Ações corretivas voltam à tona e café tem retração na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US voltaram a despencar nesta quarta-feira, permitindo que a posição de maio rompesse o nível de 190,00 cents e flutuasse próximo dos 185,00 centavos. O movimento corretivo iniciado na semana passada na casa de comercialização nova-iorquina teve continuidade, com liquidações de especuladores e fundos. Para muitos players, o movimento apresentado nas sessões recentes da bolsa está dentro do esperado, uma vez que os terminais tiveram uma agitação muito intensa desde o início do atual exercício. Os players procuram um piso, depois de terem dado sinais de que o teto para o atual momento está próximo do nível de 200,00centavos de dólar. Mesmo assim, o mercado continua focado na questão climática brasileira. Os temores quanto a uma quebra significativa se mantêm e não há um cálculo claro e seguro de quanto será o comprometimento da oferta global do grão. Enquanto isso, a demanda mundial mantém seu ritmo de crescimento e, diante desse cenário, efetivamente parte dos estoques internacionais do produto terá de ser usada para atender os consumidores.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve queda de 605 pontos, com 185,50 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 193,75 centavos e a mínima de 184,05 centavos, com o julho registrando baixa de 605 pontos, com 187,35 centavos por libra, com a máxima em 195,60 centavos e a mínima em 185,85 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio teve queda de 45 dólares, com 2.090 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 42 dólares, para o nível de 2.089 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por um início tímido, com uma tentativa de alta, mas com o maio não indo além dos 193,75 centavos. O não rompimento da máxima da sessão anterior, que foi de196,55 centavos, abriu espaço para que algumas ordens de venda passassem a ser processadas. Com compradores sem fôlego, o vigor das perdas se ampliou e abaixa do dia tocou no nível de 184,05 centavos. No segmento externo, o dia foi de quedas para as bolsas de valores nos Estados Unidos, com o dólar tendo uma alta expressiva em relação a uma cesta de moedas internacionais. Nas commodities softs, a maior parte das matérias-primas aferiu baixas, sendo o único desta que positivo o açúcar, que avançou mais de 1% ao final dos negócios.
"O foco climático vai, pouco a pouco, perdendo relativamente a intensidade, mas os players ainda têm muitas preocupações com esse cenário, uma vez que ainda há uma clara indecisão sobre qual será a disponibilidade de café nesta temporada. As correções, por sua vez, são esperadas afinal, tivemos uma alta muito consistente ao longo de poucas semanas. Resta-nos saber qual o piso que os fundos deverão buscar. Seria 185, 180 ou 170 centavos. Isso deve ficar mais claro nos próximos dias", disse um trader.
Os preços do café no Vietnã voltaram a cair, puxados pelas retrações na bolsa de Londres e, mais uma vez, os produtores limitam suas vendas. No começo do mês, o nível de oferta dos cafeicultores tinha se ampliado, por conta das cotações mais fortes, chegando até a 40 mil dongs. Um trader de Ho Chi Min apontou que os produtores da área de Dak Lak, principal cinturão cafeeiro do país, esperavam que as cotações pudessem chegar até 45 mil dongs, algo que não se concretizou diante da desaceleração londrina. No mês passado, o Vietnã exportou 184,1 mil toneladas, o que significou um aumento de 83% em relação a fevereiro de 2013.
As exportações brasileiras no mês de março, até o dia 18, totalizaram 817.573 sacas de café, queda de 13,52 % em relação às 945.429 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 894 sacas, indo para 2.588.263 sacas.
Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência 193,75, 194,00, 194,50, 194,90-195,00, 195,50, 196,00, 196,50-196,55, 197,00,197,50, 198,00, 198,50, 199,00, 199,50, 199,90-200,00, 200,30, 200,50, 201,00 e 201,50 centavos de dólar, com o suporte em 184,05-184,00, 183,50, 183,00,182,50, 182,00, 181,50, 181,00, 180,50, 180,10-180,00, 179,50, 179,00 e 178,50 centavos.
Londres tem pressão de arbitragens e fecha dia com retração
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quarta-feira com baixas consideráveis, com aposição maio rompendo o nível psicológico de 2.100 dólares, em um pregão caracterizado por liquidações especulativas e de fundos.
De acordo com analistas internacionais, a sessão foi marcado por vendas efetivas, permitindo que o segundo contrato tocasse a mínima de 2.082 dólares. Essas perdas vieram na esteira, também, das operações de arbitragem, já que nesta quarta-feira os arábicas em Nova Iorque tiveram mais um dia de correções incisivas, com os preços experimentando perdas mais fortes. Informações vindas do Vietnã indicam que os produtores locais, diante das quedas sucessivas registradas nesta semana em Londres, já estariam ofertando de maneira bem mais limitada.
"Voltamos a ser influenciados nas arbitragens, já que os arábicas caíram quase 700 pontos no dia, ampliando ainda mais as perdas iniciadas ao longo da semana passada. Com isso, não conseguimos avançar e ainda vimos um referencial psicológico importante ser rompido. Caso as origens voltem a ofertar de maneira limitada, poderemos ainda ter espaço para recuperação, mas também há a pressão dos arábicas. Seria importante que as perdas do outro lado do Atlântico fossem contidas", disse um trader.
O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 6,97 mil contratos, contra 5,92 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 1 dólar.
No encerramento do dia, o maio teve queda de 45 dólares, com 2.090 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 42 dólares, para o nível de 2.089 dólares por tonelada.