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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Em dia de recompras, café consegue registrar ganhos na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com ganhos, em uma sessão em que algumas recompras foram efetuadas, após as fortes perdas observadas ao longo da semana anterior.
Desde a manhã, os vendedores se mostraram reticentes, o que abriu espaço para a emissão de algumas ordens de compra. No entanto, o nível de 150,00 centavos não conseguia ser tocado. Na parte da tarde, no entanto, a ação compradora se ampliou, esse nível foi rompido, sem, no entanto, haver uma oscilação mais forte.
Um novo patamar de curto prazo parece se formar em Nova Iorque. Até a última semana, os preços buscavam flutuar em um nível de 150,00 centavos, sendo que tal referência parece ter se alterado para os 145,00 centavos. Alguns operadores, no entanto, sustentam que o perfil do mercado, independentemente das altas desta segunda-feira, continua a ser baixista e que intervalos mais baixos, como o de 140,00 centavos, podem ainda ser buscados no curto prazo.
No longo prazo, o cenário não sofre alterações. Desde a metade do ano passado, o café vem sendo pressionado e o comparativo das cotações futuras com as médias móveis mais longas, como a de 200 dias.
Fundamentalmente, o mercado não apresenta maiores novidades. O centro-sul do Brasil viu, nos últimos dias, as fortíssimas temperaturas se amenizarem com a retomada das chuvas, o que, efetivamente, contribui, ainda mais, para o pegamento dos grãos que se formam nas árvores. O Brasil terá, em 2013, uma safra de ciclo baixo.
No encerramento do dia, o março em Nova Iorque apresentou alta de 280 pontos, com 145,95 centavos, sendo a máxima em 146,15 e a mínima em 143,10 centavos por libra, com o maio tendo valorização de 280 pontos, com a libra a 148,90 centavos, sendo a máxima em 149,00 e a mínima em 146,30 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve queda de 45 dólares, com 1.863 dólares por tonelada, com o março tendo desvalorização de 31 dólares, com 1.841 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pelo predomínio dos compradores, com os baixistas finalmente dando uma trégua e não se mostrando fortemente ativos como na semana anterior. Assim, as mínimas não romperam o patamar de 143,00 centavos, ao passo que, nas máximas, também não foi possível verificar um "apetite" mais consistente dos compradores.
Assim como vem sendo demonstrado ao longo de muitos meses, esses participantes são bastante reticentes e não dão o "fôlego" necessário para se buscar patamares mais consistentes. O mercado externo também contribuiu para os ganhos do dia, sendo que vários segmentos de risco, como o de commodities, conseguiram experimentar alguns ganhos, diante de um cenário mais calmo, com muitos players já focados em acertos dos livros visando o fechamento do exercício de 2012.
"Tivemos claramente uma sessão de recompras especulativas, algo básico após o mercado ter recuado tão consideravelmente na semana passada. O perfil para o café continua o mesmo com os preços recuando tal qual numa erosão, com recuperações pontuais, em níveis inferiores aos das quedas e, na seqüência, novas ações vendedoras. Por enquanto, a análise do mercado, mesmo com ele sobrevendido, é de uma tendência baixista de curto, médio e longo prazos", disse um trader.
"Não há falta de café e a sobra não é lá estas coisas. Mais uma vez a questão é a perversa mudança do blend, que faz do arábica refém das cotações de Londres. No mercado físico, o ritmo já é de festas, com pouca gente fazendo poucos negócios. Torradores, entretanto, têm aproveitado as quedas do mercado futuro para aumenta suas coberturas no flat-price (bolsa). Já para os diferenciais a aposta é de enfraquecimento, principalmente em função do baixo volume negociado das safras brasileira e vietnamita. Continuo achando que o mercado vai ficar entre 140 e 160 [centavos], com margem de erro de 10 centavos para um ou outro lado", apontou Rodrigo Corrêa da Costa, da Archer Consulting.
Os estoques de café verde dos Estados Unidos, no final de novembro, tiveram queda de 39.345 sacas, indo para 4.902.097 sacas, de acordo com estatísticas emitidas pela CGA (Green Coffee Association). No final de outubro, os armazéns do país ostentavam um total de 4.941.442 sacas.
As exportações de café do Brasil em dezembro, até o dia 14, somaram 1.074.406 sacas, contra 989.155 sacas registradas no mesmo período de novembro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 2.068 sacas, indo para 2.539.221 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 12.018 lotes, com as opções tendo 2.785 calls e 2.352 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem uma resistência em 146,15, 146,50, 146,90-147,00, 147,50, 148,00, 148,50, 149,00, 149,50, 149,90-150,00, 150,50, 151,00, 151,50, 152,00, 152,50, 153,00, 153,50, 153,70e 154,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 143,10-143,00, 142,50, 142,00, 141,50, 141,00, 140,50, 140,10-140,00, 139,50, 139,00, 138,50 e 138,00 centavos por libra.
Londres volta a ser pressionada e janeiro fica abaixo de US$ 1.900
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta segunda-feira com quedas consideráveis, em mais uma sessão caracterizada pelas rolagens de posição, notadamente entre o janeiro e o março. A primeira posição, desse modo, voltou a flutuar abaixo do nível psicológico de 1.900 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, a sessão foi caracterizada pela movimentação técnica, com os vendedores se sucedendo e permitindo que a mínima de 1.859 dólares fosse tocada. O mercado se mostrou dissociado dos arábicas em Nova Iorque, que conseguiram experimentar uma recuperação ligeira nesta primeira sessão da semana. Com isso, os diferenciais entre as duas bolsas voltaram a ter um alargamento, já que, após as quedas fortes de mais de mil pontos da semana anterior, essa convergência havia se mostrado menos incisiva.
"Tivemos um dia de vendas mais efetivas, inclusive por parte das origens, o que propiciou uma queda considerável para os preços, com a primeira posição experimentando uma perda mais forte, principalmente devido às rolagens. O dia foi amplamente negativo e só não se mostrou pior por termos conseguido preservar o nível de 1.850 dólares", disse um trader.
O contrato de janeiro atingiu a marca de 23,2 mil contratos em aberto, contra 43,7 mil do março. O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de janeiro com uma movimentação de 5,61 mil lotes, com o março tendo 9,42 mil lotes negociados. O spread entre as posições janeiro e março ficou em 22 dólares.
No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição janeiro teve queda de 45 dólares, com 1.863 dólares por tonelada, com o março tendo desvalorização de 31 dólares, com 1.841 dólares por tonelada.
Dólar fecha em alta apesar de atuações do BC
SÃO PAULO - O dólar comercial voltou a fechar em alta, ignorando o leilão
conjugado de venda e compra da moeda, realizado hoje pelo Banco Central, assim
como o anúncio de outra operação do tipo, a ser realizada amanhã pela
autoridade monetária.
Segundo operadores, o câmbio continua pressionado pela demanda por moeda por
importadores e empresas estrangeiras, enquanto o mercado aguarda que o BC atue
de forma diferente para oferecer liquidez, por meio de swaps cambiais ou venda
de moeda à vista.
O dólar fechou cotado a R$ 2,096, alta de 0,53%, próximo da máxima no dia, de
R$ 2,097. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o contrato de dólar futuro
para janeiro subia 0,57%, a R$ 2,1010, antes do ajuste final.
"Mesmo com os leilões de linha, o mercado quer swap, e uma alta em dia de
leilão em parte mostra que o mercado quer outro tipo de atuação do BC, senão,
vai ficar pressionando", disse uma agente do mercado.
O BC realizou hoje pela manhã seu terceiro leilão conjugado de venda e compra
de dólares, também conhecido como linha compromissada, desde o início de
dezembro. No meio da tarde, o BC anunciou nova operação do tipo para amanhã,
com oferta total de até US$ 1,5 bilhão - mesmo montante do leilão de hoje e do
realizado na semana passada. A última operação com swaps cambiais tradicionais
(que têm o efeito de uma venda de dólar futuro) ocorreu também em 3 de dezembro.
O mercado, segundo alguns profissionais, também tem aproveitado a demanda
apertada no câmbio para pressionar ainda mais e tentar provocar novas
intervenções do BC, para que a autarquia sinalize mais claramente até qual
patamar tolera que a moeda suba. "Tem uma dose aí de especulação. O pessoal
está vendo até onde o BC aguenta sem atuar", disse o operador de uma corretora
de câmbio.
A alta do dólar, entretanto, pode ter fôlego curto, já que o mercado acredita
que o BC continuará intervindo no mercado para evitar uma valorização excessiva
do dólar. Hoje, o presidente da autarquia, Alexandre Tombini, voltou a falar
sobre inflação, prevendo aumento menor dos preços em 2013. Para alguns
operadores, as recentes declarações do presidente do BC sobre inflação
sinalizam que o câmbio pode ser utilizado para servir de contraponto a pressões
sobre preços.
No exterior, o Dollar Index, que acompanha o desempenho do dólar ante uma cesta
de seis moedas, subia 0,04%, a 79,59 pontos, enquanto o euro, principal
componente dessa cesta, caía 0,07%, a US$ 1,315.
PERSPECTIVA CÂMBIO E JUROS:Apesar de leilões, dólar fica perto de R$ 2,10
São Paulo, 17 de dezembro de 2012 - O dólar comercial encerrou o dia em
alta, mesmo após o Banco Central (BC) voltar a atuar no mercado de câmbio, por
meio de dois leilões de venda de dólares com compromisso de recompra. A moeda
norte-americana subiu 0,52%, registrando sua terceira valorização seguida,
cotada a R$ 2,0940 para compra e a R$ 2,0960 para venda.
O diretor-executivo e economista da NGO Corretora, Sidnei Moura Nehme,
afirma que a questão da falta de liquidez persiste no mercado de câmbio
brasileiro, mas ressalta que a operação realizada hoje "não resolve o
problema". "Estamos vendo que falta dólar no mercado, mas o BC parece estar
com um certo constrangimento em realizar leilões de dólares à vista. Leilões
como esses realizados hoje só provocam um aumento temporário de liquidez",
afirma.
Nehme lembra que, em março, a presidente Dilma Rousseff criticou o que
classificou como um "tsunami" de dólares em países emergentes, que estariam
valorizando as moedas locais e prejudicando a indústria exportadora. "Se antes
havia uma reclamação pelo excesso de dólares, agora, quando está explícito
que está faltando fluxo, o BC está apenas realizando esses leilões de
recompra. O BC não quer mostrar que está administrando a taxa de câmbio,
mas, se a liquidez não melhorar será preciso injetar dólar no mercado",
explica.
O BC realizou hoje dois leilões de venda conjugados com leilões de compra
de dólares. No leilão A, que ocorreu entre 10h20 e 10h25, a taxa de corte
ficou em R$ 2,097500. A taxa de corte do leilão B realizado entre 10h35 e 10h40
ficou em R$ 2,106600. O volume total ofertado foi de US$ 1,5 bilhão.
A autoridade monetária anunciou ainda que vai realizar amanhã mais três
leilões semelhantes, entre 10h15 e 10h20 (leilão A), 10h30 e 10h35 (leilão B)
e entre 10h45 e 10h50 (leilão C). O volume total ofertado será de US$ 1,5
bilhão.
Mesmo diante destas atuações, o dólar pode ficar ainda mais próximo de
atingir R$ 2,10, de acordo com Nehme, pois a entrada de dólares no País tem
sido menor que a saída. Além disso, ele explica que o efeito destes leilões
de recompra sobre a cotação é limitado, pois determinam a recompra conjugada.
Ainda assim, ajudam a conter um avanço maior da moeda norte-americana ante o
real.
Durante o dia, o dólar oscilou entre a mínima de R$ 2,0850 e a máxima de
R$ 2,0970. No mercado futuro, o contrato de dólar com vencimento em janeiro de
2013 subiu 0,69%, a R$ 2.103,000, e o contrato com vencimento em fevereiro de
2013 avançou 0,71%, para R$ 2.115,000.
Juros
As declarações do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, de
que a inflação no próximo ano será inferior a deste ano, aumentou a
expectativa do mercado de que Selic# deve prosseguir estável no curto prazo. A
percepção fez com que a maioria dos contratos de Depósitos Interfinanceiros
(DIs) fechassem o pregão de hoje da BM&FBovespa próxima da estabilidade, de
acordo com Vladimir Caramaschi, economista-chefe do Crédit Agricole.
"No início do dia, os DIs estavam queda, após índices inflacionários
divulgados vieram acima do esperado. Por outro lado, a fala do Tombini acabou
anulando esse efeito, indicando que a Selic vai ficar estável", disse.
Entre os indicadores divulgados hoje, o Indice Geral de Preços - 10
(IGP-10) registrou inflação de 0,63%, em dezembro, ante deflação de 0,28%,
em novembro. O mercado que previa inflação 0,52% em dezembro, segundo a
mediana das projeções do Termômetro CMA, pesquisa feita pela Agência CMA com
instituições financeiras para os principais indicadores econômicos do País.
O Indice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) apresentou inflação de
0,73% na segunda quadrissemana de dezembro, 0,10 ponto percentual (pp) acima da
taxa registrada na última divulgação.
Mais líquido, o contrato para janeiro de 2014 permaneceu em 7,09%, com giro
de R$ 9,958 bilhões, e o para janeiro de 2015 seguiu em 7,64%, movimentando R$
5,216 bilhões. Entre os DIs com vencimento no longo prazo, o para janeiro de
2017 subiu de 8,46% para 8,47% (R$ 4,354 bilhões) e o para janeiro de 2016
avançou de 8,15% para 8,17% (R$ 2,924 bilhões).
Em relação aos contratos mais curtos, o para abril de 2013 permaneceu em
7,05% (R$ 4,248 bilhões), o para julho de 2013 seguiu em 7,04% (R$ 3,597
bilhões) e para julho de 2014 avançou de 7,26% para 7,27% (R$ 3,512
bilhões).
O número de contratos negociados atingiu 495.584, recuo de 56,04% em
relação aos negócios realizados no pregão de sexta-feira. O volume
financeiro somou R$ 43,450 bilhões.
MERCADO EUA: Chance para acordo sobre orçamento anima mercado
São Paulo, 17 de dezembro de 2012 - Os índices do mercado de ações dos
Estados Unidos intensificaram seus ganhos ao longo do dia e terminaram a sessão
de hoje com altas significativas, após o republicano Boehner fazer concessões
sobre pontos críticos no orçamento de 2013. O Dow Jones ganhou 0,76%, em
13.235,39 pontos; o S&P 500 subiu 1,19%, em 1.430,36 pontos; e o Nasdaq Composto
teve alta de 1,32%, em 3.010,60 pontos.
O líder republicano John Boehner propôs hoje pela primeira vez o aumento
de impostos como parte do orçamento de 2013 e o aumento da receita em US$ 1
trilhão na próxima década. Congressistas democratas descreveram a oferta como
um obstáculo a menos para chegarem a um acordo e evitar o abismo fiscal.
Bovespa perde fôlego no fim do pregão, pressionada por Petrobras e OGX
SÃO PAULO - A Bovespa operou durante praticamente todo o dia em alta,
influenciada pelo vencimento de opções sobre ações, que aconteceu no começo da
tarde, e também pelas notícias de que as negociações para tirar os Estados
Unidos do abismo fiscal finalmente estariam deslanchando. Nos minutos finais,
porém, o mercado perdeu força por aqui e mudou de sinal, pressionado pela baixa
das ações da OGX e da Petrobras.
O Ibovespa fechou em leve baixa de 0,06%, aos 59.566 pontos, com volume de R$
11,931 bilhões, montante que inclui R$ 5,38 bilhões do exercício de opções
sobre ações. Em Wall Street, o índice Dow Jones fechou em alta de 0,78%, o
Nasdaq ganhou 1,33% e o S&P 500 avançou 1,16% (dados preliminares).
Nos Estados Unidos, os investidores preferiram ignorar indicadores mais fracos
da economia para dar maior atenção às negociações sobre o abismo fiscal.
Segundo disseram fontes ao jornal "The Wall Street Journal", o presidente da
Câmara de Representantes, John Boehner, teria proposto ao presidente, Barack
Obama, o aumento de impostos sobre os milionários, em troca do corte de gastos
em programas de saúde e previdência social.
Boehner e Obama tiveram uma nova reunião no meio da tarde de hoje. Após o
encontro, os dois lados se limitaram a dizer que as "discussões sobre o abismo
fiscal e uma redução equilibrada do déficit" continuam. Os dois lados também
reafirmaram que gostariam de fechar um acordo antes do Natal, na próxima semana.
Entre as ações mais negociadas do Ibovespa, Vale PNA (1,40%, a R$ 40,31, giro
de R$ 928 milhões) sustentou os ganhos mesmo após o vencimento de opções,
encerrado às 13 horas. A alta de 1% no preço do minério de ferro spot na China,
para US$ 132,75 por tonelada, ajudou a impulsionar o papel, segundo analistas.
O mercado também repercutiu entrevista exclusiva do presidente da mineradora,
Murilo Ferreira, ao Valor. Ele disse que a Vale vai continuar cortando ativos
não estratégicos e buscando parceiros em novos negócios para reduzir despesas e
garantir caixa para tocar projetos, afirmou. Nas próximas semanas, a companhia
vai anunciar a venda de dois ativos de óleo e gás.
Já Petrobras PN (-1,43%, a R$ 19,92) e OGX ON (-5,27%, a R$ 4,31) seguiram na
mão contrária e pressionaram o Ibovespa, especialmente no fim do dia, quando
acentuaram as perdas. Operadores não viram fundamento na queda dos papéis além
de questões técnicas, como a desmontagem de posições compradas após o exercício
de opções.
No topo do índice ficaram Embraer ON (4,54%), Cetip ON (3,20%) e Dasa ON
(3,13%). Analistas atribuíram a alta de Embraer a uma correção das baixas
recentes do papel, além do fato de o ativo ainda estar com direito a um
dividendo de R$ 0,05 por ação até hoje.
Entre as maiores baixas do dia, OGX ON puxou a fila, seguida de JBS ON
(-4,03%), Hering ON (-2,33%) e Pão de Açúcar PN (-1,75%). O conselho de
administração do Pão de Açúcar rejeitou a proposta feita por Abilio Diniz para
migrar a negociação dos papéis para o Novo Mercado da Bovespa.
Um papel que subiu embalado por rumores foi Cosan ON (2,77%). Segundo
operadores, aumentaram as especulações de que seu controlador, Rubens Ometto,
poderia abrir mão da "golden share" na holding Cosan Ltd que lhe dá poder de 10
votos por cada ação que possui. O assunto circulou nas mesas após o HSBC e o
Banco do Brasil divulgaram relatórios analisando a questão.
No fim de novembro, Ometto deixou claro para uma plateia de quase 400
investidores que participaram do "Cosan Day" que o desenho de uma estrutura
acionária simplificada está em andamento, mas ainda não tem uma data definida.
PERSPECTIVA: Negociação sobre abismo fiscal ainda deve pressionar Ibovespa
São Paulo, 17 de dezembro de 2012 - A atenção dos investidores
internacionais ainda seguirá voltada para a maneira como o governo dos Estados
Unidos vai equacionar o abismo fiscal com o congresso nas próximas semanas.
Enquanto a questão não é solucionada, a perspectiva para que o Ibovespa,
principal índice da BM&FBovespa, ultrapasse a resistência dos 60 mil pontos e
mantenha-se em patamar mais elevado não é otimista por parte dos especialistas
de mercado. Para Mitsuko Kaduoka, diretora de análise de investimento da BI&P
- Indusval & Partners Corretora, a ausência de fatos e indicadores mais fortes
impede que o mercado acionário brasileiro sustente alta relevante.
Nesta segunda-feira fez dois meses que o Ibovespa atingiu os 60.087 pontos,
e desde então, a marca não foi alcançada novamente. Hoje, o índice encerrou
o pregão com queda de 0,06%, aos 59.566 pontos, e no mercado futuro, o contrato
com vencimento em janeiro de 2013 caiu 0,11%, aos 60.050 pontos. Com o
exercício de contratos de opções sobre ações da BM&FBovespa, o volume
financeiro da bolsa brasileira somou R$ 11,931 bilhões, sendo que o vencimento
de opções respondeu por R$ 5,38 bilhões.
Dentre os indicadores que serão divulgados nos Estados Unidos amanhã está
o índice de confiança do mercado de imóveis residenciais de dezembro, que
será informado no começo da tarde pela Associação Nacional dos Construtores
(NAHB, na sigla em inglês) registrou 46 pontos em novembro, e a expectativa dos
analistas é que a leitura em dezembro seja de 47 pontos. "O setor
imobiliário é um termômetro da recuperação da economia norte-americana, por
isso, esse dado poderá influenciar os investidores caso seja inferior ao que
foi previsto", afirma Eduardo Cavalheiro, sócio da Rio Verde Investimentos.
Ainda no mercado internacional, Mitsuko destaca que é importante acompanhar
o andamento da venda de títulos do governo da Grécia de três meses, que no
leilão da semana passada registrou taxas ligeiramente mais baixas quando
comparadas aos eventos anteriores. Será concluída amanhã a troca dos títulos
soberanos gregos pelos papéis do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira
(EFSF, na sigla em inglês). "Os entraves na Europa ainda não foram resolvidos
e as notícias são mais negativas que positivas, principalmente em relação
à endividada Espanha".
Hoje, o avanço das ações preferenciais da Vale (VALE5; a R$ 40,31), que
subiram 1,40% foram praticamente anulados pelas retrações da Petrobras (PETR4
-1,43%, a R$ 19,92) e OGX (OGXP3; 4,31), que terminou com queda de 5,27%. O
avanço registrado pela mineradora foi atribuído à nova alta nos preços do
minério de ferro no mercado externo, que atingiram US$ 132,20 por tonelada.
Para a retração na estatal, são apontadas como razões o vencimento de
opções, com os investidores zerando posições na companhia diante da falta de
novidades sobre aumento dos combustíveis e plano de desinvestimentos.
No setor financeiro, os principais papéis ficaram em campos opostos,
contribuindo para que o Ibovespa não tivesse sustentado alta expressiva durante
o pregão, chegando à máxima de 59.914 pontos. Com o quarto maior volume
financeiro na bolsa, as ordinárias da BM&FBovespa (BVMF3; -2,25%, a
R$ 13,44) tiveram recuo expressivo, enquanto as do Itaú Unibanco (ITUB4; a
R$ 32,70), com o terceiro maior giro, subiram 0,30%. As ações do Bradesco
(BBDC4; a R$ 35,94) ficaram estáveis.
O mercado de ações nos Estados Unidos finalizou as negociações no campo
positivo, com o índice Dow Jones subindo 0,82%, aos 13.242,18 pontos; o S&P 500
avançando 1,20%, a 1.430,51 pontos; e o Nasdaq Composto com alta de 1,32%, aos
3.010,60 pontos.
Bolsas europeias fecham em queda com perdas da KPN e Aggreko
São Paulo, SP - As Bolsas europeias caíram nesta segunda-feira, em
meio à queda das ações da grupo do setor de telecomunicações KPN e dos papéis
da companhia de energia Aggreko, e investidores embolsando lucros perto do fim
das negociações de 2012.
O índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações europeias, fechou em
queda de 0,07%, aos 1.131 pontos. Enquanto isso, o índice de blue chips da Zona
do Euro, o Euro STOXX 50 index, caiu 0,10% para 2.628 pontos.
A queda de 14,9% das ações da KPN, depois que a empresa holandesa cortou o seus
dividendos citando altos custos de leilão de frequência no país, atingiu os
mercados europeus, arrastando a britânica Vodafone, que teve queda de 1,71%,
baixa que tomou o maior número de pontos do índice FTSEurofirst 300.
Enquanto isso, as ações da britânica fornecedora de energia Aggreko caíram
21,69%, depois que preveniu sobre o seu lucro pela segunda vez em dois meses.
As ações europeias caíram apesar de ganhos vistos mais cedo nos mercados
acionários norte-americanos, que reagiram de forma positiva aos sinais de
progresso sobre um acordo para evitar o abismo fiscal nos Estados Unidos --
cerca de US$ 600 bilhões de aumentos de impostos e cortes de gastos previstos
para janeiro que pode empurrar a economia do país para uma recessão.
O diretor de operações da Logic Investments, Darren Easton, disse que comprou
ações da Vodafone após o seu declínio, mas irá olhar para vendas de ações antes
do final do ano devido à incerteza das negociações sobre o abismo fiscal.
"Eu estou vendendo desde os últimos três ou quatro dias, acreditando que não
conseguiremos manter essas altas sem um acordo sobre o abismo fiscal", disse
Easton.
"Quanto mais perto chegarmos no final da semana, mais nervosas as pessoas irão
ficar e é mais provável que vendam ações no mercado", ele acrescentou.
Em Londres, o índice Financial Times fechou em baixa de 0,16%, a 5.912 pontos.
Em Frankfurt, o índice DAX subiu 0,11%, para 7.604 pontos. Em Paris, o índice
CAC-40 caiu 0,14%, para 3.638 pontos. Em Milão, o índice Ftse/Mib teve
valorização de 0,61%, para 16.004 pontos. Em Madri, o índice Ibex-35 avançou
0,20%, para 8.040 pontos. Em Lisboa, o índice PSI20 encerrou em alta de 0,24%,
para 5.638 pontos.
Café - com safra baixa, preços tendem a ser melhores em 2013
Preços baixos e condições dos cafezais abaixo das expectativas desanimam os produtores de Minas Gerais. Medidas anunciadas pelo Governo não funcionaram haja vista que os volumes de grãos estocados são baixos. Expectativa é que os preços melhorem em 2013 com a safra fraca de café.
A cafeicultura brasileira enfrenta um momento difícil, as cotações permanecem baixas e as condições dos cafezais estão abaixo das expectativas. Segundo o Superintendente Comercial da Cooxupé, Lúcio Dias, esse cenário desanima os cafeicultores de Minas Gerais.
Os produtores esperavam que o mercado de café registrasse um período maior de preços melhores, para que pudessem recuperar todos os investimentos feitos, conforme explica Dias. No entanto, as cotações do grão recuaram e em muitas regiões o valor está abaixo dos custos de produção.
Já em relação às medidas anunciadas pelo Governo, o superintendente sinaliza que não funcionaram uma vez que o volume de café estocado com financiamento é pequeno. “Não tem um impacto tão grande no mercado, cerca de 1,5 milhão de sacas de café viriam para o mercado para que os produtores pudessem fazer o pagamento desse primeiro lote de Funcafé, então isso não é tão relevante para impactar os preços”, afirma Dias.
E a maioria dos produtores precisa comercializar o grão para honrar os seus compromissos. Por outro lado, o superintendente destaca que a safra de 2013 deve ser baixa, devido à bianualidade, e os primeiros levantamentos realizados pela Cooxupé indicam uma quebra de 25% em comparação com a safra desse ano.
“A próxima safra é muito aquém das melhores expectativas. Então acredito que a hora que o mercado descobrir isso, na hora que cair na realidade, o mercado começa a reagir e devemos ter preços melhores. Provavelmente teremos um 2013 mais razoável”, disse o superintendente