Café: NY fecha agosto em alta com foco no clima das regiões produtoras
Nesta sexta-feira (29), a Bolsa de Nova York (ICE Futures US) para o café arábica encerrou suas operações com alta dando sequência aos ganhos do dia anterior. É o quarto dia consecutivo de alta e todos os contratos registraram ganhos acima dos 200 cents/lb. Apenas o contrato setembro/14, negociado até dia 18, encerrou a sessão com 195,75 cents/lb.
A posição dezembro/14 encerrou o dia com 201,20 cents de dólar por libra peso, o março/15 anotou 204,50 cents/lb, ambos com ganhos de 120 pontos. Os contratos com entregas mais distante também registraram alta, o maio/15 anotou 207,00 cents/lb e o julho/15 encerrou a sessão com 208,05 cents/lb, altas de 135 pontos nos dois contratos.
Segundo o analista de mercado do Escritório Carvalhaes, Eduardo Carvalhaes, o foco dos negócios continua sendo as condições climáticas não só no Brasil, mas em regiões de produção por todo o mundo e, principalmente as incertezas da safra 2015. “O tempo deve continuar seco e isso agrava a situação. As primeiras informações climáticas para setembro dão conta que a chuva deve ser abaixo da média e intermitente. E isso pode levar novos abortamentos e deixar o quadro mais grave, o que reflete alta na Bolsa de Nova York”, diz o analista.
Além disso, nesta quinta-feira (28), a região do Sul de Minas Gerais foi atingida por uma chuva de granizo de grandes proporções. Os municípios de Eloi Mendes e Varginha foram os mais atingidos.
De acordo com Carvalhaes, a região teve perdas localizadas, mas não representativas. “A chuva de granizo é mais uma perda pontual e que afeta os produtores por onde a chuva passou. Mas que não afeta a produção de café no Brasil como um todo”.
Segundo estimativa do Conselho Nacional do Café, a produção neste ano pode cair 18 por cento quando a colheita terminar no mês que vem, para 40,1 milhões de sacas, um declínio de 3,1 por cento no ano passado. Já a Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) é mais animadora, segundo a associação a safra deve ficar em torno de 45 milhões e 47 milhões de sacas. No entanto, apenas quando a safra, que está sendo colhida terminar é que o setor terá números exatos para a quebra.
De acordo com dados da Bloomberg, se os números pessimistas se confirmarem, 2015 pode ser o terceiro ano consecutivo de queda de produção, o que seria o declínio mais longo desde 1965.
Na próxima segunda-feira 1º de setembro, a Bolsa de Nova York não trabalha em função do feriado do dia do trabalho.
Mercado interno
As praças trabalharam no campo mista na saca de 60 kg, nesta sexta-feira (29). Em Poços de Caldas-MG houve queda de 1,09% no café tipo 6, bebida dura e a saca é vendida a R$ 455,00. Também houve queda de 2,17%, em Patrocínio-MG com R$ 450,00, o município de Guaxupé-MG o preço permaneceu estável em R$ 469,00 a saca de 60 kg.
Fonte: Notícias Agrícolas // Jhonatas Simião