Páginas

domingo, 29 de setembro de 2013

Café volta a cair na ICE e faz nova mínima
  
  Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta sexta-feira com novas perdas, com a primeira posição voltando a trabalhar nos  menores patamares em mais de 49 meses. Ao longo da semana, que se mostrava até favorável para uma correção, nos dois primeiros pregões, o que se observou foi uma reversão do quadro e um fechamento com perda de 95 pontos. O mercado se mostra técnico e com dados externos indicando temor em relação às dívidas dos Estados Unidos, vários players se mostraram mais estimulados a sair do risco de uma operação como a do café e apostar em portos mais seguros, como é o caso do ouro.

Adicionalmente, as recentes chuvas no cinturão cafeeiro do Brasil estimularam uma das mais belas floradas dos últimos anos e também abriram espaço para a perspectiva de que a safra de 2014 do maior produtor mundial será das mais altas da história, com alguns players até especulando em volumes recordes. Diante disso, a leitura nos terminais continua a ser baixista, independentemente de o mercado se encontrar francamente sobrevendido. Questões pontuais, como a quebra dos centro-americanos e o leilão de opções no Brasil, deveriam ser contrapontos para os preços ao menos se equilibrarem, mas diante de um quadro tão baixista, esses temas estão passando ao largo das vendas efetivas de muitos operadores.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve queda de 195 pontos, com 113,70 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 115,90 centavos e a mínima de 113,50 centavos, com o março registrando desvalorização de 195 pontos, com 116,85 centavos por libra, com a máxima em 119,00 centavos e a mínima em 116,65 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve desvalorização de 52 dólares, com 1.611 dólares por tonelada, com o janeiro tendo perda de 51 dólares, para o nível de 1.620 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por vendas especulativas, diante de um cenário marcado pelo viés baixista. O segmento externo também influenciou a retração cafeeira. O calote da dívida federal nos Estados Unidos preocupa muitos players. O secretário do Tesouro do país, Jack Lew, fez apelo por ação rápida no profundamente dividido Congresso para elevar o limite de endividamento público de 16,7 trilhões de dólares, projetando 17 de outubro como a data quando a capacidade de financiamento será exaurida, deixando apenas 30 bilhões de dólares em caixa. Ao longo desta sexta, as bolsas dos Estados Unidos recuaram, assim como várias commodities. O dólar teve perda em relação a várias moedas internacionais, no entanto, teve alta no confronto com o real brasileiro.

"Tradicionalmente, o mercado cafeeiro tem um referencial no início da safra dos centrais. Nesse período, a expectativa de muitos players é que exista um aumento da demanda dos torrefadores, que buscam se abastecer para enfrentar o período de maior demanda do ano. No entanto, o que verificamos agora é que os industriais não buscam comprar com tanta ênfase, já que estão tranquilos com uma oferta abundante e com preços que não demonstram intenção de subir", disse um trader.

O leilão de opções de venda de café do Brasil para 1 milhão de sacas, realizado nesta sexta-feira pela Conab, teve grande disputa pelos 7 mil lotes ofertados no Estado de Minas Gerais. O prêmio a ser pago pelos produtores ficou em 7,70 reais por saca, o que corresponde a um ágio de 349%, em comparação com o valor de abertura. O leilão foi o terceiro e último da série, que a Conab realizou para proporcionar aos cafeicultores o direito de vender ao governo um total de 3 milhões de sacas de café no vencimento dos contratos, em março do próximo ano, caso os preços de mercado se mantenham abaixo do valor de referência de 343 reais por saca.

As exportações brasileiras no mês de setembro, até o dia 26, totalizaram 1.750.776 sacas de café, alta de 18,19% em relação às 1.481.334 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 3.179 sacas, indo para 2.774.978 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 16.470 lotes, com as opções tendo 1.584 calls e 1.059 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 115,90-116,00, 116,50, 117,00, 117,45-117,50, 118,00, 118,50, 119,00, 119,20, 119,50, 119,90-120,00, 120,50, 120,75, 121,00-121,05, 121,10, 121,50, 122,00, 122,50, 122,20 e 122,50 centavos de dólar, com o suporte em 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50, 111,00, 110,50, 110,10-110,00, 109,50, 109,00, 08,50, 108,00, 107,50 e 107,00 centavos.


Londres volta a cair fortemente e testa novas mínimas
   
  O cenário nebuloso para o café continua a ser verificado. Os robustas despencaram mais uma vez nesta sexta-feira na Euronext/Liffe e experimentaram novos níveis de mínimas, em uma sessão caracterizada por uma forte ação de liquidações especulativas e por um volume considerável de negócios concretizados.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado pela atuação dos vendedores, que conseguiram fazer com que o novembro, em determinados períodos, abaixo do indicador psicológico de 1.500 dólares. No início do dia, os preços ainda buscaram alguma estabilidade, no entanto, com as operações de arbitragem contra Nova Iorque indicando um viés baixista, ante uma nova perda dos arábicas, o que se observou foi um campo aberto para os vendedores se mostrarem ativos.

"Atingimos novos níveis de baixa em um mercado que se mostra francamente negativo. Muitos operadores comentam a safra do Vietnã, que deverá ser bastante consistente e suficiente para irrigar as mesas de comercialização, evitando, desse modo, qualquer temor relacionado à disponibilidade", disse um trader.

O novembro teve uma movimentação ao longo do dia de 13,5 mil contratos, contra 6,19 mil do janeiro. O spread entre as posições novembro e janeiro ficou em 9 dólares. No encerramento do dia, o novembro teve desvalorização de 52 dólares, com 1.611 dólares por tonelada, com o janeiro tendo perda de 51 dólares, para o nível de 1.620 dólares por tonelada.