Páginas

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Café volta a sofrer pressão e bate em nova mínima na ICE Futures
Os contratos de café negociados na ICE Futures US voltaram a registrar quedas nesta quinta-feira e atingiram uma nova mínima em mais de 30 meses, ao romper o nível de 142,00 centavos. Na continuidade da sessão, algumas recompras modestas permitiram fazer com que as perdas desacelerassem, mas não a ponto de reverter a tendência de baixa.
Em um dia em que a ICE anunciou que irá comprar, por mais de 8 bilhões de dólares, a Euronext, que controla, por exemplo, os negócios com café robusta em Londres, os negócios foram morosos para o café. Muitos operadores já estão aproveitando as folgas de final de ano, já que não se espera grandes mudanças de cenários para os mercados.
No café, a consolidação do viés baixista é evidente por parte dos operadores, que agora projetam que o nível de 140,00 centavos por libra deve ser testado quase que naturalmente. Os
compradores, assim como há várias semanas, estão retraídos e não conseguem demonstrar fôlego para ao menos conter o rompimento constante de suportes. Assim, o café caminha para um final de ano dos mais desanimadores.
Há um ano, a posição março encerrava o pregão cotado a 222,80 centavos. Ou seja, nesses 12 meses a retração para a posição foi de impressionantes 34,5%, dentro de um cenário que,
verdadeiramente, não teria espaço para tantas perdas. Alguns operadores argumentam que existe mais café no mercado, no entanto, a demanda manteve o ritmo de crescimento, mesmo com a crise sem fim na Europa e outras nações desenvolvidas. Além disso, o maior produtor mundial, apesar de ter registrado uma safra forte neste ano, conta com um mercado apertado, com baixos estoques, embarques dentro da média dos últimos anos e um mercado interno forte, que vai fazer com que o Brasil se torne o maior consumidor mundial em breve.
Mesmo com a chegada de mais cafés centro-americanos, colombianos e vietnamitas, a disponibilidade não é tão ampla a ponto de permitir uma queda tão drástica para os preços. Resta
saber, portanto, até onde irá o apetite dos especuladores, que parecem querer "controlar a oferta" do grão a partir de preços risíveis, de um novo abandono de lavouras e do depauperamento das condições sociais principalmente em países que têm no café uma das suas maiores fontes de divisas.
O encerramento do dia, o março em Nova Iorque teve queda de 195 pontos com 142,95 centavos, sendo a máxima em 146,25 e a mínima em 141,80 centavos por libra, com o maio tendo
desvalorização de 190 pontos, com a libra a 145,80 centavos, sendo a máxima em 148,90 e a mínima em 144,60 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve alta de 41 dólares, com 1.918 dólares por tonelada, com o março tendo valorização de 18 dólares, com 1.887 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado pela morosidade, com um volume baixo de negócios e com a ampliação de ofertas ao final da sessão, o que permitiu ao março tocar o nível de 141,00 centavos, no menor patamar em mais de dois anos e meio.
Os baixistas dominam e parecem focados em chegar até o Natal com o março no nível dos 140,00 centavos, sem uma perspectiva plausível de reação. Os compradores se mostram nada efetivos, mesmo diante do viés amplamente sobrevendido dos terminais.
"Temos um cenário de fechamento de ano, com negócios apenas esparsos. A notícia da incorporação da Nyse/Euronext pela ICE parece que afetou alguns segmentos de risco, como os grãos e os softs, que fecharam praticamente com todos os produtos em queda. Muita gente, diante do cenário negativo, já fechou o notebook e só projeta pensar em mercado a partir de janeiro", disse um trader.
A produção da safra 2012 de café do Brasil chegou a 50,83 milhões de sacas, alta de 16,9%, se comparado com a safra anterior, que foi de 43,48 milhões de sacas, indicou a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). A expectativa de safra recorde foi confirmada, superando o recorde anterior de 48,48 milhões de sacas, do período 2002/2003. O café arábica teve uma produção de 38,34 milhões de sacas e o conillon teve uma produção de 12,48 milhões de sacas.
As exportações de café do Brasil em dezembro, até o dia 19, somaram 1.534.538 sacas, contra 1.357.863 sacas registradas no mesmo período de novembro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 1.275 sacas, indo para 2.546.301 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 16.588 lotes, com as opções tendo 3.162 calls e 2.523 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem uma resistência em 146,25, 146,50, 147,00, 147,50, 148,00, 148,50, 149,00, 149,50, 149,90-150,00, 150,50, 151,00, 151,50, 152,00, 152,50 e 153,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 141,80, 141,50, 141,00, 140,50, 140,10-140,00, 139,50, 139,00, 138,50, 138,00, 137,50, 137,00, 136,50, 136,00, 135,50 e 135,10-135,00 centavos por libra.
Londres tem dia de alta, mas não se sustenta acima dos US$ 1.900
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quinta-feira com altas, como janeiro, mais uma vez, abrindo uma margem considerável no diferencial para o março. As rolagens prosseguem e o janeiro vai ficando esvaziado.
Ao longo do dia, a segunda posição conseguiu se posicionar acima do nível de 1.900 dólares, na máxima de 1.917 dólares, mas nesse nível foram registradas algumas realizações e também vendas de origens. De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pela predominância de compras, ainda que com algumas desacelerações nas máximas. O mercado, assim, consegue manter sua consistência próximo do nível de 1.900 dólares, sem contudo se firmar além desse referencial. As rolagens ainda são ativas, mas, pouco a pouco, o janeiro vai perdendo a liquidez e hoje ostenta pouco mais de 15,5 mil contratos em aberto.
"Tivemos um sessão com algumas compras especulativa se também de comerciais, principalmente ao redor de 1.880 dólares. Isso permitiu que tivéssemos bons ganhos ao longo do dia. No entanto, acima dos 1.900 dólares se mantém a velha zona vendedora e ela continua a limitar ganhos mais consistentes", disse um trader.
O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de janeiro com uma movimentação de 5,73 mil lotes, com o março tendo 9,47 mil lotes negociados. O spread entre as posições janeiro e março ficou em 31 dólares. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição janeiro teve alta de 41 dólares, com 1.918 dólares por tonelada, com o março tendo valorização de 18 dólares, com 1.887 dólares por tonelada.
BC atua e dólar cai a menor nível desde 12 de novembro
O dólar manteve-se em declínio nesta quinta-feira por atuações do Banco Central e pelo parâmetro de câmbio utilizado nas projeções do Relatório Trimestral de Inflação, divulgado pelo BC de manhã, com o dólar em R$ 2,05. O reforço da autoridade monetária sobre estabilidade das condições monetárias por um período suficientemente prolongado fortalece a percepção de que o espaço para a valorização do dólar é limitado.
O dólar à vista no balcão fechou o dia cotado a R$ 2,062, com queda de 0,43%, no menor nível desde 12 de novembro, quando a moeda havia ficado em R$ 2,052.
Os comentários do diretor de Política Econômica do BC, Carlos Hamilton Araújo, de que o valor de R$ 2,05, usado nas projeções de inflação no cenário de referência, era "mais razoável" do que o de R$ 2,10, no dia 7 de dezembro, favoreceram o recuo do dólar nesta sessão, afirmou um operador. Naquela data, usada como corte do relatório de inflação, o dólar valia R$ 2,0870.
À tarde, acrescentou outro profissional, a divisa dos EUA acentuou a queda após o aviso de leilão de venda de dólares conjugado com recompra. "Aparentemente o mercado está se sentindo um pouco mais confortável com o BC vigiando de perto o câmbio", avaliou, acrescentando que, com a sequência de leilões de linha, a autoridade monetária deixa claro que não permitirá movimentos bruscos da moeda em troca de liquidez.
No relatório do BC, o IPCA para 2012 subiu de 5,2% para 5,7%, e caiu de 4,9% para 4,8% em 2013, considerando-se câmbio constante de R$ 2,05 e Selic em 7,25% ao ano. "O ambiente de inflação ainda muito desafiador e o investimento fraco - que tem um forte componente importado - também implicam que as autoridades provavelmente vão mostrar tolerância adicional limitada por enfraquecimento do real", na avaliação do codiretor de Pesquisa Econômica do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos.
Pela manhã, um leilão de venda de dólares conjugada com recompra fez com que a moeda acelerasse as perdas para o horário. A oferta foi de até US$ 2 bilhões. A taxa de venda ficou em R$ 2,0791 e a taxa de recompra, em 1º de março de 2013, ficou em R$ 2,1017, com alta embutida de 1,09%. No período da tarde, o BC informou que um outro leilão semelhante será realizado na sexta-feira, com oferta de até US$ 2 bilhões. A taxa de venda será R$ 2,062500, fechamento da Ptax desta quinta-feira.
Após o anúncio do leilão para esta sexta-feira, o dólar à vista no balcão tocou a mínima de R$ 2,055. Na máxima, o dólar testou R$ 2,066. Não houve negócios com o dólar pronto na BM&F. O giro financeiro somava US$ 1,333 bilhão perto das 17 horas. No mesmo horário, o dólar para janeiro de 2013 operava com queda de 0,41%, a R$ 2,066.
No exterior, o dólar Index oscilava com leve declínio de 0,04%, praticamente inalterado em relação ao nível registrado antes de declarações do presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, John Boehner.
PERSPECTIVA CÂMBIO E JUROS: Dólar recua com indicadores positivos nos EUA
São Paulo, 20 de dezembro de 2012 - A diminuição da preocupação com a
economia dos Estados Unidos, diante de indicadores positivos, estimulou a
valorização do real ante o dólar hoje. A baixa da moeda norte-americana
também foi influenciada pela intervenção do Banco Central (BC) com a
realização de um leilão conjugado pela manhã. A divisa recuou 0,28%, cotada
a R$ 2,0620 para compra e R$ 2,0640 para venda.
O estrategista-chefe do Banco WestLB, Luciano Rostagno, afirma que o
movimento do câmbio ficou hoje atrelado a dados positivos da economia
norte-americana. Apesar de prosseguirem sem definição as negociações no
Congresso norte-americano para evitar o "abismo fiscal", os indicadores
econômicos do país vieram positivos, explica.
Dados revisados apontaram que o Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano
aumentou mais que o previsto no terceiro trimestre. A leitura final do PIB do
terceiro trimestre deste ano dos Estados Unidos mostrou crescimento de 3,1%.
Antes, a estimativa era de alta de 2,7%.
No mercado brasileiro, o BC realizou hoje um leilão de venda conjugado com
recompra, entre 9h30 e 9h35. A taxa de corte ficou em R$ 2,101700. O volume
total ofertado foi de US$ 2 bilhões.
"De certa forma, o investidor está testando para saber qual seria o piso
informal para o dólar, pois já se entende que o teto está em R$ 2,10. As
ações que o BC tem realizado estão fazendo o real se valorizar", afirma
Rostagno.
Amanhã, o BC vai realizar um leilão novo de venda conjugado com leilão de
compra de dólares, entre 9h30 e 9h35. O volume total ofertado será de US$ 2
bilhões.
Durante o dia, a moeda oscilou entre a mínima de R$ 2,0560 e a máxima de
R$ 2,0690. No mercado futuro, o contrato de dólar com vencimento em janeiro de
2013 caiu 0,14%, cotado a R$ 2.071,000, e o contrato com vencimento em fevereiro
de 2013 recuou 0,40%, para R$ 2.081,000.
Juros
A expectativa pelo avanço na inflação no início de 2013 estimulou a alta
das taxas dos contratos de Depósitos Interfinanceiros (DIs), de acordo com
Rostagno. "Com esse conjunto de fatores, a preocupação com a inflação do
País e o cenário mais positivo lá fora, os juros avançaram hoje", explica.
O aumento do preço da gasolina no próximo ano, confirmado ontem pelo
ministro da Fazenda, Guido Mantega, é um dos motivos que contribui para elevar
as apostas na alta da inflação.
No pregão de amanhã, a divulgação da Pesquisa Mensal de Emprego (PME),
referente a novembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), deve influenciar o mercado de juros futuros.
O mercado estima que a taxa de desemprego fique em 5,1% em novembro, segundo
a mediana do Termômetro CMA. Se confirmada a projeção, a taxa terá
registrado leve recuo em relação a outubro, quando ficou em 5,3%.
Mais líquido, o DI para janeiro de 2013 ficou praticamente estável, com
leve recuo de 6,995% para 6,990%, movimentando R$ 49,214 bilhões.
Em seguida, o contrato para janeiro de 2014 subiu de 7,10% para 7,17%, com
giro de R$ 40,952 bilhões, e o para janeiro de 2015 avançou de 7,70% para
7,84%, movimentando R$ 24,715 bilhões.
Entre os DIs mais curtos, o para abril de 2013 aumentou de 7,04% para 7,09%
(R$ 22,470 bilhões) e o para abril de 2013 expandiu de 7,04% para 7,08% (R$
18,505 bilhões).
Em relação aos contratos com vencimento no longo prazo, o para janeiro de
2017 subiu de 8,48% para 8,63% (R$ 12,881 bilhões) e o para janeiro de 2016
avançou de 8,18% para 8,33% (R$ 4,274 bilhões).
O número de contratos negociados atingiu 2.215.910, recuo de 9,63% em
relação aos negócios realizados no pregão de ontem. O volume financeiro
somou R$ 204,109 bilhões.
Bovespa reage no fim do pregão e dá sequência ao rali de fim de ano
SÃO PAULO - Depois de ensaiar uma realização durante boa parte do pregão desta
quinta-feira, a Bovespa mudou de sinal nos últimos minutos e garantiu mais uma
alta ao rali de fim de ano. A virada aconteceu após a entrevista do líder
republicano da Câmara dos Representantes dos EUA, John Boehner. Ele alegou que
fez "a sua parte", enquanto o presidente Barack Obama e os democratas "não
fizeram nada até agora" para evitar o abismo fiscal. Mas disse que continua
disposto a trabalhar junto com Obama para resolver a questão.
De alguma forma, a declaração animou os investidores, que estavam mais receosos
da aprovação do chamado "plano B" republicano depois que o líder da maioria
democrata no Senado, Harry Reid, informou que o Senado entrará em recesso
amanhã e só retornará no dia 27. A Casa Branca, por sua vez, já avisou no
começo desta semana que o "plano B" será vetado pelo presidente Barack Obama.
O Ibovespa fechou em alta de 0,46%, na máxima do dia de 61.276 pontos, com
volume de R$ 6,525 bilhões. A alta acumulada em 2012 agora chega a 8%, sendo
que, somente neste mês, o índice subiu 6,6%. Em Wall Street, próximo ao
fechamento, o índice Dow Jones subia 0,29%, o Nasdaq ganhava 0,19% e o S&P 500
avançava 0,30%.
Durante o dia, a sensação nas mesas de operação foi de que o investidor estava
em compasso de espera, cauteloso diante dos possíveis desdobramentos das
negociações para evitar o abismo fiscal americano. "Boa parte da alta dos
mercados nos últimos dias foi baseada na expectativa de uma solução para o
abismo fiscal antes do Natal", lembra o estrategista da Futura Corretora, Luis
Gustavo Pereira. "Aparentemente os investidores ainda não estão receosos, mas
vamos esperar para ver o que acontecerá amanhã e na semana do Natal."
O especialista comentou ainda que a revisão dos dados do PIB americano, de 2,7%
para 3,1% no terceiro trimestre, teve pouca influência sobre os mercados lá
fora. "Apesar do dado positivo, as bolsas ficaram de lado em Nova York", disse
Pereira. Por lá, a melhora também só aconteceu após a entrevista de Boehner.
Destaques corporativos
Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, Vale PNA subiu 0,74%, para R$
40,81; Petrobras PN ganhou 0,57%, para R$ 21,05; e OGX ON marcou alta de 0,46%,
a R$ 4,28.
LLX ON (+5,42%) liderou os ganhos do Ibovespa durante todo o pregão. A empresa
anunciou ontem à noite que a V&M Brasil, subsidiária do grupo internacional
Vallourec, vai instalar uma base logística de armazenagem e fornecimento de
tubos no porto do Açu, principal projeto da companhia de logística de Eike
Batista.
Outro destaque de alta foi Cetip ON (4,50%), enquanto os papéis ON da
BM&FBovespa (-2,30%) figuraram entre as principais baixas. Os dois papéis
reagiram à notícia de que a IntercontinentalExchange (ICE) vai comprar a Nyse
Euronext, em um negócio avaliado em US$ 8,2 bilhões. Para o Brasil, o negócio
traz consequências que podem apressar o fim do monopólio da BM&FBovespa no
mercado acionário local.
A lista de baixas trouxe ainda Hering ON (-2,84%). Segundo Pereira, da Futura,
as ações da rede de vestuário caíram diante da notícia de que a Gap pretende
abrir uma loja própria de sua marca no Brasil no segundo semestre do ano que
vem, como parte dos planos da varejista de expandir sua presença internacional.
Até hoje, a empresa comercializava seus produtos em postos de venda de
terceiros. "É um concorrente de peso entrando no mercado brasileiro", observou
o estrategista.
MERCADO EUA: Indices sobem influenciados por otimismo sobre abismo fiscal
São Paulo, 20 de dezembro de 2012 - Os índices acionários dos Estados
Unidos encerraram as negociações de hoje em alta, com os agentes de mercado
otimistas em relação a um possível acordo dentro do Congresso norte-americano
para evitar o chamado abismo fiscal, composto pelo corte abrupto de gastos e
pelo aumento de impostos previstos para entrarem em vigor a partir de 1 de
janeiro de 2013. O Dow Jones ganhou 0,45%, em 13.311,72 pontos; o S&P 500
avançou 0,54%, em 1.443,69 pontos; e o Nasdaq Composto teve aumento de 0,2%, em
3.050,39 pontos.
O deputado republicano e presidente da Câmara dos Representantes dos
Estados Unidos, John Boehner, afirmou hoje que vai fazer "de tudo para proteger
o máximo de pessoas que eu puder desses aumentos de impostos". Ele completou
ainda que espera trabalhar em colaboração com o presidente Obama para resolver
esses problemas.
Hoje à noite, a Câmara dos Representantes, que é dominada pelos
republicanos, deve votar o chamado "plano B" apresentado por Boehner para
resolver o abismo fiscal. Em linhas gerais, o plano prevê aumentos de impostos
apenas para norte-americanos cuja renda anual seja superior a US$ 1 milhão.
Para o restante da população, seriam prorrogados os benefícios fiscais que
atualmente estão em vigor.
Para Boehner, é possível que o plano B consiga obter aprovação no Senado
- que tem maioria democrata - após a provável aprovação na Câmara. No
entanto, o secretário de imprensa da Casa Branca, Jay Carney disse hoje que o
presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, vetará o plano.
Na agenda de indicadores de hoje, a terceira leitura do Produto Interno
Bruto (PIB) dos Estados Unidos foi bem recebida pelos agentes de mercado.
Segundo os dados do Departamento do Comércio, o PIB expandiu 3,1% no terceiro
trimestre de 2012 na comparação com o trimestre anterior, quando cresceu 1,3%.
Na segunda leitura, o PIB do terceiro trimestre havia crescido 2,7%. Analistas
previam a mesma leitura de 2,7%.
Bolsas europeias têm leve alta com impasse fiscal nos EUA
São Paulo, SP - As Bolsas europeias fecharam com leve alta nesta
quinta-feira (20), à medida que os índices aproximaram-se de níveis
sobrecomprados e as negociações fiscais nos Estados Unidos atingiram um
impasse. A exceção foi o papel da Carnival, que registrou grande queda devido a
temores sobre seus resultados em 2013.
O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações europeias, fechou em
alta de 0,09%, a 1.143 pontos, oscilando em uma estreita faixa de 4 pontos
durante toda a sessão.
Seu índice de força relativa em 14 dias (RSI) --um indicador técnico de força
amplamente utilizado-- fechou a 67,5 pontos, sendo que qualquer valor maior ou
igual a 70 pontos é considerado "sobrecomprado".
Políticos nos EUA permanecem estagnados em negociações para chegar a um acordo
com o objetivo de evitar um "abismo fiscal" de cortes de gastos e aumentos de
impostos que passam a valer no início de 2013 e que poderiam derrubar a maior
economia do mundo.
"Nossa expectativa é de que alguma coisa vai ser resolvida, mas também achamos
que não será suficiente", disse o diretor de ações europeias do F&C Asset
Management, David Moss. "O crescimento será lento por um longo período, então
eu ficaria surpreso se as companhias adotassem uma postura não cautelosa em
2013."
O nervosismo dos investidores sobre as perspectivas para os resultados de
empresas refletiu-se em uma queda de 5% no papel da Carnival, com alto volume
de negociações, após a operadora de linhas de cruzeiro anunciar que o número de
reservas para 2013 é menor do que neste ano.
Em Londres, o índice Financial Times fechou em baixa de 0,05%, a 5.958 pontos.
Em Frankfurt, o índice DAX subiu 0,05%, para 7.672 pontos.
Em Paris, o índice CAC-40 ganhou 0,06%, para 3.666 pontos.
Em Milão, o índice FTSE/Mib teve valorização de 0,41%, para 16.399 pontos.
Em Madri, o índice Ibex-35 ficou estável, a 8.264 pontos.
Em Lisboa, o índice PSI20 encerrou em alta de 0,27%, para 5.746 pontos.
Compra da Nyse pela ICE une concorrentes à bolsa no Brasil
A compra da Nyse Euronext pela IntercontinentalExchange (ICE) acabou por unir dois pretendentes a abrir uma bolsa de valores no Brasil. A Nyse já havia anunciado interesse em ter
sua bolsa local, em parceria com o grupo brasileiro Americas Trading Group (ATG, patrocinador do blog Arena do Pavini), dando origem à joint venture brasileira Americas Trading Systems (ATS).

Já a ICE é sócia da Cetip, com 12,4% do capital da empresa, que também pretende abrir uma bolsa de valores. Hoje, a Cetip trabalha com os registros de operações de mercados de títulos privados em geral e já pediu autorização para abrir uma clearing de derivativos.Poderia portanto, em um segundo momento, pleitear também uma clearing de ações. A união, a princípio, pode resolver uma questão importante para a instalação da nova bolsa, que seria a criação da clearing para liquidar as operações, com o uso dos sistemas da Cetip. Essa movimentação já foi percebida pelo mercado, que derrubou o papel da BM&FBovespa. A ação ordinária chegou a cair quase 4%, e estava às 13h25 em queda de 2,3%. Já o papel da Cetip disparou, subindo 4,43%
Em sessão esvaziada, café sobe na ICE mas mantém parâmetros
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com ganhos modestos, em uma sessão calma e que teve o março gravitando próximo do referencial psicológico de 145,00 centavos por libra. Na primeira metade do dia, algumas vendas buscaram levar a primeira posição a tocar as mínimas de 30 meses, entretanto, essas liquidações não tiveram continuidade e, passo a passo, algumas recompras e aquisições de comerciais foram verificadas, com a tendência se invertendo e o fechamento conseguindo se dar no lado positivo da escala de preços. As operações na bolsa norte-americana continuam bastante contidas, com muitos operadores já se mantendo de lado e efetuando os últimos acertos nos livros contábeis, com o fechamento do ano exercício de 2012. No campo técnico, o cenário continua o mesmo que o verificado ao longo das últimas sessões. Apesar de alguns ganhos ligeiros nesta quarta, a tendência baixista predomina, até mesmo no curto prazo. Os altistas não demonstram maior fôlego para romper patamares básicos e níveis trabalhados até há pouco — como o caso dos 150 centavos de dólares — agora parecem consideravelmente distantes. Fundamentalmente, o café não apresenta novidades. O clima no Brasil continua a registrar chuvas esparsas e temperaturas relativamente altas, o que favorece o desenvolvimento dos frutos. Na Colômbia, o final de ano tem sido diferente das temporadas passadas, com a época das águas registrando precipitações bem menos intensas e, assim, sem os problemas de enchentes como os verificados em 2010 e 2011. No México, mesmo com a temporada de inverno se aproximando, as zonas cafeeiras continuam a registrar temperaturas consideravelmente altas. No encerramento do dia, o março em Nova Iorque apresentou alta de 90 pontos, com 144,90 centavos, sendo a máxima em 145,85 e a mínima em 142,70 centavos por libra, com o maio tendo valorização de 85 pontos, com a libra a 147,70 centavos, sendo a máxima em 148,50 e a mínima em 145,50 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a janeiro teve alta de 30 dólares, com 1.877 dólares por tonelada, com o março tendo desvalorização de 27 dólares, com 1.869 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, o mercado continua a operar sem maiores novidades e em clima de festas de final de ano, com uma significativa parte dos players já estando fora dos terminais. Com isso, sucedem-se sessões técnicas, sem um direcionamento mais efetivo para cima ou para baixo. Como o verificado nesta quarta-feira, na qual as cotações estiveram presas em um intervalo básico, ao redor dos 145,00 centavos. Os mercados externos também não ofereceram maiores sinalizações. O dólar se manteve estável e o segmento acionário teve ligeira queda nos Estados Unidos. No segmento de commodities, os grãos tiveram um dia de quedas generalizadas, ao passo que os softs operaram próximos da estabilidade. "Pela manhã, o março chegou a não ter forças para romper os 145,00 centavos por libra, o que abriu espaço para batermos na mínima de 142,70 centavos. Mas nessa zona de baixa detectamos comerciais atuantes e alguns especuladores, o que permite frear o acionamento de stops mais efetivos e fez com que até voltássemos a inverter a tendência e o fechamento se desse no lado positivo da escala", disse um trader. As exportações de café do Brasil em dezembro, até o dia 18, somaram 1.265.106 sacas, contra 1.357.863 sacas registradas no mesmo período de novembro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 1.828 sacas, indo para 2.547.576 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 10.944 lotes, com as opções tendo 4.368 calls e 3.274 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem uma resistência em 145,85, 146,00, 146,50, 147,00, 147,50, 148,00, 148,50, 149,00, 149,50, 149,90-150,00, 150,50, 151,00, 151,50, 152,00, 152,50 e 153,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 142,70, 142,50, 142,00, 141,50, 141,00, 140,50, 140,10-140,00, 139,50, 139,00, 138,50, 138,00 e 137,50 centavos por libra.
Compradores se mostram mais efetivos e Londres volta a subir
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quarta-feira com bons ganhos, em um novo pregão caracterizado pelas rolagens de posição, notadamente entre janeiro e março. Esta quarta-feira marcou a expiração das opções para janeiro, o que, em parte, também motivou algumas aquisições. Apesar dos ganhos, o março flutuou, ao longo de todo o dia, dentro do range de 1.800 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por ações técnicas, com um volume comercializado dentro da média recente da bolsa londrina. Ao contrário do avaliado por alguns operadores, esses analistas indicaram que as empresas de torrefação continuam ativas no mercado, ainda que não estejam comprando altos volumes. Em parte, são os comerciais que dão sustentação aos ganhos recentes, que permitem, inclusive, uma recuperação mais efetiva, com as duas primeiras posições conseguindo se aproximar de 1.900 dólares por tonelada. "Efetivamente, a formação dos preços atuais está relacionada a uma série de fatores, como o aumento da demanda de robustas para a composição dos blends atuais, assim como o volume menor de estoques do grão. Num horizonte à frente temos a perspectiva de safras consideráveis de robusta no Vietnã e no Brasil, mesmo assim, o equilíbrio indica a possibilidade de termos consistência para manter patamares interessantes de preço", disse um trader. O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de janeiro com uma movimentação de 4,48 mil lotes, com o março tendo 6,53 mil lotes negociados. O spread entre as posições janeiro e março ficou em 8 dólares. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição janeiro teve alta de 30 dólares, com 1.877 dólares por tonelada, com o março tendo desvalorização de 27 dólares, com 1.869 dólares por tonelada.
PERSPECTIVA CÂMBIO E JUROS: DIs sobem com estimativa de alta da inflação
São Paulo, 19 de dezembro de 2012 - Os contratos de Depósitos
Interfinanceiros (DIs) fecharam o pregão de hoje da BM&FBovespa em alta, com os
papéis de médio e longo prazos refletindo a perspectiva de avanço da
inflação. "O IPCA-15 não foi bom e apresentou sinais negativos, como nova
pressão sobre serviços e piora de alguns núcleos", afirma Vladimir
Caramaschi, economista-chefe da Crédit Agricole.
Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
divulgou que o Indice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15)
acelerou para 0,69% em dezembro, ficando 0,15 ponto percentual (pp) acima da
taxa de 0,54% registrada em novembro. Com isso, o IPCA-E, que é o IPCA-15
acumulado, fechou o ano em 5,78%, inferior ao do ano de 2011 (6,56%). Em
dezembro de 2011, a taxa havia sido 0,56%.
O contrato mais líquido era aquele para janeiro de 2013, que subiu de 6,97%
para 6,99%, com giro de R$ 126,968 bilhões, e o para janeiro de 2014 saiu de
7,07% para 7,10%, movimentando R$ 23,647 bilhões. O contrato com vencimento em
janeiro de 2015 teve alta de 7,66% para 7,70%, girando
R$ 22,886 bilhões.
O DI com vencimento em janeiro de 2017 ficou estável em 6,48%, com
movimentação financeira de R$ 14,391 bilhões. Entre os DIs com vencimento no
curto prazo, aquele para fevereiro de 2013 caiu de 6,97% para 6,96%, girando R$
9,247 bilhões.
O número de contratos negociados atingiu 2.452.240, avanço de 162% em
relação aos negócios realizados ontem. O volume financeiro somou R$ 220,853
bilhões.
Câmbio
O dólar comercial encerrou as negociações de hoje com desvalorização de
0,90% a R$ 2,0680 para compra e R$ 2,0700 para venda. Durante o dia, a moeda
oscilou entre a mínima de R$ 2,0690 e a máxima de R$ 2,0860.
No mercado futuro, o contrato de dólar com vencimento em janeiro de 2013
caiu 0,90%, cotado a R$ 2.074,000, e o contrato com vencimento em fevereiro de
2013 recuou 0,80%, para R$ 2.085,000.
O Banco Central realizou hoje mais um leilão de conjugado de compra e venda
de dólares. "Finalmente o governo está conseguindo controlar a alta e hoje
também foi um dia de desvalorização devido às influências das negociações
sobre o abismo fiscal", avalia Caramaschi.
IBOVESPA FECHA COM ALTA DE 0,9%
O Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa, seguirá sem
tendência definida para amanhã, esperando por notícias novas sobre o "abismo
fiscal" nos Estados Unidos. Para Guido Chagas, analista de investimentos da
Humaitá Investimentos, se sair um acordo entre democratas e republicanos o
mercado sobe, mas se nada for anunciado, a bolsa pode apresentar forte queda no
pregão de amanhã.
"Nosso mercado descolou muito do mercado externo. Acho que se nada de novo
sair nos Estados Unidos, os investidores irão realizar forte (vender ações
para embolsar ganhos). Lembrando que amanhã teremos diversos indicadores
importantes, principalmente nos Estados Unidos", explicou o especialista da
Humaitá Investimentos.
Entre os principais indicadores, Chegas destacou a divulgação da leitura
final do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, o número de pedidos de
seguro-desemprego, o índice de vendas de imóveis usados e o índice de
indicadores antecedentes. "Esses são os principais indicadores que os
investidores precisam ficar de olho", disse Chagas.
Amanhã, o Departamento do Comércio divulga, às 11h30, a leitura final do
PIB do terceiro trimestre deste ano. No segundo trimestre, houve alta de 1,3%
em relação ao primeiro trimestre deste ano. Analistas esperam alta de 2,7%,
após a segunda leitura ter registrado aumento de 2,7%. O Departamento do
Trabalho divulga, às 11h30, o número de pedidos de seguro-desemprego da
última semana. Na semana passada, houve queda de 29 mil pedidos, para 343 mil.
Analistas esperam alta para 345 mil pedidos
Além disso, a Associação Nacional dos Corretores informa, às 13h, o
índice de vendas de imóveis usados de novembro. Em outubro, as vendas subiram
2,1% ante setembro. O mercado espera que as vendas atinjam 4,7 milhões de
unidades, enquanto em setembro elas chegaram a 4,90 milhões. E o Conference
Board informa, às 13h, o índice de indicadores antecedentes de novembro. Em
outubro, houve alta de 0,2%. Analistas esperam alta de 0,2%.
Segundo Walter Mendes, sócio-diretor da Cultinvest Asset Management, os
investidores não têm olhado para os indicadores e estão mais preocupados com
o "abismo fiscal". "Fora o mercado de hoje, que foi dominado pela Petrobras,
com as notícias de reajuste do combustível, e acabou descolando do mercado
norte-americano, os investidores estão mais preocupados com a questão fiscal
dos Estados Unidos", afirmou o especialista.
Hoje, o Ibovespa encerrou com valorização de 0,89% aos 60.998 pontos. O
volume financeiro do mercado foi de R$ 8,570 bilhões. No segmento futuro, o
contrato de Ibovespa com vencimento para fevereiro de 2013 avançou 0,70% aos
61.505 pontos.
O papel mais negociado do mercado hoje foi o preferencial da Petrobras
(PETR4), com movimentação financeira de R$ 772,6 milhões. A ação apresentou
elevação de 3,77% a R$ 20,93. Em seguida, o papel PNA da Vale (VALE5) girou
R$ 630,4 milhões e finalizou com retração de 1,20% a R$ 40,51. O terceiro
maior volume foi do papel PN do Itaú Unibanco (ITUB4), com R$ 360,4 milhões. A
ação do banco subiu 3,53% a R$ 34,05.
Ainda entre os indicadores de amanhã, Chagas destacou, na Europa, as
vendas no varejo na Itália e no Reino Unido. No Brasil, o especialista afirmou
que o Banco Central (BC) divulgará o relatório trimestral de inflação do
quarto trimestre.
Bolsas dos EUA recuam com estancamento de negociações do abismo fiscal
São Paulo, SP (FolhaNews) - As principais Bolsas americanas caíram nesta
quarta-feira (19), na medida em que avanços nas negociações com o objetivo de
evitar uma crise fiscal no final do ano nos Estados Unidos estancaram. Mesmo
com o impasse, as perdas modestas do mercado mostram que os investidores ainda
seguem à espera de um acordo.
O S&P 500 fechou com baixa após um rali de dois dias que levou o índice
referencial à sua máxima em dois meses. Lideraram o declínio os setores de
saúde e bens de consumo.
O índice Dow Jones, referência da Bolsa de Nova York, recuou 0,74%, para 13.251
pontos, o índice Standard & Poor's 500 teve desvalorização de 0,76%, para 1.435
pontos, e o termômetro de tecnologia Nasdaq caiu 0,33%, para 3.044 pontos.
A General Motors superou a fraqueza do mercado e disparou 6,6%, a US$ 27,18,
após a companhia anunciar que vai recomprar US$ 200 milhões em ações atualmente
detidas pelo Tesouro dos EUA, que planeja vender o resto de sua participação na
GM ao longo dos próximos 15 meses.
O presidente Barack Obama e parlamentares republicanos estão enfrentando
dificuldades para elaborar um acordo com o objetivo de evitar altas de impostos
e cortes de gastos que passam a valer no início de 2013 e podem derrubar a
economia americana para uma nova recessão.
O presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, disse que a casa vai
aprovar uma proposta que Obama já ameaçou vetar, já que ela protege muitos
americanos de aumentos tributários necessários para equilibrar o orçamento.
"Meu palpite é que eles estão perto de um acordo, e no último momento, parece
que o acordo está prestes a explodir por motivos manufaturados ou legítimos",
disse o presidente do hedge fund Platinum Partners, Uri Landesman.
Ele disse que se o mercado acreditasse que um acordo corria verdadeiro perigo,
o S&P 500 recuaria para abaixo de 1.400 pontos. Atualmente, o índice oscila
próximo de 1.435 pontos, próximo de sua máxima em dois meses.
MERCADO EUA: Falta de acordo sobre abismo fiscal frustra e índices caem
São Paulo, 19 de dezembro de 2012 - Após fecharem em alta nos últimos
dois dias, os índices do mercado acionário dos Estados Unidos encerraram as
negociações desta quarta-feira em queda, com a falta de progresso nas
negociações do congresso para evitar o corte abrupto de gastos e o aumento dos
impostos previstos para entrarem em vigor em janeiro, configurando o chamado
"abismo fiscal". O Dow Jones perdeu 0,74%, em 13.251,97 pontos; o S&P 500 teve
queda de 0,75%, em 1.435,81 pontos; e o Nasdaq Composto recuou 0,33%, em
3.044,36 pontos.
O presidente da Câmara dos Representantes do país, o republicano John
Boehner, afirmou hoje que a casa vai aprovar amanhã o "plano B" anunciado
pelo seu partido, e disse que caberá ao presidente norte-americano, Barack
Obama, convencer o Partido Democrata a apoiar essa proposta. Caso contrário,
Obama será o responsável pelos aumentos de impostos para todos, alegou
Boehner.
Ontem, o deputado havia apresentado o chamado "plano B" de seu partido,
que tem a finalidade de evitar o abismo fiscal. A proposta prevê aumentos de
impostos apenas para norte-americanos cuja renda anual seja superior a US$ 1
milhão. Para o restante da população, seriam prorrogados os benefícios
fiscais que atualmente estão em vigor.
Hoje mais cedo, Obama afirmou que está pronto para aceitar concessões
duras para conseguir um acordo para evitar o "abismo fiscal", incluindo cortes
em programas sociais, mas afirmou que busca um acordo "justo e equilibrado",
sem sacrificar a classe média norte-americana.
Segundo o presidente, a redução da dívida deve acontecer de forma justa e
equilibrada". "Precisamos fazer cortes duros, tomamos decisões bastante
duras do lado dos gastos. Mas eu não vou sacrificar as famílias de classe
média para que pessoas como eu recebam concessões fiscais", afirmou,
indicando a recusa à proposta de manter os impostos mais baratos para a parcela
mais rica da população.
PERSPECTIVA: Ibovespa pode cair sem novidades sobre "abismo fiscal"
São Paulo, 19 de dezembro de 2012 - O Ibovespa, principal índice da
BM&FBovespa, seguirá sem tendência definida para amanhã, esperando por
notícias novas sobre o "abismo fiscal" nos Estados Unidos. Para Guido Chagas,
analista de investimentos da Humaitá Investimentos, se sair um acordo entre
democratas e republicanos o mercado sobe, mas se nada for anunciado, a bolsa
pode apresentar forte queda no pregão de amanhã.
"Nosso mercado descolou muito do mercado externo. Acho que se nada de novo
sair nos Estados Unidos, os investidores irão realizar forte (vender ações
para embolsar ganhos). Lembrando que amanhã teremos diversos indicadores
importantes, principalmente nos Estados Unidos", explicou o especialista da
Humaitá Investimentos.
Entre os principais indicadores, Chegas destacou a divulgação da leitura
final do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos, o número de pedidos de
seguro-desemprego, o índice de vendas de imóveis usados e o índice de
indicadores antecedentes. "Esses são os principais indicadores que os
investidores precisam ficar de olho", disse Chagas.
Amanhã, o Departamento do Comércio divulga, às 11h30, a leitura final do
PIB do terceiro trimestre deste ano. No segundo trimestre, houve alta de 1,3% em
relação ao primeiro trimestre deste ano. Analistas esperam alta de 2,7%,
após a segunda leitura ter registrado aumento de 2,7%. O Departamento do
Trabalho divulga, às 11h30, o número de pedidos de seguro-desemprego da
última semana. Na semana passada, houve queda de 29 mil pedidos, para 343 mil.
Analistas esperam alta para 345 mil pedidos
Além disso, a Associação Nacional dos Corretores informa, às 13h, o
índice de vendas de imóveis usados de novembro. Em outubro, as vendas subiram
2,1% ante setembro. O mercado espera que as vendas atinjam 4,7 milhões de
unidades, enquanto em setembro elas chegaram a 4,90 milhões. E o Conference
Board informa, às 13h, o índice de indicadores antecedentes de novembro. Em
outubro, houve alta de 0,2%. Analistas esperam alta de 0,2%.
Segundo Walter Mendes, sócio-diretor da Cultinvest Asset Management, os
investidores não têm olhado para os indicadores e estão mais preocupados com
o "abismo fiscal". "Fora o mercado de hoje, que foi dominado pela Petrobras,
com as notícias de reajuste do combustível, e acabou descolando do mercado
norte-americano, os investidores estão mais preocupados com a questão fiscal
dos Estados Unidos", afirmou o especialista.
Hoje, o Ibovespa encerrou com valorização de 0,89% aos 60.998 pontos. O
volume financeiro do mercado foi de R$ 8,570 bilhões. No segmento futuro, o
contrato de Ibovespa com vencimento para fevereiro de 2013 avançou 0,70% aos
61.505 pontos.
O papel mais negociado do mercado hoje foi o preferencial da Petrobras
(PETR4), com movimentação financeira de R$ 772,6 milhões. A ação apresentou
elevação de 3,77% a R$ 20,93. Em seguida, o papel PNA da Vale (VALE5) girou
R$ 630,4 milhões e finalizou com retração de 1,20% a R$ 40,51. O terceiro
maior volume foi do papel PN do Itaú Unibanco (ITUB4), com R$ 360,4 milhões. A
ação do banco subiu 3,53% a R$ 34,05.
Ainda entre os indicadores de amanhã, Chagas destacou, na Europa, as vendas
no varejo na Itália e no Reino Unido. No Brasil, o especialista afirmou que o
Banco Central (BC) divulgará o relatório trimestral de inflação do quarto
trimestre.
Bolsas europeias sobem e atingem maior valor em 19 meses
São Paulo, SP (FolhaNews) - O setor bancário liderou os ganhos entre as ações
europeias nesta quarta-feira (19) com o crescimento da expectativa de um acordo
para evitar alta de impostos e corte de gastos que derrubariam a economia
americana. O setor bancário, que fechou com alta de 1,5%, registrou a melhor
performance no pregão.
O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações europeias, registrou
variação positiva em dezembro em 12 dos últimos 15 dias e alcançou hoje seu
maior valor em 19 meses. O índice subiu 0,43%, a 1.142 pontos.
"Dado o recente rali no mercado ao longo das últimas semanas, vimos um
agressivo retorno ao risco. As notícias macroeconômicas negativas parecem ter
importância menor do que a retirada de refúgios e posturas defensivas devido a
expectativas de que haverá uma resolução para o abismo fiscal", disse o diretor
do Guardian Stockbrokers, Atif Latif.
Em Londres, o índice Financial Times fechou em alta de 0,43%, a 5.961 pontos.
Em Frankfurt, o índice DAX subiu 0,19%, para 7.668 pontos.
Em Paris, o índice CAC-40 ganhou 0,44%, para 3.664 pontos.
Em Milão, o índice Ftse/Mib teve valorização de 1,1%, para 16.332 pontos.
Em Madri, o índice Ibex-35 avançou 1,17%, para 8.264 pontos.
Em Lisboa, o índice PSI20 encerrou em alta de 0,76%, para 5.731 pontos.