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terça-feira, 15 de maio de 2012

Fundos 'fogem' das commodities agrícolas

Fundos 'fogem' das commodities agrícolas




O recrudescimento da crise europeia e a crescente aversão dos investidores a ativos de risco já se reflete de maneira generalizada sobre os preços internacionais das commodities agrícolas. Pressionadas por vendas de fundos especulativos, os mercados devolveram os ganhos acumulados nos primeiros três meses do ano e já operam nos níveis de 2011. Ontem, a cesta de produtos de origem agropecuária do índice de commodities Dow Jones-UBS recuou mais 0,44% e atingiu a menor pontuação desde 19 de dezembro (74.147 pontos). O indicador havia subido pouco mais de 4% entre 31 de dezembro e 2 de abril, para 80.933 pontos, mas perdeu força e cedeu mais de 8,3% até o fechamento de ontem. Em 2012, a perda acumulada chega a 4,67%. Em comparação, o índice CRB (que monitora uma cesta de commodities energéticas, metálicas e agrícolas) recuou 5,52% neste ano. De acordo com analistas, a retração é uma consequência direta das turbulências financeiras irradiadas da Europa, que levaram investidores a reduzir sua exposição aos ativos considerados de risco. É o que demonstram os números da Comissão de Comércio de Futuros de Commodities (CFTC, na sigla em inglês), que acompanha a movimentação dos investidores institucionais nos mercados futuros de commodities. Em praticamente todos os pregões, o que se vê são os fundos reduzindo sua posição comprada (com a qual apostam na alta dos preços) e aumentando sua posição vendida (com a qual tentam se antecipar a uma queda). Desde o fim de março, fundos reduziram em 85% sua posição comprada em açúcar na bolsa de Nova York - de 135 mil para pouco mais de 20 mil contratos. Em Chicago, sua posição comprada em milho foi reduzida à metade - de um total de 224 mil para 118 mil contratos. Nos mercados em que predomina a aposta na queda, o tom é cada vez mais pessimista. No mesmo período de comparação, os investidores aumentaram em 36% sua posição vendida em café e em 47% sua posição vendida em trigo, em Nova York e Chicago, respectivamente. Até duas semanas atrás, a soja vinha sendo poupada dessa aposta contra as commodities. Estimulados por fundamentos claramente altistas - quebra da produção sul-americana, forte demanda chinesa e necessidade de incentivar o aumento da área plantada nos Estados Unidos - os fundos montaram a maior posição de compra da história desse mercado, com mais de 253,8 mil contratos adquiridos. Contudo, o mercado não resistiu ao aumento das tensões no ambiente financeiro e perdeu sustentação. Na semana encerrada no último dia 8, fundos reduziram em quase 10% sua posição comprada em soja, para pouco mais de 230 mil contratos, de acordo com os últimos números oficiais. No mercado, especula-se, porém, que esse número já esteja perto de 200 mil. O reflexo sobre os preços é direto. Desde o dia 30 de abril, quando os contratos de soja para entrega em julho superaram a barreira dos US$ 15 por bushel, os preços já cederam 7,84%, para US$ 13,87 por bushel no fechamento de ontem. A cotação é a mais baixa em seis semanas. Ao diminuir a aposta na alta das commodities, os fundos não apenas reduzem sua exposição ao risco de uma desaceleração significativa na demanda por alimentos e fibras - algo ainda improvável, dado o vigor da economia chinesa -, mas também se ajustam a um cenário de maior estímulo à oferta de países como o Brasil, que experimentam uma desvalorização da sua moeda. Embora o preço da soja tenha caído quase 8% em dólar desde o dia 30, o preço em real não cedeu mais que 0,6%, conforme o indicador Cepea/Esalq. Em outras palavras, a desvalorização do real abre caminho para que os preços internacionais de algumas commodities - casos de soja, café e açúcar, por exemplo - recuem sem colocar em risco o equilíbrio entre oferta e demanda. Valor Econômico
MERCADO: CAFÉ REGISTRA PREÇOS FIRMES NO BRASIL COM NOVA ALTA DO DÓLAR




SAFRAS (14) - O mercado brasileiro de café registrou preços de estáveis a mais altos nesta segunda-feira, seguindo especialmente a forte valorização do dólar no câmbio nacional. A volatilidade da Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures) atrapalhou um melhor ritmo de negócios, com os compradores saindo de atividade depois que NY definiu ganhos no fechamento. Durante o dia, o vendedor aproveitou os preços mais altos e a demanda para cafés de determinadas qualidades para negociar a cotações melhores.

No sul de Minas Gerais, o café arábica bebida boa safra 2011 ficou em R$ 387,00/392,00 a saca, contra R$ 385,00/390,00 de sexta-feira. No cerrado mineiro, arábica bebida boa safra 2011 teve preço de R$ 390,00/395,00, contra R$ 390,00/395,00 de sexta-feira.

O café arábica "rio" tipo 7 na Zona da Mata de Minas Gerais teve cotação de R$ 35,00/340,00 por saca, contra R$ 330,00/335,00 de sexta-feira. Já o conillon tipo 7 em Vitória, Espírito Santo, foi cotado a R$ 240,00/242,00 por saca referência safra nova 2012, estável.



Nova York

A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta segunda-feira com preços moderadamente mais altos. As cotações subiram em dia de volatilidade, com o mercado sendo sustentado por aspectos técnicos.

A pressão negativa veio da subida do dólar e de perdas de outros mercados no dia, em meio ainda às preocupações com a economia europeia. Boa parte da sessão foi de perdas, mas o mercado foi encontrando espaço para recuperação e subiu moderadamente diante de fatores técnicos/gráficos. As informações partem de agências de notícias.

Os contratos do café arábica para entrega em julho fecharam negociados a 177,95 centavos de dólar por libra-peso, com valorização de 0,80 centavo, ou de 0,4%. A posição setembro fechou a 180,25 cents, alta de 0,85 cent, ou de 0,5%.



Câmbio

O dólar comercial encerrou as negociações de hoje em alta de 1,73%, a R$1,9880 para compra e R$ 1,9900 para venda. Na sexta-feira, a divisa havia encerrado com alta de 0,20%, cotado a R$ 1,9560.

A moeda norte-americana refletiu a aversão ao risco que tomou conta dos mercados hoje. Investidores estão inseguros em relação a situação política da Grécia e possíveis desdobramentos na zona do euro.







CAFÉ: GUATEMALA DEVE PRODUZIR 3,86 MILHÕES DE SACAS EM 2012/13 - USDA



SAFRAS (14) - A produção de café da Guatemala deve atingir 3,85 milhões de sacas de 60 quilos em 2012/13 (out-set), levemente abaixo das 3,86 milhões de sacas produzidas em 2011/12, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). A queda nos preços internacionais e o aumento dos custos dos pesticidas e fertilizantes explicam a estagnação nos volumes de produção de café da Guatemala.

A Guatemala é reconhecida internacionalmente por ser uma grande exportadora de cafés especiais, notadamente da categoria "arábica suave lavado". As exportações totais de 2012/13 devem atingir 3,652 milhões de sacas, contra 3,654 milhões de sacas em 2011/12, com os Estados Unidos sendo o principal mercado guatemalteco, destino de 40% dos embarques, seguido pela União Européia, com 29%.

Apesar do volume de produção e exportação de café da Guatemala não ter sofrido variação significativa nos últimos três anos, a receita com as vendas cresceu expressivamente. As exportações de café obtiveram receita de US$ 706 milhões em 2010, passando para US$ 1,174 bilhão no ano seguinte.

Assim, o café passou a ser o segundo principal produto de exportação da Guatemala, e o mais importante dentro do setor agrícola. O consumo interno de café deve aumentar para 402 mil sacas em 2012/13, mantendo um "ligeiro porém constante" crescimento. Em 2011/12, a demanda atingira 401 mil sacas.