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sábado, 8 de maio de 2010

Nestlé requer patente de café modificado no México

Nestlé requer patente de café modificado no México

A Coordenadoria Latino-americana e do Caribe de Pequenos Produtores de Comércio Justo e a Coordenadoria Nacional das Organizações Cafeeiras do México apontaram que a Nestlé solicitou no país a patente de café geneticamente modificado sob o número MXPA044003325A.

A aprovação da patente significará que as 480 mil famílias produtoras locais de café arábica estarão correndo o risco de contaminação de suas lavouras, que perderiam os selos de produção orgânica e que impediria de continuar as exportações. As entidades sustentaram que a Nestlé usa a engenharia genética para obter benefícios econômicos e aumentar o controle sobre a produção de alimentos. No início do ano, a multinacional conseguiu na Europa uma patente sobre café geneticamente modificado, que supostamente melhora a solubilidade do café em pó.

Trata-se de uma enzima bloqueada e desenhada para cobrir o processo técnico e o uso dos grãos para elaborar o café solúvel. "A Nestlé não deveria colocar seus interesses econômicos acima do bem-estar de milhões de famílias camponesas que vivem das receitas de comercialização do grão. A empresa não quer comprometer-se claramente a não usar transgênicos em seus produtos, o que aponta que ela poderá utilizar cafés geneticamente modificados em suas marcas mexicanas", apontaram as entidades.

A Coordenadoria Nacional de Organizações Cafeeiras exigiu das autoridades que rechacem a patente, uma vez que representa uma ameaça ao campo e apresentaram em uma reunião da Amecafé (Associação Mexicana da Cadeia Produtiva do Café) informações abundantes sobre o impulso à produção de café robusta. Os integrantes da CNOC se pronunciaram contra o uso dos recursos do Programa Trópico Úmido para impulsionar a produção de café robusta em regiões localizadas abaixo de 500 metros do nível do mar.

Crise na Grécia afeta real e derruba Bolsas

Crise na Grécia afeta real e derruba Bolsas
O risco de calote grego que afeta grandes bancos europeus e a decepção com
a aparente falta de ação das autoridades europeias provocaram hoje um dia
de tensão que lembrou momentos da crise global de 2008 e espalhou temores
muito além da Europa.
O real sofreu a maior variação em 13 meses e o euro atingiu a pior cotação
em oito anos. O dólar mostrou algumas das variações mais bruscas do dia:
oscilou entre R$ 1,79 e R$ 1,89 no momento de maior estresse. No final do
dia, foi trocado por R$ 1,849, salto de 2,83%, o maior desde março de 2009.
A Bovespa afundou 6,4% em seu pior momento, mas também se recuperou perto
do fechamento: o índice Ibovespa cedeu 2,31%, praticamente anulando os
ganhos acumulados desde o início de fevereiro.
A derrocada foi generalizada: a Bolsa de Nova York deu um longo mergulho
de 9% no meio do dia, assustando investidores em todo o mundo. Encerrou o
dia com perdas mais modestas, de 3,20%.
Mais tarde, agências internacionais relataram que uma possível falha
técnica em uma ordem de mercado pode ter afetado o pregão americano -por
conta dela, a Bolsa eletrônica Nasdaq informou que cancelará as ordens
executadas entre 14h40 e 15h (hora local).
Na Europa e na Ásia, as Bolsas caíram entre 0,9% e 3%.
Há meses, a Grécia se tornou "a bola da vez" de especuladores, ao vir a
público a fragilidade de suas contas públicas. A União Europeia e o FMI
costuraram o maior pacote de ajuda financeira da história recente (de 110
bilhões de euros).
Europa endividada
O que os mercados sinalizaram hoje é que essa ajuda pode não ser
suficiente para salvar a economia europeia de um colapso, cujo estopim
seria a supostamente inevitável moratória grega (a dívida pública do país
é mais de duas vezes o valor do resgate bilionário).
Uma consequencia direta do não pagamento será um forte abalo sobre o
sistema financeiro europeu, que detém 80% das dívidas do país. Bancos
alemães e franceses (que respondem por 50% do montante) perderiam dinheiro
e ficariam com menos capital, uma espiral que poderia redundar em seguros
de crédito mais caros e juros mais altos.
A fragilidade grega pode contagiar os também endividados Espanha, Portugal
e Itália, provocando estrago muito maior: somente a Itália tem uma
economia seis vezes maior que a Grécia; e o que a Espanha deve aos bancos
alemães (US$ 238 bilhões) já equivale a mais do que toda a dívida grega.
"Não há sinais de que pode haver solução no curto prazo", afirma Mário
Paiva, analista da corretora BGC Liquidez.
Muitos analistas culparam o presidente do BCE (Banco Central Europeu),
Jean-Claude Trichet, pelo nervosismo que derrubou as Bolsas.
A autoridade europeia provocou uma onda de frustração ao declarar que o BC
não pretende adquirir títulos de dívida de países da zona do euro, ativos
que recheiam a carteira de muitos bancos e sofrem um processo de
depreciação, num cenário de desconfiança generalizada sobre a capacidade
dos países em saldar seus compromissos financeiros.
Analistas elogiam os fundamentos da economia brasileira, que podem ajudar
o mercado doméstico a sofrer menos numa eventual piora da crise.
"Muitos dizem que a Bovespa está um pouco "descolada da crise mundial,
mas num episódio de estresse como esse, os investidores fogem: vendem
Brasil e correm para os títulos do Tesouro americano", afirma o
superintendente da Banif Corretora, Raffi Dokuzian.

“É hora de vender tudo”, diz Ricardo Amorim

“É hora de vender tudo”, diz Ricardo Amorim

O economista Ricardo Amorim, dono da consultoria Ricam e ex-diretor do banco WestLB em Nova York, acredita que sua previsão de que o Ibovespa chegaria aos 55 000 pontos, feita em fevereiro, está próxima de se concretizar. “Há uma probabilidade colossal de o índice atingir esse patamar no curto prazo e uma chance não desprezível de ele cair ainda mais do que isso”, diz Amorim. Por isso, ele recomenda que os investidores vendam todas as suas ações agora para voltar a investir na bolsa depois dessa forte queda. “Quem esperar demais para sair pode vender na hora errada e perder muito dinheiro”, diz.

É uma recomendação, no mínimo, ousada. Mas vale lembrar que Amorim tem uma visão bastante otimista para o longo prazo – e ele acredita que a melhor forma de ganhar dinheiro com esse cenário é fazendo mudanças no portfólio. “Assumindo que a crise na Europa não sairá totalmente de controle, o mercado deve voltar a subir forte”, diz. Sua projeção feita no ano passado é de que o Ibovespa alcance os 200 000 pontos até 2014.

Segundo Amorim, o que vai definir o tamanho da queda é a extensão da crise europeia. “Os problemas não se restringem à Grécia. Outros países, como Portugal, Espanha, Itália e Irlanda também estão endividados e não há recursos suficientes para salvar todos”, diz ele. Para o economista, se o pânico europeu der início a uma crise financeira global nos moldes da causada pela quebra do banco Lehman Brothers, em setembro de 2008, a bolsa pode retomar as mínimas daquele período, quando o Ibovespa chegou a ficar abaixo dos 30 000 pontos.

'Não se pode descartar uma implosão do euro'

Nouriel Roubini: 'Não se pode descartar uma implosão do euro'


ROMA, Itália — O respeitado economista Nouriel Roubini, conhecido por seu pessimismo, afirmou nesta quinta-feira que não se pode descartar uma implosão do euro, devido ao risco de que a crise grega se alastre por toda a Europa.

Roubini, americano de origem turca, foi um dos poucos especialistas que previu a grave crise financeira de 2007-2008.

"Neste momento, não se pode excluir uma implosão do euro. O efeito de contágio é uma possibilidade real não apenas para os paíse com mais riscos", assegurou, em uma entrevista ao jornal italiano La Repubblica.

Para o professor de economia, os países que correm mais perigo são Portugal, sgudio da Irlanda e da Espanha, e, a uma distância razoável, a Itália.

O especialista advertiu que a Itália "deve evitar ficar parada e de ve prosseguir realizando reformas, já que as dificuldades perduram, do endividamento até a falta de competitividade".

Roubini acredita que é possível evitar o pior, "mas não com um plano de resgate como o presvito para a Grécia porque adotar um programa de austeridade fiscal com um déficit de 10% do PIB é uma missão impossível".

Roubini propõe um plano B, que prevê, entre outras coisas, a reestruturação do endividamento grego a partir de uma ampliação dos intercâmbios com a oferta de novos títulos (obligações) em troca dos existentes.

"Uma proposta que não agrada os credores, mas é preciso convencê-los que, de outra maneira, perderão tudo", concluiu.

Outros especialistas estão preocupados que a crise da dívida grega ameace se estender para outros países que adotaram a moeda única, evidenciando ao mesmo tempo as dificuldades de governança e as disparidades econômicas da zona do euro, que poderão comprometer sua própria sobrevivência.

Os mercados ainda não estão convencidos do êxito do plano de ajuda à Grécia, decidido no final de semana passado pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Duvidando que o país consiga organizar suas finanças públicas, eles temem também que a crise se propague para outros países da zona do euro, principalmente Espanha e Portugal.

Nesta tempestade financeira, aqueles que já começam a questionar a própria sobrevivência da moeda única são cada vez mais numerosos.

O temor foi expressado na terça-feira pelo Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz, conhecido por sua eurofilia: "o futuro do euro talvez seja limitado".

Desde janeiro, os economistas já denunciam a lentidão da resposta europeia à crise grega. O plano de resgate foi adotado apenas depois de trabalhosas negociações, principalmente com uma Alemanha muito hesitante.

Ordens erradas amplificam tombo em NY; Nasdaq cancela transações

Ordens erradas amplificam tombo em NY; Nasdaq cancela transações

Um grande volume de ordens de venda aparentemente erradas, disparadas por
sistemas eletrônicos de negociação (algotrading), amplificaram enormemente o
tamanho do tombo na Bolsa de Nova York, ontem, levando os índices Dow Jones e
S&P 500, durante o pregão, a suas maiores baixas ao longo de um dia desde o
"crash" da bolsa em 1987.
À noite, a Nasdaq informou que cancelaria todas as compras e vendas de ações
feitas a preços que embutissem variação superior a 60% para mais ou para menos
em relação à cotação registrado às 14h40. A decisão de cancelar, disse a
Nasdaq, foi tomada em uma ação coordenada com as demais bolsas americanas.
A decisão foi anunciada depois de uma teleconferência de emergência entre os
dirigentes das principais bolsas dos Estados Unidos e membros da Securities and
Exchange Commission (SEC), o xerife do mercado de capitais americano, para
examinar a série de operações erradas registradas ao longo do dia. Os erros
teriam ocorrido entre as 14h40 e as 15h do horário novaiorquino.
Mais cedo, o porta-voz da Bolsa de Nova York (NYSE), Rich Adamonis, explicou
que "houve várias ordens erradas" durante a queda da bolsa. Em questão de
minutos, o Dow Jones deu um mergulho e voltou: saindo do patamar de baixa de 4%
para uma queda de 9,2% e, depois, 3% negativo novamente.
A queda dos índices foi provocada pela baixa violenta e repentina nos preços de
ações "blue chip" como Procter & Gamble e 3M, que não costumam ter oscilações
bruscas. Na Bolsa de Nova York, cada ação tem o seu próprio "circuit breaker",
ou seja, um limite de variação que suspende a negociação com o papel. Quando
determinada ação atinge esse nível, ela pode ser negociada a qualquer preço em
outras bolsas ou plataformas de negociação.
Quando a ação da P&G caiu abaixo do seu nível de "circuit breaker", uma ordem a
US$ 39,37 foi feita a partir da Nasdaq (o papel antes estava na casa de US$
60). A NYSE divulgou comunicado negando falhas em seus sistemas.
Operações que derrubaram as ações da Accenture Plc em mais de 99%, para um
centavo de dólar, foram canceladas pela CBOE, bolsa de opções de Chicago. As
ações da Accenture se recuperaram e fecharam a US$ 41,09 na NYSE, em queda de
2,6%.
Diversos operadores de mercado disseram que uma grande instituição teria,
acidentalmente, disparado uma programação errada, em que um operador teria
digitado uma ordem de venda de US$ 16 bilhões em vez de US$ 16 milhões em
contratos do tipo e-minis. Os e-minis são contratos futuros atrelados a índices
de ações, negociados na Chicago Mercantile Exchange. A CME informou que estava
averiguando o ocorrido.
O Citi informou que não havia encontrado ontem qualquer evidência de que a
instituição esteja envolvida em ordens erradas, mas que continuava investigando.
O comportamento errático de preços fez com que diversos programas automáticos
(os algorítimos) disparassem ordens de venda.

Pânico nos mercados tira suporte das commodities

07/05 05:00 Pânico nos mercados tira suporte das commodities

Foi uma quinta-feira de pânico no mercado global, e os movimentos financeiros
derivados das preocupações com a economia europeia e com as bolsas americanas
provocaram a valorização do dólar e a retração das commodities em geral, sem
poupar as agrícolas.
Na bolsa de Chicago, referência para as cotações dos grãos no mercado
internacional, a soja foi a mais afetada. Segundo o Valor Data, os contratos
futuros de segunda posição de entrega - normalmente os de maior liquidez -
recuaram 2,45%, e passaram a acumular uma queda de 13,35% este ano.
O tombo da soja elevou a pressão sobre milho e trigo, que completam a trinca
das commodities agrícolas mais negociadas no planeta. No caso do milho, a
segunda posição caiu 0,47% e elevou as perdas em 2009 para 12,49%; no do trigo,
a erosão diária foi de 0,73%, ampliando a anual para 8,18%. Ainda assim, os
patamares de fechamento de quinta foram os mais baixos em "apenas" um mês.
As commodities agrícolas negociadas na bolsa de Nova York (açúcar, café, cacau,
suco de laranja e algodão) não se livraram do contágio. As baixas levaram os
preços aos mais baixos níveis desde meados de abril. A exceção foi o açúcar,
que já estava em queda e atingiu o piso em pouco mais de um ano.
As turbulências na Europa também afetaram as ações das empresas de carnes. No
Brasil, que tem empresas fortes na exportação, a mais afetada foi o Minerva,
cujos papéis recuaram 7,43%. Os da JBS caíram 3% e as ações da Marfrig, 1,36%.
A Brasil Foods perdeu 1,43% no dia. Papéis das americanas Tyson e Smithfield
despencaram. As quedas foram de 5,93% e 4,37%, respectivamente, segundo o Valor
Data.