Café faz nova mínima na ICE Futures - O poço parece não ter fundo
O poço parece não ter fundo. Depois de experimentar os menores níveis de preço em 55 meses, o café negociado na ICE Futures US não conseguiu ter uma terça-feira de recuperação ou mesmo de correção. Pelo contrário. Os preços voltaram a registrar perdas e a posição dezembro finalizou o pregão no nível de 111,00 centavos de dólar, nos menores patamares desde março de 2009.
A tendência baixista é constante e alguns operadores acreditam numa ampliação das vendas, sendo que a primeira posição pode buscar, no curtíssimo prazo, o nível de 110,00 centavos. Ao longo da sessão do dia, o que se verificou foi uma ação técnica por parte dos players, sendo que alguns intervalos, ao longo da manhã, conseguiram ser preservados. No entanto, na segunda metade do dia foram registradas algumas vendas mais efetivas e a consolidação das baixas, incluindo o rompimento do suporte básico de 112,00 centavos de dólar por libra. O cenário baixista se reproduz dentro de uma perspectiva nada animadora para quem busca preços mais consistentes. O que se observa é uma grande gama de players a trabalhar com planilhas que mostram uma disponibilidade ampla, por conta, principalmente, da grande safra do Brasil, do Vietnã, da Colômbia, além de uma demanda que cresce apenas pontualmente. Nem mesmo um fator preocupante, como a grande quebra de países centro-americanos, por conta da ferrugem do colmo, consegue frear a visão baixista de diversos participantes.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve baixa de 75 pontos, com 111,95 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 113,35 centavos e a mínima de 111,85 centavos, com o março registrando desvalorização de 70 pontos, com 115,10 centavos por libra, com a máxima em 116,35 centavos e a mínima em 115,00 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve alta de 4 dólares, com 1.606 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 6 dólares, para o nível de 1.579 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pelo dólar em queda em relação a várias moedas internacionais, incluindo o real brasileiro. Por sua vez, as bolsas registraram uma terça positiva, com altas para índices como o S&P 500, que se valorizou mais de meio por cento. O café se dissociou de várias outras commodities e teve um dia negativo. Entre os softs, a maior parte das matérias-primas negociadas registrou valorização.
"O café opera tecnicamente num viés baixista e nem mesmo um 'refresco' nos mercados internacionais foi suficiente para que a tendência se invertesse. Afinal, é difícil se especular em recuperação tendo como sombra uma disponibilidade efetiva, como acreditam vários players ao redor do mundo. Os preços estão em nova queda e a tendência não é das mais positivas. Alguns especialistas acreditam que o café deva ser o líder no ranking das quedas de cotações nos próximos meses, por conta, principalmente, da disponibilidade ampla, das boas safras de países como Brasil, Vietnã e Colômbia e também pelo crescimento apenas pontual da demanda", disse um trader.
A Associação Brasileira da Indústria de Café avaliou que o consumo de café no país deverá crescer entre 2,5% e 3% em 2013, ante a 2012 e alcançar cerca de 21 milhões de sacas. A receita deve aumentar entre 10% e 15% sobre o ano passado — R$ 7,5 bilhões. O crescimento, segundo a entidade, reflete o maior volume comercializado e o processo de reajuste de preços iniciado ainda em 2012 para compensar o aumento dos custos no ano anterior, quando as cotações da matéria-prima registraram forte alta.
As exportações brasileiras no mês de outubro, até o dia 18, totalizaram 1.118.760 sacas de café, alta de 26,64% em relação às 921.406 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 4.359 sacas, indo para 2.742.977 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 13.406 lotes, com as opções tendo 5.036 calls e 3.088 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 113,35, 113,50, 114,00, 114,50, 114,70, 114,90-115,00, 115,10 115,50, 116,00, 116,35, 116,50, 117,00, 117,50, 117,65, 117,95-118,00, 118,50, 119,00, 119,20, 119,50, 119,90-120,00, 120,50, 120,75, 121,00-121,05, 121,10, 121,50, 122,00, 122,50, 122,20 e 122,50 centavos de dólar, com o suporte em 111,85, 111,50, 111,00, 110,50, 110,10-110,00, 109,50, 109,00, 108,50, 108,00, 107,50, 107,00 e 106,50 centavos.
Depois de quedas sucessivas, Londres fecha com poucas oscilações
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta terça-feira com pequenas oscilações, com o novembro conseguindo preservar o nível de 1.600 dólares (na primeira posição), em uma sessão caracterizada por pouca volatilidade e pelas rolagens remanescentes, principalmente entre novembro, janeiro e março.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por ações majoritariamente técnicas, sem um grande direcionamento para as cotações. Diferentemente das últimas cinco sessões, a bolsa londrina não teve uma grande pressão vendedora e o novembro teve como mínima da sessão o indicador psicológico de 1.600 dólares, ou seja, acima do menor patamar alcançado ao longo da sessão passada.
"Depois de várias liquidações, nas quais o nível acima de 1.750 dólares foi rapidamente deixado para trás, o que verificamos foi uma terça-feira calma, com negócios dentro da média recente e com a volatilidade bastante tímida. A posição janeiro variou dentro de um range de apenas 20 dólares. Apesar do quadro tendendo ao estável, o perfil do mercado de robustas continua sinalizando como baixista", disse um trader.
O novembro teve uma movimentação ao longo do dia de 7,21 mil contratos, contra 9,29 mil do janeiro. O spread entre as posições novembro e janeiro ficou em 27 dólares. No encerramento do dia, o novembro teve alta de 4 dólares, com 1.606 dólares por tonelada, com o janeiro tendo desvalorização de 6 dólares, para o nível de 1.579 dólares por tonelada.
Preço no Vietnã cai para US$ 1,58 por kg, mais baixo desde 4 de novembro de 2010
Os preços do café nacional do Vietnã caiu para 33.400 dong (1,58 dólar) por kg na terça-feira, o mais baixo desde novembro de 2010, os comerciantes disseram, na perspectiva de uma safra recorde no mundo maior produtor de robusta e acompanhamento de uma queda nos preços globais. Preços em Daklak, cafeicultura top província do Vietnã, foi o menor desde 4 de novembro de 2010. Liffe janeiro café terminou 2 por cento para baixo em $ 1,585 por tonelada na segunda-feira, depois de cair para 1,582 dólares, o valor mais baixo desde setembro de 2010. A colheita da safra 2013/2014 deverá acelerar nos próximos dias, e feijão frescos devem chegar em massa no início de novembro, disseram operadores. Saída deverá aumentar pelo menos 10 por cento em relação ao ano anterior, para 28 milhões de sacas.
Café vira briga política devido a queda do PIB de Minas Gerais
Vitrine do senador mineiro Aécio Neves (PSDB) para a corrida presidencial do próximo ano, Minas Gerais está com a economia estagnada e com índices piores do que a média nacional e de Estados vizinhos há mais de um ano. No segundo trimestre de 2013 (último dado disponível), o Estado governado pelos tucanos desde 2003 recuou 0,1% já o PIB nacional surpreendeu e subiu 1,5%. O tema entrou na pré-campanha, e a oposição liderada pelo PT já fala em "pibinho". Pernambuco, berço do pré-candidato do PSB, Eduardo Campos, tem um crescimento acumulado nos últimos 12 meses maior do que o do país, segundo dados do Estado. O PSDB mineiro rebate as críticas da oposição local sobre a situação da economia do Estado e questiona o papel do governo federal no desenvolvimento regional. O deputado federal Marcus Pestana, presidente estadual do partido, afirma que o PT está "em débito" com o Estado e que a economia mineira cresceu muito até 2012: "Essas oscilações existem porque têm a ver com o nosso perfil muito primário. O raciocínio é a longo prazo", diz. O governador Antonio Anastasia diz ter "preocupação" com a dependência de commodities e afirma que há "grande esforço" em curso para diversificar a economia. A concentração, segundo o governador tucano, causa reflexos sociais no Estado. O tucano cita como exemplo o café, cultivado em 600 municípios mineiros e que enfrenta queda mundial de preço: "Quando ele [café] vai mal, como no momento atual, há uma depressão, uma diminuição dos valores [que circulam] nesses municípios". Em 2011, por exemplo, Anastasia apelou em palestra a empresários para ajudá-lo na tarefa de "agregar valor" aos produtos do Estado e diminuir a dependência de poucos setores. "O governo, sozinho, não consegue nada. É preciso a participação da sociedade civil e do mercado para criar empregos, renda e desenvolvimento. O poder público não gera riqueza, somente oferece as condições para que isso ocorra", disse na ocasião.
Consumo interno deve ficar em 21 milhões de sacas em 2013
Para Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), 0 consumo de café no país deverá crescer entre 2,5% e 3% em 2013, ante a 2012 e alcançar cerca de 21 milhões de sacas. A receita deve aumentar entre 10% e 15% sobre o ano passado (R$ 7,5 bilhões). O crescimento, afirma Herszkowicz, reflete o maior volume comercializado e o processo de reajuste de preços iniciado ainda em 2012 para compensar o aumento dos custos no ano anterior, quando as cotações da matéria-prima registraram forte alta. A posterior queda dos preços da commodity, iniciada no fim de 2011, teve mais impacto nos preços do café tradicional, cujo valor médio na capital paulista recuou de R$ 15 o quilo, em 2012, para cerca de R$ 13 atualmente, conforme o diretor-executivo da Abic. O reajuste que ocorreu nos preços do café industrializado foi sentido sobretudo nos produtos de qualidade superior. Segundo Herszkowicz, o orçamento de marketing da Abic a ser discutido para 2014 é de R$ 900 mil, ante os R$ 300 mil em 2013. A expectativa é fazer mais ações de promoção do consumo do produto.
El Salvador prevê retração de 40 mil empregos no setor cafeeiro
Tal como se previa desde o final de 2012, o aparecimento da ferrugem do colmo afetou com força o parque cafeeiro de El Salvador e impactará todos os indicadores dessa atividade econômica. Segundo as estimativas iniciais do CSC (Conselho Salvadorenho do Café), haverá 40 mil empregos temporários a menos para a safra 2013/21014, que foi iniciada oficialmente por essa entidade. Dessa forma, se espera criar cerca de 75 mil empregos temporários nas diferentes lavouras do país que iniciarão o processo de colheita do fruto, segundo apontou o diretor executivo do CSC, Hugo Hernández. O dirigente recordou que para essa temporada serão evidentes as consequências em matéria de produção e provavelmente na qualidade do grupo. Nesse último tema, será dado prosseguimento no processo de podas para determinar possíveis danos. "Temos um prognóstico inicial de 1,1 milhão de quintais (843 mil sacas) que se esperam para a safra de 2013/2014, o que significa uma redução de 36% em relação à temporada passada", estimou Hernández. Desse total, cerca de 88% seria de café exportável, que é aquele que cumpre determinados requisitos de qualidade. O normal, segundo os produtores, é que o percentual para exportação seja de 90% da produção. O Conselho não detalhou as perdas em matéria de divisas, de manter um preço por quintal (saca de 46 quilos) que pode alcançar os 120 dólares hoje em dia. O diretor geral da Abecafé (Associação de Beneficiadores e Exportadores de Café), Marcelino Samayo, acrescentou nesse ponto que a produtividade por hectare poderia ser inferior ao de safras prévias. "A renda é menor, de cinco quintais por hectares, poderia ser sete, oito ou 12 quintais", explicou. Esse comportamento foi corroborado por alguns produtores, como Raúl Zaldaña, que possui propriedades na cordilheira Apaneca Ilamatepec. Após produzir até 500 quintais (384 sacas), este ano prevê uma safra de apenas 175 quintais (134,2 sacas). Por enquanto, a maior parte se encontra em etapa de maturação e início de colheita possivelmente em um mês. Sua situação, ressaltou, se agravou com a persistência da ferrugem do como nas lavouras. "Nós terminamos, em 30 de setembro, a última aplicação de fungicida contra a doença, no entanto, ela continua aqui", lamentou. Da mesma forma, o presidente da Associação Cafeeira de El Salvador, Sergio Ticas, afirmou que em suas propriedades, localizadas na cordilheira Alotepec-Metapán, começaram a colher no final de dezembro. Em geral, a safra no norte de Chalatenango poderia se reduzir em 40%. "Em meu caso, como tenho uma parte nova, vou contar com um pouco mais de produção, porém, se comparado com plantas que vêm produzindo nos últimos dez anos, o que se vê é um volume menor. Várias regiões de El Salvador foram afetadas pela ferrugem do colmo. Esse enfermidade é causada por um fungo que produz dois tipos de esporos. Os primeiros, mais comuns, são produzidos em abundância na face inferior das folhas. O segundo tipo é formado eventualmente em lesões velhas. A disseminação ocorre pelo vento, gotas de chuva, pelo homem, insetos e outros animais que entrem em contato com a lavoura. Após a disseminação quando atingem a face inferior das folhas germinam em 3 a 6 horas sob temperaturas entre 21 e 25ºC e condições de elevada umidade ou água livre. O fungo penetra e os sintomas iniciais surgem 7 a 15 dias após a penetração. O desenvolvimento da doença está intimamente relacionado à ocorrência de chuvas, sendo que sua incidência cresce do início para o fim das chuvas, atingindo o pico no final das águas.
Produção de café na safra 2012/13 atinge 1,367 milhões de sacas na China
A grande maioria de café da China é cultivada no sul da província de Yunnan , e é somente do tipo de planta Arábica - principalmente da variedade Catimor . Dentro de Yunnan , na região de Pu'er produz cerca de metade da produção total de café da província com a região tendo produzido 39 mil toneladas( 650 mil sacas) de café do total de 82 mil toneladas( 1,367 milhões de sacas) produzidas na safra 2012-2013. Além disso, ao longo dos próximos 5-10 anos , o Governo principal Pu'er planeja expandir sua área de plantação de café de mais de 1 milhão de mu (que traduz aproximadamente 66.667 hectares ) para capturar um valor de cerca de RMB10 bilhões ( EUA 1,61 bilhões dólares ) no mercado . Além disso, as médias da região Pu'er mais de 1 tonelada de café verde por hectare , o que tornaria a produção de café verde da região elevar em mais de 50 por cento . Tradicionalmente , a região de Pu'er produziu apenas chá - e até hoje continua sendo uma das mais famosas fontes da variedade chá preto. No entanto, muitos agricultores fizeram a mudança recente para a produção de café em função do preço de venda mais elevado . Preço -wise , os grãos de café foram vendidos a uma média de RMB16 por quilo em 2009 ( US$ 2,57), antes de saltar para cima de uma alta de RMB40 por quilo em 2011( US$ 6,44). O preço , desde então, caiu em 2012 para cerca de RMB30( US$ 4,83) por quilo.