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quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Bird prevê alta de 20% nos preços agrícolas


Valor Econômico


25/11/09

Cenários: Aumento ocorrerá no período 2009-2018 comparado à 1999-2007; fundos de índice influenciam

Assis Moreira, de Genebra

O Banco Mundial (Bird) projeta uma alta média de 20% nos preços reais das commodities agrícolas durante o período 2009-2018 comparado com o intervalo 1999-2007, e maior volatilidade nas cotações, de acordo com fontes da instituição em Washington. A tendência é de as commodities agrícolas se tornarem mais expostas a riscos sistêmicos e volatilidades, na medida em que os mercados de alimentos ficaram mais integrados com os de outras commodities e com o mercado financeiro.

A volatilidade na área financeira se reflete nos mercados agrícolas por meio de vínculos com os fundos de índices de commodities. Além disso, as mudanças na frequência, distribuição e intensidade de chuvas causam mais impactos na produção, estimam técnicos do banco.

Os investimentos em índices de commodities devem alcançar este ano US$ 60 bilhões, com os investidores diversificando suas aplicações num cenário de queda de dólar americano. O total investido, até hoje, nesses índices deve ficar próximo dos US$ 240 bilhões em dezembro, de acordo com o Barclays Capital, de Londres.

Segundo fontes, o Banco Mundial trabalha com a projeção de alta média de 20% nos preços agrícolas nos próximos anos, levando em conta também o fato de que os baixos estoques de grãos aumentaram igualmente a sensibilidade das cotações a choques de oferta e demanda. Ou seja, tudo conduz a mais incertezas no futuro, e a convergência de "choques de volatilidade" pode levar a uma mudança rápida e profunda nos preços agrícolas, como ocorreu em 2008.

A menor demanda por causa da recessão internacional e a baixa no preço dos combustíveis ajudaram a derrubar as cotações internacionais de alimentos, atenuando os temores de nova crise nos mercados. Em setembro, os preços baixaram 2% em relação ao segundo semestre, e o custo de fertilizantes caiu 22%.

No entanto, os preços agrícolas ainda eram 23% mais altos em setembro do que a média de 2006. As cotações do arroz ainda estavam 80% mais elevadas do que no começo de 2006, apesar da queda de 43% desde o pico do ano passado. O preço do milho continuou mais alto em 43%. O custo do fosfato ainda é o dobro do preço do começo de 2006.

O declínio nos preços globais de grãos não se traduziu necessariamente na baixa do custo em vários países, com as condições locais pressionando de maneiras diferentes. Algo significativo é que vários países baixaram tarifas e restrições à exportação de alimentos. Afinal, o acesso ao mercado global é considerado essencial para a segurança alimentar.

Em avaliação publicada ontem, o Barclays Capital destaca um relatório da embaixada dos Estados Unidos em Pequim, estimando queda na produção chinesa de milho, trigo, algodão e de soja no período 2009/2010.

No caso da soja, a estimativa é de que a produção seja 11 milhões de toneladas menor, enquanto as importações vão ser moderadas, ficando em 39 milhões de toneladas, em razão dos altos estoques acumulados este ano. A produção de trigo cairia 6%, a de milho, 9% e a de algodão, 15%, segundo os americanos. E tudo o que acontece na China tem efeito no mercado internacional.
Congresso aprova crédito de R$ 782 milhões para execução de preços mínimos
(25/11/2009 17:43)

O presidente da Frente Parlamentar do Café, deputado Carlos Meles (Democratas-MG), informou que o Congresso Nacional aprovou agora há pouco (25/11) o Projeto de Lei (PL) 079/2009, que abre ao Orçamento Fiscal da União crédito suplementar no valor global de R$ 782.710,706,00, em favor do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, no âmbito da Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, para reforço de operações, como a formação de estoques públicos. “O ministro Reinhold Stephanes está muito agradecido ao Congresso, disse que está era a melhor notícia que se podia ter no momento”, comentou Carlos Melles, ao final de reunião no Ministério. Em discurso no plenário da Câmara, no início da tarde desta quarta-feira, o deputado Carlos Melles defendeu a aprovação do crédito. “É extremamente importante para preços mínimos de garantia, para cumprir medidas de governo para o milho, arroz e café, produtos que geram empregos e prejuízos aos produtores e a política do governo agora vem clareando esse pecado que há no processo agrícola”, disse Melles, destacando que “do valor total de R$ 782 milhões, R$ 400 milhões é do Funcafé, dinheiro que não é do Tesouro, é do produtor de café, e a complementação de R$ 300 milhões é do superávit”, disse. Ainda segundo Melles “dessa forma é fundamental para que o país possa cumprir minimamente uma política agrícola decente, justa com os produtores, e muito especialmente com o café, que vem ao longo de mais de 6 anos tendo os prejuízos e alimentando emprego e renda para o país, mas não para o produtor”. “Foi bom o deputado Carlos Melles falar antes de mim, se não é o maior especialista em café no Congresso, e o maior especialista que eu conheço. Ele faz um trabalho dele com muita correção, defende a lavoura do café, ele está na luta do café, mas também está na luta dos aposentados, então eu quero parabenizá-lo duplamente. Eu vou votar a favor do projeto do café”, disse o deputado baiano José Carlos Aleluia, do Democratas. De acordo com Melles, um acordo entre a Comissão Mista de Orçamento e os líderes no Congresso possibilitou a aprovação do crédito, fator fundamental para viabilizar a execução da Política de Garantia de Preços Mínimos de algumas culturas, sobretudo do café. A aprovação deste suplemento de crédito permitirá agora ao governo exercer a totalidade do programa de compra de café para formação de estoques públicos por intermédio dos leilões de opções já realizados e da linha de AGF, aquisição do governo federal. O projeto inicial previa a dotação de R$ 482 milhões, que foi modificado em 16 de novembro, ampliando o crédito em R$ 300 milhões.

As informações partem do Carvalho News.


Fonte: Café e Mercado