Colômbia.

No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve alta de 395 pontos com 270,05 centavos, sendo a máxima em 274,95 e a mínima em 267,70 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação positiva de 395 pontos, com a libra a 272,95 centavos, sendo a máxima em 277,65 e a mínima em 270,10 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 39 dólares, com 2.531 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 40 dólares, com 2.568 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por alguma recuperação, na esteira de compras especulativas que se iniciaram ainda na parte da manhã e se ampliaram consideravelmente na segunda metade da sessão. No after-hours, os ganhos se ampliaram ainda mais. "Ainda é cedo para falarmos de tendência de recuperação, mas o mercado deu sinais de que ainda pode voltar a se valorizar. Temos de lembrar que o suporte de 256,00 centavos, que é um referencia bastante importante, não conseguiu ser testado e nesta quarta-feira conseguimos retomar o nível de 270,00 centavos com certa facilidade, o que pode até estimular uma retomada do comportamento comprador, principalmente se o cenário externo ajudar", disse um trader.

Um broker destacou que o dólar volta a demonstrar enfraquecimento, o que estimulou compras no segmentos de commodities, que também foram influenciados positivamente com novos indicadores positivos no setor imobiliário na China, algo lido como favorável para os mercados de matérias-primas.

A Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia) não mudou o objetivo de sua safra deste ano, apesar dos problemas climáticos, como chuvas intensas, que trouxeram, em abril, alguns problemas para lavouras do grão. Luis Genaro Muñoz, diretor executivo da entidade, indicou que a expectativa é colher 9,5 milhões de sacas neste ano, sendo 4,5 milhões de sacas na mitaca (safra inicial de menor porte) e 5 milhões de sacas na segunda safra. Em abril, o país teve uma queda de 19% em sua produção, com 523 milhões de sacas. O país colheu em 2010 um total de 8,9 milhões de sacas, 14% a mais que no ano anterior, mas abaixo do objetivo da Federação, que era 9 milhões de sacas.

As exportações de café do Brasil em maio, até o dia 17, somaram 892.752 sacas, contra 824.715 sacas registradas no mesmo período de abril, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 3.542 sacas indo para 1.657.402 sacas.

O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 15.261 lotes, com as opções tendo 4.042 calls e 4.172 puts. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 274,95-275,00, 275,50, 276,00, 276,50, 277,00, 277,50, 278,00, 278,50, 279,00, 279,50 e 279,90-280,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 267,70, 267,50, 267,00, 266,50, 266,00, 265,50, 265,10-265,00, 264,50, 264,00 e 263,50 centavos por libra.

Colombia's Coffee Output 2011 Target At 9.5M Bags

Colombia's Coffee Output 2011 Target At 9.5M Bags

Colombia's coffee federation is leaving unchanged its
production target for the year despite a plunge in output in April spawned by
torrential rains that have damaged some crops.
Luis Genaro Munoz, the head of Colombia's coffee federation known as
Fedecafe, said Wednesday that the production target remains at 9.5 million
60-kilogram bags for the year. Munoz expects production to reach 4.5 million
bags in the first half of the year and 5 million bags in the last six months of
2011.
Fedecafe continues to eye an ambitious hike in output for 2012, with Munoz
projecting that output could reach 11 million bags next year and 12 million
bags in 2013.
Colombia's coffee production fell 19% in April from a year earlier to 523,000
bags. In 2010, Colombia produced 8.9 million bags, a 14% increase from the
previous year but short of its 9 million-bag output target. Coffee exports,
meanwhile, were almost flat at 7.82 million bags.
Heavy torrential rains in the last months of 2010 continued into this year,
hampering production and damaging Colombia's already shaky infrastructure
network. The rainy season has also generated an increase in a humidity-induced
fungus known as roya, which has damaged some crops.

Café de Minas na China

Por Daniel Manucci *

Como é sabido, o Brasil figura atualmente como o maior produtor mundial de café. Desde sua chegada ao país, ainda no século XVII, o café foi um dos produtos que mais gerou divisas à nação. Ainda hoje, ele continua sendo um importante fomentador de riquezas (cerca de US$ 2,5 bilhões anuais), contribuindo com quase 2% do valor total das exportações brasileiras e correspondendo a mais de um terço da produção mundial.

Segundo a Organização Mundial do Café, o produto movimenta negócios da ordem de 100 bilhões de dólares e um comércio de 130 milhões de sacas por ano, em média. A atividade envolve, ainda, meio bilhão de pessoas da produção ao consumo final, aproximadamente 7% da população mundial, de acordo com a referida instituição. A região brasileira que mais produz café atualmente é o sul de Minas Gerais, contribuindo com cerca de 50% da produção brasileira, que é de aproximadamente 45 milhões de sacas.

O café é tido, portanto, como uma bebida mundial com penetração em quase todo o globo, em menor ou maior proporção. Com a globalização, os chineses, povo tradicionalmente e culturalmente adepto ao chá, vêm absorvendo hábitos ocidentais, dentre eles, o consumo diário de café. Para se ter uma idéia do mercado de café no gigante asiático, a China importa anualmente mais de 30 mil toneladas de café de vários países, inclusive do Brasil, como complemento à sua tímida produção interna. Estima-se que o consumo anual chinês esteja em torno de 60 mil toneladas ou aproximadamente um milhão de sacas de café por ano.

Ainda de acordo com a Organização Mundial de Café, Taiwan, que possui uma similaridade cultural com a China e uma população aproximadamente 56 vezes menor, importa atualmente uma quantidade muito próxima à chinesa, em torno de meio milhão de sacas/ano. Caso houvesse uma proporcionalidade entre o consumo da China e de Taiwan, o gigante asiático demandaria pouco mais de 30 milhões de sacas/ano, algo possível tendo em vista que a China vive um processo de ocidentalização e que os EUA, com aproximadamente 1\4 da população chinesa, consome 26 milhões de sacas.

Atualmente, o Brasil só fornece 4% do total de café que é consumido na China. O principal exportador do produto para a China é o Vietnã, que fornece aos chineses o café da modalidade Robusta. Este, de acordo com especialistas, é inferior ao Arábica, produzido em Minas Gerais, em termos de qualidade, aroma, sabor, acidez etc. Para que se tenha uma idéia do potencial deste mercado, a projeção para o aumento do consumo de café na China é de 90% nos próximos 10 anos. É neste cenário que se vislumbra uma grande oportunidade para os produtores mineiros de café, de todas as regiões do Estado, explorar este novo e gigantesco mercado em ebulição.

A oportunidade para os produtores mineiros divulgarem o café de Minas Gerais na China será através da China International Coffee Industry Exhibition, feira chinesa voltada para o mercado de café no país. A feira acontecerá entre os dias 18 e 20 de junho de 2011, em Pequim, e contará com expositores de café e de máquinas e equipamentos para produção e consumo do produto.

Considerando o público da feira, estarão presentes responsáveis e gerente de compras de hotéis, restaurantes, bares e cafeterias, gerentes de lojas de departamento, supermercados, indústria de entretenimento, serviços públicos, distribuidores nacionais e agentes voltados para produtos do café. Assim, os produtores brasileiros poderão demonstrar o diferencial do nosso produto e conquistar um espaço neste promissor segmento.


* Daniel Manucci é advogado e diretor regional da Câmara de Comércio e Indústria Brasil China em Minas Gerais – CCIBC/MG.

Fonte: Portugal Digital | Comunidade Manejo da Lavoura Cafeeira

Tempo seco e frio já afeta as pastagens

No oeste de São Paulo, onde condição é mais crítica, umidade do solo já está abaixo de 40% da capacidade total

Ana Maria H. de Ávila - O Estado de S.Paulo

Uma massa de ar seco foi a responsável pelo predomínio de sol e a redução da umidade do ar em praticamente todas as localidades do Estado, à exceção de Iguape, que registrou 6 milímetros de chuva, por causa da passagem de uma frente fria pelo Oceano Atlântico.

As temperaturas ficaram em torno de 2 graus mais elevadas em relação à semana anterior, mantendo o padrão de grande amplitude térmica diária. Com a ausência de chuva e as temperaturas mais elevadas, aumentou a taxa de evapotranspiração, que oscilou entre 2,2 e 2,7 milímetros por dia. Com isso, diminuiu o armazenamento hídrico do solo. A umidade média no Estado ficou em 55%.

No oeste do Estado, onde a condição é mais crítica, a umidade do solo já está abaixo de 40%, comprometendo o desenvolvimento das pastagens e lavouras. Além do mais, o frio também prejudica o desenvolvimento das pastagens, o que deve contribuir para elevar a oferta de boi gordo, dada a dificuldade de manter os animais no pasto.

O tempo seco favoreceu a maturação da cana, elevando a concentração de sacarose nos colmos e o rendimento industrial. A redução da umidade do solo favoreceu a colheita e o transporte da gramínea. Os produtores estão em plena safra e os preços já podem ser sentidos nas bombas, com a redução do preço do etanol.

A colheita do milho safrinha no Vale do Paranapanema e sul do Estado foi beneficiada. Os produtores reduziram a área plantada, segundo a Conab, mas o preço e a qualidade do produto estão animadores.

Nos cafezais de São José do Rio Pardo, Franca e Garça, o tempo seco favoreceu a maturação dos frutos e a colheita. Com o tempo seco, as atividades de colheita do feijão da seca também seguem em ritmo acelerado em Capão Bonito e Itaberá e já se aproximam do fim.

Frutíferas. Tempo favorável para a colheita da tangerina poncã e murcote, permitindo que os produtores aproveitem o bom momento para cultura nesta safra, com altos níveis de produtividade e bom preço.

Produtores de morango de Jarinu, Monte Alegre do Sul e Atibaia devem começar a colher até o fim do mês. A queda da temperatura noturna das últimas duas semanas retardou a maturação dos frutos, permitindo a formação de frutos maiores e de melhor qualidade.

Café
A 2ª estimativa de produção feita pela Conab indica que o Brasil deve colher 43,54 milhões de sacas (60 quilos). Isto representa redução de 9,5% em relação aos 48,09 milhões de sacas do ciclo anterior. O motivo da redução é a bienalidade do café, que este ano é de baixa.

ANA MARIA H. DE ÁVILA É PESQUISADORA DO CEPAGRI/UNICAMP. PARA MAIS INFORMAÇÕES SOBRE TEMPO E CLIMA, ACESSE WWW.AGRITEMPO.GOV.BR

Café na ICE tem volta das altas com compras especulativas

Café na ICE tem volta das altas com compras especulativas

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta terça-feira com altas, numa ligeira recuperação após as fortes perdas observadas ao longo dos últimos dias. Recompras especulativas foram as principais ações que permitiram dar um suporte às cotações, em um dia em que o mercado externo não foi dos mais favoráveis, com quedas, por exemplo, no índice médio das commodities e também nas principais bolsas internacionais de valores. O café chegou a registrar ligeiras perdas pela manhã, mas, ao contrário das sessões passadas, os bearishs (baixistas) não se mostraram grandes vendedores e as perdas não conseguiram se estender a ponto de testar nenhum tipo de suporte, nem sequer a baixa da sessão passada, em 263,05 centavos por libra. Com isso, foi aberto espaço para algumas recompras especulativas, o que permitiu que as altas se consolidassem, principalmente na segunda metade do dia.
Tecnicamente, os gráficos já não se mostram tão amigáveis ao café. As tendências que indicavam um viés de alta, num momento em que o café suplantou os 300,00 centavos por libra e buscava as máximas de maio de 1997, se inverteram, com os gráficos indicando fechamentos abaixo das médias móveis como de 20 ou 40 dias, indicativos de que uma fraqueza continua a ser observada. Um suporte mais consistente está situado em 256,00 centavos por libra que, se rompido, poderia dar um novo estímulo para perdas no mercado. Fundamentalmente, o café está em um período climático, com o centro-sul brasileiro, por exemplo, vivendo suas primeiras ondas de frio, o que, invariavelmente, leva à especulação sobre geadas. Outro fator climático que mobiliza o mercado são as chuvas da Colômbia, consideradas as maiores da história do país, com mais de 400 pessoas mortas. Apesar desse viés do clima, tal fator tem sido suplantado por uma leitura técnica do mercado, com influência clara de segmentos externos, seja nas altas seja nas baixas.

No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve alta de 200 pontos com 266,10 centavos, sendo a máxima em 268,40 e a mínima em 263,60 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação positiva de 195 pontos, com a libra a 269,00 centavos, sendo a máxima em 270,95 e a mínima em 266,65 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 19 dólares, com 2.492 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 24 dólares, com 2.528 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por um início tímido, sem um grande direcionamento e com a pressão externa, com as commodities mantendo um viés de baixa. No entanto, ao não romper o suporte mais básico, da mínima da sessão anterior, o mercado deu espaço para algumas ações de recompra, com os ganhos se consolidando na seqüência. "Ficamos longe até de romper os 270,00 centavos. A sessão foi mais uma correção do mercado, após as perdas intensas dos últimos dias. O perfil dos negócios ainda é baixista, mas alguns operadores trabalham com a perspectiva de que algumas compras poderiam ser realizadas, levando em conta o perfil climático e também a questão da oferta do grão, que continua limitada", disse um operador. No after-hours, o café ampliou ainda mais os ganhos do dia, com novas ações compradoras de especuladores, com o julho se posicionando proximamente das máximas do dia.

A temporada de chuvas na Colômbia atinge fortemente os cultivos de café. Segundo a assessoria técnica da Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia), não há uma região não se verifique uma forte incidência de ferrugem, causada diretamente pelas chuvas. Em Antioquia, uma das maiores zonas produtoras do país, por exemplo, dos 113 mil hectares plantados com café, 65 mil hectares apresentam ferrugem.

As exportações de café do Brasil em maio, até o dia 16, somaram 791.343 sacas, contra 824.715 sacas registradas no mesmo período de abril, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 8.200 sacas indo para 1.653.860 sacas.

O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 15.981 lotes, com as opções tendo 6.561 calls e 5.396 puts. Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 268,40-268,50, 269,00, 269,50, 269,90-270,00, 270,50, 271,00, 271,50, 272,00, 272,15 e 272,50 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 263,60-263,50, 263,00, 262,50, 262,10-262,00, 261,50, 261,00, 260,50, 260,10-260,00 e 259,50 centavos por libra.

Sara Lee negocia operação de café da Maratá - Valor - 18/05/2011

Sara Lee negocia operação de café da Maratá - Valor - 18/05/2011

A Sara Lee, que tem 22,3% do mercado de café do país, negocia a compra das operações de café da sergipana Maratá ou uma fusão com a empresa nordestina, disseram ao Valor fontes ligadas às duas companhias, que não quiseram se identificar. No caso de uma aquisição, o valor do negócio seria de R$ 1 bilhão e envolveria uma das sete fábricas da Maratá, em Itaporanga d'Ajuda (SE). A unidade produz café, refresco em pó e chás de infusão.

Conforme as fontes, a receita da unidade é de R$ 600 milhões ao ano - quase metade das vendas da companhia. Procuradas, Sara Lee e Maratá não comentaram o assunto. A compra - ou fusão - abriria portas ao mercado nordestino para a Sara Lee. Naquela região, a liderança é disputada entre a própria Maratá (dona das marcas de café Maratá e Café Puro) e a torrefadora 3Corações - joint venture formada em 2005 pelo grupo israelense Strauss-Elite e o brasileiro Santa Clara. Além disso, os produtos Maratá têm boa presença no varejo do Nordeste, ocupando lugar de destaque nas prateleiras dos supermercados da região. Por estar no interior de Sergipe, a unidade de Itaporanga d'Ajuda tem generosos descontos nos tributos estaduais, o que pode ter aumentado o interesse em sua aquisição.

A Sara Lee, que tem quase 30% do mercado de café do Centro-Sul do país, detém apenas 9% no Nordeste. O objetivo é elevar a fatia no Nordeste para o patamar nacional nos próximos anos. A aquisição ampliaria a distância entre a americana e a segunda no ranking nacional, a 3Corações. As negociações entre Sara Lee e Maratá, conforme pessoas ligadas à operação, estão em estágio avançado, embora haja mais três empresas interessadas. Uma delas seria a Bunge, que não comenta o assunto. "As conversas se iniciaram por meio de uma oferta de compra da Sara Lee. A Maratá sabe que para crescer precisa fazer um movimento desses. Mas a família deseja continuar no negócio, por isso surgiu também a proposta de uma fusão", conta uma pessoa que participou do processo. A negociação começou há quase seis meses, segundo fontes. Consultorias que acompanhavam o processo, afirmaram que o valor pedido pelos controladores da Maratá estaria muito acima da disponibilidade da Sara Lee. Daí a demora para a conclusão do negócio.

A relação entre as duas companhias, entretanto, é amigável e antiga. Em 2008, os dois grupos fecharam uma parceria pela qual a Maratá passou a industrializar (em Itaporanga), empacotar e distribuir produtos da Sara Lee no Nordeste. No caso de uma aquisição, a oferta de R$ 1 bilhão incluiria também ações da empresa compradora, disse a fonte. Segundo a mesma pessoa, a Maratá tem baixo nível de endividamento, fato que justifica o alto valor da negociação. A Maratá é totalmente familiar e pertence ao grupo familiar José Augusto Vieira, e tem sede na cidade de Lagarto, em Sergipe. Foi fundada por José Augusto Vieira, que iniciou suas atividades com a comercialização de fumo de corda, na década de 70. Segundo um analista, que prefere não se identificar, essas características estariam reduzindo a competitividade da empresa no varejo, exatamente contra marcas da Sara Lee e da 3Corações.

Hoje, a Maratá é a quarta maior empresa de café do país (atrás de Sara Lee, 3Corações e Melitta) e produz - além de fumo, café, refrescos em pó e chás - achocolatados, sucos prontos, gelatinas, temperos, adoçantes, copos descartáveis e filtros para café, com atuação no Nordeste, parte do Centro-Oeste e o Amazonas. A Sara Lee, com sede em Downers Grove, nos Estados Unidos, é dona no Brasil das marcas Pilão, Caboclo e Café do Ponto, entre outras. Em novembro, comprou a paranaense Café Damasco por R$ 100 milhões. Desde o ano passado a companhia está desmembrando suas operações de carnes e café em duas empresas separadas e vem vendendo ativos não ligados ao setor de alimentos, como a divisão de inseticidas. Um dos grupos que se mostrou interessado nas operações de carnes da companhia foi a brasileira JBS.

Sara Lee quer negócio de café do Maratá - Valor 18/05/2011

Sara Lee quer negócio de café do Maratá - Valor 18/05/2011

A Sara Lee, que tem 22,3% do mercado de café do país, negocia a compra da
divisão de café do grupo sergipano Maratá. O valor é estimado em R$ 1 bilhão e
envolve uma das sete fábricas do Maratá, em Itaporanga d'Ajuda (SE). A unidade,
que além de café produz refrescos em pó e chás de infusão, fatura R$ 600
milhões por ano, quase metade das vendas do grupo. Se confirmada, a compra
abrirá as portas do Nordeste para a Sara Lee. Na região, a liderança do mercado
de café é disputada pelo Maratá e a torrefadora 3Corações. A Bunge, outra
multinacional americana de alimentos, também está interessada na empresa.
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