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terça-feira, 28 de junho de 2011

Mercado fica atento ao clima e ICE tem dia de forte ganho

Mercado fica atento ao clima e ICE tem dia de forte ganho

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US tiveram uma terça-feira de ganhos significativos, com o acionamento de várias ordens de vendas especulativas e de fundos, o que fez com que a posição setembro flutuasse durante todo o dia dentro do range de 250,00 centavos. Depois de uma abertura fraca, com algumas perdas chegando a ser reportadas, o mercado passou a ser fortalecido com várias compras especulativas e, posteriormente, stops, o que consolidou o cenário de ganhos. O fator climático voltou a ganhar força no mercado. Algumas geadas, ainda que leves, foram verificadas em zonas cafeeiras do Paraná, centro-oeste de São Paulo e, em menor grau, Minas Gerais. Essa ocorrência, aliada ao fato de que as temperaturas continuam baixas no centro-sul do Brasil, estimulou muitos players a entrarem comprado, numa ação de resguardo. De acordo com a empresa de meteorologia Somar, as ocorrências de geada não atingiram mais do que uma área de produção de não mais que 50 mil sacas. Na madrugada desta terça-feira a cidade de Londrina, no norte paranaense, atingiu a marca de 2 graus Celsius, sendo que, segundo relato do agrônomo Marco Antonio dos Santos, algumas área contaram com geadas, mas não mais que 5% do Paraná, que é a região cafeeira mais fria do Brasil. O Paraná produz cerca de 1,7 milhão de sacas. As temperaturas, segundo Santos, também tiveram retração em zonas produtoras paulistas e mineiras, mas a verificação de geadas foi mínima. Guaxupé, um dos maiores municípios cafeeiros do país, teve a mínima em cerca de 3 graus e as geadas atingiram apenas baixadas, sendo que, se algumas perdas forem verificadas, elas serão insignificantes. Além do viés climático, o mercado também operou amparado em situações técnicas que vêm se mostrando favoráveis. Os suportes estão conseguindo ser preservados, sendo que nesta terça, o nível de 250,00 centavos foi testado e não houve força bearish (baixista) para rompê-lo. Graficamente, o mercado que vinha assumindo cada vez mais uma feição baixista consegue ter alguns rearranjos e alguns operadores já trabalham com perspectivas mais favoráveis. Para ampliar o cenário positivo do dia, o mercado externo teve uma retomada do otimismo, o que fez com que as bolsas tivessem ganhos consideráveis, assim como várias commodities, ao passo que o dólar registrou perdas em relação a uma cesta de moedas internacionais. No encerramento do dia, o setembro em Nova Iorque teve alta de 785 pontos com 258,90 centavos, sendo a máxima em 259,05 e a mínima em 250,00 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação positiva de 755 pontos, com a libra a 262,40 centavos, sendo a máxima em 262,50 e a mínima em 254,30 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou alta de 114 dólares, com 2.455 dólares por tonelada, com o setembro tendo valorização de 113 dólares, com 2.490 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado pelas compras especulativas e também de fundos. Vários players que se mostraram francamente vendedores nas últimas sessões retomaram as compras, o que permitiu que ganhos consideráveis fossem observados ao longo de todo o dia, sem, contudo, com o setembro ter conseguido testar a marca dos 260,00 centavos. O mercado operou nos melhores níveis desde 17 de junho passado. "Os fatores climáticos deram um bom motivo para esse impulso e também tivemos, finalmente, uma melhora no cenário externo. As linhas gráficas estão mostrando algumas mudanças, mas ainda há muitas divergências entre os operadores se estamos voltamos para um cenário altista ou se ainda estamos dentro de um quadro baixista. Há muito espaço para volatilidade ainda", disse um trader. Ao longo do dia, vários mercados refletiram a notícia de que o parlamento da Grécia deverá aprovar um pacote de austeridade, o que deve dar um novo fôlego à economia local. O pacote suscitou protestos por parte da população, mas deve ser a última cartada do governo local em conseguir empréstimos para saldar sua situação desfavorável. Sterling Smith, analista da empresa Country Hedging, indicou que apesar de as geadas não terem afetado as lavouras de café do Brasil, o frio fez com que os players ampliassem sua preocupação. E, além disso, o cenário externo auxiliou. "Quando o dólar fica mais pressionado, verificamos mais compras no mercado de café", disse. As exportações de café do Brasil em junho, até o dia 27, somaram 1.413.289 sacas, contra 1.386.082 sacas registradas no mesmo período de maio, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 4.785 sacas indo para 1.623.687 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 18.223 lotes, com as opções tendo 5.942 calls e 5.645 puts. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem uma resistência em 259,05, 259,50, 259,90-260,00, 260,50, 261,00, 261,50, 262,00, 262,50, 263,00, 263,50, 264,00, 264,50 e 264,90-265,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 250,00, 249,50, 249,00, 248,50, 248,00, 247,50, 247,00, 246,50, 246,00, 245,60-245,50 e 245,05-245,00 centavos por libra.

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