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quinta-feira, 24 de março de 2011

Brasileiros nunca consumiram tanto café

Brasília (24/03/2011) - O consumo per capita de café torrado no Brasil atingiu marca histórica e quebrou o recorde registrado há 45 anos. Em 2010, o número foi de 4,81 kg por habitante. O volume supera os 4,72 kg registrados em 1965 pelo extinto Instituto Brasileiro do Café (IBC), até então, o maior índice. O aumento no consumo individual fez com que a demanda total de café no Brasil chegasse a 19,1 milhões de sacas.

Em 2010, o consumo per capita foi 3,5% maior que o registrado em 2009, quando o número chegou a 4,65 kg. O consumo de 4,81 kg, registrado em 2010, equivale a quase 81 litros de café por pessoa por ano. Com isso, o Brasil se aproxima da Alemanha, onde o consumo é de 5,86 kg por habitante/ano. O país já supera os índices da Itália e França, grandes consumidores de café. Os campeões de consumo, entretanto, ainda são os países nórdicos – Finlândia, Noruega, Dinamarca – com volume próximo dos 13 kg por pessoa/ano.

Esse resultado faz parte da avaliação anual realizado pela Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), com o estudo Indicadores da Indústria de Café no Brasil/2010 - Desempenho da Produção e Consumo Interno, elaborado pela área de Pesquisas da entidade e que analisa dados do setor no período compreendido entre novembro de 2009 a outubro de 2010.

“O setor cafeeiro do Brasil atravessa uma fase única em que o produtor pode se orgulhar de seu trabalho. O Brasil está encostando-se ao maior consumidor mundial da bebida que são os Estados Unidos e ainda consegue bater recordes de exportação com 33 milhões de sacas comercializadas no ano passado”, avalia o secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Bertone. “Esses resultados são consequência, em grande parte, de políticas adotadas pelo setor privado, que permitem crescimento da produção, do consumo e das exportações”, completou. (Inez De Podestá)

TORREFAÇÃO - Sara Lee Inaugura fábrica de café na Bahia

“A vinda da Sara Lee para a Bahia é um marco histórico para o aquecimento do agronegócio do café no Estado”, enfatizou o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, ao representar o governador Jaques Wagner na inauguração da fábrica da Sara Lee, líder nacional no mercado de café. Salles ainda acrescentou que com a chegada da indústria à capital baiana, o produto terá valor agregado e o resultado disso vai recair em cima da sustentabilidade para a cafeicultura da Bahia. Além da unidade inaugurada na capital baiana, os empresários pretendem ampliar o negócio com a implantação de mais uma fábrica com produção de café embalado a vácuo numa região produtora do Estado.

A agroindustrialização vem despontando na Bahia. Esse feito se deve à implantação de indústrias como a Sara Lee, que inaugurou nesta quarta-feira, 23, a segunda fábrica do País. A unidade, localizada no bairro de Pirajá, em Salvador, foi incorporada pela multinacional americana em novembro do ano passado como parte da aquisição da Café Damasco em um negócio avaliado em R$100 milhões. Devem ser gerados em torno de 500 empregos diretos, inclusive, para os cidadãos que residem nas proximidades da fábrica.

De acordo com o presidente da Sara Lee, Dantes Hurtado, a escolha criteriosa para implantar uma unidade na Bahia é conseqüência do Estado ser um dos grandes produtores de café, ocupando a 4ª posição no ranking nacional, o equivalente a produção de, aproximadamente, 2,5 milhões de sacas, correspondente a mais de 150 mil toneladas (safra 2010/11). “Através da Sara Lee o produtor terá mais facilidade para vender o café. A vinda da nossa fábrica para Salvador oferece acessibilidade à qualidade da agricultura baiana e também auxilia na agroindustrialização da Bahia”, concluiu.

Visita a Sara Lee - O secretário, que foi recebido pelo presidente do empreendimento, visitou os 16 mil metros quadrados da área total da unidade (sendo 4.600 metros quadrados de área construída) acompanhado pelo vice-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Vitor Ventin, diretor de negócios do Banco do Nordeste, Paulo Sérgio Ferraro, superintendente da Secretaria da Indústria, Comércio e Mineração, Paulo Guimarães, superintendente do Banco do Nordeste, Nilo Meira, coordenador de atração de investimentos da Secretaria da Indústria e Comércio, Cristiano Penido e o superintendente de Políticas do Agronegócio da Seagri, Jairo Vaz, e conheceu de perto os equipamentos de produção, que atendem, nesta fase inicial, ao volume de produção anual de cerca de 20 mil toneladas.

Além de Pilão, com tradição de mais de três décadas no mercado nacional e a Caboclo, a idade superior a 80 anos de história, a Sara Lee comercializa também marcas como Damasco e Palheta. O Brasil não foi agraciado somente com as paisagens naturais, mas com o clima favorável que o tornou o segundo maior mercado de café do mundo e, que vem crescendo a cada ano, aproximadamente, 5% em valor, conforme dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic).

Café cai na ICE com tendência baixista para curto prazo

Café cai na ICE com tendência baixista para curto prazo

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com quedas, em uma nova sessão caracterizada por liquidações especulativas e de fundos. O mercado novamente se mostrou pressionado e acompanhou a tendência negativa de outras commodities, como a soja e o milho. O dólar teve um dia de altas consideráveis, o que também contribuiu para que muitos participantes optassem por liquidar, com o objetivo de obter lucros em outras moedas. O mercado nesta semana, após o não rompimento de uma resistência básica, se mostra pressionado, mesmo com os indicadores externos não sendo tão fracos como os verificados em sessões recentes. Operadores, contudo, indicam que o comportamento pode ser avaliado como normal, principalmente após as fortes altas observadas pelo grão desde praticamente a metade do ano passado, o que dá espaço para algumas ações corretivas e também alguns reordenamentos de posições. As rolagens de posições continuam relativamente ativas na bolsa norte-americana, principalmente entre o maio e o julho.

No encerramento do dia, o maio em Nova Iorque teve perda de 485 pontos com 258,60 centavos, sendo a máxima em 275,40 e a mínima em 268,40 centavos por libra, com o julho tendo oscilação negativa de 475 pontos, com a libra a 270,95 centavos, sendo a máxima em 278,00 e a mínima em 270,75 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição maio registrou queda de 31 dólares, com 2.538 dólares por tonelada, com o julho tendo desvalorização de 32 dólares, com 2.401 dólares por tonelada.

Segundo analistas internacionais, o maio esteve sobre pressão nesta quarta-feira, com as forças bearish (baixistas) continuando a dominar as ações, numa estrutura de correção técnica, após ter batido na máxima de quase 14 anos, no dia 9 de março. Eses analistas ressaltaram que, no curto prazo, o mercado deve se manter baixista, com uma tendência neutra para o médio prazo e continuando bullish (altista) para o longo prazo. No entanto, o mercado está próximo de níveis chaves importantes de suporte, o que pode ser uma posição crítica para os gráficos dos negócios, notadamente nos prazos mais imediatos.

O desenvolvimento de vendas técnicas fizeram com que o mercado ficasse abaixo das médias móveis de dez e 20 dias. O índice de força relativa demonstrou uma tendência para níveis sobrecomprados, o que é considerado tradicionalmente um sinal para vendas. Analisando o gráfico de preços diários, uma formação top parece se desenvolver — o chamado padrão "cabeça e ombros" —, o que, em geral confirma uma implicação baixista, o que poderia fazer com que o mercado testasse fechamentos abaixo da chamada "linha do pescoço", nos níveis de suporte de 24 de fevereiro e 15 de março. A "trendline" estaria em 260,20, sendo que se o mercado provocasse esse patamar pode sugerir uma correção negativa mais forte, até no médio prazo. Paul Hare, vice-presidente executivo do Linn Group, apontou que os gráficos semanais revelam um "pico" para o café no nível alcançado em 11 de março. "Esse aumento de preço observado está forçando uma correção técnica de curto prazo para baixo", disse. Colocando a força recente do mercado em perspectiva, Hare também sustentou que o mercado demonstra uma tendência já observada, por exemplo, em maio de 1997, quando uma grande volatilidade foi registrada e os preços ficaram dentro de um range gigante, entre 236,75 e 318,00 centavos por libra no mês. Olhando o gráfico diário, Hare sustentou que "fomos contra a resistência de 295,00/300,00 centavos", referindo-se a nova máxima de 14 anos de 296,65 centavos, alcançada em 9 de março. No entanto, os baixistas rapidamente tomaram o controle na sessão seguinte e em 15 de março os preços caíram para 260,95 centavos, o nível mais próximo da zona de resistência, o que representou uma considerável baixa na linha gráfica diária de preço. No curto prazo, Hare destacou a média móvel de 40 dias, em 264,90 centavos como uma importante referência para se testar a zona de 260,00 centavos. "Temos vários níveis chaves de queda", disse. Se o mercado for para baixo dos 260,00 centavos, o especialista crê em uma tendência negativa predominante. Sua dica para os traders? "Liquide os longs", disse Hare.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 2.574 sacas indo para 1.582.564 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 13.355 lotes, com as opções tendo 2.873 calls e 2.957 puts. As exportações de café do Brasil em março, até o dia 22 somaram 1.241.883 sacas, contra 964.100 sacas registradas no mesmo período de fevereiro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem uma resistência em 275,40-275,50, 276,00, 276,50, 277,00, 277,50, 277,70, 280,00, 280,50, 281,00, 281,15, 281,50, 282,00, 282,50 e 282,90-283,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 268,40, 268,15, 268,00, 267,50, 267,00, 266,50, 266,00, 265,50, 265,10-265,00, 264,50 e 264,00 centavos por libra.