Café ganha força na ICE e fecha nos melhores níveis em mais de um mês
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com bons ganhos, com a posição maio finalmente se posicionando acima do nível psicológico de 145,00 centavos, tocando nos melhores patamares em mais de um mês na bolsa norte-americana.
A sessão foi marcada por um início morno e com poucas alterações nos preços. No entanto, na segunda metade do dia, com uma pressão menor dos mercados externos, os ganhos começaram a ganhar força e o fechamento se deu num patamar acima do intervalo psicológico.
Os protestos de cafeicultores na Colômbia chegou, nesta segunda-feira, ao seu oitavo dia e os players na bolsa nova-iorquina já começam a se inquietar. Algumas regiões do país registraram quedas de até 50% nas vendas de cafés. Muitas sacas estão paradas em estradas fechadas pelos cafeicultores manifestantes e ainda não se vê uma solução para o problema. Os produtores querem remuneração mais adequada e um preço base para o café, enquanto o governo e a principal entidade cafeeira da Colômbia destacam que uma ajuda efetiva vem sendo dada com o aumento do abono sobre a cotação da saca do grão. Por sua vez, o governo define o movimento como um ato político, enquanto os líderes da "greve" pedem renovação da política cafeeira local.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve alta de 330 pontos, com 146,65 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 146,95 centavos e a mínima de 142,50 centavos, com o julho tendo ganho de 320 pontos, com 149,20 centavos por libra, com a máxima em 149,50 centavos e a mínima em 145,25 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição maio teve alta de 7 dólares, com 2.122 dólares por tonelada, com o julho tendo ganho de 9 dólares, no nível de 2.132 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por ações técnicas, com a pressão dos vendedores continuando a se mostrar mais lenta, tal qual observado na semana passada. Os mercados externos operaram em baixa pela manhã, pressionados pela fraqueza das bolsas asiáticas. No entanto, no decorrer do dia o mau humor foi se dissipando e as bolsas dos Estados Unidos operaram com ganhos, ainda que alguns segmentos de risco ainda sofressem pressões.
"Tivemos, finalmente, o rompimento do nível de 145,00 centavos para o maio e isso abriu espaço para alguns stops, ainda que contidos, de compra, mas suficientes para fecharmos o dia com consistência. Alguns intervalos e médias móveis estão conseguindo ser transpassados, o que é um sinal importante de força", sustentou um trader.
"Se o contrato 'C'” não romper logo os 145 centavos, pode voltar a testar os 139,30 centavos e, quebrando esse ponto, desencadear um desmonte de posição dos novos comprados. O efeito então pode ser de novas mínimas. A performance do robusta, com uma figura técnica mais altista, pode dar suporte para que o arábica não volte a cair", indicou Rodrigo Corrêa da Costa, da Archer Consulting.
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 3.425 sacas, indo para 2.296.070 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 24.862 lotes, com as opções tendo 5.803 calls e 4.363 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência em 146,95-147,00, 147,50, 148,00, 148,50, 149,00, 149,50, 149,90-150,00, 150,50, 151,00, 151,50, 152,00, 152,50, 153,00, 153,50 e 154,00 com o suporte em 142,50, 142,20, 142,00, 141,80, 141,50, 141,10-141,00, 140,50, 140,10-140,00, 139,50, 139,30, 139,00, 138,50, 138,00, 137,50, 137,00, 136,55-136,50, 136,00, 135,50, 135,10-135,00, 134,50 e 134,00 centavos.
Londres “segura” suporte e volta a registrar ganho para café
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta segunda-feira com leves altas, em uma sessão calma e que teve a posição maio apresentando considerável solidez, ao conseguir evitar que o nível psicológico de 2.100 dólares fosse rompido.
De acordo com analistas internacionais, o café conseguiu manter a sustentação dos preços, assim como já observado ao longo da última semana. Durante o pregão, no entanto, alguns players estiveram mais ativos na área vendedora e o maio chegou a tocar nos 2.100 dólares. Sem o rompimento desse referencial, novas aquisições foram verificadas e o fechamento da sessão se deu próximo da máxima do dia, que foi de 2.125 dólares por tonelada.
"Tivemos algumas vendas especulativas e de origens, mas o mercado conseguiu reverter, seguindo, principalmente, a referência de Nova Iorque, que, na parte da tarde, conseguiu 'colecionar' bons ganhos e fechou em um nível consistente. A preocupação com a produção menor do Vietnã continua a ser também um importante item para a manutenção de preços convidativos para os robustas", disse um trader.
O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 4,36 mil contratos, contra 1,56 mil do junho. O spread entre as posições maio e junho ficou em 10 dólares. No encerramento do dia, o maio teve alta de 7 dólares, com 2.122 dólares por tonelada, com o julho tendo ganho de 9 dólares, no nível de 2.132 dólares por tonelada.
Governo da Colômbia continua a creditar movimento cafeeiro a pressão política
O governo da Colômbia informou que as ofertas concedidas nos últimos dias poderão ser as últimas para tentar pôr fim à paralisação dos cafeicultores. No entanto, continua a insistir o Executivo que, por trás do movimento, existem interesses políticos. Apesar do aumento dos subsídios para os cafeicultores, anunciado no início das manifestações, em algumas zonas do país a "greve" ainda continua e se argumenta que o reajuste do AIC (Apoio de Receita do Cafeicultor), que é um bônus pago para carga de 125 quilos do grão, ainda não é suficiente para resolver os problemas do setor. Logo que foi ratificada a mobilização, o ministro do Interior, Fernando Carrillo, expressou que ficaram claros os interesses políticos por trás dessas manifestações. Em sua conta no Twitter, o dirigente da carteira política escreveu: "a direita e a esquerda extremas não estão interessadas no pequeno produtor de café". Além disso, assinalou que a "oferta de aumento de receita do pequeno produtor não interessa aos extremos políticos, hoje unidos em bloqueio das estradas." Ao celebrar o aumento do subsídio cafeeiro, Carrillo também indicou que aos camponeses serve muito esse incremento, porém "aos extremistas nada, já que esses últimos só querem incendiar o país", ressaltou. Dias antes, Carrillo havia lamentado que alguns dirigentes cafeeiros assumissem uma posição "intransigente, rígida e inflexível". Outro dos ministros que insistem na questão de outros interesses por trás da paralisação é o da Agricultura, Juan Camilo Restrepo, que, sem mencionar nomes, disse que se trata de uma movimentação com intenções "politiqueiras e oportunistas". Depois do Comitê Nacional Cafeeiro, o chefe da pasta da Fazenda, Mauricio Cárdenas, assinalou, também no Twitter: "Paralisação cafeeira: não é a hora dos triunfalismos, é o momento do patriotismo".
Diretor da Federacafe exime entidade de culpa pela crise cafeeira
"O diretor executivo é escolhido pelo Congresso Cafeeiro e se é verdade que os cafeicultores querem que eu saia, eu não sou o problema." A afirmação é de Luis Genaro Muñoz, diretor executivo da Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia). Para o dirigente, "o que tem de se deixar claro é qual é o problema e o problema é que havia um quadro de preços e receitas deprimidos ao produtor, que tem respondido de maneira contundente e séria, sendo o que o governo tem feito sua parte e isso, em termos gerais, nos deixa bem plantados", sustentou. Muñoz recordou que o novo AIC (Apoio de Receita ao Cafeicultor) atinge 95% dos produtores locais e esse apoio chega a 22% do preço vigente para o café no último final de semana, ou seja, seria um apoio realmente consistente para o cafeicultor enfrentar a crise. Francisco Estupiñán, presidente do Banco Agrário, explicou que os cafeicultores contam com um novo crédito para o pagamento de capital e de juros de obrigações cafeeiras que vencem neste ano, o que deverá beneficiar cerca de 200 mil produtores, com um crédito considerável por hectare para a realização, principalmente, da fertilização de lavouras. Por sua vez, Orlando Beltrán, promotor da paralisação dos cafeicultores no Estado de Huila, declarou que a oferta apresentada pelo governo do país ao longo do final de semana apenas estimulou os cafeicultores a continuar o movimento e ampliar a manifestação, sendo que muitas outras pessoas devem se somar a ela. "Com o aumento do AIC o que tentaram foi dividir os cafeicultores e já temos o dobro de camponeses protestando nas vias do país. Os apoios oferecidos não são suficientes. Não queremos voltar às lavouras e continuar a perder dinheiro" expressou Beltrán.
Eu não sou o problema do café, diz Luis Genaro Muñoz
"O gerente é eleito pelo Congresso e se de fato cafeicultores quer que eu vá, eu não sou o problema", disse ontem Luis Genaro Muñoz Ortega, gerente da Federação de Cafeicultores da Colômbia. Para o líder coisa "para deixar claro é que o problema e o problema é que havia um preço renda do produtor squeeze e respondeu com força e com recursos que teria colocado o governo e que, em termos geralmente nos deixa firmemente plantada. " Muñoz disse que o nível de apoio nova renda de agricultor (AIC) de 95 por cento dos produtores nacionais para pesos 115.000 por carga de café em pergaminho, ou seja, 22 por cento do preço corrente de base para o fim de semana , atingindo um nível de 636 mil pesos de carga. Além disso, para os produtores com café, mais de 20 hectares, a AIC novo foi para 95.000 pesos por carga, ante a 60.000 pesos até sábado. Estupiñán Francisco, presidente do Banco Agrário, explicou que os produtores têm novo crédito para o pagamento do principal e dos juros sobre títulos que o café maduro este ano, o que vai beneficiar cerca de 200 mil produtores e um crédito de um milhão de pesos por acre para a fertilização de café. Enquanto isso, Orlando Beltran, promotor de desemprego na Huíla, disse que a oferta do governo no fim de semana, o que ele fez foi incentivar mais produtores a continuar a greve e disse muitas outras se juntou à paralisação. "Com o aumento da AIC, que foi tentado dividir os agricultores e temos duas vezes mais agricultores protestavam contra as estradas do país. Oferecido Chaves não são suficientes, porque nós não queremos é voltar para as fazendas de continuar a perder dinheiro ", disse Beltran.
Cocatrel lança carta sobre falta de normatização de cafés no país
Apreensão no que tange a atual falta de normatização em relação à necessária fiscalização da qualidade dos cafés vendidos no país. A Cocatrel (Cooperativa dos Cafeicultores da Zona de Três Pontas Ltda), por meio de seu diretor presidente, Francisco Miranda de Figueiredo Filho, gostaria de externar a enorme preocupação de grande parte dos produtores de café com a revogação da Instrução Normativa número 16, de 24 de maio de 2010, que regulamentava a análise e classificação técnica do café torradoo. Sem dúvida alguma tal IN realmente precisava de alguns ajustes, porém, a finalidade da mesma era e ainda é muito boa, pois é de conhecimento notório a grande diferença na qualidade dos cafés torrados vendidos no mercado nacional, como também a existência de cafés torrados em conjunto com palhas, paus, sementes de açaí, milhetos e outros "corpos estranhos" voltados para se diminuir o custo final do produto colocado à venda (e que, apesar disso, é vendido normalmente, como se fosse "café puro"). Ora, a atual falta de regulamentação, com a revogação da IN 16 prejudica os produtores, pois o ato de se misturar, no momento da torra, outros elementos, diminui o volume de café efetivamente torrado; além de prejudicar enormemente os consumidores que continuarão "comprando gato por lebre". Não existe nenhum outro alimento com tanto diferencial de preço nas gôndolas dos supermercados e, certamente, essa situação somente irá mudar quando houver uma regulamentação técnica clara e uma fiscalização efetiva quanto ao respeito a tal regulamentação.