PORQUE SERÁ QUE AS COOPERATIVAS NÃO CORREM E ENTREGAM O CAFÉ NA CONAB?
Quarta, 10 Fevereiro 2010
Quando a SINCAL cobra maior eficiência, das Cooperativas, do Ministério da Agricultura, da Conab, do setor Exportador e mostra os erros dos Torrefadores enfim de toda cadeia do café é por que realmente não há gestão e muito menos planejamento para que o produtor que é o principal ator tenha renda e consiga pagar dignamente as suas contas, ou seja, sem precisar se humilhar perante os Bancos, Cooperativas e Fornecedores.
Para comprovar esta conclusão temos alguns pontos interessantes a dizer ao nosso amigo e companheiro produtor que recebem hoje apenas 0,00463% do valor apurado no faturamento do café no mundo ou seja um saco de café que é vendido a R$250,00 gera um faturamento final de R$ 54.000,00. Nem COCAINA deve gerar tanto dinheiro.
1 – A não conferência do ESTOQUE NA ENTRESSAFRA (fev/março) nas COOPERATIVAS
ARMAZÉNS GERAIS, e PARTICULARES por “EMPRESA IDONEA” (Control Union, SGS, dentre outras) e a falta de uma previsão de Safra que nos de segurança, pois nos últimos anos, não conseguimos fechar a conta da somatória de nossa exportação, consumo interno e o saldo, que acaba sendo negativo? Não sabemos! É um desastre sobre a atividade que vive de remendos e de soluções esporádicas e não definitivas, e ainda EXPLORADAS por políticos envaidecidos ao dizer que estão fazendo algo pelo CAFECULTOR.
2 - O produtor ao depositar o café na COOPERATIVA, o está fazendo na maioria das vezes para acertar compra de insumos, ou pagar empréstimos já efetuados, porém aquele café que sobra, quando sobra e que deveria ser vendido por um preço melhor acaba caindo na vala comum, na maioria das vezes sem remunerar o produtor, seja pelo excesso de descontos na hora de vender o café, seja pelos juros abusivos cobrado, tem Cooperativa querendo descontar o preço da sacaria do produtor quando é sabido que a Conab paga a sacaria, ou ainda pela falta total de política de aumento da renda.
3 - Para agravar esta situação como o produtor deveria pegar o RECIBO DE DEPÓSITO e o WARRANT, que é o comprovante de que o café está lá no ARMAZÉM, e estes documentos dão segurança ao produtor, e não deixa a mercadoria ser vendida sob pena de prisão do fiel depositário, ocorre o contrário, ele não pega os documentos e às vezes dá liberdade para a Cooperativa vender o café.
4 - Com isto não há interesse das cooperativas, dos políticos, dos torrefadores e dos exportadores, que esta situação seja alterada, pois fica fácil tirar o café do produtor que tem uma dívida crescente a cada ano e repassá-lo aos torrefadores para que agreguem valor e tenham lucros cada vez maiores. Portanto não são os produtores que vendem são os compradores que compram das COOPERATIVAS e dos PRODUTORES na necessidade dele tentar acertar as suas contas.
5 - Finalmente meus amigos e companheiros, como a maioria das opções de venda do café para a CONAB estão nas mãos das COOPERATIVAS não é difícil concluir que:
A - Porque não ajudar o produtor a entregar o café a R$303,00 (Nov/dez); R$309,00(jan/fev) R$314,00 agora em fev/março e 319,00 para abril/maio? É uma vergonha, pois fazem ao CONTRÁRIO, abastecem os EXPORTADORES (que revende aos Importadores / Torrefadores) abaixo destes preços ou elas mesmas, EXPORTANDO perdendo a grande oportunidade de enxugar o mercado comprando do produtor e tirando estes cafés de circulação (entregando na Conab) contribuindo assim para que os preços em reais melhorassem substancialmente.
B – Não há INTERESSE! Ou porque estes cafés já não estão nos Armazéns, já foram vendidos, ou por que os preços não podem subir, pois é preciso comprar o máximo pelo menor preço para acertarem suas posições de estoque.
RECOMENDAÇÃO: Companheiros. Quem ainda tem café em COOPERATIVAS vejam se elas podem entregar o café na CONAB (safra colhida em 2009), pois se a sua bebida for dura para melhor é fácil de prepará-lo e ao entregá-lo você vai receber bem mais que se vender na praça. A CONAB paga para entrega de fevereiro na primeira quinzena de março R$314,00. MAIS importante do que o preço é TIRÁ-LO de circulação ou receba da COOPERATIVA o preço equivalente.
Fernando de Souza Barros
Diretor Executivo de
Assuntos Econômicos da SINCAL