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domingo, 6 de fevereiro de 2011

Os Números e a Cafeicultura.

Os Números e a Cafeicultura.

A matemática ciência exata onde os resultados são feitos em cima de cálculos com resultados previstos.
A cafeicultura tem sua própria ciência em cálculos onde os resultados nos deixa profundamente entediado e revoltado com tamanho descaso, por um setor que movimenta oito milhões de trabalhadores diretos e/ou indiretos em nosso país a fora.
Em um artigo esta semana um grande e conceituado comentarista de nosso agronegócio Rodrigo Costa diretor do setor café da New Hedge em Nova Iorque levanta novamente a questão dos números de safra brasileira, que vem ha mais de uma década digervindo entre os participantes deste mercado, enquanto se nos basearmos pelos números da entidade governamental a Conab que seria a responsável para manter a estatística do setor, estaríamos com um déficit entre produção e consumo, sem entrar na exatidão dos números apesar de não ser difícil de levantá-los, este déficit estaria na casa de 50 milhões de sacas de café nos últimos 10 anos de apuração do órgão, bom não precisa dizer que algo esta manipulado.
A grande safra brasileira ano safra 2.010/2.011 não seria diferente entre a Conab e o mercado estaria hoje esta divergência um hiato de pelo menos oito milhões de sacas.
Como a matemática é uma ciência exata nos trará resposta inexata quanto aplicamos números que divergem na execução das formulas.
Bom já sabendo que algo esta muito errado basta saber onde esta o erro, na produção, no comércio, na indústria ou na exportação, mas o que realmente interessa é quem estaria sendo beneficiado com esta manipulação.
O produtor a base desta cadeia vem há anos renovando sua divida e prorrogando o pagamento por fechar ano após ano no vermelho, portanto não seria ele o beneficiado o que resta a indústria e o comércio como vilão desta vergonha nacional.
O mercado responde de imediato quanto se encontra uma oportunidade de ganho, e alguns fundos com esta informação entraram na bolsa em meados do ano passado em plena safra “recorde” brasileira e enquanto casas comerciais vendiam para poder recomprar mais barato, sabendo da falência e da falta de informação dos produtores brasileiros, estes fundos compravam.
Se vendo dentro de uma verdadeira ratoeira estas empresas vêm pagando margens para estes fundos e rolando o prejuízo para vencimentos futuros esperando que se colha uma verdadeira safra “recorde” ou a quebra de um novo Leman Brother, o que fez desencadear a maior crise financeira do mundo em 2.008, onde estes fundos que já estavam comprados naquela época, na necessidade de fazer dinheiro pelo tamanho dos saques que estavam tendo venderam suas posições de comprado e salvaram estas empresas da ratoeira anterior.
No Brasil esta semana a Bmf bolsa de mercadoria e futuros mostrou que algo estaria errado com os números da vergonha, esta bolsa que trabalha com café natural diferente da bolsa norte americano que trabalha com café despolpado, ficou com diferencial positivo o que normalmente seria negativo, ou seja, pagou se ágio pelo café natural, ante a bolsa americana, e sabendo que são mercadorias diferentes e com preparos diferentes e valores comerciais diferentes mostra que tem algo estranho no ar.
Os fundos novamente aumentaram suas posições de comprado em Nova Iorque no rompimento da casa de 2,50 dólares por libra peso o que nos leva a crer que o mercado estaria longe de uma realização e deixando a cabeça dos vendidos um tanto mais dolorida.
O preço do nosso café que estamos hoje vivendo, realmente em momentos normais seria momentos bearish, e que os vendedores estariam rindo de orelha a orelha com seus lucros.
Mas já venho dizendo que são novos tempos, com consumo em alta, com estoques baixos, o que terá que ser estudado pelos economistas como o milagre “classe media”, o que é visto ao redor do mundo por todas as economias emergentes uma verdadeira avalanche de consumo, o que era privilegio dos países ricos e das comunidades ricas.
Com a safra brasileira entrando em ciclo de produtividade baixa, pois estaremos agora entrando nos próximos três anos com dois anos de ciclos baixos para um de alta, levará a crise de estoque por menos mais três anos.
Vejo ainda a tendência de alta por mais tempo o que trará em médio prazo o rompimento do topo histórico fato que também aconteceu há duas semanas com algodão outra commodity que esta em tendência de alta, estoque baixo e alto consumo.
A tendência de alta do café poderá ser duradoura ou simplesmente mais uma armadilha para que o produtor plante café desenfreado mente, mas isto é um tema para outro artigo.
O governo brasileiro tem que entender a oportunidade em que o mercado esta dando para levantar dados mais precisos de safra de estoque para que o produtor fique mais bem informado, e não entre de novo em período de perder seu patrimônio, o produtor deve cobrar do governo, das cooperativas, dos exportadores, mais clareza para poder administrar sua produção e patrimônio.
Acredito para esta semana em rali de recompra com o vencimento dos contratos de café na bolsa de Nova Iorque e que tenhamos mais uma semana de alta e firmeza no mercado, onde o próximo alvo da bolsa americana de café fica em 268,30, alvo geométrico de rompimento de consolidação. O que levara também a mais um rali na BMF.
Os produtores devem esperar por mais esta semana para fazer preços e para vender parte de sua safra vindoura.
Uma boa semana a todos e que Deus nos abençoe
Wagner Pimentel
WWW.cafezinhocomamigos.blogspot.com