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quinta-feira, 27 de junho de 2013

Com nova pressão vendedora, café tem mais um dia de queda na ICE

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com perdas, ampliando ainda mais o quadro negativo observado na casa de comercialização norte-americana. Após passar boa parte do dia flutuando dentro de um intervalo curto e sem oscilações mais efetivas, o café, na segunda metade do pregão, sentiu o efeito de novas vendas especulativas. A posição setembro, no entanto, não tocou nos 117,10 centavos, que foi o nível da mínima recente, atingida no último dia 20, valor que é o menor desde julho de 2009.

As ações do dia foram majoritariamente técnicas, com o café não conseguindo desestabilizar o atual viés baixista. Alguns players, diante de uma expectativa de disponibilidade efetiva para o grão, não parecem mais interessados em reter os contratos do grão e passam a liquidar com maior vigor, o que abre espaço para quedas consideráveis. As perdas recentes foram iniciadas após o setembro não ter conseguido se posicionar acima dos 150,00 centavos. O mercado inverteu e hoje se mostra claramente sobrevendido e, mesmo assim, não se tem uma correção. Temas como a disponibilidade do grão, a grande safra brasileira ou a quebra de vários países da América Central já estão precificados e o quadro de direcionamento é baixista e não se vê uma força mais efetiva dos compradores para, ao menos, amenizar o forte montante vendido.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição setembro teve queda de 210 pontos, com 118,45 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 121,20 centavos e a mínima de 118,05 centavos, com o dezembro tendo desvalorização de 195 pontos, com 121,55 centavos por libra, com a máxima em 124,25 centavos e a mínima em 121,15 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho teve queda de 25 dólares, com 1.707 dólares por tonelada, com o setembro tendo desvalorização de 24 dólares, no nível de 1.725 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por dois momentos distintos. O primeiro foi o da continuidade da calma, com preços com pouca oscilação e volatilidade mínima e o segundo, no qual alguns especuladores e fundos entraram liquidando. As baixas vieram rapidamente, mas, ao menos a mínima recente da bolsa nova-iorquina conseguiu ser preservada.

"As baixas do dia, em parte, também podem ser creditadas ao cenário externo. Tivemos um novo pregão de dólar em alta em relação a várias moedas internacionais e, com isso, muitas commodities recuaram, ainda que não de forma tão intensa. O problema só não foi maior devido ao fato de a moeda norte-americana não ter continuado a avançar sobre o real brasileiro. Ao contrário. Hoje a queda foi considerável e com o dólar menos valorizado os exportadores dessa origem não se mostram tão efetivos, como o verificado ao longo da semana passada", disse um trader.

As exportações de café do Vietnã em junho devem recuar 22% na comparação com maio, para 91 mil toneladas, informou o Ministério de Agricultura do país. No primeiro semestre de 2013, os embarques do produto ao exterior devem totalizar 795 mil toneladas, 24% menos que o volume registrado de janeiro a junho do ano passado, mostrou um relatório mensal do governo vietnamita. De acordo com o órgão governamental, a Alemanha e os Estados Unidos continuam sendo os principais destinos das exportações vietnamitas de café.

As exportações brasileiras no mês de junho, até o dia 25, totalizaram 1.296.274 sacas de café, queda de 12,37% em relação às 1.479.272 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 845 sacas, indo para 2.749.113 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 22.630 lotes, com as opções tendo 3.261 calls e 1.920 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o setembro na ICE Futures US tem resistência em 121,20, 121,50-121,55, 122,00, 122,20, 122,50, 123,00, 123,50, 123,75, 124,00, 124,50, 125,00, 125,20, 125,50, 126,00, 126,50, 127,00, 127,50, 128,00 e 128,40-128,50 com o suporte em 118,05-118,00, 117,50, 117,10-117,00, 116,50, 116,00, 115,50, 115,10-115,00, 114,50, 114,00, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50 e 111,00 centavos.




Londres volta a ter perdas e fecha próximo das mínimas do dia

  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe tiveram um novo dia de perdas, com o setembro encerrando as operações do pregão próximo das mínimas do dia. A sessão foi caracterizada pela calma na maior parte do tempo, com as baixas mais acentuadas sendo observadas ao final do processo, seguindo a tendência baixista verificada também para os arábicas em Nova Iorque.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por algumas vendas especulativas e também pela manutenção de algumas rolagens de posições. O julho continua a ser "esvaziado", no entanto, a posição ainda conta com cerca de 13,5 mil contratos em aberto na bolsa britânica. As ações foram técnicas, com o setembro pressionado, mas, em momento algum, tendo testado o nível psicológico de 1.700 dólares.

"Voltamos a ter ações vendedoras e algumas baixas mais efetivas foram verificadas. Depois de duas sessões mornas no início da semana, observamos um direcionamento do mercado para a continuidade do viés baixista. Ainda encontramos algumas 'zonas compradoras' antes do referencial de 1.700 dólares, mas caso esse nível seja rompido, poderemos ampliar ainda mais as perdas", disse um trader.

O julho teve uma movimentação ao longo do dia de 4,44 mil contratos, contra 11,1 mil do setembro. O spread entre as posições julho e setembro ficou em 18 dólares. No encerramento do dia, o julho teve queda de 25 dólares, com 1.707 dólares por tonelada, com o setembro tendo desvalorização de 24 dólares, no nível de 1.725 dólares por tonelada.



Chuvas prejudicam qualidade do café no Cerrado Mineiro

  As chuvas que atingiram a região de Patrocínio, no Cerrado Mineiro, entre o fim de maio e este mês, atrasaram a colheita de café. Até o momento, cerca de 15% da safra foi colhida e o índice deve saltar para 25% a 30% na próxima semana, com a aceleração dos trabalhos no campo diante da interrupção das chuvas, de acordo com Umboldi Márcio Castro Alves, da Umcafé Corretora. Segundo ele, a região de Patrocínio, juntamente com algumas microrregiões, devem colher quase 1 milhão de sacas de café este ano (safra 2013/14). Além de atrasar a colheita, as chuvas prejudicaram a qualidade do grão. Muitos grãos ficaram maduros mais rapidamente, tornando-se secos, o que impede a produção de cereja descascado. Cerca de 15% a 20% dos grãos dos pés foram para o chão, observa Alves. Mas o corretor afirma que no ano passado as chuvas foram em volume ainda maior. Em 2012, a oferta e a qualidade foram prejudicadas, o que provocou menor exportação brasileira do produto. As negociações com o café no mercado físico da região estão com baixo volume, conforme Alves. Os produtores aguardam medidas do governo, como opções de venda para retirar produto do mercado. Hoje, o ministro da Agricultura, Antônio Andrade, disse que o Conselho Monetário Nacional (CMN) poderá aprovar, na próxima reunião, uma linha adicional de R$ 390 milhões aos produtores de café. O recurso será usado para financiar o pagamento de subsídios aos produtores, por meio do Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro). O café tipo 6, voltado à exportação, é negociado em Patrocínio entre R$ 280 e R$ 290 por saca, tanto o produto da safra nova (2013/14) quanto o da anterior (2012/13).



Empresa espanhola lança novas cápsulas compatíveis com Nespresso

  A companhia espanhola Prosol, que se dedica à fabricação de café e produtos solúveis, com sede em Venta de Baños, na região de Valência, iniciou neste mês de junho a comercialização de suas cápsulas de café compatíveis com as máquinas Nespresso, em mais de 1,4 mil lojas da rede Mercadona, empresa da qual ela é provedora. O projeto empresarial foi consolidado após um período de provas, iniciado em dezembro do ano passado, com a distribuição de três referências distintas de cápsulas — forte, suave e descafeinado — em dez lojas de Valência. Uma vez superada a fase beta de aceitação do produto por parte dos clientes, a Prosol consegue agora introduzir suas cápsulas em todas as lojas da cadeia supermercadista. As cápsulas são comercializadas em uma bolsa "doypack" de dez unidade a 2,59 euros. Com a comercialização completa em todas as lojas da Mercadona se encerra um projeto de três anos, no qual foi desenvolvido um intenso trabalho de pesquisa e desenvolvimento. Ao longo desse período se trabalhou na seleção das melhores origens de café, com múltiplas provas que definiram os grãos torrados mais adequados para fazer parte do blend. Na última etapa de desenvolvimento do projeto foram superados diferentes tipos de teste de produtos realizados com clientes da Mercadona, que deram sugestões, sendo que várias delas foram incorporadas ao produto, o que valorizou a qualidade do café, um dos requisitos indispensáveis para poder consolidar a comercialização das cápsulas em todas as unidades da companhia. O novo projeto, compartilhado com a Mercadona, cujo departamento de prescrição trabalha estreitamente, teve um investimento superior aos 7 milhões de euros. Para poder se desenvolver e ter êxito, a Prosol destinou importantes recursos durante os últimos três anos, especialmente por parte de sua área de pesquisa e desenvolvimento, através das equipes de inovação.





Colômbia pode ter nova paralisação de cafeicultores em julho

  A cotação externa do café não dá sinais de recuperação e o grupo Dignidade Cafeeira da Colômbia já sinaliza que pode realizar uma nova paralisação no país. "O governo fez um chamado aos dirigentes do movimento Dignidade Cafeeira para que se abstenham de fechar estradas no momento de reclamar soluções a suas necessidades". Assim assinalou o ministro da Fazenda, Maurício Cárdenas, visivelmente preocupado com a ameaça de uma nova paralisação. A situação tem desembocado em um beco quase sem saída para o governo, pois o panorama é cada vez mais complexo devido à queda dos preços internacionais do grão. Em 20 de abril de 2011, uma libra de café em Nova Iorque custava 2,79 dólares e nesta semana chegou a 1,20 dólar. Essa retração se reflete no preço interno colombiano, que há dois anos alcançou níveis históricos, em 1 milhão de pesos (521,09 dólares) e agora está em 468,6 mil pesos (253,53 dólares). Ante essa realidade, e depois de uma greve de 12 dias dos produtores, o governo local decidiu, em março passado, mitigar a crise, outorgando um subsídio de 145 mil pesos (75,56 dólares) por carga de 125 quilos e de 20 mil pesos (10,42 dólares) adicionais quando o preço interno rompa o piso de 480 mil pesos (250,12 dólares), como ocorre neste momento. Até agora, foram entregues 411 bilhões de pesos (214 milhões de dólares) em subsídios. No entanto, os organizadores do movimento não estão satisfeitos. Pedem que o governo pague o subsídio no momento que entregam o produto. O governo indica que isso não é possível, uma vez que é necessário exercer controles para evitar irregularidades, tanto na entrega quanto na concessão do benefício. A Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia) demora de dois a três dias para liberar o subsídio, antes de verificar se a fatura apresentada pelo cafeicultor é correta. Porém, mais além da insatisfação dos produtores com a suposta demora na entrega dos recursos, os especialistas se perguntam até quando esse subsídio será pago. O governo tem a esperança de que o preço internacional melhore, porém, o mercado não está dando sinais nesse sentido, o que faz pensar que o recurso extra terá de ser pago até quando as condições mudem. "O dinheiro que está sendo entregue aos cafeicultores sai do bolso de todos os colombianos", disse o ministro da Fazenda, em entrevista à rádio Colmundo. Ele indicou que o governo tem honrado seu compromisso com os cafeicultores e cumprido acordos. "O subsídio vai sendo pago sem interrupções", concluiu. Por enquanto, o fato real é que os cafeicultores têm assegurado um subsídio de 165 mil pesos, que só baixará para 140 mil por carga quando o preço interno supere os 480 mil pesos. Adicionalmente, essas ajudas somente estão garantidas para este ano. A Dignidade Cafeeira assinalou que para o pagamento dos subsídios aos cafeicultores está sendo registrada uma produção abaixa das lavouras. Guillermo Gaviria, delegado de Antioquia do Movimento, assegurou que também não tem sido possível que o Banco Agrário refinancie as dívidas dos produtores, mesmo tendo sido efetuado um acordo com o governo sobre esse tema. Os produtores insistem que, com o preço atual mais o subsídio, a receita total segue abaixo dos custos de produção, o que significa prejuízo. No próximo dia 3 de julho o Movimento efetuará uma reunião em Armenia para decidir se vai parar novamente ou não. Os representantes do protestos passados se encontrarão para analisar os fatos, depois dos acordos traçados com o governo. Entre os temas que serão levantados está, efetivamente, uma nova jornada de protestos.




Deputado alerta para situação emergencial do café mexicano

  Em grande parte dos Estados do México se enfrenta uma severa crise no setor cafeeiro. A afirmação foi apresentada pelo presidente da comissão especial para a agroindústria do Congresso do Estado de Veracruz, Gustavo Moreno Ramos. Em entrevista, o deputado local do Panal (Partido Nova Aliança), ressaltou que no que se refere a Veracruz, 85 mil produtores cultivam o café em uma área de 140 mil hectares, sendo que a produção média é de 1 milhão de quintais ((767 mil sacas). Ele também assinalou que as regiões cafeeiras compreendem 90 municípios, dos 212 que existem no Estado, que representam 45% da geografia veracruzana. No entanto, lamentou que não se tem aproveitado o potencial da produção local. Ressaltou que o café é um produto presente na cesta básica mexicana, além de ser um artigo de consumo mundial, sendo que é o segundo gerador de receitas para o México, ficando somente atrás do petróleo. Diante desse teor, Moreno Ramos deixou claro que Veracruz se coloca como segundo produtor nacional, ao passo que o México hoje é o quinto maior produtor mundial do grão. O deputado manifestou que o Sistema Produto Café busca uma aliança para o campo, com apoio para os produtores, assim como a estabilização do preço do café e dos apoios financeiros para os produtores que tenham áreas de até dez hectares. "Eu creio que, no entanto, isso não tem sido suficiente, já que não tem crescido a atividade e novos casos as autoridades encarregadas desse setor em nível federal não têm oferecido o necessário e isso dana a produção cafeeira. Diante disso, considero que é urgente que as autoridades agropecuárias apóiem a atividade cafeeira no país", ressaltou o parlamentar do Panal. Por fim, Moreno Ramos lamentou que as plantações nos Estados produtores estão infestadas com a broca e, principalmente, com a ferrugem do colmo, situação que coloca em risco a qualidade do grão e a produtividade.