Café tem dia calmo e consolida cenário positivo na ICE Futures US
25/07/2014
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerram esta sexta-feira com altas modestas, em uma sessão em relativamente calma, consolidativa do cenário construído ao longo da semana. Durante a primeira parte do pregão, os preços se mostraram consistentes e o primeiro contrato chegou a tocar no maior patamar desde 24 de junho passado. Entretanto, algumas realizações passaram a ser executadas e os ganhos foram desacelerando gradativamente. Ainda assim, as cotações gravitaram com tranquilidade nas proximidades do nível de 180,00 centavos de dólar por libra peso. A semana foi caracterizada pela retomada das ações de compras protetivas e fechou aferindo uma alta da ordem de 3,91%. O mercado se mostrou sustentado diante de novas avaliações sobre a safra brasileira do grão. Relatórios de tradings que circularam pelas mãos dos participantes ao longo desta semana mostraram que a produção do país deverá realmente ter uma quebra neste ano, além de registrar problemas na qualidade. Por sua vez, aumentam as avaliações de que a próxima temporada do país também tenha um comprometimento significativo, por conta do estresse gerado pelas altas temperaturas e pelas secas registradas recentemente nas zonas produtoras do país. O Brasil, nesta semana, voltou a ter chuvas no centro-sul, com as temperaturas caindo. Essas mudanças, no entanto, não afetam as plantas e podem prejudicar, em pequena escala, o desenvolvimento da colheita que, no entanto, está bem adiantada.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição setembro teve alta de 85 pontos, com 179,15 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 181,20 centavos e a mínima de 176,60 centavos, com o dezembro registrando oscilação positiva de 85 pontos, com 182,80 centavos por libra, com a máxima em 184,80 centavos e a mínima em 180,20 centavos. Na Euronext/Liffe, o setembro teve queda de 16 dólares, indo para 2.016 dólares por tonelada, com o novembro registrando desvalorização de 15 dólares, com 2.013 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi de ligeira ampliação dos ganhos na casa de comercialização norte-americana. A abertura do dia se deu no lado negativo e o setembro chegou a tocar os 176,60 centavos. Os vendedores, contudo, perderam rapidamente o fôlego, abrindo espaço para novas aquisições. O setembro chegou a bater nos 181,20 centavos, mas nesse patamar foram observadas realizações, o que permitiu uma significativa desaceleração dos ganhos. No segmento externo, o dia foi de baixas nas bolsas de valores dos Estados Unidos, ao passo que o dólar conseguiu registrar uma ligeira alta ante uma cesta de moedas internacionais. Já nas commodities softs, ganhos para café e açúcar e queda para algodão e suco de laranja.
"O mercado se mostra sustentado e continuamos atentos às várias projeções sobre a safra brasileira. Nesta semana, uma agência de notícias fez um levantamento com vários players e a maior parte deles concordou que a tendência de preços para o café, principalmente o arábica, é de alta, diante, principalmente, do déficit de oferta, o que levará efetivamente a diminuir os estoques globais. Enfim, o cenário mudou bruscamente daquele que vínhamos trabalhando até o final do ano passado. Essa inversão se verificou nos primeiros dias de 2014 e, entre muita volatilidade, permanecemos com esse novo viés", disse um trader.
O Vietnã deve exportar em julho 85 mil toneladas de café, o que representa cerca de 1,42 milhão de sacas, queda de 6,3% em relação a julho do ano passado, informou o governo do país asiático em comunicado à imprensa. As remessas do grão referentes ao mês de junho foram revistas para baixo, para 108,1 mil toneladas, ante as 110 mil toneladas estimadas anteriormente. O volume estimado de remessas deste mês eleva os embarques da safra — de outubro de 2013 a julho de 2014 — para 1,4 milhão de toneladas, queda de 0,7% em relação ao mesmo período do ano anterior.
As exportações brasileiras no mês de julho, até o dia 24, totalizaram 1.766.636 sacas de café, queda de 1,85% em relação às 1.799.918 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 539 sacas, indo para 2.476.175 sacas.
Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem resistência em 181,20, 181,50, 182,00, 182,50, 183,00, 183,50, 184,00, 184,50, 184,90-185,00, 185,50, 186,00, e 186,50 centavos de dólar, com o suporte em 176,60-176,50, 176,00, 175,70, 175,50, 175,00, 174,50, 174,00, 173,50, 173,00, 172,50, 172,00, 171,50, 171,00, 170,50 e 170,10-170,00 centavos.
Londres tem dia vendedor, mas se mantém acima dos 2.000 dólares
25/07/2014
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe não tiveram o mesmo fôlego dos arábicas em Nova Iorque. Depois de uma recuperação interessante na quinta-feira, nesta sexta o quadro foi diverso, com algumas realizações e vendas especulativas. Ao longo do dia, o suporte de 2.000 dólares chegou a ser buscado, mas a mínima ficou em 2.001 dólares, o que permitiu algumas recompras, ainda que o fechamento tenha se dado no lado negativo da escala.
De acordo com analistas internacionais, a sessão foi tranquila, com um volume negociado relativamente baixo. As ações se basearam em aspectos técnicos, sem, contudo, ser verificada uma atividade mais eloquente no que se refere às arbitragens.
"O mercado para os robustas se mostra relativamente menos incisivo que aquele verificado no segmento arábica. Há a percepção de que os estoques são mais contemplativos para esse tipo de café, além de termos a expectativa de uma safra das mais profícuas para o Vietnã nesta nova temporada", disse um trader, que identificou um suporte em 2.000, 1.970 e 1.960 dólares para o setembro, com a resistência em 2.030, 2.040 e 2.060 dólares.
O setembro teve uma movimentação ao longo do dia de 4,08 mil contratos, contra 2,59 mil do novembro. O spread entre as posições setembro e novembro ficou em 3 dólares.
No encerramento do dia, o setembro teve queda de 16 dólares, indo para 2.016 dólares por tonelada, com o novembro registrando desvalorização de 15 dólares, com 2.013 dólares por tonelada.