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domingo, 22 de maio de 2011

Mais uma semana de queda.

Mais uma semana de queda.
O mercado do café continuou nesta semana sua correção a procura do equilíbrio.
As noticias da macro economia da zona do euro e dos EUA continua a deixar preocupação, e num momento deste a prevenção é que manda. Sendo assim os grandes investidores do mercado financeiro procuram ser mais conservadores e tem aversão ao risco, se expondo menos o que faz com que saia de ativos como as commodities.
A saída do governo norte americano em forma de ajuda do mercado financeiro é outro motivo para que os fundos saiam dos ativos em forma de liquidação, e fazer balanço, neste momento onde o governo interveio no mercado colocando 70 bilhões de dólares por mês no mercado. Este dinheiro se espalhou nos mercados e o café não ficou fora dele, ou seja, sem este dinheiro talvez a alta não tivesse sido tão expressiva.
No fim de semana a nota agora da Itália foi rebaixada por uma agencia e isto devera trazer para o começo da semana ainda mais paúra para o mercado, que devera abrir no vermelho novamente.
A solução para esta crise realmente não será fácil e teremos vários capítulos a ser visto pela frente, se no Brasil foram mais de uma década para que se chegasse ao nível de voltar ao crescimento, em uma economia global onde os problemas são bem maiores com certeza uma década será pouco para que se chegue ao fim desta crise, que devera ser estuda ainda por muitos anos.
Como a riqueza não acaba se muda de dono, estamos vendo a transferência de dinheiro para China e um pouco disto também sobrara para o Brasil, mas novos mercados se abrirão e o mundo continuara a andar.
A chegada do inverno brasileiro traz um participante novo para as analises cafeeira, o frio, e a possibilidade de haver uma geada no parque cafeeiro.
Acreditar que iremos cair como chumbo na água me parece uma analise um pouco infantil do mercado, mesmo sabendo que os fundos andam diminuindo suas posições de comprado, e ele os fundos, foi o pilar para que as cotações chegassem ao patamar que chegou.
O número de estoques nos países produtores diverge muito de qual dado ira ser adotado, mas uma coisa não existe divergência é o estoque de pior qualidade que o mundo já viu.
A entrada da safra brasileira é esperada com muita atenção, o mercado precisa desesperadamente dela, e que ela venha com uma qualidade superior a que se passou, para que possa se fazer um blend pelo menos parecido ao que foi oferecido no mercado no ano safra que termina.
Para a indústria que acende uma montanha de velas para todos os santos para que uma geada não ocorra, porque se isto acontecer realmente seria um problemão para resolver.
O mercado físico esta semana não absorveu a queda e continuou a dar oferta parecida a da semana passada, a disputa por café fino este ano será intensa, portanto não acredito em uma queda muito acentuada para o mercado.
Alguns analistas acreditam que o mercado devera continuar a cair ainda por semanas, mas é difícil acreditar que todos irão entrar na ponta vendedora antes de agosto, fase onde teoricamente não teremos mais o temor de uma geada.
Tecnicamente o fechamento abaixo de 260,00 representa que o mercado entraria em tendência de baixa, mas vamos esperar o desenrolar da semana.
O alvo colocado na semana passada na casa de 253,00 ainda esta vivo o que traria ainda mais liquidações, e o mercado iria buscar alvos mais baixos ainda na casa de 243,00 cents de dólar por libra peso.
Ao produtor volto a dizer que mesmo que o mercado recue um pouco, café acima de R$400,00 não deve ser considerado como preço ruim, mas um preço que é remunerativo e que já passamos por tempos mais difíceis.
O aumento de consumo que vem acontecendo nos mercados, e o tamanho dos estoques, me dá a liberdade de acreditar que mesmo que uma correção mais aguda venha não será tão grave, pois se a indústria tiver a intenção de continuar aumentando suas vendas e atingir novos consumidores da forma que vem fazendo, na razão de 4 milhões de sacas de café ano, precisa de um produtor satisfeito e com poder de fogo para aumentar a área plantada porque se não seus planos irão por água abaixo.
A implantação de lavouras novas sem ajuda de custo dos governos me parece difícil se o produtor não receber um preço que lhe de a liberdade para ampliação das áreas.
Vimos no Brasil, que sempre teve o governo junto com o produtor no passado, vimos isto na Colômbia com dinheiro dos EUA, e vimos isto no Vietnã, portanto sem preço a indústria pode esquecer suas intenções de crescimento e uma queda agora seria um desastre para suas operações futuras.
Vamos aguardar os acontecimentos e o desenrolar do mercado.
Uma boa semana a todos e que Deus os abençoe.
Wagner Pimentel
WWW.cafezinhocomamigos.bogspot.com

QUEDA DO MERCADO E DOS CONTRATOS EM ABERTO

QUEDA DO MERCADO E DOS CONTRATOS EM ABERTO



Nem mesmo a falta de pressa em aumentar os juros nos Estados Unidos, decisão divulgada na ata da última reunião do FOMC, serviu de alento para que os investidores renovassem seus ânimos. Pela terceira semana consecutiva os índices de ações caíram, ainda que modestamente, com o dólar americano fechando basicamente de lado.

Infelizmente não há muitas notícias animadoras, a começar com a retração da economia japonesa no primeiro trimestre de -3.7% do PIB (pior do que esperada) em função do terremoto seguido por tsunami no país. A prisão do diretor do FMI nos Estados Unidos também preocupou um pouco o mercado pois Strauss-Kahn tinha um ótimo relacionamento com o governo alemão e estava conseguindo defender a ajuda aos membros da comunidade européia. Indiscutível entretanto a decisão da justiça americana.

A inflação alta no reino unido e na zona do euro apenas ratificou o que estamos acompanhando: o efeito da alta dos preços das commodities, cuja a queda recente ainda não se refletiu nos preços pagos pelo atacado e varejo.

Os índices das commodities teminaram a semana com leve alta no caso do CRB e do DJUBS, e inalterado para o SPGSCI. Os grãos foram o destaque da subida, liderados pelo trigo, em função do clima úmido nos Estados Unidos e na Europa. O café sofreu novas baixas em Nova Iorque e São Paulo, e manteve o mesmo patamar de preços em Londres.

A queda do número de contratos em aberto do contrato “C” para o menor patamar em mais de um ano e meio indica que os participantes estão menos confiantes na continuação da queda do mercado, dado que fundos não tem incrementado a parte vendida, segundo o relatório do CFTC, e os comerciais tem diminuído o lado da venda. Importante a percepção e a movimentação das posições por dois fatores: o primeiro por estarmos vendo o incremento leve da cobertura de compras dos comerciais; e o segundo em notar os fundos reduzindo a posição bruta comprada para 19.5 mil lotes, o menor nível desde o primeiro trimestre de 2010. Por outro lado a idéia de que os fundos não voltarão a ficar líquido-vendidos é errada, e o fato de isto eventualmente ocorrer sem adição de “shorts” é menos positiva para uma eventual recuperação de preços.

No físico todos acompanham o desenvolvimento da colheita no Brasil, e muitos tem mencionado que a qualidade dos “novíssimos” é de bebida muito boa, o que deve ser uma constante caso as chuvas não venham atrapalhar. A movimentação do FOB foi tímida, com muitos ainda tentando achar explicação para a venda na semana retrasada da qualidade equivalente do swedish a US$ 35 centavos negativos (abaixo) para o segundo semestre do ano – déjà vu...

A queda do terminal provocou um encarecimento dos diferenciais como um todo, muito embora se compararmos os US$ 44 centavos por libra da queda das máximas vistas no dia 3 de maio, notamos um “ajuste” modesto. Para o robusta a situação é diferente pois enxugou-se os cafés das origens com a inversão forte do spread em Londres, e com isso os diferenciais firmaram no Vietnã e Indonésia – sem contar que crê-se que grande parte dos certificados da LIFFE, que atingiram 5.67 milhões de sacas, estejam concentrados na mão de um grande participante.

Nos mercados de opções pudemos notar mais proteções de baixa sendo montadas, o que não significa que o oposto não aconteceu. A volatilidade subiu levemente em Nova Iorque e foi pressionada em Londres.

O mercado precisa se manter acima de US$ 256.00 centavos para evitar uma nova onda de vendas especulativas, e por enquanto no que depender das origens não haverá pressão vendedora, até porquê ainda não há café suficiente para isso.

Na quinta-feira dia 26 de maio eu estarei no Brasil fazendo uma apresentação sobre as Perspectivas do Mercado de Café em São Paulo, à convite da BM&F / Bovespa. Os interessados podem se increver gratuitamente no site: http://www.bmfbovespa.com.br/pt-br/seminario-agribusiness/seminario-agribusiness-2011.asp

Uma ótima semana e muito bons negócios para todos,