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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Dólar e café voltam de onde vieram


Dólar e café voltam de onde vieram
Os ânimos esfriaram novamente com relação à situação da União Européia. As reações são similares a injeções de estimulantes (quando da divulgação de alguma medida paliativa), que com o fim do efeito da dose faz os investidores cair na real e ficarem deprimidos novamente. Os mercados voltaram ao limbo com outra agência de risco falando em revisões negativas das dívidas soberanas, e de técnicos questionando a legalidade dos ajustes que serão “impostos” aos países da zona do Euro. Sorte para aqueles que há algum tempo estão apostando contra a moeda comum. A posição vendida dos fundos estava inclusive tão grande que muitos não dormiam preocupados com uma recuperação provocada por uma eventual cobertura das vendas. A consequência da fuga ao risco fez com que o dólar americano subisse forte na semana negociando aos maiores patamares desde janeiro deste ano. Com isso as principais bolsas de ações do mundo caíram entre 3% e 7%, e os índices das commodities escorregaram 4% em cinco dias. O café não ficou de fora e finalmente trabalhou abaixo de US$ 220.00 centavos por libra, encerrando a semana em Nova Iorque com queda de US$ 16.73 por saca. São Paulo caiu praticamente o mesmo tanto, também sentindo o efeito da desvalorização do real. Já em Londres o tombo foi menor, US$ 4.38 por saca. Os preços internos do café no Brasil entretanto têm se mantido “tabelados”, principalmente para as qualidades melhores que não baixam de R$ 500.00 reais a saca. O resultado é a firmeza do diferencial. Nas outras origens problemas climáticos têm atrasado a chegada de mais café, e problemas de qualidade têm sido mencionados por alguns participantes. Com os embarques vagarosos dos suaves, e a concentração dos estoques em mãos fortes, os países consumidores não terão outra alternativa além de torrar o que estiver por perto. Triste, mais uma vez, que isto não impacte os certificados da ICE, que diferentemente do que eu tinha imaginado vão fechar 2011 acima de 1.5 milhões de sacas. Enquanto isto novas estatísticas para a produção brasileira da safra de 2012/2013 continuam sendo divulgadas e nenhuma delas acredita em um número muito acima de 55 milhões de sacas. Pouco resolve falarmos de fundamentos quando o macro dita o tom da música. O fortalecimento da moeda americana, junto com uma figura técnica negativa para o café, e com os fundos colocando uma posição vendida nos seus livros, em nada ajudam o mercado a recuperar por ora, e com isto o nível de preço do final de 2011 está igual ao do fim de 2010. Mas falar que a situação de disponibilidade de café é confortável e por isso empurra o mercado mais para baixo é exagero dos baixistas. No ano que vem tem mais caros leitores. Aproveito este último relatório de 2011 para desejar a todos vocês um Natal harmonioso e um excelente 2012, repleto de saúde e sucesso. *Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

Análises - 16/12/2011
Em sessão esvaziada, café amplia perdas na ICE Futures US
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US tiveram mais um dia de perdas, com o café consolidando a sua pior cotação do ano e se aproximando da mínima de 12 meses. A sessão foi fraca, com um volume baixo de transações consolidadas. Depois de um início calmo e com a observação de alguns ganhos, a pressão vendedora foi retomada e, até com certa tranqüilidade, novas baixas foram observadas, ainda que o principal suporte para o março, em 213,75, mínima de 17 de dezembro de 2010, não tenha sido testado. A primeira posição aferiu uma perda de 5,55% ao longo da semana. As baixas no café foram técnicas e refletem momento baixista da commodity. Nos mercados externos, a calma prevaleceu, com as bolsas de valores nos Estados Unidos se mantendo próximas da estabilidade e com as commodities, em geral, registrando pequenos ganhos. No encerramento do dia, o março em Nova Iorque teve queda de 265 pontos com 215,10 centavos, sendo a máxima em 219,05 e a mínima em 214,20 centavos por libra, com o maio tendo desvalorização de 270 pontos, com a libra a 217,85 centavos, sendo a máxima em 221,30 e a mínima em 217,10 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro registrou queda de 8 dólares, com 1.853 dólares por tonelada, com o março tendo desvalorização de 5 dólares, com 1.897 dólares por tonelada. Segundo analistas internacionais, a sexta-feira passou de um quadro de possível consolidação para nova pressão baixista, com o março batendo nos menores níves de preço do ano. Esses analistas indicaram que as perspectivas de longo prazo para o café continuam solidamente bearish (baixistas). O mercado vem, há meses, em uma composição de baixa, construindo um padrão bastante ordenado nas telas dos gráficos de cotação diária. O nível praticado hoje, por exemplo, está consideravelmente abaixo da média móvel de 200 dias, que um referencial bastante utilizado por operadores para avaliar a tendência para períodos mais extensos. No entanto, o RSI (Índice de Força Relativa) de nove dias mostra que o mercado está praticamente sobrevendido, com um nível em 31% em relação ao fechamento de quinta-feira. A definição de sobrevendido é quando o índice passa a flutuar abaixo dos 30%. Habitualmente, quando o mercado dá a sinalização de sobrevendido passa a operar para uma consolidação ou correção para cima, o que é uma forma segura de manutenção de parâmetros, principalmente com a pouca influência fundamental. Pete DeSario, analista técnico da Elliott Wave International, acredita que o mercado de café deve apresentar uma movimentação corretiva para cima. "No curto prazo nós deveremos operar dentro de um modo altista", disse o especialista que, por outro lado, também avalia o quadro de longo prazo como baixista. Na avaliação de mercado executada sob o esquema da Elliott Wave são levadas em conta ondas que formam determinados padrões. Dentro de um padrão de três ondas o café estaria se desvencilhando de uma segunda formação e, na visão de DeSario, a sexta pode ter sido o dia de mudança, sendo que uma nova onda de recuperação poderia ser formada, com essa tendência tendo uma força considerável, o que poderia fazer com que o mercado tivesse, inclusive, ambição de buscar um patamar próximo da resistência de 268,00 centavos. "Há um bom potencial para ganhos", disse. Em uma visão macro, o especialista destacou o comportamento do índice CRB, que estaria cumprindo um ciclo de ondas de baixa e poderia, assim, ter alguma correção para cima. "Todas as notícias e informações sobre os fundamentos do mercado de café continuam apontando para um equilíbrio precário entre produção e consumo mundial. Os fundamentos do mercado de café deverão permanecer positivos em 2012. O mercado físico brasileiro de café provavelmente só voltará ao seu ritmo normal de trabalho na segunda semana de janeiro próximo", indicou o Escritório Carvalhaes em seu comentário semanal. As exportações de café do Brasil em dezembro, até o dia 15, somaram 1.056.783 sacas, contra 939.960 sacas registradas no mesmo período de novembro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 6.994 sacas, indo para 1.525.914 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 11.772 lotes, com as opções tendo 2.450 calls e 998 puts. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem uma resistência em 219,05, 219,50, 219,90-220,00, 220,50, 221,00, 221,50, 222,00, 222,50, 222,90-223,00, 223,50, 224,00, 224,50, 224,90-225,00, 225,50, 226,00, 226,50, 227,00 e 227,50-227,60 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 214,20, 214,00, 213,75, 213,50, 213,00, 212,50, 212,00, 211,50, 211,00, 210,50 e 210,10-210,00 centavos por libra.

Artigos - 17/12/2011
Entrada em vigor da medida provisória 545/2011 trará transparência e igualdade
O mercado de café apresentou-se calmo e desinteressado nesta semana que antecede a de Natal. As bolsas de café trabalharam em baixa, acompanhando o desânimo e a desconfiança dos mercados ao redor do mundo com a crise da zona do euro. Ontem, durante evento em Washington, a diretora-gerente do FMI – Fundo Monetário Internacional afirmou que a crise da União Européia está aumentando e requer ação também de países de fora do bloco. No mercado físico brasileiro diminuiu o número de lotes oferecidos no mercado e foram esporádicos os negócios realizados. Compradores e vendedores consideram o ano terminado com a aproximação do período de festas e adiam novos negócios para o início de 2012, quando entrará em vigor a medida provisória 545/2011, de 29 de setembro de 2011. Esta medida provisória altera a incidência da contribuição para o PIS/PASEP e da contribuição para o financiamento da seguridade social (COFINS) na cadeia produtiva do café. A entrada em vigor da medida provisória 545/2011 trará transparência e igualdade de condições para competir aos participantes da cadeia produtiva do café. Todas as notícias e informações sobre os fundamentos do mercado de café continuam apontando para um equilíbrio precário entre produção e consumo mundial. Os fundamentos do mercado de café deverão permanecer positivos em 2012. O mercado físico brasileiro de café provavelmente só voltará ao seu ritmo normal de trabalho na segunda semana de janeiro próximo. A "Green Coffee Association" divulgou que os estoques americanos de café verde totalizaram 4.207.891 em 30 de novembro de 2011. Uma queda de 251.525 sacas em relação às 4.459.416 sacas existentes em 31 de outubro de 2011. Até o dia 15, os embarques de dezembro estavam em 889.105 sacas de café arábica, 46.645 sacas de café conillon, somando 935.750 sacas de café verde, mais 121.033 sacas de solúvel, contra 939.960 sacas no mesmo dia de novembro. Até o dia 16, os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em dezembro totalizavam 1.617.220 sacas, contra 1.698.273 sacas no mesmo dia do mês anterior. A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 9, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 16, caiu nos contratos para entrega em março próximo, 1.265 pontos ou US$ 16,73 (R$ 31,05) por saca. Em reais por saca, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 9 a R$ 544,09/saca e hoje, dia 16, a R$ 528,10/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 265 pontos. Escritório Carvalhaes

Notícias - 18/12/2011
Coréia : importações recorde de café este ano
As importações da Coréia do café saltaram para um recorde este ano como o consumo de cafés especiais se espalha entre os consumidores mais jovens, disse neste domingo a Korea International Trade Association,. Coréia importou um recorde no valor de 508,000 mil dólares de café entre janeiro e outubro, um aumento de US $ 307 milhões ano passado, a agência de comércio estatal disse. Os números de importação continuaram a crescer aqui desde 2000, atingindo a marca de US $ 300 milhões para a primeira vez no ano passado. Importações de café do Brasil representou o maior volume de US $ 100 milhões no ano passado, seguido pela Colômbia, com US $ 91 milhões, Vietnã, com 71 milhões dólares e Honduras, com US $ 65 milhões. Pessoas mais jovens desfrutando café Acredita-se que têm impulsionado o aumento das importações de café, a agência explicou, com cadeias de cafés especiais da casa surgindo em toda parte nos últimos anos. Havia 5.782 casas cadeia do café a partir do ano passado, dos quais as cinco maiores marcas Café Bene, Starbucks, Hollys, Coffee Bean e Angel-in-us café operam cerca de 2.000 localidades. Em meio a popularidade do café especial aqui, a importação de café vietnamita que é usado principalmente para fazer café solúvel diminuiu drasticamente, disse a agência. Café vietnamita viu seu declínio relação drasticamente de 34,8 por cento em 2008 para 13,8 por cento no ano passado, enquanto as importações de café a partir de países sul-americanos, onde os grãos de café arábica de qualidade são cultivadas aumentou durante o período.
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