Na parte final do dia, vendas fortes fazem café despencar na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US voltaram a cair fortemente nesta sexta-feira, em uma sessão em que a expectativa era de continuidade do comportamento corretivo observado ao longo dos dois últimos pregões. No início dos negócios, essa perspectiva até que parecia das mais prováveis, com os preços indo flutuar no nível de 156,00 centavos. No entanto, ao não conseguir nem ao menos testar as máximas de quinta-feira, o que se verificou foi uma acomodação, com algumas perdas modestas sendo reportadas.
Na parte final do dia, entretanto, veio o balde de água fria sobre muitos operadores. Num movimento contrário àquele observado na quarta-feira, uma "onda" forte de vendas foi registrada e, com isso, ocorreu o acionamento de alguns stops, permitindo que baixas consistentes fossem registradas. O nível psicológico de 150,00 centavos chegou a ser rompido, no entanto, nas mínimas algumas recompras ligeiras foram identificadas, principalmente por parte de comerciais, o que permitiu fazer com que o fechamento se desse acima do referencial psicológico.
Tecnicamente, o mercado mantém um viés baixista, mesmo com a tentativa recente de correção que, efetivamente, não foi das mais consistentes, uma vez que um patamar básico, como o de 160,00 centavos por libra, nem sequer foi testado. No longo prazo, a tendência baixista é ainda mais flagrante, com os preços permanecendo já há vários meses abaixo da média móvel de 200 dias, que é considerado um referencial importante sobre tendências mais longas.
No encerramento do dia, o março em Nova Iorque apresentou queda de 580 pontos, com 150,60 centavos, sendo a máxima em 156,20 e a mínima em 149,60 centavos por libra, com o maio tendo desvalorização de 575 pontos, com a libra a 153,50 centavos, sendo a máxima em 158,90 e a mínima em 152,40 centavos por libra. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição janeiro teve queda de 24 dólares, com 1.914 dólares por tonelada, com o março tendo desvalorização de 22 dólares, com 1.920 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, as perdas mais efetivas a segunda parte do dia na bolsa de Nova Iorque foram estimuladas por consideráveis ações de ordem de vendas de especuladores e fundos, redundando em alguns stops. Os analistas destacaram que um dos motivos para esse movimento "debandada" foi o câmbio no Brasil. Após um longo período sendo "segurada" pelas autoridades monetárias do país a cotação do dólar teve forte alta nesta sexta-feira, fechando com valorização de mais de 1,6%. Diante de um dólar mais forte, os vendedores da origem se sentiram estimulados a vender e ter um lucro adicional em real. "Além da questão do câmbio brasileiro, as novas quedas para o café aparecem na esteira dessa falta de apetite dos altistas em buscar níveis básicos. Se pudéssemos testar uma resistência simples, como 160,00 centavos, isso poderia abrir espaço para que outros players se sentissem estimulados a comprar", disse um trader.
"Em Nova Iorque, a queda das principais commodities agrícolas e o ambiente econômico pessimista faz com que semana após semana o resultado do 'sobe e desce' no café seja negativo, com as cotações se acomodando em patamares menores a cada semana. Um complicador deste quadro é a forte valorização do dólar frente ao real nas últimas semanas. Se o fortalecimento do dólar pressiona as cotações na ICE, no mercado físico brasileiro ela ajuda a dar sustentação aos preços em reais. Os negócios vão saindo à medida que o cafeicultor precisa de 'caixa'. O volume de fechamento de negócios aumenta nos dias em que as bolsas de futuro fecham em alta", indicou o Escritório Carvalhaes, em seu comentário semanal.
Os embarques globais de café para todos destinos subiram para 8,88 milhões de sacas em outubro, alta de 17,3%, contra 7,57 milhões de sacas do mesmo mês do ano passado, informou a OIC (Organização Internacional do Café). As exportações de robusta mostraram um forte avanço, com ampliação de 52,7%, para 3,54 milhões de sacas, enquanto as exportações de café arábica subiram 1,6%, para 5,33 milhões de sacas.
As exportações de café do Brasil em novembro, até o dia 29, somaram 2.174.539 sacas, contra 2.210.040 sacas registradas no mesmo período de outubro, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 846 sacas, indo para 2.494.324 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 19.251 lotes, com as opções tendo 6.396 calls e 5.912 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem uma resistência em 156,20-156,25, 156,50, 157,00, 157,15, 157,50, 158,00, 158,50, 159,00, 159,50, 159,90-160,00, 160,50, 161,00, 161,50 e 162,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 149,60-149,50, 149,00, 148,50, 148,00, 147,50, 147,10-147,00, 146,50, 146,00, 145,50, 145,10-145,00, 144,50 e 144,00 centavos por libra.
Londres é pressionada, mas consegue ficar acima dos US$ 1.900
Os contratos futuros de café robusta encerraram esta sexta-feira com perdas, desacelerando relativamente os ganhos observados no decorrer da semana. A posição janeiro chegou a flutuar abaixo do nível psicológico de 1.900 dólares, no entanto, ao final dos negócios, as cotações conseguiram se manter além do referencial, em uma sessão com um volume comercializado dentro da média recente da casa de comercialização britânica.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado pela retomada das ações dos vendedores, que, em parte, seguiram o mau humor dos arábicas em Nova Iorque. Sem conseguir avançar para pouco além do patamar de 1.930 dólares, o que se viu foi o acionamento de algumas ordens de venda mais efetivas, com a mínima da sessão batendo em 1.892 dólares. "Tivemos uma sessão técnica, com os vendedores claramente tentando retomar os níveis de baixa recente. Eles foram apenas parcialmente exitosos nesse intento, já que no patamar próximo a 1.900 dólares continuamos a ter uma zona compradora, inclusive com comerciais, o que permitiu fazer com que as perdas não fossem mais agressivas", disse um trader.
O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de janeiro com uma movimentação de 6,86 mil lotes, com o março tendo 4,48 mil lotes negociados. O spread entre as posições janeiro e março ficou em 6 dólares. No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição janeiro teve queda de 24 dólares, com 1.914 dólares por tonelada, com o março tendo desvalorização de 22 dólares, com 1.920 dólares por tonelada.
Dólar retoma o maior valor desde maio de 2009 após decepção com PIB
SÃO PAULO - O dólar comercial renovou as máximas desde maio de 2009, com o
mercado aproveitando a leitura decepcionante do Produto Interno Bruto (PIB) do
terceiro trimestre e o impasse a respeito do abismo fiscal americano para
acelerar as compras da moeda americana. Diferentemente de uma semana atrás,
quando interveio no câmbio após o dólar se aproximar de R$ 2,12, nesta
sexta-feira o Banco Central se manteve ausente do mercado, e a moeda fechou
acima de R$ 2,13.
A moeda americana subiu 1,62%, a maior alta desde junho, para R$ 2,131, cotação
mais elevada desde a do dia 5 de maio de 2009. Na Bolsa de Mercadorias &
Futuros (BM&F), o contrato de dólar futuro para dezembro, cujo último dia de
negociação foi nesta sexta, subiu 0,40%, a R$ 2,1075. O contrato para janeiro
de 2013, que passa a ser referência, teve alta de 1,72%, apontando R$ 2,1470,
antes do ajuste final.
A alta de hoje foi perigosa para o mercado, disse Tony Volpon,
diretor-executivo e chefe de pesquisas para América Latina da Nomura
Securities. Segundo ele, a moeda subiu bastante e o governo corria o risco de
perder a mão da valorização e prejudicar empresas, que não ficariam sem tempo
para ajustar seus hedges.
"O BC tem que mostrar controle sobre a situação", disse ele, que acredita que o
dólar ainda deve subir mais no curto e médio prazos. Essa alta, porém, deve
ocorrer de forma controlada, aos poucos, disse o executivo. "Esses ajustes
abruptos acabam gerando mais incerteza e menos crescimento."
Ao se manter fora do mercado, o BC decidiu não antecipar o vencimento dos US$
1,52 bilhão em contratos de swap cambial reverso para dezembro que tem em
carteira. Assim, na segunda-feira, as contrapartes desses papéis (que têm o
efeito de uma compra de dólar futuro), terão de cobrir suas posições arcando
com a variação cambial desde o lançamento. Nos últimos dias, o mercado tentou
forçar o BC a realizar operação semelhante à da última sexta-feira, quando
promoveu leilão de contratos de swap tradicional para dezembro, na prática
antecipando o vencimento de cerca de metade dos swaps reversos que detinha, e
reduzindo a alta da moeda no dia.
Para a semana que vem, a expectativa entre muitos operadores é que o dólar
continue se valorizando, caindo apenas no caso de novas intervenções do BC,
atuando na ponta de venda da moeda.
"Está fácil puxar [o dólar] para cima, todo mundo está puxando. Só o BC
entrando para segurar isso", disse André Ferreira, diretor da Futura Corretora.
"Na semana que vem, a situação vai ser pior, pois o abismo fiscal americano vai
ficar mais perto ainda. O dólar vai ser só para cima, pois está fácil ganhar
dinheiro apostando na alta."
O economista de um banco estrangeiro disse em nota que, após muitos
investidores terem de cobrir suas apostas em uma Ptax mais baixa hoje na
tradicional briga entre comprados e vendidos em derivativos cambiais - cujos
contratos para dezembro vencem na segunda-feira - "a ideia de um dólar a R$
2,40 no ano que vem começa a soar muito mais interessante".
No exterior, o Dollar Index, que acompanha o desempenho do dólar ante uma cesta
de seis moedas, caía 0,09%, a 80,14 pontos, enquanto o euro, principal
componente dessa cesta, subia 0,17%, a US$ 1,300, maior cotação desde meados de
outubro, às 18h35.
Dólar vai a R$ 2,13 e lidera ranking de aplicações no mês
São Paulo, SP - O dólar subiu quase 5%, foi a R$ 2,131 e liderou o
ranking das aplicações financeiras em novembro com a pressão de setores do
governo para desvalorizar o real e renovar o fôlego da indústria nacional.
No ano, a moeda americana já acumula alta de 14,02%, só perdendo para o ouro
que mantém valorização de 23,16%. No mês, o metal subiu 3,82%.
Também pesou no avanço da moeda americana e no mau desempenho da Bolsa, que
subiu só 0,71%, a instabilidade nos mercados internacionais gerada com a
disputa apertada na eleição americana e depois com a dificuldade de o
presidente Barack Obama conseguir maioria no Congresso dos EUA.
No ano, a Bolsa sobe 1,27%.
"Foi um mês de definições, mas nenhuma delas resolveu o que mais angustia hoje
o mercado que é o abismo fiscal nos EUA. Não vejo as coisas muito diferentes em
dezembro", disse Newton Rosa, economista da SulAmérica Investimentos.
"No Brasil, o baixo crescimento em comparação com seus pares, apesar das
medidas do governo, vem deixando o mercado pessimista", disse Fabio Colombo,
administrador de investimentos.
Na renda fixa, a nova poupança rendeu 0,41% líquido, enquanto os fundos DI
deram 0,52% bruto --0,40% a 0,44% dependendo da alíquota do Imposto de Renda.
Já os fundos de renda fixa renderam 0,59% bruto --0,46% a 0,50% líquido após o
desconto do IR.
A boa notícia é que o IGP-M teve deflação de 0,03%.
PERSPECTIVA CÂMBIO E JUROS: DIs encerram em queda, influenciados por PIB
São Paulo, 30 de novembro de 2012 - As negociações dos contratos de
Depósito Interfinanceiro (DI) no pregão desta sexta-feira na BM&FBovespa
seguiram em queda influenciados pelo resultado aquém do esperado pelo mercado
para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que subiu 0,9% no terceiro
trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2011, e de 0,6% ante o
segundo trimestre. O contrato que expira em julho de 2013 registrou o maior
volume financeiro, de R$ 86,572 bilhões, cedendo de 7,11% para 7,06%.
"A tendência é de que as taxas dos contratos continuem seguindo a
trajetória de queda, pois a inflação ainda está na faixa dos 5,4%, acima do
centro da meta do governo, não é positiva para a taxa de juros", sinaliza
Denílson Alencastro, economista-chefe da Geral Asset Management. Para
especialistas de mercado, o crescimento do PIB brasileiro em 2012 deverá ficar
abaixo de 1%, pois os investimentos privados não avançaram.
Na opinião de Emerson Marçal, coordenador do Centro de Macroeconomia
Aplicada da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), o governo
precisa retomar uma agenda de mudanças em longo prazo para tentar alavancar um
crescimento mais forte, tais como elevar o investimento público, fazer
parcerias com o setor privado, aumentar os aportes em infraestrutura e
racionalizar o sistema tributário.
Diante das pressões inflacionárias para o próximo ano, André Perfeito,
economista-chefe da Gradual Investimentos, crê que o Banco Central (BC) não
cortará agora os juros. "Em primeiro lugar, os dados fiscais do governo estão
sofríveis, depois há a perspectiva de aumento no preço dos combustíveis, e,
por fim, o câmbio pode se desvalorizar nos próximos dias", afirma.
Em relação aos demais contratos, o para janeiro 2014 passou de 7,32% para
7,21%, com volume de R$ 84,368 bilhões. As taxas dos DIs que expiram em abril
de 2013 caíram de 7,11% para 7,09% neste pregão, movimentando R$ 53,448
bilhões e os para janeiro de 2015, que registraram volume de R$ 32,283
bilhões, cederam de 7,93% para 7,83%.
Dentre os contratos de longo prazo, o com vencimento em janeiro de 2017,
recuaram de 8,75% para 8,71%, com giro financeiro de R$ 18,995 bilhões. Os DIs
que expiram em janeiro de 2016 caíram 8,44% para 8,39%, a R$ 11,836 bilhões.
Segundo o economista-chefe da Geral, na segunda-feira o índice
norte-americano ISM, mede a atividade do segmento industrial do país referente
a novembro, poderá interferir nos contratos, pois indicará a evolução do
setor de manufatura dos Estados Unidos.
Câmbio
O dólar comercial encerrou as negociações de hoje com alta de 1,62%,
cotado a R$ 2,1290 na compra e a R$ 2,1310 na venda, maior cotação desde 5 de
maio de 2009, que foi de R$ 2,1480. O especialista da Gradual pontua que o
governo está manifestando a intenção de deixar o dólar em patamar um pouco
mais elevado para ajudar nas exportações da indústria brasileira, e assim,
recuperar crescimento do PIB.
Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de
R$ 2,0960 e a máxima de R$ 2,1340. Nesta semana, a cotação da moeda terminou
com alta de 2,35%, e no mês de novembro, subiu 5%. No mercado futuro, o
contrato de dólar com vencimento para dezembro deste ano tinha ganho de 0,40% a
R$ 2.107,500, e o que expira em janeiro de 2013 avançava 1,72%, a R$
2.146,500.
Bolsa cai 0,65% com PIB abaixo das expectativas; rumo do mercado é incerto
São Paulo, SP - O principal índice brasileiro de ações recuou nesta
sexta-feira (30), pressionado pelo fraco desempenho da economia brasileira no
terceiro trimestre, mas acumulou alta em novembro mesmo com preocupações sobre
os riscos fiscais nos Estados Unidos.
O movimento ofuscou o forte avanço das ações de Eletrobras e Cteep, após o
governo federal ter elevado o valor das indenizações de transmissoras de
energia elétrica no processo de renovação antecipada de concessões do setor. A
preferencial da Eletrobras saltou 23,56%, a R$ 9,65, e a ordinária subiu
16,79%, a R$ 7,65. Cteep avançou 4,48%, a R$ 31,25.
O Ibovespa perdeu 0,65% na sessão, a 57.474 pontos. O giro financeiro do pregão
foi de R$ 14,3 bilhões, quase o dobro da média diária de R$ 7,2 bilhões de
reais em 2012.
Com isso, o índice acumulou alta de 0,71% em novembro e marcou alta de 1,27% no
ano.
PIB
O PIB (Produto Interno Bruto) cresceu apenas 0,6% no terceiro trimestre deste
ano quando comparada com o segundo trimestre, segundo divulgado pelo IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na manhã desta
sexta-feira(30). O resultado ficou muito abaixo do esperado, com a pior
retração dos investimentos em mais de três anos.
"Olhar para frente com esses dados do PIB complica um pouco o cenário. Vemos
que será difícil o Brasil chegar a um crescimento de 4% no ano que vem", disse
o sócio da Órama Investimentos Álvaro Bandeira.
Isso abriu espaço para uma realização de lucros na bolsa paulista nesta sessão,
segundo operadores, após o forte avanço da véspera.
AÇÕES
A ação da CSN teve a maior queda do dia, de 5,15%, seguida por Gerdau
Metalúrgica, com perda de 4,87%.
Entre as blue chips, a preferencial da Vale teve leve alta de 0,27% e a da
Petrobras perdeu 2,56%. A ação ordinária da OGX teve queda de 3,12%.
CENÁRIO INCERTO
Embora acreditem que há espaço para a bolsa brasileira avançar até o fim do
ano, profissionais de mercado avaliam que qualquer movimento de recuperação
mais consistente da BM&F Bovespa dependerá, essencialmente, do cenário externo.
A falta de avanço nas negociações para evitar um abismo fiscal nos EUA tem sido
fonte constante de preocupação para investidores nas últimas semanas.
"O que vai definir o rumo da Bovespa em dezembro é o ajuste fiscal
norte-americano. Se sair o acordo para evitar o abismo fiscal, a tendência para
o mercado é melhorar", disse o operador Luiz Roberto Monteiro, da Renascença
Corretora. "Mas a questão ainda é incerta, então podemos esperar mais
volatilidade na Bovespa até o fim do ano", acrescentou.
A crise europeia também deve seguir no radar, mas em segundo plano, com as
atenções voltando a se concentrar em Espanha, após ter sido aprovada a redução
da dívida da Grécia e a liberação de nova parcela de resgate ao país.
Fatores domésticos também devem continuar a repercutir na Bovespa. "O risco
regulatório é o fator que mais preocupa", disse Bandeira, da Órama
Investimentos, citando intervenção do governo brasileiro em setores como
elétrico e bancário, além da atuação no câmbio.
Mesmo que o Ibovespa consiga engrenar algum rali de fim de ano, ainda assim não
será suficiente para "salvar" o ano --após uma forte recuperação em 2009, o
Ibovespa tem patinado nos últimos três anos.
"O cenário global nesses últimos anos não tem sido muito bom e, embora tenha
muito otimismo para 2013, existe grande chance de que também seja um ano
complicado", afirmou o gestor Marc Sauerman, da JMalucelli Investimentos.
PERSPECTIVA: Ibovespa deve seguir em queda na segunda-feira
São Paulo, 30 de novembro de 2012 - O Ibovespa, principal índice da
BM&FBovespa, deve seguir em queda na segunda-feira, pressionado, principalmente,
pelas questões do "abismo fiscal" dos Estados Unidos. Além disso, a bolsa
brasileira deve passar por ajustes de início de mês. Segundo José Costa,
diretor da Máxima Corretora, a expectativa em relação às elétricas, por
causa da renovação de concessões, também pode mexer um pouco com o mercado.
"A agenda de segunda-feira estará cheia nos Estados Unidos. O Ibovespa
deve seguir um pouco o mercado norte-americano, já que isso não tem ocorrido
nos últimos pregões, quando indicadores internos prevaleceram sobre os
externos", afirmou Rafael Castro, operador da Hencorp Commcor.
Entre os indicadores mais importantes dos EUA para segunda-feira, o
Instituto de Gerência e Oferta informará o resultado do índice ISM que mede a
atividade do segmento industrial do país em novembro. Em outubro, houve alta
para 51,7 pontos em relação a setembro. Não há expectativas. Já o Markit
Economics divulgará os dados preliminares do índice dos gerentes de compras
(PMI, na sigla em inglês) do setor industrial de novembro. Em outubro, houve
queda para 51 pontos. Na leitura preliminar, foi apontada alta para 52,4 pontos.
"Segunda-feira é início de mês e sempre ocorrem ajustes, pois no último
dia de cada mês os fundos de investimentos influenciam, artificialmente, o
preço das ações. Isso acontece quando o fundo precisa buscar rentabilidade
para encerrar o período, mas depois desfaz da operação no início do mês",
explicou Castor.
O especialista da Hencorp Commcor disse ainda que as notícias em relação
ao "abismo fiscal" também devem influenciar o Ibovespa e que a situação da
Europa é um pouco mais tranquila e, se nada for divulgado no final de semana, a
pressão da economia europeia será menor. "A Europa passa por um momento de
menor pressão", afirmou Castro.
Em relação ao setor de energia elétrica, hoje o diretor-geral da Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Nelson Hubner, afirmou que o impacto da
decisão da Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc) de não renovar as
concessões é zero para a expectativa de redução média de 20% nas tarifas de
energia. Hubner passou a informação na entrada do evento de comemoração dos
15 anos da Aneel. Hoje a assembleia de acionistas da Celesc decidiu não
aprovar a renovação dos contratos de concessão de oito pequenas centrais
hidrelétricas (PCHs), assim como a Copel, que optou por renovar apenas as
concessões de transmissão; nesse último caso, também não haverá impacto.
Após ajustes, o Ibovespa fechou o pregão de hoje em queda de 0,65%, aos
57.474 pontos. O volume negociado na bolsa foi de R$ 14,265 bilhões. Na semana,
o Ibovespa acumula queda de 0,17%. No mês, no entanto, há uma alta acumulada
de 0,71%.
PERSPECTIVA SEMANAL: Negociação sobre abismo fiscal deve dominar mercado
São Paulo, 30 de novembro de 2012 - Os desdobramentos da negociação entre
o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o congresso norte-americano
para evitar o abismo fiscal - conjunto de aumentos de impostos e cortes nos
gastos previsto em lei e que entrará em vigor no início do ano que vem - deve
dominar a atenção dos investidores ao longo da próxima semana. Nesta semana,
o Ibovespa acumulou queda de 0,17%. No mês, no entanto, houve alta acumulada de
0,71%.
Com a continuidade o processo, a tendência é que os mercados continuem
registrando instabilidade, de acordo com Leandro Silvestrini, assessor de
investimentos da Intrader. "É uma questão que pode afetar a economia mundial
e precisa ser revolvida. Aparentemente, a Casa Branca vem barganhando com os
congressistas. Caso isso se estende ao longo de dezembro ou fique para o ano que
vem pode gerar pessimismo ao mercado", diz.
Diante deste cenário, qualquer rumor positivo ou negativo sobre a questão
pode influenciar o humor do mercado, afirma Guido Chagas, sócio da Humaitá
Investimentos. "Tudo indica que deve haver algum acordo, não imagino grande
negociação se estendendo. No entanto, enquanto, essa é a principal questão
no radar do mercado".
Silvestrini afirma que, observando a oscilação das bolsas ao longo do
intraday nesta semana, não há como apontar uma tendência para o Ibovespa na
próxima. "No pregão de hoje, em meia hora, vimos o Ibovespa oscilar muito
forte, passando da máxima para a mínima do dia. Não tem como prever se, na
semana que vem, ele vai subir ou descer".
Ainda nos Estados Unidos, a divulgação do relatório de emprego relativo a
novembro, na quarta-feira, e do número semanal de pedidos de seguro-desemprego
servirão como indicadores da economia do país, afirma o assessor da Intrader.
Chagas ressalta que a Europa também deve influenciar as bolsas. "Na
segunda-feira, a Grécia divulgará os detalhes do programa de recompra de
títulos da dívida soberana. O acordo aprovado nesta semana depende de que esse
programa de recompra seja bem sucedido", observa.
A reunião de ministros de Finanças da eurozona, também na segunda-feira,
pode trazer ainda novidades sobre flexibilização das regras para ajuda à
Espanha, Portugal e Irlanda, segundo o sócio da Humaitá.
O mercado também vai repercutir a leitura final do índice dos gerentes de
compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade industrial na China,
relativa a novembro, prevista para este domingo. "Se o número vier positivo,
mostrará que a China está um patamar de recuperação, mas se cair abaixo de
50 pode preocupar", afirma Chagas.
Para sexta-feira, a expectativa é pela leitura final do PMI sobre a
atividade industrial de novembro na Alemanha, de acordo com Silvestrini.
No mercado interno, os números do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro,
divulgados hoje, podem ter reflexos negativos, aponta Chagas. "Mesmo que,
hipoteticamente, as grandes questões internacionais fossem resolvidas, o PIB
brasileiro mais baixo poderia conter uma alta no mercado brasileiro, deixando os
investidores estrangeiros mais comedidos".
O PIB brasileiro subiu 0,6% no terceiro trimestre deste ano em relação ao
segundo trimestre do ano, alcançando, em valores correntes, R$ 1,098 trilhão.
Na comparação com o terceiro trimestre de 2011, o PIB registrou avanço de
0,9%.
Exportação global de café sobe 17,3% em outubro, diz OIC
As exportações globais de café subiram para 8,88 milhões de sacas de 60 kg em outubro, alta de 17,3 por cento ante as 7,57 milhões no mesmo mês do ano passado, disse a Organização Internacional do Café (OIC) nesta sexta-feira. As exportações de robusta mostraram um forte avanço, aumentando 52,7 por cento, para 3,54 milhões de sacas, enquanto as exportações de café arábica subiram apenas 1,6 por cento, para 5,33 milhões de sacas. Outubro é o primeiro mês do ano-safra do café para a OIC.
Cepea: Mesmo com produção recorde, exportação de café robusta recua
A exemplo das exportações brasileiras de arábica, as de robusta também estão menores que as da safra passada. Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), de janeiro a outubro, foram exportadas pouco mais de 1 milhão de sacas de 60 kg de robusta, 59% a menos que o embarcado no mesmo período do ano passado. Esse forte declínio ocorre mesmo com a produção nacional da variedade sendo recorde em 2012/13 (colheita encerrada em agosto). Apesar do menor ritmo em relação a 2011, quando comparado a anos anteriores, o volume exportado pode ser considerado dentro da normalidade. Um dos principais motivos foi a manutenção dos valores médios FOB do robusta nacional em 2012 frente à temporada passada enquanto os preços internacionais da variedade recuaram 7%, segundo a Organização Internacional do Café (ICO), reduzindo a competitividade do produto nacional. Outro motivo que explica o recuo das exportações, segundo pesquisadores do Cepea, é o aumento da demanda das torrefadoras nacionais pelo robusta.
Salário mínimo de SP deve subir para R$ 755 em 2013
São Paulo, SP - O governador Geraldo Alckmin anunciou nesta
sexta-feira (30) um reajuste de 9% no salário mínimo regional do Estado de São
Paulo.
Com o aumento, a primeira categoria do piso regional --referente aos salários
dos trabalhadores domésticos, motoboys e serviços de limpeza, por exemplo--
passará dos R$ 690 atuais para R$ 755.
O segundo piso, válido para operadores de telemarketing, pedreiros e
cabeleireiros, entre outros, vai de R$ 700 para R$ 765. O terceiro piso,
correspondente a carreiras de serviço de higiene e saúde, subirá de R$ 710 para
R$ 775.
Alckmin disse que encaminhou o aumento hoje para votação, em caráter de
urgência, para a Assembleia Legislativa de São Paulo.
O aumento deve entrar em vigor em fevereiro de 2013, após a aprovação dos
deputados.
A medida beneficia os trabalhadores da iniciativa privada que não possuem piso
salarial definido por lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho. As
três faixas salariais são estabelecidas de acordo com grupos de ocupação de
trabalhadores.