Em dia de viés corretivo, café consegue bom ganho na ICE
Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com ganhos, em uma sessão de relativa tranquilidade e que foi caracterizada por uma movimentação corretiva, com compras especulativas sendo registradas ao longo da maior parte do pregão. Com isso, o dezembro conseguiu se manter ligeiramente acima do referencial psicológico de 115,00 centavos, que vinha sendo a base de "flutuação" do primeiro contrato após o teste dos menores níveis de 49 meses ocorrido recentemente.
Operadores sustentaram que o mercado atual é notadamente sobrevendido e que, diante desse cenário, algumas correções técnicas são necessárias, o que redunda em recompras como as verificadas ao longo desta segunda-feira. No relatório dos traders divulgado na última sexta-feira pela CFTC (Commodity Futures Trading Commission), o que se notou foi um aumento sensível das posições vendidas dos fundos, até o dia 17 passado. De acordo com a Comissão, os grandes fundos possuíam 19.439 posições líquidas vendidas, ao passo que no dia 10 de setembro eles tinham em mãos 17.583 posições líquidas vendidas. Esse volume considerável de posições abre o leque para correções, ainda que aquelas executadas até o momento sejam apenas pontuais.
No espectro mais amplo, o mercado continua a gravitar em cima das especulações sobre a disponibilidade do grão. A cada dia, operadores avaliam que o volume a ser colocado nas mesas de comercialização deve ser consistente, com os dois maiores players mundiais — Brasil e Vietnã — tendo uma produção das mais relevantes, o que compensaria tranquilamente a quebra dos centro-americanos, que são afetados pela ferrugem do colmo.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição dezembro teve alta de 240 pontos, com 117,05 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 117,45 centavos e a mínima de 114,65 centavos, com o março registrando valorização de 240 pontos, com 120,15 centavos por libra, com a máxima em 120,55 centavos e a mínima em 118,00 centavos. Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição novembro teve valorização de 10 dólares, com 1.688 dólares por tonelada, com o janeiro tendo ganho de 12 dólares, para o nivel de 1.685 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi marcado por algumas correções pontuais e recompras, diante de um quadro sobrevendido que se arrasta já há algum tempo, com o primeiro contrato chegando, inclusive, a tocar nas mínimas de 49 meses. Com essa posição corretiva, o segmento externo teve pouca influência para o café. As bolsas de valores caíram ao longo do dia e o dólar teve apenas ligeiro avanço em relação a uma cesta de moedas internacionais, ainda que no confronto com o real, a moeda brasileira tenha apresentado um novo e consistente ganho. A maior parte das commodities teve uma segunda-feira sem um direcionamento concreto, com quedas para petróleo, cacau, açúcar e soja, mas avanços para café, trigo, suco de laranja e milho.
"Diante de um quadro que se arrasta por semanas e mais semanas com preços bastante deprimidos, algumas ações de recompras técnicas são esperadas. Esse tipo de movimentação não tem uma base das mais sólidas, portanto, é bom acompanhar de perto as cotações e avaliar se elas terão fôlego suficiente, sem um acompanhamento fundamental, para sustentar um intervalo que seja mais consistente que o do referencial recente, que era de 115,00 centavos por libra", disse um trader.
"As torrefadoras têm participado da compra do terminal quando novas baixas acontecem, mas em volume insuficiente para evitar a queda. Na Liffe, um grande volume de calls (opções de compras) foi negociado na semana, com mais de 13.000 contratos de compra entre os strikes de 1.700 e 1.800 das opções de novembro – squeeze a vista? Tecnicamente, os gráficos apontam para mais baixas para as duas principais bolsas do café, com o 'C' indicando testar os 110,00 centavos e o robusta buscando o suporte de 1.600 dólares", sustentou Rodrigo Corrêa da Costa, da Archer Consulting.
Especialistas da Costa do Marfim ajudarão a República de Camarões a aumentar a produção de café por meio do plantio de espécies híbridas. A meta é dobrar ou até triplicar a produção de café robusta e arábica até 2015, apontou o secretário executivo do Conselho Interprofissional de Cacau e Café de Camarões, Omer Gatien Maledi, depois de uma reunião com o embaixador marfinense em Camarões, Adama Dosso. Além da introdução de espécies híbridas em novas propriedades, plantas antigas, que demoram cerca de cinco anos para começar a dar frutos, serão substituídas por mudas híbridas, que devem levar apenas dez meses para crescer.
As exportações brasileiras no mês de setembro, até o dia 19, totalizaram 10767.438 sacas de café, alta de 18,76% em relação às 898.798 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 685 sacas, indo para 2.777.930 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 16.395 lotes, com as opções tendo 1.978 calls e 1.719 puts — floor mais eletrônico. Tecnicamente, o dezembro na ICE Futures US tem resistência em 117,45, 117,50, 118,00, 118,50, 119,00, 119,20, 119,50, 119,90-120,00, 120,50, 120,75, 121,00-121,05, 121,10, 121,50, 122,00, 122,50, 122,20, 122,50, 122,75, 123,00 e 123,50 centavos de dólar, com o suporte em 114,65, 114,50, 114,20, 114,00-113,95, 113,50, 113,00, 112,50, 112,00, 111,50, 111,00, 110,50, 110,10-110,00, 109,50, 109,00, 108,50, 108,00 e 107,50 centavos.
Londres tem dia de poucos negócios e de ganhos leves
Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta segunda-feira com ganhos modestos, em uma sessão calma e de poucos negócios. As altas vieram, principalmente, de operações de arbitragem, com a bolsa britânica seguindo os ganhos verificados para os arábicas na bolsa de Nova Iorque.
De acordo com analistas internacionais, a sessão do dia foi marcado por algumas compras especulativas, que permitiram um avanço considerável dos preços, principalmente diante de um volume baixo de negócios. Ao longo do dia, o novembro chegou a ser cotado no nível de 1.695 dólares por tonelada. Nas máximas, no entanto, algumas realizações e vendas de origens fizeram com que uma desaceleração natural fosse produzida.
"Tivemos uma sessão muito calma, com um volume de negócios abaixo da média recente da bolsa londrina. Mesmo em um dia em que as altas poderiam ser mais consistentes, por conta da influência das arbitragens, o que verificamos foi apenas um 'espasmo', com os vendedores continuando a serem consistentes no direcionamento dos preços", disse um trader.
O novembro teve uma movimentação ao longo do dia de 4,14 mil contratos, contra 1,35 mil do janeiro. O spread entre as posições novembro e janeiro ficou em 3 dólares. No encerramento do dia, o novembro teve valorização de 10 dólares, com 1.688 dólares por tonelada, com o janeiro tendo ganho de 12 dólares, para o nível de 1.685 dólares por tonelada.
Suspense em bancos com fim do prazo sobre commodities
O futuro dos negócios de commodities do Goldman Sachs e Morgan Stanley enfrenta ainda mais incerteza depois que um importante prazo para que eles adaptassem suas negociações físicas às normas dos Estados Unidos venceu neste final de semana, sem qualquer comentário do Federal Reserve, o banco central norte-americano.
O silêncio do Fed deixa os dois bancos ainda mais inseguros acerca da possibilidade de continuarem detendo e operando ativos de commodities físicas, que vão de usinas de energia a depósitos de metais. Os bancos se perguntam se esta questão de longa data estaria agora inclusa em uma revisão mais ampla do Fed sobre o papel de Wall Street nos mercados físicos.
Os bancos têm discutido o problema com o Fed a portas fechadas por cinco anos, desde que se converteram a instituições reguladas pelo Fed no auge da crise financeira, em setembro de 2008. Bancos comerciais rivais não podem ser proprietários de tais ativos. Em julho, porém, o papel de Wall Street na negociação de commodities físicas subitamente ficou sujeito a um exame minucioso em Washington em meio a uma série de investigações cíveis e criminais, incluindo acusações sobre os bancos terem inflacionado artificialmente os preços em alguns mercados, elevando o custo das latas de alumínio.
Essa questão pode ter uma definição nas audiências do Comitê Bancário do Senado dos EUA no mês que vem, quando o Fed e os bancos devem dar testemunho. A proximidade das duas datas levou à especulação de que o Fed poderia fazer um anúncio sobre sua revisão logo. Mesmo assim, o silêncio do Fed no vencimento do prazo de 21 de setembro veio como uma surpresa para alguns.
"Algo similar a uma ordem do Fed podia ser esperado a menos que os bancos tivessem um indício muito forte --formal ou informalmente-- de que está tudo ok para que eles continuem a deter esses ativos", disse Saule Omarova, um professor de direito convidado na Cornell University, no sábado. "Dada a seriedade da questão e a atenção pública é surpreendente que o Fed não tenha anunciado que estaria agrupando isso na revisão formal que anunciaram em julho. A ambiguidade persiste."
Média de NY dos últimos 40 anos é de 123,3 cents
Os consumidores da Austrália estão reclamando sobre o preço cobrado pela xícara de café. o mesmo valor de dois anos atrás. “ O preço do café está mergulhando por dois anos sem uma gota da queda de tocar os lábios nas cafeteiras australianos” diz consumidor. E se isso não bastasse, o preço do chocolate está em ascensão novamente com grãos de cacau até 25 por cento a partir de sua baixa no início deste ano. O que você não ganhar o café, você perde no chocolate. Os preços do café atingiram um pico em 2011 e têm sido resfriamento desde então. Futuros de café dos EUA caíram em um terço neste período do ano passado e são cerca metade do seu nível de setembro de 2011. No entanto, em 115 centavos de dólar por libra, o café não está muito longe de sua média de 40 anos de 123,3 centavos. Segundo à negociação Economia, café atingiu um pico de 339,9 centavos de dólar em 1977. Coffee viu uma baixa recorde de 42,5 centavos de dólar, em 2001, da qual foi uma recuperação lenta ao alto 2011