Mercado fica atento ao clima e ICE tem dia de forte ganho
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US tiveram uma terça-feira de ganhos significativos, com o acionamento de várias ordens de vendas especulativas e de fundos, o que fez com que a posição setembro flutuasse durante todo o dia dentro do range de 250,00 centavos. Depois de uma abertura fraca, com algumas perdas chegando a ser reportadas, o mercado passou a ser fortalecido com várias compras especulativas e, posteriormente, stops, o que consolidou o cenário de ganhos. O fator climático voltou a ganhar força no mercado. Algumas geadas, ainda que leves, foram verificadas em zonas cafeeiras do Paraná, centro-oeste de São Paulo e, em menor grau, Minas Gerais. Essa ocorrência, aliada ao fato de que as temperaturas continuam baixas no centro-sul do Brasil, estimulou muitos players a entrarem comprado, numa ação de resguardo. De acordo com a empresa de meteorologia Somar, as ocorrências de geada não atingiram mais do que uma área de produção de não mais que 50 mil sacas. Na madrugada desta terça-feira a cidade de Londrina, no norte paranaense, atingiu a marca de 2 graus Celsius, sendo que, segundo relato do agrônomo Marco Antonio dos Santos, algumas área contaram com geadas, mas não mais que 5% do Paraná, que é a região cafeeira mais fria do Brasil. O Paraná produz cerca de 1,7 milhão de sacas. As temperaturas, segundo Santos, também tiveram retração em zonas produtoras paulistas e mineiras, mas a verificação de geadas foi mínima. Guaxupé, um dos maiores municípios cafeeiros do país, teve a mínima em cerca de 3 graus e as geadas atingiram apenas baixadas, sendo que, se algumas perdas forem verificadas, elas serão insignificantes. Além do viés climático, o mercado também operou amparado em situações técnicas que vêm se mostrando favoráveis. Os suportes estão conseguindo ser preservados, sendo que nesta terça, o nível de 250,00 centavos foi testado e não houve força bearish (baixista) para rompê-lo. Graficamente, o mercado que vinha assumindo cada vez mais uma feição baixista consegue ter alguns rearranjos e alguns operadores já trabalham com perspectivas mais favoráveis. Para ampliar o cenário positivo do dia, o mercado externo teve uma retomada do otimismo, o que fez com que as bolsas tivessem ganhos consideráveis, assim como várias commodities, ao passo que o dólar registrou perdas em relação a uma cesta de moedas internacionais. No encerramento do dia, o setembro em Nova Iorque teve alta de 785 pontos com 258,90 centavos, sendo a máxima em 259,05 e a mínima em 250,00 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação positiva de 755 pontos, com a libra a 262,40 centavos, sendo a máxima em 262,50 e a mínima em 254,30 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 114 dólares, com 2.455 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 113 dólares, com 2.490 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado pelas compras especulativas e também de fundos. Vários players que se mostraram francamente vendedores nas últimas sessões retomaram as compras, o que permitiu que ganhos consideráveis fossem observados ao longo de todo o dia, sem, contudo, com o setembro ter conseguido testar a marca dos 260,00 centavos. O mercado operou nos melhores níveis desde 17 de junho passado. "Os fatores climáticos deram um bom motivo para esse impulso e também tivemos, finalmente, uma melhora no cenário externo. As linhas gráficas estão mostrando algumas mudanças, mas ainda há muitas divergências entre os operadores se estamos voltamos para um cenário altista ou se ainda estamos dentro de um quadro baixista. Há muito espaço para volatilidade ainda", disse um trader. Ao longo do dia, vários mercados refletiram a notícia de que o parlamento da Grécia deverá aprovar um pacote de austeridade, o que deve dar um novo fôlego à economia local. O pacote suscitou protestos por parte da população, mas deve ser a última cartada do governo local em conseguir empréstimos para saldar sua situação desfavorável. Sterling Smith, analista da empresa Country Hedging, indicou que apesar de as geadas não terem afetado as lavouras de café do Brasil, o frio fez com que os players ampliassem sua preocupação. E, além disso, o cenário externo auxiliou. "Quando o dólar fica mais pressionado, verificamos mais compras no mercado de café", disse. As exportações de café do Brasil em junho, até o dia 27, somaram 1.413.289 sacas, contra 1.386.082 sacas registradas no mesmo período de maio, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 4.785 sacas indo para 1.623.687 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 18.223 lotes, com as opções tendo 5.942 calls e 5.645 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 259,05, 259,50, 259,90-260,00, 260,50, 261,00, 261,50, 262,00, 262,50, 263,00, 263,50, 264,00, 264,50 e 264,90-265,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 250,00, 249,50, 249,00, 248,50, 248,00, 247,50, 247,00, 246,50, 246,00, 245,60-245,50 e 245,05-245,00 centavos por libra.
terça-feira, 28 de junho de 2011
Brazil Coffee Weather -
Brazil Coffee Weather -
Jun 28Dow JonesSAO PAULO AND MINAS GERAIS SUMMARY-
A little light rain or drizzle lingered in the southeast areas early yesterday, dry elsewhere in the region. Temperatures averaged below normal through the southern areas yesterday, especially through the southwest but it near normal through the north. The lowest temperatures this morning are expected to range from 6-10C (43-50F) at about sunrise, coolest in southern SaoPaulo and southwestern Minas Gerais. FORECAST- TODAY...Mostly fair skies today. Temperatures should be a little warmer in the west and slightly cooler east. TONIGHT...Mostly dry. Not as cool as this morning. TOMORROW...Dry and a little warmer. OUTLOOK...Mostly dry or with only a few light showers through extreme southern areas Thursday through Saturday. Temperatures average near to below normal south, near to above normal north. BRAZIL COFFEE PROSPECTS... Favorable harvest weather for the coffee crop across Brazil. Cold temperatures in Parana Monday morning and again Tuesday morning were mostly south of key coffee in that state. Major coffee areas in Sao Paulo and Minas Gerais were not as cold. A new cold air mass will move into Argentina later this week and this weekend. This air mass is expected to stay south of Brazil'scoffee belt but it will bear watching.
Jun 28Dow JonesSAO PAULO AND MINAS GERAIS SUMMARY-
A little light rain or drizzle lingered in the southeast areas early yesterday, dry elsewhere in the region. Temperatures averaged below normal through the southern areas yesterday, especially through the southwest but it near normal through the north. The lowest temperatures this morning are expected to range from 6-10C (43-50F) at about sunrise, coolest in southern SaoPaulo and southwestern Minas Gerais. FORECAST- TODAY...Mostly fair skies today. Temperatures should be a little warmer in the west and slightly cooler east. TONIGHT...Mostly dry. Not as cool as this morning. TOMORROW...Dry and a little warmer. OUTLOOK...Mostly dry or with only a few light showers through extreme southern areas Thursday through Saturday. Temperatures average near to below normal south, near to above normal north. BRAZIL COFFEE PROSPECTS... Favorable harvest weather for the coffee crop across Brazil. Cold temperatures in Parana Monday morning and again Tuesday morning were mostly south of key coffee in that state. Major coffee areas in Sao Paulo and Minas Gerais were not as cold. A new cold air mass will move into Argentina later this week and this weekend. This air mass is expected to stay south of Brazil'scoffee belt but it will bear watching.
Em alta, preço do café subiu 130%
Em alta, preço do café subiu 130%
A lei da oferta e da procura está pendendo para os cafeicultores brasileiros. A escassez do grão e os baixos estoques nos mercados doméstico e internacional colocam o poder de decisão nas mãos dos plantadores de café. Concorrentes do Brasil, como a Colômbia, e paises da África e da América Central encontram-se em grande desvantagem por questões climáticas, que devastaram as plantações que não se recuperaram ainda. O cenário permite ao Brasil despejar mais grão no mercado externo e ampliar seu market share. Os preços, por sua vez, deram um salto e subiram 130% entre abril de 2010 até o momento, saindo de R$ 260,00 para R$ 550,00 a saca. A projeção de alta de pelo menos 10% a partir do segundo semestre tende a se manter firme até o final de junho de 2012. Mais um ponto positivo brinda os cafeicultores. Pesquisa feita pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) mostra um aumento de 5% na demanda interna neste ano. "A perspectiva de preços altos tem levado uma quantidade maior de produtores a venderem parte de sua safra para o mercado futuro. Há cafeicultor que está colhendo hoje e já acertou entregas para setembro e outubro com preços a R$ 600,00 a saca", afirma Nahan Herszkowicz, diretor executivo da Abic.A prática do mercado futuro só ganhou um número maior de adeptos neste ano. "Normalmente, a taxa oscilava entre 4% a 5% do volume de produção da safra brasileira ofertado no mercado futuro nessa época. Hoje, mais de 15% do total do volume da colheita já foram vendidos no futuro, o que mostra uma certeza de que os preços vão continuar bons lá na frente", completa. Segundo o diretor, as entregas foram "acertadas no valor de R$ 600,00 a saca". Herszkowicz conta que ninguém no mundo previa uma alta de 130% no café em apenas um ano. "Diante disso, é difícil especular, mas uma volatilidade pequena, em torno de 10%, é possível, com tendência de alta até o primeiro semestre de 2012", afirma. "O aumento do preço é consequência do crescimento do consumo mundial, inclusive o brasileiro, estoques mundiais baixos, e quebra da safra dos concorentes como Colômbia, África e da América Central".Pelos cálculos do diretor da Abic, hoje as reservas são o bastante para um mês. "Até pouco tempo atrás os estoques eram suficientes para operar entre quatro a seis meses no mercado internacional. Os estoques físicos no Brasil também estão pequenos. Estamos entrando na colheita com volume para um mês quando o normal era entre três a quatro meses". Nem mesmo o governo conseguiu manter seu estoque elevado.
A lei da oferta e da procura está pendendo para os cafeicultores brasileiros. A escassez do grão e os baixos estoques nos mercados doméstico e internacional colocam o poder de decisão nas mãos dos plantadores de café. Concorrentes do Brasil, como a Colômbia, e paises da África e da América Central encontram-se em grande desvantagem por questões climáticas, que devastaram as plantações que não se recuperaram ainda. O cenário permite ao Brasil despejar mais grão no mercado externo e ampliar seu market share. Os preços, por sua vez, deram um salto e subiram 130% entre abril de 2010 até o momento, saindo de R$ 260,00 para R$ 550,00 a saca. A projeção de alta de pelo menos 10% a partir do segundo semestre tende a se manter firme até o final de junho de 2012. Mais um ponto positivo brinda os cafeicultores. Pesquisa feita pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) mostra um aumento de 5% na demanda interna neste ano. "A perspectiva de preços altos tem levado uma quantidade maior de produtores a venderem parte de sua safra para o mercado futuro. Há cafeicultor que está colhendo hoje e já acertou entregas para setembro e outubro com preços a R$ 600,00 a saca", afirma Nahan Herszkowicz, diretor executivo da Abic.A prática do mercado futuro só ganhou um número maior de adeptos neste ano. "Normalmente, a taxa oscilava entre 4% a 5% do volume de produção da safra brasileira ofertado no mercado futuro nessa época. Hoje, mais de 15% do total do volume da colheita já foram vendidos no futuro, o que mostra uma certeza de que os preços vão continuar bons lá na frente", completa. Segundo o diretor, as entregas foram "acertadas no valor de R$ 600,00 a saca". Herszkowicz conta que ninguém no mundo previa uma alta de 130% no café em apenas um ano. "Diante disso, é difícil especular, mas uma volatilidade pequena, em torno de 10%, é possível, com tendência de alta até o primeiro semestre de 2012", afirma. "O aumento do preço é consequência do crescimento do consumo mundial, inclusive o brasileiro, estoques mundiais baixos, e quebra da safra dos concorentes como Colômbia, África e da América Central".Pelos cálculos do diretor da Abic, hoje as reservas são o bastante para um mês. "Até pouco tempo atrás os estoques eram suficientes para operar entre quatro a seis meses no mercado internacional. Os estoques físicos no Brasil também estão pequenos. Estamos entrando na colheita com volume para um mês quando o normal era entre três a quatro meses". Nem mesmo o governo conseguiu manter seu estoque elevado.
Os emergentes dos emergentes
Os emergentes dos emergentes
A chamada nova classe média tem ocupado destaque na agenda das empresas privadas, dos gestores públicos, dos políticos e dos demais mortais no Brasil como em outros lugares. A pesquisa homônima a este artigo encontrada em www.fgv.br/cps/brics foi lançada ontem no seminário Oportunidades para Maioria, do BID, que visa fomentar negócios na base da pirâmide. Abrimos a nova classe média brasileira pelas dimensões globais, nacionais, locais e atuais. Senão vejamos:Global - Inicialmente, analisamos diferenças e semelhanças de grupos emergentes entre países emergentes. Especial destaque é dado ao grupo dos Brics, contrastando elementos diversos:Quanto o crescimento macroeconômico se reflete no bolso do cidadão comum? O Brasil mais do que outros Brics, apresentou um crescimento de pesquisas domiciliares 11,3 pontos de porcentagem superior ao PIB acumulada no período 2003 a 2009. A novidade é que essa diferença tem aumentado. Mesmo no caso do "pibão" de 2010, que cresceu a 6,5% per capita contra 9.6% da renda da PME, a desaceleração do PIB do começo de 2011 não se reflete ainda no mercado de trabalho metropolitano em 2011 onde a renda domiciliar per capita do trabalho cresce a 6.1% acima novamente do PIB.Abrimos a nova classe média brasileira pelas dimensões globais, nacionais, locais e atuaisQuem melhora mais em cada país: a base ou o topo da distribuição de renda? Para além da média, essas mesmas pesquisas permitem ver que a desigualdade de renda cai aqui e aumenta alhures. No Brasil já cai há dez anos seguidos, já entrando no 11 ano. Os 20% mais ricos do Brasil tiveram na década passada um crescimento inferior ao dos 20% mais ricos de todos os demais Brics, já nos 20% mais pobres acontece o oposto.Para além de melhoras objetivas, como estão atitudes e expectativas das pessoas em relação ao presente e ao futuro? Segundo o Gallup World Poll, o grau de satisfação com a vida no Brasil em 2009 era 8,7 numa escala de 0 a 10. Superamos os demais: África do Sul (5,2), Rússia (5,2), China (4,5) e Índia (4,5). Mais do que isso, o Brasil é o único dos BRICS que melhora no ranking mundial de felicidade, saindo do 22 lugar em 2006 para 17 em 2009 entre 144 países. O Brasil é o recordista mundial de felicidade futura. Numa escala de 0 a 10, o brasileiro dá uma nota média de 8,70 à sua expectativa de satisfação com a vida em 2014 superando todos os demais 146 países da amostra cuja mediana é 5,6. Essa interpretação permite entender o Brasil: "o país do futuro" criada a exatos 70 anos atrás por Stefan Zweig. O sonho representa o espírito da nova classe média tupiniquim. Nacional - Quanto cresceu em termos líquidos diferentes estratos econômicos da sociedade brasileira no período recente? Desde 2003 um total de 50 milhões de pessoas - mais do que uma Espanha - se juntaram ao mercado consumidor. Nos últimos 21 meses até maio de 2011 as classes C e AB cresceram 11,1% e 12,8% respectivamente. Neste período 13,3 milhões de brasileiros foram incorporadas às classes ABC, adicionando-se aos 36 milhões que migraram entre 2003 e 2009. Atual - Indicadores antecedentes sugerem melhoras. A última semana do mês de maio 2011 pela PME Semanal sugere viés de queda para pobreza e viés de alta para a classe AB em relação ao mês completo. Não há sinais de desaceleração trabalhista.A taxa de redução de desigualdade nos últimos 12 meses é um pouco acima daquele observado nas séries da PNAD entre 2001 e 2009 no período de marcada redução da desigualdade. O comportamento anticíclico da desigualdade sugere a ausência de dilemas equidade versus eficiência no período sob análise. Empregos Formais - O grande símbolo da nova classe média é a carteira de trabalho. Entre janeiro e abril de 2011 houve a criação líquida de 798 mil novos postos de trabalhos, o terceiro melhor desempenho desde 2000, ficando abaixo do mesmo período em 2010 (962 mil) e 2008 (849 mil). Não há sinal de desaquecimento trabalhista.Local - Qual é a recordista de nova classe média? Onde a pobreza e a riqueza são maiores? O município mais classe A é Niterói com 30,7% na elite econômica. Depois vem Florianópolis (27,7%), Vitória (26,9%), São Caetano (26,5%), Porto Alegre (25,3%), Brasília (24,3%) e Santos (24,1%). Se formos menos elitistas e incluirmos as classes B e C no páreo, o município gaúcho de Westfália apresenta a maior classe ABC com 94,2% nas Classes ABC. Quase todos os 30 municípios com maiores participações nas classes ABC estão na região Sul do país, fruto da menor desigualdade de renda lá observada. Quais são as prescrições de políticas para a nova classe média brasileira?É preciso "Dar o mercado aos pobres", completando o movimento dos últimos anos quando pelas vias da queda da desigualdade "demos os pobres aos mercados (consumidores)". "Dar o mercado" significa acima de tudo melhorar o acesso das pessoas ao mercado de trabalho. Os fundamentos do crescimento econômico e as reformas associadas são fundamentais aqui. A educação regular e profissional funciona como passaporte para o trabalho. O desafio é combinar as virtudes do Estado com as virtudes dos mercados, sem esquecer de evitar as falhas de cada um dos lados. Marcelo Côrtes Neri, economista-chefe do Centro de Políticas Sociais e professor da EPGE, Fundação Getúlio Vargas. Autor dos livros "Ensaios Sociais", "Cobertura Previdenciária: Diagnóstico e Propostas" e "Microcrédito, o Mistério Nordestino e o Grammen brasileiro".
A chamada nova classe média tem ocupado destaque na agenda das empresas privadas, dos gestores públicos, dos políticos e dos demais mortais no Brasil como em outros lugares. A pesquisa homônima a este artigo encontrada em www.fgv.br/cps/brics foi lançada ontem no seminário Oportunidades para Maioria, do BID, que visa fomentar negócios na base da pirâmide. Abrimos a nova classe média brasileira pelas dimensões globais, nacionais, locais e atuais. Senão vejamos:Global - Inicialmente, analisamos diferenças e semelhanças de grupos emergentes entre países emergentes. Especial destaque é dado ao grupo dos Brics, contrastando elementos diversos:Quanto o crescimento macroeconômico se reflete no bolso do cidadão comum? O Brasil mais do que outros Brics, apresentou um crescimento de pesquisas domiciliares 11,3 pontos de porcentagem superior ao PIB acumulada no período 2003 a 2009. A novidade é que essa diferença tem aumentado. Mesmo no caso do "pibão" de 2010, que cresceu a 6,5% per capita contra 9.6% da renda da PME, a desaceleração do PIB do começo de 2011 não se reflete ainda no mercado de trabalho metropolitano em 2011 onde a renda domiciliar per capita do trabalho cresce a 6.1% acima novamente do PIB.Abrimos a nova classe média brasileira pelas dimensões globais, nacionais, locais e atuaisQuem melhora mais em cada país: a base ou o topo da distribuição de renda? Para além da média, essas mesmas pesquisas permitem ver que a desigualdade de renda cai aqui e aumenta alhures. No Brasil já cai há dez anos seguidos, já entrando no 11 ano. Os 20% mais ricos do Brasil tiveram na década passada um crescimento inferior ao dos 20% mais ricos de todos os demais Brics, já nos 20% mais pobres acontece o oposto.Para além de melhoras objetivas, como estão atitudes e expectativas das pessoas em relação ao presente e ao futuro? Segundo o Gallup World Poll, o grau de satisfação com a vida no Brasil em 2009 era 8,7 numa escala de 0 a 10. Superamos os demais: África do Sul (5,2), Rússia (5,2), China (4,5) e Índia (4,5). Mais do que isso, o Brasil é o único dos BRICS que melhora no ranking mundial de felicidade, saindo do 22 lugar em 2006 para 17 em 2009 entre 144 países. O Brasil é o recordista mundial de felicidade futura. Numa escala de 0 a 10, o brasileiro dá uma nota média de 8,70 à sua expectativa de satisfação com a vida em 2014 superando todos os demais 146 países da amostra cuja mediana é 5,6. Essa interpretação permite entender o Brasil: "o país do futuro" criada a exatos 70 anos atrás por Stefan Zweig. O sonho representa o espírito da nova classe média tupiniquim. Nacional - Quanto cresceu em termos líquidos diferentes estratos econômicos da sociedade brasileira no período recente? Desde 2003 um total de 50 milhões de pessoas - mais do que uma Espanha - se juntaram ao mercado consumidor. Nos últimos 21 meses até maio de 2011 as classes C e AB cresceram 11,1% e 12,8% respectivamente. Neste período 13,3 milhões de brasileiros foram incorporadas às classes ABC, adicionando-se aos 36 milhões que migraram entre 2003 e 2009. Atual - Indicadores antecedentes sugerem melhoras. A última semana do mês de maio 2011 pela PME Semanal sugere viés de queda para pobreza e viés de alta para a classe AB em relação ao mês completo. Não há sinais de desaceleração trabalhista.A taxa de redução de desigualdade nos últimos 12 meses é um pouco acima daquele observado nas séries da PNAD entre 2001 e 2009 no período de marcada redução da desigualdade. O comportamento anticíclico da desigualdade sugere a ausência de dilemas equidade versus eficiência no período sob análise. Empregos Formais - O grande símbolo da nova classe média é a carteira de trabalho. Entre janeiro e abril de 2011 houve a criação líquida de 798 mil novos postos de trabalhos, o terceiro melhor desempenho desde 2000, ficando abaixo do mesmo período em 2010 (962 mil) e 2008 (849 mil). Não há sinal de desaquecimento trabalhista.Local - Qual é a recordista de nova classe média? Onde a pobreza e a riqueza são maiores? O município mais classe A é Niterói com 30,7% na elite econômica. Depois vem Florianópolis (27,7%), Vitória (26,9%), São Caetano (26,5%), Porto Alegre (25,3%), Brasília (24,3%) e Santos (24,1%). Se formos menos elitistas e incluirmos as classes B e C no páreo, o município gaúcho de Westfália apresenta a maior classe ABC com 94,2% nas Classes ABC. Quase todos os 30 municípios com maiores participações nas classes ABC estão na região Sul do país, fruto da menor desigualdade de renda lá observada. Quais são as prescrições de políticas para a nova classe média brasileira?É preciso "Dar o mercado aos pobres", completando o movimento dos últimos anos quando pelas vias da queda da desigualdade "demos os pobres aos mercados (consumidores)". "Dar o mercado" significa acima de tudo melhorar o acesso das pessoas ao mercado de trabalho. Os fundamentos do crescimento econômico e as reformas associadas são fundamentais aqui. A educação regular e profissional funciona como passaporte para o trabalho. O desafio é combinar as virtudes do Estado com as virtudes dos mercados, sem esquecer de evitar as falhas de cada um dos lados. Marcelo Côrtes Neri, economista-chefe do Centro de Políticas Sociais e professor da EPGE, Fundação Getúlio Vargas. Autor dos livros "Ensaios Sociais", "Cobertura Previdenciária: Diagnóstico e Propostas" e "Microcrédito, o Mistério Nordestino e o Grammen brasileiro".
Cenário técnico e clima ajudam café a ter ganhos na ICE
Cenário técnico e clima ajudam café a ter ganhos na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com ganhos modestos, em uma sessão relativamente fraca. Depois de um início pressionado, com algumas perdas registradas, o mercado inverteu a tendência, com os compradores voltando a predominar, o que permitiu a consolidação dos ganhos, ainda que longe das máximas do dia. Assim como verificado na última sexta-feira, os ganhos vieram depois de os suportes básicos não terem sido rompidos, o que abriu espaço para os bullishs (altistas), que andavam consideravelmente retraídos, voltarem a realizar suas ofertas. Os avanços do dia foram notadamente limitados por conta do cenário externo. O índice CRB, assim como o petróleo, tiveram um dia de novas perdas, o que, evidentemente, foi uma influência negativa para o comportamento do mercado cafeeiro. A questão grega, ainda incerta, assim como o aumento da desconfiança em relação à economia da Itália, continuam sendo fatores bastante negativos para o segmento de matérias-primas. O café, por sua vez, consegue registrar alguma recuperação, amparado, principalmente em aspectos técnicos, já que, após a forte onda de liquidação recente, se observou um cenário sobrevendido. Além disso, o cenário voltou a apresentar um viés climático. Boletins meteorológicos recentes indicam que as zonas cafeeiras do centro-sul do Brasil poderão ter nesta semana o registro de geadas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, uma massa polar vinda da Antártica atingiu as regiões de São Paulo e Paraná, o que fez com que as temperaturas despencassem. As possíveis geadas deverão ocorrer principalmente nesses dois Estados, com a chance de ocorrência do fenômeno no sul de Minas Gerais sendo remotas. No encerramento do dia, o setembro em Nova Iorque teve alta de 55 pontos com 251,05 centavos, sendo a máxima em 253,05 e a mínima em 247,50 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação positiva de 45 pontos, com a libra a 254,85 centavos, sendo a máxima em 256,60 e a mínima em 251,50 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 59 dólares, com 2.341 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 58 dólares, com 2.377 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por uma tentativa inicial de forçar, novamente, uma resistência no nível de 245,00 centavos. No entanto, o mercado falhou ao tentar, inclusive, suplantar o menor nível da sessão anterior, em 245,50 centavos. Assim, o mercado retomou seu viés comprador e os ganhos conseguiram ser produzidos e somente não foram mais expressivos devido ao reflexo do segmento externo. "O mercado sofreu liquidações muito significativas nos últimos e, assim, um quadro sobrevendido pode ser observado em alguns gráficos. Os ganhos não têm sido substanciais, mas a manutenção do nível acima dos 250,00 centavos pode ser um indicativo interessante", disse um trader. O Vietnã deve fechar este mês de junho com a exportação de 80 mil toneladas métricas de café, de acordo com dados divulgados pelo Escritório Geral de Estatísticas. Em maio, o país realizou o embarque de 98 mil toneladas métricas, 11% a menos que o anteriormente previsto, 110 mil toneladas. Na primeira metade do atual ano safra, o país remeteu 878 mil toneladas ao exterior, 29% a mais que no ano anterior. A produção de café de Burundi em 2011/2012 deve ter uma queda de pelo menos 13%, devido, principalmente, à bianualidade da cultura, indicou o ARFIC, órgão regulador do setor no país. Segundo a entidade, o volume obtido no ano deve ficar em 21 mil toneladas métricas, contra 24 mil toneladas de 2010/2011. A nação africana sofre também com o envelhecimento do parque cafeeiro. Hoje, 50% dos cafeeiros do país contam com mais de 40 anos, o que faz com que a produtividade caía consideravelmente. As exportações de café do Brasil em junho, até o dia 22, somaram 1.262.502 sacas, contra 1.386.082 sacas registradas no mesmo período de maio, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 578 sacas indo para 1.618.902 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 13.772 lotes, com as opções tendo 4.726 calls e 950 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 253,05, 253,50, 254,00, 254,50, 254,90-255,00, 255,50, 256,00, 256,50 e 257,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 247,50, 247,00, 246,50, 246,00, 245,60-245,50, 245,05-245,00, 244,50, 244,00, 243,50, 243,00, 242,50, 242,00, 241,50 e 241,00 centavos por libra
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com ganhos modestos, em uma sessão relativamente fraca. Depois de um início pressionado, com algumas perdas registradas, o mercado inverteu a tendência, com os compradores voltando a predominar, o que permitiu a consolidação dos ganhos, ainda que longe das máximas do dia. Assim como verificado na última sexta-feira, os ganhos vieram depois de os suportes básicos não terem sido rompidos, o que abriu espaço para os bullishs (altistas), que andavam consideravelmente retraídos, voltarem a realizar suas ofertas. Os avanços do dia foram notadamente limitados por conta do cenário externo. O índice CRB, assim como o petróleo, tiveram um dia de novas perdas, o que, evidentemente, foi uma influência negativa para o comportamento do mercado cafeeiro. A questão grega, ainda incerta, assim como o aumento da desconfiança em relação à economia da Itália, continuam sendo fatores bastante negativos para o segmento de matérias-primas. O café, por sua vez, consegue registrar alguma recuperação, amparado, principalmente em aspectos técnicos, já que, após a forte onda de liquidação recente, se observou um cenário sobrevendido. Além disso, o cenário voltou a apresentar um viés climático. Boletins meteorológicos recentes indicam que as zonas cafeeiras do centro-sul do Brasil poderão ter nesta semana o registro de geadas. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, uma massa polar vinda da Antártica atingiu as regiões de São Paulo e Paraná, o que fez com que as temperaturas despencassem. As possíveis geadas deverão ocorrer principalmente nesses dois Estados, com a chance de ocorrência do fenômeno no sul de Minas Gerais sendo remotas. No encerramento do dia, o setembro em Nova Iorque teve alta de 55 pontos com 251,05 centavos, sendo a máxima em 253,05 e a mínima em 247,50 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação positiva de 45 pontos, com a libra a 254,85 centavos, sendo a máxima em 256,60 e a mínima em 251,50 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 59 dólares, com 2.341 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 58 dólares, com 2.377 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por uma tentativa inicial de forçar, novamente, uma resistência no nível de 245,00 centavos. No entanto, o mercado falhou ao tentar, inclusive, suplantar o menor nível da sessão anterior, em 245,50 centavos. Assim, o mercado retomou seu viés comprador e os ganhos conseguiram ser produzidos e somente não foram mais expressivos devido ao reflexo do segmento externo. "O mercado sofreu liquidações muito significativas nos últimos e, assim, um quadro sobrevendido pode ser observado em alguns gráficos. Os ganhos não têm sido substanciais, mas a manutenção do nível acima dos 250,00 centavos pode ser um indicativo interessante", disse um trader. O Vietnã deve fechar este mês de junho com a exportação de 80 mil toneladas métricas de café, de acordo com dados divulgados pelo Escritório Geral de Estatísticas. Em maio, o país realizou o embarque de 98 mil toneladas métricas, 11% a menos que o anteriormente previsto, 110 mil toneladas. Na primeira metade do atual ano safra, o país remeteu 878 mil toneladas ao exterior, 29% a mais que no ano anterior. A produção de café de Burundi em 2011/2012 deve ter uma queda de pelo menos 13%, devido, principalmente, à bianualidade da cultura, indicou o ARFIC, órgão regulador do setor no país. Segundo a entidade, o volume obtido no ano deve ficar em 21 mil toneladas métricas, contra 24 mil toneladas de 2010/2011. A nação africana sofre também com o envelhecimento do parque cafeeiro. Hoje, 50% dos cafeeiros do país contam com mais de 40 anos, o que faz com que a produtividade caía consideravelmente. As exportações de café do Brasil em junho, até o dia 22, somaram 1.262.502 sacas, contra 1.386.082 sacas registradas no mesmo período de maio, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 578 sacas indo para 1.618.902 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 13.772 lotes, com as opções tendo 4.726 calls e 950 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 253,05, 253,50, 254,00, 254,50, 254,90-255,00, 255,50, 256,00, 256,50 e 257,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 247,50, 247,00, 246,50, 246,00, 245,60-245,50, 245,05-245,00, 244,50, 244,00, 243,50, 243,00, 242,50, 242,00, 241,50 e 241,00 centavos por libra
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