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terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

MERCADO INTERNO BOLSAS N.Y. E B.M.F.

Infocafé de 01/02/10.


MERCADO INTERNO BOLSAS N.Y. E B.M.F.
Sul de Minas R$ 275,00 R$ 265,00 Contrato N.Y. Fechamento Variação
Mogiano R$ 275,00 R$ 265,00 Março/2010 132,55 +0,85
Alta Paulista/Paranaense R$ 270,00 R$ 260,00 Maio/2010 134,45 +0,85
Cerrado R$ 278,00 R$ 268,00 Setembro/2010 137,40 +0,75
Bahiano R$ 270,00 R$ 260,00
* Cafés de aspecto bom, com catação de 10% a 20%. Contrato BMF Fechamento Variação
Cons Inter.600def. Duro R$ 228,00 R$ 224,00 Março/2010 162,00 +1,10
Cons Inter. 8cob. Duro R$ 237,00 R$ 234,00 Setembro/2010 158,55 +1,30
Dólar Comercial: R$ 1,8590 Dezembro/2010 161,15 +1,45

As operações em N.Y. nesta segunda-feira finalizaram o dia com leve alta, a posição março variou entre a mínima de - 0,50 pontos e máxima de + 1,50 fechando com + 0,85 pts. A desvalorização do dólar e ganhos na maioria dos mercados de commodities deram sustentação para as cotações. No interno o recuo na cotação do dólar aliado a retração vendedora limitaram as negociações.


Os fundos e pequenos especuladores reduziram seu saldo líquido de compra em futuros de café da bolsa de Nova York (ICE Futures US), na semana encerrada no último dia 26. De acordo com o relatório semanal da Comissão de Comércio de Commodities e Futuros (CFTC), a posição dos fundos caiu de 31.926 para 27.877 lotes, enquanto a dos pequenos especuladores caiu de 3.384 para 3.291 lotes. Juntos, fundos e especuladores passaram a deter um saldo de compra de 31.168 lotes, ante 35.310 na semana anterior.

O dólar iniciou o mês de fevereiro devolvendo parte dos ganhos acumulados em janeiro, quando subiu em 17 dos 20 pregões, amparado hoje pelo acirramento da aversão ao risco. Neste primeiro dia do mês, entretanto, a moeda caiu ante o real diante de um cenário mais animador nos mercados internacionais. O dólar comercial fechou em baixa de 1,38% a cotado à R$ 1,8590. O índice dos gerentes de compra (PMI) sobre a atividade industrial norte-americana em dezembro acima do previsto impulsionou a alta das bolsas em Nova York, assim como o dado de dezembro sobre a renda pessoal dos norte-americanos. Sinais dados por autoridades brasileiras no encontro do Fórum Econômico Mundial em Davos (Suíça), na semana passada, passaram a impressão aos operadores de que o governo não tomará medidas para o câmbio e pode até deixar a moeda americana se valorizar mais. Além disso, o Banco Central determinou a obrigatoriedade de registro das operações de proteção (hedge) realizadas no mercado interno e no mercado externo, respectivamente, com instituições financeiras e bolsas, em uma tentativa de coibir especulações e exposições inadequadas ao risco. Ainda não se sabe, entretanto, se haverá mudança efetiva nas práticas de compra de moeda no mercado à vista para reforçar as reservas internacionais brasileiras. Hoje, a autoridade monetária adquiriu moeda no mercado à vista em leilão encerrado às 15h02, fixando a taxa de corte das propostas em R$ 1,86520.

O governo japonês suspendeu a obrigatoriedade de análise para detectar a possível presença de resíduo do agrotóxico diclorvos no café que importa do Brasil, informou a assessoria do Ministério da Agricultura. A decisão é resultado de pesquisa, realizada durante seis anos, por laboratório credenciado pelo ministério, em todas as remessas do produto com destino àquele país. No período, as 6.188 amostras analisadas, uma de cada contêiner embarcado, estavam dentro do padrão exigido. Por não apresentar nenhuma inconformidade, o governo brasileiro solicitou a suspensão da exigência, o que foi aceito pelas autoridades japonesas. Atualmente, todos os lotes exportados para o Japão são identificados, o que permite verificar a origem e a movimentação do produto, de acordo com o processo de rastrea bilidade.

O ministério calcula que a suspensão do exame residual do café brasileiro pode representar economia para o setor de US$ 1 milhão por ano. De acordo com o diretor do Departamento de Fiscalização de Insumos Agrícolas, Girabis Evangelista Ramos, do Ministério da Agricultura, o resultado positivo do trabalho demonstra a eficiência do serviço sanitário brasileiro e é uma resposta às crescentes exigências do mercado internacional, especialmente o japonês. O Japão é o terceiro maior importador mundial de café e foi, em 2009, o quarto maior comprador do produto brasileiro. No ano passado, comprou cerca de 2 milhões de sacas de 60 kg do café nacional, totalizando US$ 343 milhões. Desse montante, 1,8 milhão de sacas foram de café verde, 90% do volume exportado. Em todo o período de obrigatoriedade das anál ises, o Brasil exportou 12,5 milhões de sacas de café verde para o Japão. As informações são do portal do Ministério da Agricultura.






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Infocafé é um informativo diário, da Mellão Martini

3D da cafeicultura na visão de Sérgio Parreiras

3D da cafeicultura na visão de Sérgio Parreiras


Sérgio Parreiras, Engenheiro Agrônomo, Pesquisador Científico do Instituto Agronômico - IAC, Mestre e Doutorando pela Universidade Federal do Lavras - UFLA. Mediador da Comunidade Manejo da Lavoura Cafeeira do Peabirus, colocou a comunicação, o alinhamento e a transição organizacional como os 3 desafios para cafeicultura em 2010. Confira!

Desafio 01: Dar voz aos atores sociais

A Internet e seus ferramentais vêm possibilitando a comunicação, desobstruindo seus canais e criando ambiente de interação e de compartilhamento. Caminhamos hoje para a construção comunitária do pensamento, onde se somam o conhecimento acadêmico à sabedoria popular. Se no passado recente éramos o quanto de informações fossemos capazes de deter e utilizar ao nosso favor, hoje somos o aquilo que compartilhamos.

A mídia em massa oferece o conteúdo em sentido unilateral, a inteligência coletiva cria e debate esse novo conteúdo. Hoje, a edição e publicação de uma informação é papel de todos e pode ser enriquecida por meio de comentários, ou personalização. Destaque deve ser dado aos Blog's, Twitter, Facebook, Peabirus...

O desafio é incentivar o acesso à informação democratizada e sua constante atualização, gerando capital intelectual. Para isso, a interconexão generalizada entre as pessoas deve ser estimulada e incorporada pelo sistema agroindustrial do café.

Desafio 02: Aproximar academia e setor produtivo

Nos estudos de prospecção de demandas e nos "bate-papos" pelas andanças cafeeiras, torna-se notório algo inusitado: a maioria das tecnologias, técnicas ou serviços demandados pelo setor produtivo já foram pesquisados e estes conhecimentos não chegam ao produtor.

Culpa da extensão? Não. O que vale no meio científico é onde será publicado o novo artigo, e qual o fator de impacto dessa revista. Falta incentivo, além do ideológico, para que a academia esteja alinhada com a extensão, estabelecendo uma comunicação dialógica, permitindo que o conhecimento gerado chegue ao setor produtivo.

Culpa do pesquisador? Não. O sistema valoriza quem tem um belo "Currículo Lattes" e não quem faz ciência efetivamente aplicada. E na aprovação do próximo projeto ou na análise daquele sonhado concurso, o que vale são as publicações e os títulos.

Neste desafio, a sociedade necessita rever seus conceitos no que tange à pesquisa agropecuária e seus objetivos.

Desafio 03: Ampliar o desempenho organizacional da cafeicultura, sobretudo a de base familiar.

A cafeicultura experimenta um tempo em que somente a gestão impecável aliada à economia de escala com responsabilidade sócio-ambiental parece ser a solução.

Essa responsabilidade deixa de ser um diferencial, e se torna condição básica daqueles que pretendem permanecer com sucesso no negócio, uma vez que a legislação passa a ser fiscalizada a campo. A gestão refere-se à melhoria de desempenho da unidade produtiva por meio de processos e procedimentos, com aplicação de ferramentas e tecnologias de informação e comunicação. Não é mais tolerado o desperdício de bens e serviço, o amadorismo, o descuido comercial.

A busca de soluções compartilhadas a problemas comuns tende a ser mais eficiente, uma vez que o grupo pode gerar conteúdos melhores do que os individuais. Nesse ponto a obtenção de escala de produção e de comercialização remete ao associativismo, ao cooperativismo.

Desta forma o desafio 3 seria a transformação organizacional da unidade e do próprio setor produtivo. Buscam-se a solução desse problema de forma integrada com os desafios 1 e 2, ampliando a comunicação entre os pares, os setores, as entidades e organizações. Um cafeicultor melhor informado e inserido em uma comunidade, seja presencial ou digital, tende a melhorar o desempenho organizacional. O setor acadêmico e de extensão efetivamente conectados a esses produtores, pode gerar "capital social".