Mais uma semana sem direção.
O mercado do café teve mais uma semana com sentimentos mistos, ora o mercado mostrava-se comprador ora mostrava-se vendedor. Uma condição típica de consolidação onde realmente estes tipos de sentimentos confundem nossas analises e até operações do mercado.
Esperar uma correção em queda dentro de um quadro de estoques baixos e na entrada do inverno brasileiro, sendo que o clima tem sido um dos fortes fatores para a valorização do commodities seria extremamente arriscado, portanto vender na bolsa sem uma confirmação técnica fica difícil.
O mercado tentou recuar não emplacando preços abaixo de 260.00 e na tentativa de romper 270.00 à ponta vendedora apareceu fazendo que o mercado recua-se.
Estamos dentro deste range por enquanto entre 260.00 e 270.00, na proximidade destes valores temos trade com stops curto.
A entrada da safra brasileira traz novas especulações, vimos grandes instituições financeiras como ABN conseguir encontrar sobra astronômica de café arábica, um total de 690.000 sacas de café frente um consumo de 130 milhões de sacas de café, outras entidades como a agencia safras também mandaram revisões nas previsões da produção.
Este excepcional excedente de mercadoria previsto, que com certeza devera ter também uma excepcional qualidade, nos mostra que o quadro para a indústria é realmente preocupante.
Na mão da indústria cafeeira existe um belo abacaxi para se descascar, estão com um ano de ciclo baixo no país que é o maior fornecedor de matéria prima do mundo, o Brasil, problemas climáticos no segundo maior produtor de arábica do mundo, a Colômbia, e um crescimento no consumo nunca visto antes na historia junta-se a isto os menores estoques da historia não somente em números absolutos como também estatisticamente, entre a produção e o consumo.
Na ultima década tivemos preços baixos para o produtor que não fez investimentos para aumento de área plantada, melhorou se a qualidade e a produtividade o que deu uma ordenação entre consumo e produção, mas com o avanço de economias de paises em desenvolvimento este quadro mudou, e mesmo que as grandes potencias tenham entrado em crise a demanda por café aumentou deixando a indústria em xeque.
Toda indústria precisa de matéria prima, e se possível barata, mas estamos agora para descobrir o que seria barato e o que seria caro para o mercado como um todo.
Quando vemos que o café na bolsa de Nova Iorque chega a custar 10% mais barato que o físico acredita assim que o mercado ainda não encontrou o ponto , quando sabemos que a indústria precisa para os próximos dez anos , um investimento para que haja um crescimento de pelo menos 80% da área plantada brasileira, e que os produtores ainda carregam dividas da ultima década, e que só a indústria levou o premio para casa, sabemos que o mercado ainda tem que se mostrar atrativo e seguro para a classe produtora para tal investimento.
Os produtores brasileiros trabalham sem seguros climáticos e nem de mercado, onde só ele paga os prejuízos do setor, portanto me parece um bom momento para que haja um acordo de parceria para a continuidade da cadeia.
A direção do mercado será dada pela harmonia de um entendimento do mercado caso contrario, esta década será paga a conta pela ponta que precisar da matéria prima.
Tecnicamente estamos em uma consolidação, temos duas analises gráficas diferentes em tempos gráficos que nos dão analises contrarias uma da outra.
No gráfico diário temos uma bear flag que flâmula na parte inferior do gráfico, que o seu rompimento que seria 254.00 reflete o mercado para 230.00, no gráfico semanal tem um fundo duplo não rompido ainda e o fechamento na sexta feira nos trouxe no estudo de candlestick um harami, o que mostra um possível teste de topo em 308.9, o que poucos acreditam, com a saída dos fundos do mercado sistematicamente há 3 semanas podemos entender que eles estariam líquidos e uma entrada poderia o mercado voltar a subir.
Com os preços de café fino mais barato são encontrados nas bolsas Ice e Bmf não acredito que os estoques baixos e o inverno brasileiro uma correção mais aguda venha acontecer no momento, portanto acredito no teste de topo, mas os dois cenários estão abertos.
Vamos aguardar para ver o que ira acontecer, uma boa semana a todos e que Deus os abençoe.
Wagner Pimentel
www.cafezinhocomamigos.blogspot.com
domingo, 29 de maio de 2011
Food inflation favors corporate strongmen
Food inflation favors corporate strongmen
Lisa Lee - The author is a Reuters Breakingviews columnist. The opinions expressed are her own.
Fickle weather, decreasing farmland and more mouths are pushing up prices of wheat and other important ingredients and soft commodities. Companies feeding the hungry masses are running out of places to slash costs and increasingly being forced to pass the inflation on to customers to avoid smaller profits. Big brands and proactive market leaders, like McDonald’s and Pepsi, stand to survive the storm best.
Some early evidence seems to favor the brave. J M Smucker has been leading the way hiking the price of Folgers coffee. A jar that sold for $4 a year ago now costs $5.20, a 30 percent increase. Rival Kraft typically has taken longer to raise prices in this category, but Smucker’s shares have performed better despite — or maybe because of — the aggressive moves.
Pepsi also shocked markets earlier this year when it jacked up forecasts for commodity inflation to roughly double what rivals like Coca-Cola were expecting. But competitors have slowly come around, and in the meantime Pepsi shares have outperformed theirs.
The cost adversity also puts market leaders in position to throw their weight around. McDonald’s, for example, plans to invest $1 billion over the next few years to remodel some 5,000 restaurants. A nicer atmosphere might help ease the pain of a pricier Big Mac. In the past, such redesigns have increased sales of established stores by 6-7 percent. Smaller rivals may not have such capital to invest to mask their costlier meals.
History also favors the titans. During the last big global food inflation, in 2007-08, General Mills hiked prices and still gained impressive market share. With brands like Cheerios and Lucky Charms, the company surged from 16 percent of U.S. cereal sales to 26 percent in a year, according to research firm IBISWorld.
With the economy only wheezing back to life and jobs still hard to come by, consumers may not have as much of an appetite for higher prices as they had in previous downturns. But the companies big enough and bold enough to tackle the issue head on seem nevertheless to have an edge in tough times.
Lisa Lee - The author is a Reuters Breakingviews columnist. The opinions expressed are her own.
Fickle weather, decreasing farmland and more mouths are pushing up prices of wheat and other important ingredients and soft commodities. Companies feeding the hungry masses are running out of places to slash costs and increasingly being forced to pass the inflation on to customers to avoid smaller profits. Big brands and proactive market leaders, like McDonald’s and Pepsi, stand to survive the storm best.
Some early evidence seems to favor the brave. J M Smucker has been leading the way hiking the price of Folgers coffee. A jar that sold for $4 a year ago now costs $5.20, a 30 percent increase. Rival Kraft typically has taken longer to raise prices in this category, but Smucker’s shares have performed better despite — or maybe because of — the aggressive moves.
Pepsi also shocked markets earlier this year when it jacked up forecasts for commodity inflation to roughly double what rivals like Coca-Cola were expecting. But competitors have slowly come around, and in the meantime Pepsi shares have outperformed theirs.
The cost adversity also puts market leaders in position to throw their weight around. McDonald’s, for example, plans to invest $1 billion over the next few years to remodel some 5,000 restaurants. A nicer atmosphere might help ease the pain of a pricier Big Mac. In the past, such redesigns have increased sales of established stores by 6-7 percent. Smaller rivals may not have such capital to invest to mask their costlier meals.
History also favors the titans. During the last big global food inflation, in 2007-08, General Mills hiked prices and still gained impressive market share. With brands like Cheerios and Lucky Charms, the company surged from 16 percent of U.S. cereal sales to 26 percent in a year, according to research firm IBISWorld.
With the economy only wheezing back to life and jobs still hard to come by, consumers may not have as much of an appetite for higher prices as they had in previous downturns. But the companies big enough and bold enough to tackle the issue head on seem nevertheless to have an edge in tough times.
CAFÉ NA BM&F REFLETE FÍSICO DEMANDO INTERNAMENTE
CAFÉ NA BM&F REFLETE FÍSICO DEMANDO INTERNAMENTE
O dólar americano voltou a escorregar durante a semana com notícias negativas vindo da maior economia do planeta. Mais uma vez o mercado imobiliário mostrou números de vendas abaixo do esperado, e entre alguns outros indicadores importantes foram divulgados pedidos de bens duráveis menores e crescimento do PIB do primeiro trimestre reduzido, dado o preço alto das commodities que impactaram os gastos dos consumidores.
A queda do dólar se deu não apenas contra o Euro e a principal cesta de moedas, mas também contra o Real brasileiro que encerrou a semana a R$ 1.5945, menor nível desde o começo de maio.
O café em Nova Iorque negociou entre US$ 258.90 e US$ 270.30 centavos por libra nos últimos 5 dias, fechando o período com ganhos de US$ 6.02 por saca para a posição de julho. Em Londres o robusta ganhou menos, US$ 3.06 por saca para o mesmo mês, entretanto em São Paulo a BM&F se mostrou bem firme, com uma alta de US$ 11.25 por saca no contrato de setembro. Por que será isto?
Se olharmos para o mercado físico brasileiro podemos entender um pouco, dado os níveis de preço que tem sido negociado cafés de safra-nova. O problema entretanto parece mais uma vez ser o reflexo daqueles que estão “short-basis” nos seus livros, ou seja vendidos em diferencial para exportação e tendo que cobrir seus embarques de cafés-finos. Ainda que a safra 10/11 tenha sido grande, os produtores aproveitaram para vender seus cafés a preços atrativos, sabiamente, e com isso os estoques nas mãos da produção são pequenos – o que não necessariamente é o mesmo caso para os estoques nas mãos dos outros agentes que compõe a cadeia (na origem). Com isso o café BM&F, acaba sendo uma alternativa “menos-custosa”, pois negocia próximo de US$ 10 centavos de desconto, comparado com o físico que tem a reposição em torno de “even” (ou com leve prêmio dependendo do momento de fixação).
O efeito da valorização do Real brasileiro também pode ser um “culpado”, mas o fato é que a situação do mercado interno brasileiro é peculiar pela falta de cafés melhores não-comprometidos, e com isso a principal origem fornecedora de café no mundo preocupa os baixistas de plantão.
Do outro lado da equação, as indústrias tem buscado coberturas relativamente mais baratas de cafés-suaves, nada em volume significativo, mas por ora esperam melhor disponibilidade de Brasil para começarem suas compras para o período a partir de setembro. No ínterim uma nova rodada de aumento de preços do torrado e moído foi anunciado nos Estados Unidos, 11% de aumento pela 2ª maior torrefadora do país.
Na semana um dos destaques foi o seminário de excelente qualidade promovido pela BM&F em São Paulo (e gratuito!), o qual agradeço a oportunidade de ter sido um dos palestrantes. O professor José Roberto Mendonça de Barros mais uma vez deu uma aula para os participantes, como sempre palestrando de uma forma extremamente agradável e de fácil entendimento para o público diversificado. Na pauta, em que abordou a macroeconomia, os dados apresentados reforçam a crença de um melhor momento da economia americana, dos problemas dos países do sul da Europa e da perspectiva de que os juros dos Estados Unidos continuem nos mesmos patamares até 2012.
Creio que caso os efeitos macroeconômicos não se alterem tanto, e o dólar tenha oscilações dentro dos patamares vistos recentemente, o quadro fundamental do café parece que não deve sofrer fortes solavancos. A firmeza dos diferenciais de Brasil, que deve se manter até meados de julho, pode eventualmente ajudar o terminal a não ceder muito, mas ao mesmo tempo não me parece que tenha força para ajudar a bolsa a fazer novas altas – ou seja, novas quedas do atual preço do terminal vão significar um “basis” ainda mais forte (diferencial apertando).
Segunda-feira dia 30 de maio é feriado por aqui, Dia da Memória (aos combatentes mortos em guerra), e em Londres é feriado bancário. Na terça-feira estarei no Coffee Dinner em São Paulo, depois sigo para o interior para fazer uma apresentação sobre o mercado de café à convite de uma cooperativa. A curta semana não parece que trará grandes novidades, e não há sinais técnicos que neste momento impeçam os fundos de continuarem a vender suas posições, desta forma podemos experimentar novas baixas. Aos produtores que precisam vender café para pagar a colheita, a firmeza dos preços no mercado interno devem ser aproveitadas.
Uma ótima semana e muito bons negócios para todos,
Rodrigo Corrêa da Costa
O dólar americano voltou a escorregar durante a semana com notícias negativas vindo da maior economia do planeta. Mais uma vez o mercado imobiliário mostrou números de vendas abaixo do esperado, e entre alguns outros indicadores importantes foram divulgados pedidos de bens duráveis menores e crescimento do PIB do primeiro trimestre reduzido, dado o preço alto das commodities que impactaram os gastos dos consumidores.
A queda do dólar se deu não apenas contra o Euro e a principal cesta de moedas, mas também contra o Real brasileiro que encerrou a semana a R$ 1.5945, menor nível desde o começo de maio.
O café em Nova Iorque negociou entre US$ 258.90 e US$ 270.30 centavos por libra nos últimos 5 dias, fechando o período com ganhos de US$ 6.02 por saca para a posição de julho. Em Londres o robusta ganhou menos, US$ 3.06 por saca para o mesmo mês, entretanto em São Paulo a BM&F se mostrou bem firme, com uma alta de US$ 11.25 por saca no contrato de setembro. Por que será isto?
Se olharmos para o mercado físico brasileiro podemos entender um pouco, dado os níveis de preço que tem sido negociado cafés de safra-nova. O problema entretanto parece mais uma vez ser o reflexo daqueles que estão “short-basis” nos seus livros, ou seja vendidos em diferencial para exportação e tendo que cobrir seus embarques de cafés-finos. Ainda que a safra 10/11 tenha sido grande, os produtores aproveitaram para vender seus cafés a preços atrativos, sabiamente, e com isso os estoques nas mãos da produção são pequenos – o que não necessariamente é o mesmo caso para os estoques nas mãos dos outros agentes que compõe a cadeia (na origem). Com isso o café BM&F, acaba sendo uma alternativa “menos-custosa”, pois negocia próximo de US$ 10 centavos de desconto, comparado com o físico que tem a reposição em torno de “even” (ou com leve prêmio dependendo do momento de fixação).
O efeito da valorização do Real brasileiro também pode ser um “culpado”, mas o fato é que a situação do mercado interno brasileiro é peculiar pela falta de cafés melhores não-comprometidos, e com isso a principal origem fornecedora de café no mundo preocupa os baixistas de plantão.
Do outro lado da equação, as indústrias tem buscado coberturas relativamente mais baratas de cafés-suaves, nada em volume significativo, mas por ora esperam melhor disponibilidade de Brasil para começarem suas compras para o período a partir de setembro. No ínterim uma nova rodada de aumento de preços do torrado e moído foi anunciado nos Estados Unidos, 11% de aumento pela 2ª maior torrefadora do país.
Na semana um dos destaques foi o seminário de excelente qualidade promovido pela BM&F em São Paulo (e gratuito!), o qual agradeço a oportunidade de ter sido um dos palestrantes. O professor José Roberto Mendonça de Barros mais uma vez deu uma aula para os participantes, como sempre palestrando de uma forma extremamente agradável e de fácil entendimento para o público diversificado. Na pauta, em que abordou a macroeconomia, os dados apresentados reforçam a crença de um melhor momento da economia americana, dos problemas dos países do sul da Europa e da perspectiva de que os juros dos Estados Unidos continuem nos mesmos patamares até 2012.
Creio que caso os efeitos macroeconômicos não se alterem tanto, e o dólar tenha oscilações dentro dos patamares vistos recentemente, o quadro fundamental do café parece que não deve sofrer fortes solavancos. A firmeza dos diferenciais de Brasil, que deve se manter até meados de julho, pode eventualmente ajudar o terminal a não ceder muito, mas ao mesmo tempo não me parece que tenha força para ajudar a bolsa a fazer novas altas – ou seja, novas quedas do atual preço do terminal vão significar um “basis” ainda mais forte (diferencial apertando).
Segunda-feira dia 30 de maio é feriado por aqui, Dia da Memória (aos combatentes mortos em guerra), e em Londres é feriado bancário. Na terça-feira estarei no Coffee Dinner em São Paulo, depois sigo para o interior para fazer uma apresentação sobre o mercado de café à convite de uma cooperativa. A curta semana não parece que trará grandes novidades, e não há sinais técnicos que neste momento impeçam os fundos de continuarem a vender suas posições, desta forma podemos experimentar novas baixas. Aos produtores que precisam vender café para pagar a colheita, a firmeza dos preços no mercado interno devem ser aproveitadas.
Uma ótima semana e muito bons negócios para todos,
Rodrigo Corrêa da Costa
Assinar:
Postagens (Atom)