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sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

SINCAL traça estratégias para a cafeicultura - CARTA DE ALTINÓPOLIS

SINCAL traça estratégias para a cafeicultura - CARTA DE ALTINÓPOLIS


Quinta, 14 Janeiro 2010


CARTA DE ALTINÓPOLIS


A SINCAL reuniu-se, no dia 12/01/2010, no Sindicato Rural de Altinópolis/SP, para discutir diversos assuntos entre os quais as medidas para apoiar a nossa cafeicultura em 2010. Como a SINCAL está adentrada e conhecedora das debilidades da cafeicultura, resolveu-se iniciar, o mais cedo Possível, visando à resolução das citadas medidas, em tempo hábil, pois no ano passado muitas embromações ocorreram por parte da área governamental especificamente, mais do Ministério da Agricultura que nomeou um grupo de trabalho encabeçado pelo Sr. Manuel Vicente Bertone, que infelizmente caracterizou-se por um desfiladeiro semanal na expectativa para Apontar soluções do endividamento e de medidas de apoio que terminaram num Relatório pífio com medidas inócuas e praticamente, extremamente tardias o pois que nos ocasionou Prejuízos Elevados e muita indignação, foi perceptível o apoio ao setor comercial aos EXPORTADORES principalmente em detrimento aos Produtores. Prova disso, que não existe um planejamento estratégico e, desconhecemos a realidade dos nossos estoques nas cooperativas e noutros setores comerciais da parte tanto qualitativa como quantitativa descaracterizando uma visibilidade e prejudicando os cafeicultores, beneficiando Claramente o comércio e algumas cooperativas que não passam de meras exportadoras .

Somado aos aspectos mencionados, temos as previsões feitas pela CONAB e IBGE, colocam números que são pouco confiáveis, pois, o próprio Presidente da CONAB colocou dúvidas nos números/levantamentos, trazendo um grande constrangimento junto aos exportadores. Isso ocorreu em 2009 e foi amplamente ventilado na imprensa. Portanto, colocar uma previsão de colheita de 2010/2011 “pura e crua” desconhecendo os estoques, como acabamos de citar, é um erro grosseiro, dando asas ao setor especulativo ajudando a matar a classe produtora.

Prova disso tudo é a continuidade das exportações de café pelo Brasil, entregando nossos cafés, “a preço de banana” expressão muito utilizada para caracterizar preços extremamente baixos. Enquanto nossos concorrentes vendem com ágio e muito acima da bolsa de Nova York como:

* Nova York Eletrônica – 1, 45 centavos de E.U $ / libra peso = E.U. $ 191,80 / saca x 1,75 = R$ 335,65 / saca fob.

* BM&F Brasil março de 2010 E.U. $ saca = E.U. $ 177,00 / saca 1,75 = R$ 309,75 / saca

* Café Colombiano (I.E)* NY E.U $ / libra peso = E.U. $ 2,0909 = E.U. $ 276,58 / saca x 1,75 = R$ 484,02 / saca fob.

* Café da América Central E.U. $ / libra peso = E.U $ 2.105 = $ 266,54 / saca x 1,75 = R$ 466,45 / saca fob.

* Café do Quênia E.U. $ / libra peso = E.U. $ 2,22 = $ 293,66 / saca x 1,75 = R$ 513,90 / saca fob.

*Imediato Eletrônico

Portanto, senhores cafeicultores enquanto estamos vendendo nosso café arábica de qualidade excelente, senão melhor que os Concorrentes, uma base de R $ 309,75 BM & F, a Colômbia está vendendo R $ 484,02, os Centrais estão vendendo eo de R $ 466,45 Quênia está vendendo a R $ 513,90 / saca. Portanto, não dá mais para aguentar tamanha injustiça. É muita deslealdade. Estamos sendo profundamente prejudicados econômicamente. Isso é só um exemplo, no momento, sendo que nos últimos 13 anos perdemos R $ 100,00 / saca dentro da mesma sistemática apresentada. Calcule quantas sacas Cada qual colheu nesse período Multiplique por R $ 100,00 / saca e veja uma fortuna que foi TRANSFERIDO do seu bolso para os mais ricos.

O Brasil continua exportando recordes de quantidades e causando recordes de prejuízos aos cafeicultores. Nessa semana acompanhamos os fechamentos das exportações dados da CECAFÉ (Conselho dos Exportadores de Café) que colocam destaque que o setor exportou 30,3 milhões de sacas em 2009, mas os cafeicultores quebrando estão perdendo R$ 100,00 / saca em média ou mais, e esses 30,3 milhões de sacas deu um prejuízo de mais de três bilhões de reais, extorquidos dos cafeicultores, dos trabalhadores rurais e do nosso país que em decorrência a isso passamos entre outros fatores não fazer vexaminoso título de Subdesenvolvido e terceiro mundista e, aqui quem provoca essa situação não são nossos negros e os pobres, mas sim os empresários e seus executivos e funcionários públicos graduados que vivem do erário público entre outros sugando o sangue de quem produz.

Nesses últimos meses estamos com mais de 50% de markt share (participação de mercado) na exportação de café arábica e incrivelmente continuados a praticamente “doar nossos cafés para o mundo rico”. Onde está o Ministério da Agricultura, da Fazenda e outros setores governamentais? Propositalmente estão cegos ou por incompetência ou ambos. Isso é um descalabro, vender muito mais barato que nossos concorrentes num mercado já claramente caracterizado por falta de café. Países concorrentes ao Brasil deixaram de vender café por escassez de produto. Um absurdo. Nossos cafeicultores estão sendo frontalmente prejudicados.

Baseados no exposto a SINCAL traçou pontos que deverão ser aprovados, o mais rápido possível, para darmos entrada na safra vindoura com as decisões claras e praticáveis como:


1 – Preço Mínimo – Reajustar o preço mínimo de R$ 261,69/saca, que por um erro grosseiro do governo ficou abaixo do custo de produção. Sabemos que pelos próprios dados da CONAB o custo de produção ficava acima de R$ 320,00/saca reconhecido verbalmente em agosto de 2009, pelo Ministro da Agricultura.


2 – Pré-Comercialização – Realizar as pré-comercializações a partir de maio de 2010, na entrada da safra, com 80% do preço mínimo corrigido e os vencimentos das mesmas a partir de 12 meses após a contratação o que não interferirá na safra de 2011, pois, sabemos que será uma safra baixa em decorrência a própria bienalidade e falta de tratos culturais.


3 – Opções de Venda – Como o próprio governo já manifestou a estratégia de retirar Dez milhões de sacas do mercado para estocagem, faz-se necessário que as opções de venda ocorram a partir de agosto, para não acarretar excesso de oferta e não deixar os preços caírem. Sendo assim distribuídas dentro de 2010:

Em Agosto - 1.250.000 sacas;

Em Setembro - 1.250.000 sacas;

Em Outubro - 1.250.000 sacas;

Em Novembro - 1.250.000 sacas; Totalizando cinco milhões de sacas

O preço das opções Deverá ser reajustado Acompanhando o mesmo raciocínio do preço mínimo. Os demais itens que norteiam essa modalidade de negócio Deverão acompanhar as portarias já Aprovadas dentro de 2009. (Lembrando que já foram retiradas Três milhões Nas primeiras opções).

4 – AGF (Aquisição do Governo Federal) – Aquisição de dois milhões de sacas de cafés mais fracos como os de bebida RIO e RIADO, seguindo as portarias já existentes acrescentando o carrego financeiro, sacaria e frete.


5 – Custeio de Colheita – Liberação das verbas a partir de março e abril de 2010 com o início da arruação e compra de materiais de colheita, revisão dos veículos para transporte dos trabalhadores entre outras. O pagamento da colheita só se dará com o atingimento do preço mínimo e poderá optar para pagar em café colocando nos estoques da CONAB.


6 – Custeio para Tratos Culturais – Liberação das verbas a partir de agosto de 2010 para as aquisições de calcário, adubos e defensivos. Com isso evitaremos as trocas físicas, famigeradas, realizadas pelas multinacionais que além ganhar suas ricas margens ainda, ganham em cima do café da troca. O cafeicultor com o dinheiro na mão irá adquirir seus insumos com melhores preços diminuindo o custo de produção dando maior competitividade a nossa cafeicultura perante o mercado internacional.


7 – Levantamento dos Estoques – Fazer levantamento de estoques com verbas do FUNCAFÉ, contratando empresas de credibilidade internacional para evitar as especulações. Empresas como a Control União e SGS. Esses estoques deverão ser levantados quantitativamente qualitativamente, nas cooperativas e no comércio em geral.


8 – Erradicação dos cafezais – Promover a erradicação de lavouras de baixa produtividade com remuneração ao cafeicultor para abater de suas dívidas perante o FUNCAFÉ. Esse plano de erradicação será sugerido pela SINCAL nas próximas semanas, mas, a princípio pensamos em erradicar 15 a 20% das lavouras consideradas de baixa produtividade.


9 – Endividamento – Com relação ao endividamento dos cafeicultores, consideramos que o ideal é o que está preconizado na Carta de Varginha de 16/03/2009 oriunda do Movimento SOS Café, sem a qual os cafeicultores não serão beneficiados com uma implantação das medidas acima propostas.


Esse ano com uma estruturação da SINCAL teremos plenas condições de cobrança e acompanhamento das políticas do café. Faremos permanente vigilância com isso.


Altinópolis / SP, 12 de Janeiro de 2010


SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE ALTINOPOLIS

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE ILICÍNEA

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE BOA ESPERANÇA

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE GUAPÉ

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE VARGINHA

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE PIUMHI

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE SÃO SEBASTIÃO DO PARAISO

ASSOCIACAO DOS CAFEICULTORES DE COROMANDEL - ACC

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE COROMANDEL

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE GUARANÉSIA

COOPERATIVA DOS CAFEICUTORES DA REGIÃO DE GARÇA/SP

SINDICATO DOS PRODUTORES RURAIS DE TRÊS PONTAS