Sucesso econômico criou novos problemas
A economia brasileira passa por um momento de definições importantes que,
certamente, vão influenciar a próxima década. Uma gama nova de problemas terá
que ser enfrentada, pelo governo e pelo setor privado, a maioria deles derivada
do sucesso econômico dos últimos anos. Uma nova economia em um mundo diverso do
que prevaleceu por muitas décadas - e este é o caso do Brasil hoje - exige uma
nova agenda para encararmos com sucesso o futuro de nossa sociedade. Não
perceber isto pode levar-nos à perda de uma oportunidade histórica.
Vivemos hoje uma mudança estrutural de grandes dimensões com a ascensão da
China como grande potência mundial, em um período de grandes desafios nos
Estados Unidos. Um movimento de natureza tectônica, dada a dimensão dos atores
envolvidos e que está abalando um mundo que se organizou, após o fim de II
Guerra Mundial, sob o domínio americano. O melhor exemplo desta velha ordem é o
papel do dólar como moeda internacional única e dominante ao longo de mais de
60 anos. E é a própria moeda americana também o melhor exemplo destes tempos de
mudanças na medida em que ela é hoje uma das mais fracas do mundo e de quem
muito investidores fogem como se estivessem vendo o diabo.
É neste processo de mudanças na busca de um novo equilíbrio mundial que
precisamos olhar para a economia brasileira. Sei que muitos analistas não
concordam comigo e encaram o futuro com olhos menos revolucionários. Mas tenho
confiança na minha leitura e é com esta visão que respondo a seguir as
indagações do Valor sobre a questão da inflação e da taxa de câmbio neste
início de novo mandato presidencial.
A inflação no Brasil neste início de governo Dilma é um fenômeno complexo e que
precisa ser dissecado a partir de três grupos de forças autônomas. Algumas são
de natureza interna e podem ser administradas por medidas de política econômica
ao alcance do governo. Outras derivam de uma situação internacional muito
especial, em que fatores ligados às mudanças que citei anteriormente somam-se a
questões conjunturais como a política monetária americana atual. Finalmente,
pesam sobre a inflação de hoje alguns problemas de comunicação por parte dos
novos dirigentes do Banco Central (BC) brasileiro e que afetaram as
expectativas inflacionárias dos agentes econômicos.
"O aquecimento do mercado de trabalho é um dos canais de forte transmissão de
pressão inflacionária."
O primeiro grupo de fatores está associado à incrível expansão do consumo
privado, que vem ocorrendo no Brasil a partir de 2005, e do ciclo sustentado de
investimentos que se seguiu. A expansão da demanda criou gargalos importantes
na infraestrutura econômica e, em vários mercados, a oferta de bens e serviços
ficou a reboque das necessidades dos novos consumidores.
Este quadro só não foi pior porque as importações funcionaram, para vários
produtos, como fontes autônomas de oferta e equilibraram seus preços. Em alguns
momentos, as importações crescentes, em um quadro de deflação industrial em
várias economias e com o real em continua valorização nos mercados de câmbio,
criaram taxas negativas de inflação em setores como o de bens de consumo
duráveis.
Mas nos mercados de bens que não podem ser importados e no de serviços
internos, estes efeitos deflacionistas não ocorreram e as taxas de inflação
mostram uma contínua e perigosa elevação.
Dos gargalos criados pela expansão do consumo, o mais grave para a inflação é
sem dúvida nenhuma o do mercado de trabalho. A taxa de desemprego atingiu nos
últimos meses o menor nível da série histórica do IBGE e está certamente abaixo
do NAIRU*, que os economistas associam a uma condição de oferta e demanda
insustentável de mão de obra. Nas condições atuais do mercado de trabalho no
Brasil, o sinal mais evidente da escassez vem da proliferação de greves por
aumentos salariais.
Em uma sociedade com movimentos sindicais atuantes, o aquecimento no mercado de
trabalho é um dos canais mais fortes de transmissão de pressões inflacionárias.
E isto ocorre por dois motivos principais: os custos associados à mão de obra -
inclusive os de natureza fiscal e trabalhista - representam a maior parcela das
despesas operacionais das empresas e a renda do trabalho, corrigida acima da
inflação passada, pereniza a massa salarial real e mantém os níveis de consumo.
É uma situação clássica e já devidamente explorada na chamada Curva de Philips.
A decisão do governo de aplicar, em 2012, a regra atual de correção do salário
mínimo aumentou ainda mais o impacto das demandas salariais no custo das
empresas. O aumento estimado de 14% para 2012 passou a ser uma referência nas
negociações e uma bandeira de luta para os sindicatos.
"Mudança na operação do sistema de metas de inflação, especialmente da
comunicação, não foi feliz."
Uma das formas mais clássicas de se enfrentar - ou minorar os efeitos - desta
situação que estamos vivendo é a da redução da demanda do governo. Mas com os
gastos públicos crescendo acima da inflação e um projeto ambicioso de
investimentos do qual o governo afirma não abrir mão, o setor público pressiona
também a demanda agregada e torna ainda mais difícil o combate à inflação.
Apesar de uma redução no orçamento fiscal deste ano, os gastos públicos
continuam a ser uma força expansionista nos mercados.
Outro conjunto de forças que está por trás da aceleração da inflação tem origem
externa e foge do campo de ação do governo brasileiro. Algumas delas estão
associadas ao processo de transformação que citei no início destas minhas
reflexões.
A incorporação de centenas de milhões de novos consumidores no mundo emergente
- principalmente na China e outros países da Ásia - desequilibrou mercados de
produtos importantes e vem provocando aumentos expressivos de seus preços. Isto
vem ocorrendo principalmente com as chamadas commodities agrícolas e metálicas.
No Brasil esta nova dinâmica tem causado dois efeitos simultâneos: a
valorização de nossas exportações e pressões sobre a inflação. O primeiro
movimento está por trás da incrível melhora de nossos termos de troca, que tem
permitido o crescimento de nossas importações sem pressões sobre o câmbio. O
segundo corresponde a um choque externo de preços e tem um efeito perverso
sobre a inflação, principalmente agora que o real parece ter esgotado boa parte
de seu potencial de valorização.
Mas os preços das commodities sofrem também a influência de outros
acontecimentos que ocorrem fora de nossas fronteiras, como a política monetária
ultra-expansionista do Federal Reserve (Fed, banco central americano). Com
juros muito baixos e a emissão maciça de dólares por conta da monetização de
parte da dívida pública americana, estamos vivendo um movimento especulativo de
compra destes produtos como alternativa de investimentos. Em um mercado já
marcado pela escassez, este entesouramento de commodities potencializa o
processo de aumento de preços que acaba se auto-alimentando.
Finalmente é preciso citar outra força interna que tem tido influência na
aceleração da inflação neste momento. Ela está relacionada a uma mudança na
forma de operar o sistema de metas de inflação do Banco Central decidida pela
nova direção desta instituição. Sem entrar no mérito das alterações, é preciso
dizer que o momento e, principalmente, a forma de comunicá-la ao mercado, não
foram muito felizes. Depois de mais de 10 anos de sucesso, o sistema de metas
só poderia ser alterado em um clima de estabilidade e confiança. Esta é uma
regra básica quando se lida com as expectativas dos agentes econômicos em uma
economia de mercado. Quando o Comitê de Política Monetária (Copom), em sua
comunicação com o mercado, introduziu a questão do custo em termos de
crescimento econômico de uma convergência mais rápida para o centro da meta e
da utilização de medidas administrativas de controle de crédito, já se vivia
sob o impacto da aceleração da inflação.
Além disso, ao se comprometer explicitamente com um cenário ingenuamente
otimista para a inflação, em um momento marcado por franca deterioração das
expectativas, o Copom ajudou a colocar em cheque a confiança no sistema de
metas como indicador de referência da inflação futura. E, sem uma âncora
confiável, os agentes econômicos - principalmente as empresas - passaram a
buscar em outras plagas uma referência para o comportamento futuro da
inflação.. Mais recentemente o Banco Central voltou a utilizar os juros Selic
como o instrumento central do aperto monetário e pode se aproveitar de uma
redução sazonal no IPCA para recuperar, pelo menos parcialmente, a confiança
dos agentes econômicos.
A segunda questão proposta pelo Valor diz respeito à taxa de câmbio. Preço
fundamental em uma economia aberta como está se transformando a brasileira, a
taxa de câmbio no Brasil de hoje tem sido objeto de grande polêmica. Muito
valorizada para muitos, ela apenas reflete as condições de mercado para outros.
Para um grande número de analistas o real forte é resultado quase exclusivo dos
elevados juros no Brasil e da entrada de capitais especulativos; para outros,
sofremos os efeitos do imperialismo americano que, usando uma política
monetária agressiva, procura resolver seus problemas via uma política de dólar
fraco e valorização da moeda dos países em desenvolvimento.
*NAIRU é a sigla de Non Accelerating Inflation Rate of Unemployment, expressão
em inglês que quer dizer nível de desemprego que não acelera a taxa de inflação.
Luiz Carlos Mendonça de Barros, engenheiro e economista, é diretor-estrategista
da Quest Investimentos. Foi presidente do BNDES e ministro das Comunicações.
Este é o quarto de uma série de artigos sobre a conjuntura econômica atual, com
foco maior nos problemas de câmbio, juros e inflação, feitos por renomados
economistas a pedido do 'Valor'.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Instabilidade mostra cegueira dos agentes
Instabilidade mostra cegueira dos agentes
A incerteza que ronda o mercado externo continuou pautando a formação de preço
nas praças locais, notadamente no câmbio, onde não existiriam razões domésticas
para uma puxada de alta. A taxa de juros seguirá subindo e a expectativa é de
retomada do fluxo financeiro conforme se avolumam ofertas de ações.
Todos esperam o que será feito da Grécia. Não que o país seja primordial dentro
da zona do euro, mas sim pela sinalização que trará para outros endividados,
especialmente Portugal, que está cotado a ser o próximo a cair se os gregos não
forem novamente resgatados. A falta de consenso dentro da União Europeia (UE) e
demora na tomada de decisões só agravam esse quadro.
A volatilidade dos preços na quinta-feira foi bastante grande e serve de
evidência de que ninguém sabe ao certo o que vai acontecer. Os agentes parecem
"tatear" os preços em busca de bons pontos de entrada. Iludem-se e instantes
depois desfazem o negócio.
Dólar sobe a R$ 1,61 e acumula alta de 0,81% na semana
O VIX, que mede a volatilidade das opções na bolsa americana e é visto com um
termômetro do medo dos investidores, ilustra bem isso. O índice chegou a cair
2,4% e saltar 15,6%, antes de fechar aos 22,73 pontos, ainda assim alta de 6,6%.
No câmbio local, o dólar comercial começou sob forte pressão compradora,
subindo a R$ 1,617 no começo dia, fez mínima a R$ 1,604, mas fechou a R$ 1,610,
alta de 0,62%. Na semana, o preço da moeda sobe 0,81%.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar para julho mostrava ganho de
0,12%, a R$ 1,6085, mínima do dia, antes do ajuste final. Mas chegou a subir
até R$ 1,622. Essa redução das compras no fim do dia não foi acompanhada pelo
mercado à vista, e tal hiato de preço pode ser fechado já na abertura desta
sexta-feira.
Olhando esse mercado fora do intradia, não há consenso claro de que rumo a
moeda americana pode tomar. Para alguns agentes, esse mau humor se dissipa
assim que houver um pronunciamento favorável sobre a Grécia e a cotação, por
aqui, volta para linha de R$ 1,58. Vale lembrar, também, que já vimos o dólar
subir durante o mês só para devolver a alta nos dias finais do período,
conforme os vendidos defendem posições para a formação da Ptax (média das
cotações ponderada pelo volume), que liquida os contratos futuros.
Em recente relatório, a equipe da BCA Research, empresa de pesquisa
independente que atua desde 1949, reforçou sua recomendação de venda do real e
do rand sul-africano, alertando sobre um repique de alta no preço do dólar em
âmbito global.
Para a BCA, o menor crescimento econômico deve se espelhar pelo mundo,
especialmente com a China importando e investindo menos. Entre as grandes
economias, os EUA são a que apresenta a menor exposição aos chineses, já que
suas vendas para o país representam menos de 1% do Produto Interno Bruto (PIB).
Já os produtores de commodities, como o Brasil e outros desenvolvidos, como a
Alemanha, têm uma relação muito mais estreita com a China.
Fora isso, lembrou a equipe da BCA, uma nova rodada de estímulo não é eminente
e há chance de um movimento de aperto fiscal nos EUA. "Esses fatores estão
criando uma janela de oportunidade para o dólar encenar um rali. Dado que as
posições vendidas em dólar são elevadas, esse repique pode ser considerável",
diz a companhia.
A BCA ressalta, no entanto, que não está estruturalmente otimista como dólar,
mas como a baixa ante moedas emergentes está muito prolongada e há essa chance
de recuperação no médio prazo, os investidores devem ficar posicionados para
essa alta no preço da divisa.
Os argumentos da BCA são muito bons, mas só têm validade se o governo americano
conseguir evitar um default de curto prazo conforme não há sinal de consenso
sobre a elevação do teto do endividamento federal. A resposta final para isso
vem em agosto.
De volta ao mercado local, mas olhando agora os juros futuros, ata do Copom
apenas reforçou a expectativa de elevação da taxa básica em julho.
Os agentes debatem se essa será, de fato, a última alta ou se agosto também
reserva mais um aperto. Quem defende uma terceira alta de 0,25 ponto na Selic,
aponta que o Banco Central (BC) não pode correr o risco de ver a inflação subir
no fim do ano novamente, junto com a atividade.
No entanto, dentro da própria ata e entre os agentes de mercado, a cena externa
parece ganhar mais peso.
Caso a situação caminhe para um default da Grécia, com consequências graves
sobre liquidez mundial e preço das commodities, o BC pode até deixar a Selic
como está, ou seja, em 12,25% ao ano. Mas, por ora, esse é o cenário de menor
probabilidade.
A incerteza que ronda o mercado externo continuou pautando a formação de preço
nas praças locais, notadamente no câmbio, onde não existiriam razões domésticas
para uma puxada de alta. A taxa de juros seguirá subindo e a expectativa é de
retomada do fluxo financeiro conforme se avolumam ofertas de ações.
Todos esperam o que será feito da Grécia. Não que o país seja primordial dentro
da zona do euro, mas sim pela sinalização que trará para outros endividados,
especialmente Portugal, que está cotado a ser o próximo a cair se os gregos não
forem novamente resgatados. A falta de consenso dentro da União Europeia (UE) e
demora na tomada de decisões só agravam esse quadro.
A volatilidade dos preços na quinta-feira foi bastante grande e serve de
evidência de que ninguém sabe ao certo o que vai acontecer. Os agentes parecem
"tatear" os preços em busca de bons pontos de entrada. Iludem-se e instantes
depois desfazem o negócio.
Dólar sobe a R$ 1,61 e acumula alta de 0,81% na semana
O VIX, que mede a volatilidade das opções na bolsa americana e é visto com um
termômetro do medo dos investidores, ilustra bem isso. O índice chegou a cair
2,4% e saltar 15,6%, antes de fechar aos 22,73 pontos, ainda assim alta de 6,6%.
No câmbio local, o dólar comercial começou sob forte pressão compradora,
subindo a R$ 1,617 no começo dia, fez mínima a R$ 1,604, mas fechou a R$ 1,610,
alta de 0,62%. Na semana, o preço da moeda sobe 0,81%.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar para julho mostrava ganho de
0,12%, a R$ 1,6085, mínima do dia, antes do ajuste final. Mas chegou a subir
até R$ 1,622. Essa redução das compras no fim do dia não foi acompanhada pelo
mercado à vista, e tal hiato de preço pode ser fechado já na abertura desta
sexta-feira.
Olhando esse mercado fora do intradia, não há consenso claro de que rumo a
moeda americana pode tomar. Para alguns agentes, esse mau humor se dissipa
assim que houver um pronunciamento favorável sobre a Grécia e a cotação, por
aqui, volta para linha de R$ 1,58. Vale lembrar, também, que já vimos o dólar
subir durante o mês só para devolver a alta nos dias finais do período,
conforme os vendidos defendem posições para a formação da Ptax (média das
cotações ponderada pelo volume), que liquida os contratos futuros.
Em recente relatório, a equipe da BCA Research, empresa de pesquisa
independente que atua desde 1949, reforçou sua recomendação de venda do real e
do rand sul-africano, alertando sobre um repique de alta no preço do dólar em
âmbito global.
Para a BCA, o menor crescimento econômico deve se espelhar pelo mundo,
especialmente com a China importando e investindo menos. Entre as grandes
economias, os EUA são a que apresenta a menor exposição aos chineses, já que
suas vendas para o país representam menos de 1% do Produto Interno Bruto (PIB).
Já os produtores de commodities, como o Brasil e outros desenvolvidos, como a
Alemanha, têm uma relação muito mais estreita com a China.
Fora isso, lembrou a equipe da BCA, uma nova rodada de estímulo não é eminente
e há chance de um movimento de aperto fiscal nos EUA. "Esses fatores estão
criando uma janela de oportunidade para o dólar encenar um rali. Dado que as
posições vendidas em dólar são elevadas, esse repique pode ser considerável",
diz a companhia.
A BCA ressalta, no entanto, que não está estruturalmente otimista como dólar,
mas como a baixa ante moedas emergentes está muito prolongada e há essa chance
de recuperação no médio prazo, os investidores devem ficar posicionados para
essa alta no preço da divisa.
Os argumentos da BCA são muito bons, mas só têm validade se o governo americano
conseguir evitar um default de curto prazo conforme não há sinal de consenso
sobre a elevação do teto do endividamento federal. A resposta final para isso
vem em agosto.
De volta ao mercado local, mas olhando agora os juros futuros, ata do Copom
apenas reforçou a expectativa de elevação da taxa básica em julho.
Os agentes debatem se essa será, de fato, a última alta ou se agosto também
reserva mais um aperto. Quem defende uma terceira alta de 0,25 ponto na Selic,
aponta que o Banco Central (BC) não pode correr o risco de ver a inflação subir
no fim do ano novamente, junto com a atividade.
No entanto, dentro da própria ata e entre os agentes de mercado, a cena externa
parece ganhar mais peso.
Caso a situação caminhe para um default da Grécia, com consequências graves
sobre liquidez mundial e preço das commodities, o BC pode até deixar a Selic
como está, ou seja, em 12,25% ao ano. Mas, por ora, esse é o cenário de menor
probabilidade.
Mercados se retraem com mais uma onda de incertezas
Mercados se retraem com mais uma onda de incertezas
As expectativas globais se deterioraram e as principais bolsas do mundo estão
apontando consistentemente para baixo. As incertezas estão em alta, basicamente
alimentadas pela sucessão de medidas de aperto monetário na banda mais dinâmica
da economia mundial - China, India, Rússia e Brasil - e pelos resultados
decepcionantes das atividades produtivas nos Estados Unidos e Europa. Um fator
adicional a espalhar angústia pelos mercados é a desesperadora situação da
Grécia, que está a um passo de uma moratória enquanto sucessivas reuniões dos
ministros de finanças da zona do euro terminam sem acordo quanto à melhor forma
de evitar um desastre na questão da dívida soberana dos países da periferia da
união monetária.
Um dos principais focos de pessimismo é a economia americana. Seus últimos
indicadores apontaram que não há ainda fim à vista para os efeitos devastadores
do estouro da bolha imobiliária, embora um ou outro número mostre uma melhora
descontínua. Os preços das habitações continuam caindo sob o peso de um enorme
estoque de residências em oferta, que contribui para deprimir a construção de
novas habitações. No setor comercial, a situação não é tão desanimadora, mas
nada saudável. A produção industrial arrefeceu e as vendas ao consumidor agora
avançam em um ritmo mais moderado que nos últimos seis meses. Tudo isso indica
que o Produto Interno Bruto americano, cuja previsão de crescimento chegou a
ser elevada de 3,2% para 3,5%, pode não chegar à casa dos 3%. O avanço no
primeiro trimestre do ano foi de apenas 1,8%, e no segundo, pelas estimativas,
deve ser apenas um pouco melhor. O desemprego voltou a subir, está em 9,1% e
criou expectativas de novas medidas de estímulo à economia - que muito
provavelmente não virão.
Para piorar o quadro, republicanos e democratas, que já estão em calendário
eleitoral, não se entendem sobre o aumento do limite de déficit do país,
colocando o Tesouro americano diante da possibilidade real de um calote
temporário nas dívidas. É uma situação provisória, mas também um sintoma de que
propostas heterodoxas para reanimar a economia não encontrarão um mínimo de
consenso e possibilidade de serem aprovadas na atmosfera carregada de
intransigência reinante em Washington. O atual clima age tão negativamente
sobre o humor dos mercados que até mesmo o presidente do Federal Reserve, Ben
Bernanke, rompeu sua discrição a respeito dos assuntos fiscais para pintar um
panorama aterrador sobre as consequências do déficit americano.
Do outro lado do Atlântico, as dívidas da Grécia, Irlanda e Portugal continuam
assombrando os investidores. A perspectiva de calote grego levantou mais uma
vez dúvidas sobre a saúde financeira dos bancos credores e continua a castigar,
com juros mais altos, os países que estão na linha de tiro, como Espanha e
Itália. O crescimento da zona do euro continua lento e deve atingir pouco mais
de 1% no ano.
Os países emergentes, que claramente impulsionaram a recuperação mundial, estão
tentando domar suas economias e levá-las a um ritmo compatível com uma inflação
menor. A China acabará desacelerando (ela cresceu 9,7% no primeiro trimestre)
para resolver o grave problema político de uma inflação em alta (5,5% em maio
para o índice geral em 12 meses, 12% para alimentos). Mas será preciso fazer
mais do que os consecutivos aumentos dos compulsórios bancários. Com todos os
apertos já realizados, a taxa de juros chinesa ainda é negativa em 2,4%. Rússia
e Brasil continuam em um ciclo de aperto monetário, como a India, que ontem fez
seu décimo aumento de juros em 18 meses. Ela também tem muito mais a fazer e
convive ainda com taxas de juros negativas.
Com a desaceleração das economias emergentes, que tende a ser moderada, a
recuperação mundial perde fôlego e confirma o cenário de que será desta vez
muito mais lenta do que nas recessões anteriores. Os países desenvolvidos
começam a sofrer uma alta da inflação que, se persistir, jogará as autoridades
monetárias mais conservadoras, como o Banco Central Europeu, a também elevar as
taxas de juros. As chances são de um desempenho ainda mais medíocre no mundo
desenvolvido e um desaquecimento nos emergentes, o que justifica a onda
baixista dos ativos financeiros.
As expectativas globais se deterioraram e as principais bolsas do mundo estão
apontando consistentemente para baixo. As incertezas estão em alta, basicamente
alimentadas pela sucessão de medidas de aperto monetário na banda mais dinâmica
da economia mundial - China, India, Rússia e Brasil - e pelos resultados
decepcionantes das atividades produtivas nos Estados Unidos e Europa. Um fator
adicional a espalhar angústia pelos mercados é a desesperadora situação da
Grécia, que está a um passo de uma moratória enquanto sucessivas reuniões dos
ministros de finanças da zona do euro terminam sem acordo quanto à melhor forma
de evitar um desastre na questão da dívida soberana dos países da periferia da
união monetária.
Um dos principais focos de pessimismo é a economia americana. Seus últimos
indicadores apontaram que não há ainda fim à vista para os efeitos devastadores
do estouro da bolha imobiliária, embora um ou outro número mostre uma melhora
descontínua. Os preços das habitações continuam caindo sob o peso de um enorme
estoque de residências em oferta, que contribui para deprimir a construção de
novas habitações. No setor comercial, a situação não é tão desanimadora, mas
nada saudável. A produção industrial arrefeceu e as vendas ao consumidor agora
avançam em um ritmo mais moderado que nos últimos seis meses. Tudo isso indica
que o Produto Interno Bruto americano, cuja previsão de crescimento chegou a
ser elevada de 3,2% para 3,5%, pode não chegar à casa dos 3%. O avanço no
primeiro trimestre do ano foi de apenas 1,8%, e no segundo, pelas estimativas,
deve ser apenas um pouco melhor. O desemprego voltou a subir, está em 9,1% e
criou expectativas de novas medidas de estímulo à economia - que muito
provavelmente não virão.
Para piorar o quadro, republicanos e democratas, que já estão em calendário
eleitoral, não se entendem sobre o aumento do limite de déficit do país,
colocando o Tesouro americano diante da possibilidade real de um calote
temporário nas dívidas. É uma situação provisória, mas também um sintoma de que
propostas heterodoxas para reanimar a economia não encontrarão um mínimo de
consenso e possibilidade de serem aprovadas na atmosfera carregada de
intransigência reinante em Washington. O atual clima age tão negativamente
sobre o humor dos mercados que até mesmo o presidente do Federal Reserve, Ben
Bernanke, rompeu sua discrição a respeito dos assuntos fiscais para pintar um
panorama aterrador sobre as consequências do déficit americano.
Do outro lado do Atlântico, as dívidas da Grécia, Irlanda e Portugal continuam
assombrando os investidores. A perspectiva de calote grego levantou mais uma
vez dúvidas sobre a saúde financeira dos bancos credores e continua a castigar,
com juros mais altos, os países que estão na linha de tiro, como Espanha e
Itália. O crescimento da zona do euro continua lento e deve atingir pouco mais
de 1% no ano.
Os países emergentes, que claramente impulsionaram a recuperação mundial, estão
tentando domar suas economias e levá-las a um ritmo compatível com uma inflação
menor. A China acabará desacelerando (ela cresceu 9,7% no primeiro trimestre)
para resolver o grave problema político de uma inflação em alta (5,5% em maio
para o índice geral em 12 meses, 12% para alimentos). Mas será preciso fazer
mais do que os consecutivos aumentos dos compulsórios bancários. Com todos os
apertos já realizados, a taxa de juros chinesa ainda é negativa em 2,4%. Rússia
e Brasil continuam em um ciclo de aperto monetário, como a India, que ontem fez
seu décimo aumento de juros em 18 meses. Ela também tem muito mais a fazer e
convive ainda com taxas de juros negativas.
Com a desaceleração das economias emergentes, que tende a ser moderada, a
recuperação mundial perde fôlego e confirma o cenário de que será desta vez
muito mais lenta do que nas recessões anteriores. Os países desenvolvidos
começam a sofrer uma alta da inflação que, se persistir, jogará as autoridades
monetárias mais conservadoras, como o Banco Central Europeu, a também elevar as
taxas de juros. As chances são de um desempenho ainda mais medíocre no mundo
desenvolvido e um desaquecimento nos emergentes, o que justifica a onda
baixista dos ativos financeiros.
Nervosismo faz investidor vender ativos de risco
Nervosismo faz investidor vender ativos de risco
A intensificação dos temores quanto ao risco de um calote da Grécia contaminou
ontem os mercados emergentes, levando os investidores a se desfazer de suas
posições de maior risco.
O contínuo vaivém das discussões entre as autoridades da zona do euro sobre
como solucionar a crise da dívida da Grécia alimentou temores de que a
inadimplência do país desencadearia uma nova crise financeira.
"O grande impulsionador é a Grécia", disse Jim Craige, um dos sócios da Stone
Harbor Investment Partners. "Somos apenas um subproduto do apetite por risco e
da direção tomada por esse apetite, embora a Grécia tenha um impacto
extremamente limitado sobre qualquer aspecto dos mercados emergentes, do ponto
de vista do fluxo comercial ou do câmbio."
Várias moedas relevantes dos mercados emergentes alcançaram novos recordes de
baixa, enquanto a dívida dos mercados emergentes registrou enfraquecimento,
embora modesto.
O ágio de risco do J.P. Morgan Emerging Markets Bond Index Global, ou Embig,
aumentou em vários pontos-base, para 323 pontos-base, em relação aos bônus do
Tesouro dos EUA, sua maior diferença, ou spread, desde agosto de 2010. Em
termos de preço, seu índice recuou 0,2%.
As divisas latino-americanas, por seu lado, foram especialmente prejudicadas,
uma vez que os investidores retiraram apostas de que essas moedas se
valorizariam.
"Vemos no geral, sem dúvida, que os investidores vêm se desfazendo de posições
de risco. O risco do posicionamento na [América Latina] foi precário, no
sentido de que o mercado tinha assumido muitas posições compradas" em moedas
latino-americanas em relação ao dólar, disse Flavia Cattan-Naslausky,
estrategista da RBS Securities.
O dólar subiu para seu patamar mais alto em relação ao peso mexicano desde
março, sendo negociado a 12,0318 pesos mexicanos, segundo a CQG. O real
brasileiro alcançou seus níveis mais baixos em relação ao dólar do último
período de quase três semanas.
No Embig, o crédito da Argentina foi o mais prejudicado, com spread frente ao
bônus do Tesouro dos EUA ampliado em 27 pontos-base, para 624 pontos-base. Em
termos de preço, seu índice recuou 2,2%.
A preocupação com a Grécia também deprimiu as moedas emergentes da Europa,
movimento puxado pelo florim húngaro.
A intensificação dos temores quanto ao risco de um calote da Grécia contaminou
ontem os mercados emergentes, levando os investidores a se desfazer de suas
posições de maior risco.
O contínuo vaivém das discussões entre as autoridades da zona do euro sobre
como solucionar a crise da dívida da Grécia alimentou temores de que a
inadimplência do país desencadearia uma nova crise financeira.
"O grande impulsionador é a Grécia", disse Jim Craige, um dos sócios da Stone
Harbor Investment Partners. "Somos apenas um subproduto do apetite por risco e
da direção tomada por esse apetite, embora a Grécia tenha um impacto
extremamente limitado sobre qualquer aspecto dos mercados emergentes, do ponto
de vista do fluxo comercial ou do câmbio."
Várias moedas relevantes dos mercados emergentes alcançaram novos recordes de
baixa, enquanto a dívida dos mercados emergentes registrou enfraquecimento,
embora modesto.
O ágio de risco do J.P. Morgan Emerging Markets Bond Index Global, ou Embig,
aumentou em vários pontos-base, para 323 pontos-base, em relação aos bônus do
Tesouro dos EUA, sua maior diferença, ou spread, desde agosto de 2010. Em
termos de preço, seu índice recuou 0,2%.
As divisas latino-americanas, por seu lado, foram especialmente prejudicadas,
uma vez que os investidores retiraram apostas de que essas moedas se
valorizariam.
"Vemos no geral, sem dúvida, que os investidores vêm se desfazendo de posições
de risco. O risco do posicionamento na [América Latina] foi precário, no
sentido de que o mercado tinha assumido muitas posições compradas" em moedas
latino-americanas em relação ao dólar, disse Flavia Cattan-Naslausky,
estrategista da RBS Securities.
O dólar subiu para seu patamar mais alto em relação ao peso mexicano desde
março, sendo negociado a 12,0318 pesos mexicanos, segundo a CQG. O real
brasileiro alcançou seus níveis mais baixos em relação ao dólar do último
período de quase três semanas.
No Embig, o crédito da Argentina foi o mais prejudicado, com spread frente ao
bônus do Tesouro dos EUA ampliado em 27 pontos-base, para 624 pontos-base. Em
termos de preço, seu índice recuou 2,2%.
A preocupação com a Grécia também deprimiu as moedas emergentes da Europa,
movimento puxado pelo florim húngaro.
América suprirá mais demanda por óleo
América suprirá mais demanda por óleo
Mundo deve elevar produção em 1,1 milhão de barris/dia até 2016, puxado por Brasil, Canadá, EUA e Colômbia
Aperto nos mercados de petróleo e inquietação no Oriente Médio geraram alta de 25% nos preços do petróleo
CLIFFORD KRAUSS
Ao longo dos próximos anos, os consumidores mundiais dependerão cada vez mais da América do Norte e da América do Sul para satisfazer sua crescente demanda por petróleo cru, segundo projeção da AIE (Agência Internacional de Energia).
A organização, sediada em Paris, estimou que o mundo deve elevar em cerca de 1,1 milhão de barris diários sua produção total de petróleo entre 2010 e 2016, cerca de 100 mil barris a menos que a expectativa de aumento na demanda durante o período.
"Depois do forte aumento na demanda por petróleo registrado no segundo semestre de 2010, com a recuperação mais rápida que a esperada na economia mundial, agora prevemos demanda mais alta na metade da década", afirma o estudo.
O aperto nos mercados de petróleo, combinado à inquietação que se espalha pelo Oriente Médio, gerou alta de 25% nos preços do petróleo, nos 12 últimos meses.
Mas, anteontem, a preocupação quanto à perda de força da economia causou forte queda nos preços. O petróleo cru leve de referência caiu US$ 4,56 no mercado norte-americano, fechando em US$ 94,81. Ontem, registrou leve alta, para US$ 94,95.
Caso uma grande desaceleração econômica mundial venha a ocorrer, e dê início a um declínio mais duradouro na demanda por energia e em seus preços, como aconteceu no final de 2008 e ao longo de 2009, as projeções podem ser afetadas.
O relatório adverte que os preços altos do petróleo "pesam sobre uma situação macroeconômica e financeira já frágil" nos países desenvolvidos e também debilitam a saúde financeira dos países em desenvolvimento e forçam alta da inflação.
DEMANDA CHINESA
A agência prevê que 40% do crescimento da demanda nos próximos anos virá da China e que a maior parte do crescimento restante virá da Ásia e do Oriente Médio.
A agência antecipa que Europa e EUA mantenham inalteradas suas demandas por energia, em larga medida porque essas economias devem crescer menos que as dos países em desenvolvimento e também porque os veículos das regiões avançadas devem ser mais eficientes em consumo de energia.
A Arábia Saudita e alguns países do Oriente Médio dotados de capacidade ociosa de produção terão de fornecer mais petróleo, mas os mercados mundiais precisarão depender cada vez mais dos não pertencentes à Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Dado o declínio da produção no México e no mar do Norte, a AIE sugere que Canadá, Brasil, EUA e Colômbia terão de cobrir a lacuna.
O relatório projeta que em 2016 o Brasil elevará sua produção em 1 milhão de barris ao dia, explorando os campos do pré-sal. O Canadá passará a produzir 1,3 milhão de barris diários a mais. Os EUA, 500 mil, e a Colômbia, 300 mil adicionais.
A Opep continuará a ser uma fonte vital de petróleo, o relatório afirma, acrescentando que o Irã, especialmente, tem potencial de elevar exportações significativamente nos próximos anos.
CRESCIMENTO EM 2010
Em outro relatório, lançado na semana passada, a BP apontou que a produção mundial de petróleo cresceu 1,8 milhão de barris diários em 2010, com a alta dividida mais ou menos a meio entre os países da Opep e outros produtores.
Em uma projeção para 2030 apresentada no começo do ano, a BP afirmava que a Opep seria a "principal" responsável por atender à demanda crescente por combustível líquido, embora tivesse mencionado as areias oleaginosas canadenses, a exploração brasileira em águas profundas e os países que no passado fizeram parte da União Soviética como fontes promissoras.
Mundo deve elevar produção em 1,1 milhão de barris/dia até 2016, puxado por Brasil, Canadá, EUA e Colômbia
Aperto nos mercados de petróleo e inquietação no Oriente Médio geraram alta de 25% nos preços do petróleo
CLIFFORD KRAUSS
Ao longo dos próximos anos, os consumidores mundiais dependerão cada vez mais da América do Norte e da América do Sul para satisfazer sua crescente demanda por petróleo cru, segundo projeção da AIE (Agência Internacional de Energia).
A organização, sediada em Paris, estimou que o mundo deve elevar em cerca de 1,1 milhão de barris diários sua produção total de petróleo entre 2010 e 2016, cerca de 100 mil barris a menos que a expectativa de aumento na demanda durante o período.
"Depois do forte aumento na demanda por petróleo registrado no segundo semestre de 2010, com a recuperação mais rápida que a esperada na economia mundial, agora prevemos demanda mais alta na metade da década", afirma o estudo.
O aperto nos mercados de petróleo, combinado à inquietação que se espalha pelo Oriente Médio, gerou alta de 25% nos preços do petróleo, nos 12 últimos meses.
Mas, anteontem, a preocupação quanto à perda de força da economia causou forte queda nos preços. O petróleo cru leve de referência caiu US$ 4,56 no mercado norte-americano, fechando em US$ 94,81. Ontem, registrou leve alta, para US$ 94,95.
Caso uma grande desaceleração econômica mundial venha a ocorrer, e dê início a um declínio mais duradouro na demanda por energia e em seus preços, como aconteceu no final de 2008 e ao longo de 2009, as projeções podem ser afetadas.
O relatório adverte que os preços altos do petróleo "pesam sobre uma situação macroeconômica e financeira já frágil" nos países desenvolvidos e também debilitam a saúde financeira dos países em desenvolvimento e forçam alta da inflação.
DEMANDA CHINESA
A agência prevê que 40% do crescimento da demanda nos próximos anos virá da China e que a maior parte do crescimento restante virá da Ásia e do Oriente Médio.
A agência antecipa que Europa e EUA mantenham inalteradas suas demandas por energia, em larga medida porque essas economias devem crescer menos que as dos países em desenvolvimento e também porque os veículos das regiões avançadas devem ser mais eficientes em consumo de energia.
A Arábia Saudita e alguns países do Oriente Médio dotados de capacidade ociosa de produção terão de fornecer mais petróleo, mas os mercados mundiais precisarão depender cada vez mais dos não pertencentes à Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo).
Dado o declínio da produção no México e no mar do Norte, a AIE sugere que Canadá, Brasil, EUA e Colômbia terão de cobrir a lacuna.
O relatório projeta que em 2016 o Brasil elevará sua produção em 1 milhão de barris ao dia, explorando os campos do pré-sal. O Canadá passará a produzir 1,3 milhão de barris diários a mais. Os EUA, 500 mil, e a Colômbia, 300 mil adicionais.
A Opep continuará a ser uma fonte vital de petróleo, o relatório afirma, acrescentando que o Irã, especialmente, tem potencial de elevar exportações significativamente nos próximos anos.
CRESCIMENTO EM 2010
Em outro relatório, lançado na semana passada, a BP apontou que a produção mundial de petróleo cresceu 1,8 milhão de barris diários em 2010, com a alta dividida mais ou menos a meio entre os países da Opep e outros produtores.
Em uma projeção para 2030 apresentada no começo do ano, a BP afirmava que a Opep seria a "principal" responsável por atender à demanda crescente por combustível líquido, embora tivesse mencionado as areias oleaginosas canadenses, a exploração brasileira em águas profundas e os países que no passado fizeram parte da União Soviética como fontes promissoras.
Asian Coffee Prices Sharply Higher On Thin Supplies
Dow Jones
KUALA LUMPUR - Coffee prices in Asia rose sharply in the week to
Friday on the back of thinning supplies and concerns over poor harvest in
Indonesia due to persistent rains, coffee traders in the region said.
In major robusta supplier Vietnam, grade 2 with 5% black and broken beans was
offered at a premium of around $80 a metric ton to London's September contract,
compared with a premium of about $30/ton last week.
"Stocks are very thin...warehouses in the country have very little left...I'd
say less than 200,000 tons," said a trading executive with Simexco Daklak, one
of Vietnam's top coffee exporters.
Inventories have dwindled in Vietnam as the country is between harvests, with
the next one due to start from October-November in the Central Highlands coffee
region. Low stocks will keep prices on the high side until fresh arrivals.
Traders expect the new crop to reach around 19.5 million 60-kilogram bags due
to favorable weather and the adoption of better farming techniques.
Arabica coffee for September delivery on the Intercontinental Exchange
settled at $2.6135 a pound Thursday, down 2% from a week earlier.
September robusta on the London International Financial Futures Exchange
settled lower, falling 0.8% over the week to close Thursday at $2,441/ton,
pressured by Brazil's harvest as fears over frost dissipated.
Indonesian prices are also up, with sellers offering beans at a premium of
more than $150/ton to London's September contract, compared with $100/ton last
week, said a trading executive in Singapore.
"The crop isn't fantastic, due to continuous rainfall," said a coffee trader
in Lampung. "It is difficult to source beans currently."
In India, Asia's third-largest producer, high quality arabica plantation bean
prices were a tad higher at $6,380/ton, while robusta cherry AB beans are
quoted at $2,750/ton, up from $2,650/ton a week earlier, an India-based dealer
said.
Coffee exports from India during the Jan. 1-June 16 period were estimated at
204,683 tons, up from 141,586 tons a year ago, data from state-linked Coffee
Board showed.
Italy, Germany and Belgium were the top three buyers of India's arabica and
robusta beans, the board said.
Dow Jones
KUALA LUMPUR - Coffee prices in Asia rose sharply in the week to
Friday on the back of thinning supplies and concerns over poor harvest in
Indonesia due to persistent rains, coffee traders in the region said.
In major robusta supplier Vietnam, grade 2 with 5% black and broken beans was
offered at a premium of around $80 a metric ton to London's September contract,
compared with a premium of about $30/ton last week.
"Stocks are very thin...warehouses in the country have very little left...I'd
say less than 200,000 tons," said a trading executive with Simexco Daklak, one
of Vietnam's top coffee exporters.
Inventories have dwindled in Vietnam as the country is between harvests, with
the next one due to start from October-November in the Central Highlands coffee
region. Low stocks will keep prices on the high side until fresh arrivals.
Traders expect the new crop to reach around 19.5 million 60-kilogram bags due
to favorable weather and the adoption of better farming techniques.
Arabica coffee for September delivery on the Intercontinental Exchange
settled at $2.6135 a pound Thursday, down 2% from a week earlier.
September robusta on the London International Financial Futures Exchange
settled lower, falling 0.8% over the week to close Thursday at $2,441/ton,
pressured by Brazil's harvest as fears over frost dissipated.
Indonesian prices are also up, with sellers offering beans at a premium of
more than $150/ton to London's September contract, compared with $100/ton last
week, said a trading executive in Singapore.
"The crop isn't fantastic, due to continuous rainfall," said a coffee trader
in Lampung. "It is difficult to source beans currently."
In India, Asia's third-largest producer, high quality arabica plantation bean
prices were a tad higher at $6,380/ton, while robusta cherry AB beans are
quoted at $2,750/ton, up from $2,650/ton a week earlier, an India-based dealer
said.
Coffee exports from India during the Jan. 1-June 16 period were estimated at
204,683 tons, up from 141,586 tons a year ago, data from state-linked Coffee
Board showed.
Italy, Germany and Belgium were the top three buyers of India's arabica and
robusta beans, the board said.
Para economistas, câmbio valorizado gera processo de desindustrialização
O abalo causado no saldo comercial do país nos últimos anos pode ser o mais
simples dos danos provocados pelo real valorizado. Em encontro promovido,
ontem, pelos Conselhos Regionais de Economia (Corecon) dos quatro Estados do
Sudeste, economistas fizeram um alerta: o câmbio está minando a
industrialização do país.
"Estamos tendo uma perda de competitividade cambial, que leva a um processo
gradual de desindustrialização", disse o professor da PUC de São Paulo, Antonio
Corrêa de Lacerda. O estrago já é evidente sobre fabricantes de semicondutores,
produtos farmacêuticos e máquinas e equipamentos, que, segundo ele, respondem
pela maior parte de um déficit comercial de US$ 65 bilhões, no ano passado, se
analisada somente a pauta de itens de alta ou média tecnologia.
Para Eduardo Costa Pinto, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), o risco é que esse efeito fique camuflado por um saldo em
transações correntes financiado também por capital de investimento de curto
prazo, além das compensações obtidas com a venda de commodities. "Fechar a
conta vai ser fácil. O problema é de médio prazo."
Segundo o diretor do Departamento de Competitividade Industrial do Ministério
do Desenvolvimento, Alexandre Comin, "a penetração dos importados na economia
brasileira é veloz, ampla e profunda". Há cerca de um mês e meio no ministério,
ele levou ao encontro uma versão atualizada de sua tese de doutorado, na qual
chamou a atenção para uma estimativa que aponta para salto de 44% no consumo de
manufaturados importados no país, em cinco anos.
Entre 2005 e 2010, a penetração média dos importados foi de 13,5% para 19,4% do
total consumido internamente. Entre os eletrônicos, a importação já respondia
por 35,8%, em 2010. Em contrapartida, o Brasil só abre espaço no exterior com
agrícolas, minerais ou combustíveis, de baixo valor agregado. Nem ele, nem os
outros economistas presentes acreditam que o peso negativo do câmbio possa ser
compensado com ganhos de produtividade.
"A correlação mostra que a exportação acompanha o câmbio", disse Comin, ao
mostrar gráfico com série de 1989 a 2010, na qual os dois indicadores cumprem
sempre a mesma trajetória, com pouco ou nenhum descolamento. Comin afirmou que
o governo tem pouca margem de manobra com tarifas para conter a penetração
crescente dos importados, devido a compromissos com a OMC.
O abalo causado no saldo comercial do país nos últimos anos pode ser o mais
simples dos danos provocados pelo real valorizado. Em encontro promovido,
ontem, pelos Conselhos Regionais de Economia (Corecon) dos quatro Estados do
Sudeste, economistas fizeram um alerta: o câmbio está minando a
industrialização do país.
"Estamos tendo uma perda de competitividade cambial, que leva a um processo
gradual de desindustrialização", disse o professor da PUC de São Paulo, Antonio
Corrêa de Lacerda. O estrago já é evidente sobre fabricantes de semicondutores,
produtos farmacêuticos e máquinas e equipamentos, que, segundo ele, respondem
pela maior parte de um déficit comercial de US$ 65 bilhões, no ano passado, se
analisada somente a pauta de itens de alta ou média tecnologia.
Para Eduardo Costa Pinto, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica
Aplicada (Ipea), o risco é que esse efeito fique camuflado por um saldo em
transações correntes financiado também por capital de investimento de curto
prazo, além das compensações obtidas com a venda de commodities. "Fechar a
conta vai ser fácil. O problema é de médio prazo."
Segundo o diretor do Departamento de Competitividade Industrial do Ministério
do Desenvolvimento, Alexandre Comin, "a penetração dos importados na economia
brasileira é veloz, ampla e profunda". Há cerca de um mês e meio no ministério,
ele levou ao encontro uma versão atualizada de sua tese de doutorado, na qual
chamou a atenção para uma estimativa que aponta para salto de 44% no consumo de
manufaturados importados no país, em cinco anos.
Entre 2005 e 2010, a penetração média dos importados foi de 13,5% para 19,4% do
total consumido internamente. Entre os eletrônicos, a importação já respondia
por 35,8%, em 2010. Em contrapartida, o Brasil só abre espaço no exterior com
agrícolas, minerais ou combustíveis, de baixo valor agregado. Nem ele, nem os
outros economistas presentes acreditam que o peso negativo do câmbio possa ser
compensado com ganhos de produtividade.
"A correlação mostra que a exportação acompanha o câmbio", disse Comin, ao
mostrar gráfico com série de 1989 a 2010, na qual os dois indicadores cumprem
sempre a mesma trajetória, com pouco ou nenhum descolamento. Comin afirmou que
o governo tem pouca margem de manobra com tarifas para conter a penetração
crescente dos importados, devido a compromissos com a OMC.
Euro amplia perdas com preocupação de contágio da crise financeira grega
Euro amplia perdas com preocupação de contágio da crise financeira grega
Enquanto se intensificavam as conversas de inadimplência na Grécia e o caos
político no país escalava, o euro continuou em desvalorização, ontem,
quinta-feira.
Pela primeira vez em três semanas, o euro ficou abaixo de US$ 1,41. A
desvalorização seguiu-se à queda de 1,8% em relação ao dólar registrada na
terça-feira, quando ganharam força os receios de inadimplência grega e
renasceram as preocupações de contágio à região do euro.
A moeda comum - que se recuperou um pouco, mas continua sob pressão - também
caiu em relação ao franco suíço, moeda considerada investimento de segurança,
ficando abaixo de 1,20 por franco.
A desvalorização do euro perdeu força quando o ministro da Economia da União
Europeia, Ollie Rehn, expressou confiança de que os governos da região do euro
e o Fundo Monetário Internacional (FMI) concordarão em pagar a próxima parcela
dos empréstimos de socorro financeiro à Grécia, mesmo sem um plano para as
dívidas de longo prazo.
A continuidade do auxílio, no entanto, depende de a Grécia aprovar medidas de
austeridade altamente impopulares no país. Houve protestos em massas, alguns
violentos. Mais de 35 deputados gregos do Partido Socialista pediram encontro
emergencial para determinar o destino do primeiro-ministro do país, George
Papandreou, que tenta promover uma reestruturação ministerial para ter mais
apoio aos planos de austeridade.
O dinheiro novo pode não ser suficiente para solucionar todos os problemas.
Alguns participantes do mercado pensam no que virá a seguir do pacote de
socorro.
"O que é mais importante para o euro é quando e como a Grécia vai
reestruturar", disse Sara Yates, estrategista cambial do Barclays Capital. "A
Grécia precisa, primeiro, progredir na melhora de seu equilíbrio fiscal. Sem
isso, a dinâmica das dívidas da Grécia não será sustentável no médio prazo."
O Barclays supõe que haverá reestruturação em 2012, de forma ordenada. "A
aprovação da estratégia fiscal de médio prazo da Grécia é crucial para as
perspectivas do euro", acrescentou Yates. "Se isso não ocorrer, é difícil
imaginar o euro não se desvalorizando rapidamente, com o dólar e o franco suíço
se beneficiando."
Apesar do que alguns veem como fundamentos econômicos frágeis ou em
deterioração nos Estados Unidos, o dólar ainda continua a principal moeda
mundial de refúgio.
"Embora existam opções melhores, como o franco suíço, carecem da profundidade
para lidar com fluxos expressivos", afirmou Peter Rosenstreich, principal
analista de mercado do Swissquote Bank. "No caso de a UE resolver a crise
grega, o franco suíço se enfraqueceria, mas a maior parte das tendências
positivas do dólar continuaria em vigor", disse Charles Dumas, do Lombard
Street Research.
Enquanto se intensificavam as conversas de inadimplência na Grécia e o caos
político no país escalava, o euro continuou em desvalorização, ontem,
quinta-feira.
Pela primeira vez em três semanas, o euro ficou abaixo de US$ 1,41. A
desvalorização seguiu-se à queda de 1,8% em relação ao dólar registrada na
terça-feira, quando ganharam força os receios de inadimplência grega e
renasceram as preocupações de contágio à região do euro.
A moeda comum - que se recuperou um pouco, mas continua sob pressão - também
caiu em relação ao franco suíço, moeda considerada investimento de segurança,
ficando abaixo de 1,20 por franco.
A desvalorização do euro perdeu força quando o ministro da Economia da União
Europeia, Ollie Rehn, expressou confiança de que os governos da região do euro
e o Fundo Monetário Internacional (FMI) concordarão em pagar a próxima parcela
dos empréstimos de socorro financeiro à Grécia, mesmo sem um plano para as
dívidas de longo prazo.
A continuidade do auxílio, no entanto, depende de a Grécia aprovar medidas de
austeridade altamente impopulares no país. Houve protestos em massas, alguns
violentos. Mais de 35 deputados gregos do Partido Socialista pediram encontro
emergencial para determinar o destino do primeiro-ministro do país, George
Papandreou, que tenta promover uma reestruturação ministerial para ter mais
apoio aos planos de austeridade.
O dinheiro novo pode não ser suficiente para solucionar todos os problemas.
Alguns participantes do mercado pensam no que virá a seguir do pacote de
socorro.
"O que é mais importante para o euro é quando e como a Grécia vai
reestruturar", disse Sara Yates, estrategista cambial do Barclays Capital. "A
Grécia precisa, primeiro, progredir na melhora de seu equilíbrio fiscal. Sem
isso, a dinâmica das dívidas da Grécia não será sustentável no médio prazo."
O Barclays supõe que haverá reestruturação em 2012, de forma ordenada. "A
aprovação da estratégia fiscal de médio prazo da Grécia é crucial para as
perspectivas do euro", acrescentou Yates. "Se isso não ocorrer, é difícil
imaginar o euro não se desvalorizando rapidamente, com o dólar e o franco suíço
se beneficiando."
Apesar do que alguns veem como fundamentos econômicos frágeis ou em
deterioração nos Estados Unidos, o dólar ainda continua a principal moeda
mundial de refúgio.
"Embora existam opções melhores, como o franco suíço, carecem da profundidade
para lidar com fluxos expressivos", afirmou Peter Rosenstreich, principal
analista de mercado do Swissquote Bank. "No caso de a UE resolver a crise
grega, o franco suíço se enfraqueceria, mas a maior parte das tendências
positivas do dólar continuaria em vigor", disse Charles Dumas, do Lombard
Street Research.
Apreensão de agrotóxico tem alta de 137%
Apreensão de agrotóxico tem alta de 137%
Segundo a Receita, a mercadoria contrabandeada foi apreendida nos Estados do Sul
O volume de agrotóxicos contrabandeados apreendidos nos Estados do Sul aumentou 137% em 2010.
Foram apreendidos R$ 4,3 milhões em mercadorias no ano passado, ante R$ 1,8 milhão em 2009, de acordo com a Receita Federal.
O chefe da Repressão de Contrabando da Receita no Paraná e em Santa Catarina, Sérgio Lorente, aponta como causas a safra recorde registrada no ano passado e a queda na cotação do dólar.
Os agrotóxicos comercializados ilegalmente não têm licença para serem usados no Brasil e, segundo testes, seu conteúdo muitas vezes não condiz com o rótulo, afirma Paulo Renato da Paz, superintendente da Receita no Rio Grande do Sul.
Normalmente, um defensivo precisa passar por testes nos ministérios da Agricultura, da Saúde e do Meio Ambiente para ser registrado.
O Sindag (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defensivos Agrícolas) afirma que o processo de licenciamento custa cerca de US$ 3.000 e leva em média três anos para ser concluído.
Sem precisar de registro e sem ser tributado, o defensivo contrabandeado fica até 50% mais barato.
Como esses agrotóxicos não passam por controle de qualidade, não é possível saber o impacto que causam ao ambiente e às pessoas, diz o coordenador de Agrotóxicos do Ministério da Agricultura, Luis Eduardo Rangel.
A mercadoria ilegal costuma vir da China e entrar no Brasil pelo Paraguai ou pelo Uruguai. Os produtos que combatem plantas dani- nhas em lavouras de trigo são os mais contrabandeados atualmente.
O Sindag calcula que deixou de faturar US$ 650 milhões em 2010 por causa do contrabando.
Segundo a Receita, a mercadoria contrabandeada foi apreendida nos Estados do Sul
O volume de agrotóxicos contrabandeados apreendidos nos Estados do Sul aumentou 137% em 2010.
Foram apreendidos R$ 4,3 milhões em mercadorias no ano passado, ante R$ 1,8 milhão em 2009, de acordo com a Receita Federal.
O chefe da Repressão de Contrabando da Receita no Paraná e em Santa Catarina, Sérgio Lorente, aponta como causas a safra recorde registrada no ano passado e a queda na cotação do dólar.
Os agrotóxicos comercializados ilegalmente não têm licença para serem usados no Brasil e, segundo testes, seu conteúdo muitas vezes não condiz com o rótulo, afirma Paulo Renato da Paz, superintendente da Receita no Rio Grande do Sul.
Normalmente, um defensivo precisa passar por testes nos ministérios da Agricultura, da Saúde e do Meio Ambiente para ser registrado.
O Sindag (Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defensivos Agrícolas) afirma que o processo de licenciamento custa cerca de US$ 3.000 e leva em média três anos para ser concluído.
Sem precisar de registro e sem ser tributado, o defensivo contrabandeado fica até 50% mais barato.
Como esses agrotóxicos não passam por controle de qualidade, não é possível saber o impacto que causam ao ambiente e às pessoas, diz o coordenador de Agrotóxicos do Ministério da Agricultura, Luis Eduardo Rangel.
A mercadoria ilegal costuma vir da China e entrar no Brasil pelo Paraguai ou pelo Uruguai. Os produtos que combatem plantas dani- nhas em lavouras de trigo são os mais contrabandeados atualmente.
O Sindag calcula que deixou de faturar US$ 650 milhões em 2010 por causa do contrabando.
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