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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Em sessão sonolenta, café tem dia de quedas ligeiras na ICE

Em sessão sonolenta, café tem dia de quedas ligeiras na ICE
   
  Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quarta-feira com quedas ligeiras, em mais uma sessão caracterizada por negócios esparsos, cotações dentro de um intervalo estreito e sem maiores novidades no campo fundamental. Com isso, o novembro continua a flutuar numa área ligeiramente acima do nível de baixa de mais de 49 meses, registrado ao longo da semana passada. Os baixistas se mostraram menos efetivos depois de testado esse patamar e isso abriu espaço para algumas correções, no entanto, elas são apenas pontuais e não dão margem para que resistências efetivas sejam testadas.

O mercado continua focado em aspectos meramente técnicos, com diversos fatores que podem ter influência direta nos humores dos negócios já tendo sido claramente precificados. As projeções de vários operadores apontam para uma disponibilidade larga do grão, diante de uma safra considerável do Brasil, da recuperação ao menos parcial dos níveis de produção da Colômbia, além de uma nova injeção de muitos grãos de robustas, vindos, principalmente, do Vietnã e da Indonésia. Diante desse cenário, ainda existem as projeções — até de organismos internacionais, como o Usda (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) — que sustentam que os estoques são altos em várias zonas produtoras e consumidoras mundiais, o que apenas corrobora o sentimento baixista de curto, médio e longo prazo dos mercados. Esse sentimento, assim, consegue minimizar, até com grande tranquilidade, a quebra de safra dos países centro-americanos, que sofrem com um ataque sem precedentes da ferrugem do colmo.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve queda de 35 pontos, com 116,85 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 118,50 centavos e a mínima de 116,65 centavos, com o março apresentando desvalorização de 30 pontos, com 119,85 centavos por libra, com a máxima em 121,45 centavos e a mínima em 119,75 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve queda de 7 dólares, com 1.778 dólares por tonelada, com o janeiro tendo retração de 10 dólares, no nível de 1.768 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por uma tranqüilidade nos negócios com o café, sendo que o cenário externo, mais uma vez, não teve uma influência direta no comportamento das cotações. O dólar registrou queda em relação a várias moedas internacionais, incluindo o real brasileiro, ao passo que a maior parte das commodities não conseguiu sustentar o viés positivo e recuou. O petróleo experimentou perda de 1,095 o o ouro recuou 1,49%.

"Não temos novidades fundamentais e isso abre espaço para que os aspectos especulativos ganhem contornos mais consistentes. E nesse cenário a leitura se mantém baixista, seja no curto, no médio ou no longo prazo. Os preços até tentam ser corrigidos, mas não conseguimos buscar resistências mais efetivas, que abririam espaço para alguns stops de compra. O patamar de 118,80 centavos poderia dar esse 'start', mas, como vimos na sessão de hoje, a partir dos 118,50 centavos encontramos uma barreira vendedora efetiva, o que fez com que os ganhos iniciais do dia fossem revertidos com tranqüilidade", disse um trader.

Uganda, maior exportador de café robusta da África, embarcou 3,36 milhões de sacas nos primeiros 11 meses do ano, superando a previsão de 3,2 milhões de sacas para o ano inteiro, indicou a Autoridade de Desenvolvimento de Café de Uganda. O total de embarques para a temporada de 2012/2013, que vai até o final de setembro, pode subir para cerca de 3,4 milhões de sacas.

A colheita de café da safra brasileira 2013/2014 foi indicada em 91% até 29 de agosto. O número faz parte do levantamento semanal de consultoria Safras & Mercado para a evolução da safra. A colheita está atrasada em relação a igual período do ano passado, quando 92% da safra 2012/2013 estava colhida. Em relação à semana passada, houve avanço de 5 pontos percentuais. Tomando por base a estimativa da empresa para a produção de café do Brasil em 2013/2014, de 52,9 milhões de sacas, é apontado que foram colhidas 48,08 milhões de sacas (91%) até 29 de agosto.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 7.648 sacas, indo para 2.784.016 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 13.559 lotes, com as opções tendo 1.215 calls e 2.017 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 118,50, 119,00, 119,25, 119,50, 119,70, 119,90-120,00, 120,50, 121,00, 121,50, 122,00, 122,50, 122,20, 122,50, 122,75, 123,00, 123,50, 124,00, 124,50-124,60, 124,90-125,00, 125,50 e 125,90-126,00 centavos de dólar, com o suporte em 116,65, 116,50, 116,20, 116,10-116,00, 115,80, 115,50, 115,35, 115,10-115,00, 114,50, 114,00, 113,50, 113,00, 112,50 e 112,00 centavos.




Londres tem dia de quedas ligeiras e manutenção do intervalo
   
  Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quarta-feira com quedas pontuais, em mais uma sessão marcada por pouca volatilidade e pela falta de novidades no campo fundamental. Os players continuam focados em aspectos técnicos e o novembro se limita a flutuar em um range acima dos 1.750 dólares, mas que não flerta com os 1.800 dólares.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por algumas vendas especulativas, depois de o novembro ter operado, ao longo de uma boa parte do pregão, no nível de 1.780, sem, no entanto, tender para cima. A fraqueza técnica de Londres acompanhou o marasmo de Nova Iorque, que teve mais um dia lento e de preços muito próximos da estabilidade.

"O foco das avaliações do campo fundamental estão centradas na 'descarga' da nova safra asiática no mercado. Alguns players em Cingapura relataram que já há cafés da safra nova do Vietnã circulando, ainda que em volumes limitados. Mas é quase um consenso que a expectativa de uma safra menor do país foi por terra e, mais uma vez, os vietnamitas colocarão um montante considerável de grãos nas mesas de comercialização e isso vai pressionar os preços, ainda mais se levarmos em conta que alguns torrefadores podem se sentir estimulados em trocar o robusta pelo arábica, que continua a apresentar um preço limitado", disse um trader.

O novembro teve uma movimentação ao longo do dia de 5,59 mil contratos, contra 2,77 mil do janeiro. O spread entre as posições novembro e janeiro ficou em 10 dólares. No encerramento do dia, o novembro teve queda de 7 dólares, com 1.778 dólares por tonelada, com o janeiro tendo retração de 10 dólares, no nível de 1.768 dólares por tonelada.




Brasil tem maior saída de dólares para meses de agosto em 15 anos
   
  A diferença entre saída e entrada de dólares no Brasil (chamado fluxo cambial) teve o pior resultado para meses de agosto em 15 anos. No mês, saíram do país US$ 5,850 bilhões a mais do que entraram, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (4) pelo Banco Central (BC). É o pior desempenho para o mês de agosto desde 1998, quando debandaram US$ 11,786 bilhões, um recorde histórico. A saída de recursos no mês passado foi 6,5 vezes superior à registrada um ano antes, quando o deficit havia sido de US $ 896 milhões. Também é o pior desempenho mensal deste ano, perdendo para dezembro de 2012, quando o fluxo ficou negativo em US$ 6,755 bilhões. É o terceiro mês seguido em que o resultado do fluxo cambial fica negativo. Desde junho, o país já perdeu US$ 9,933 bilhões, o que reduziu o saldo positivo do ano a US$ 2,238 bilhões. Esse resultado é apenas um décimo do contabilizado no mesmo período do ano passado, quando as sobras de dólares totalizaram US$ 22,989 bilhões. Em agosto, o segmento financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) ficou negativo em US$ 3,992 milhões. O fluxo comercial (operações de câmbio relacionadas a exportações e importações) também registrou deficit, de US$ 1,858 bilhão.