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terça-feira, 8 de abril de 2014

Temor sobre disponibilidade se mantém e café tem nova alta na ICE

Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta segunda-feira com fortes ganhos, em mais uma sessão caracterizada por compras bastante efetivas por parte de especuladores e fundos. Novas resistências foram vencidas, com vários stops de compras sendo lançados ao longo do pregão. Mais uma vez, a questão climática dominou as conversas entre os players, principalmente após os levantamentos recentes efetuados por entidades e profissionais em zonas produtoras do Brasil. Tais análises apontaram para uma quebra substancial da safra do país na temporada atual, o que, efetivamente, vai comprometer a oferta global do grão. Um nome bastante respeitado no segmento de commodities, a especialista Judith Ganes-Chase, presidente da J.Ganes Consulting, LCC, apresentou um relatório sobre a atual situação do mercado cafeeiro. Segundo ela, o cenário é "altamente altista", sendo que se pode buscar uma resistência em 325,00 centavos e um suporte em 250,00 centavos para a posição julho. Ela ampara essa avaliação em notícias vindas do Brasil, que teria uma quebra pronunciada de safra. Ela ressaltou que as chuvas recentes, que até estimularam uma correção nos terminais, não serão suficientes para fazer com que os problemas acumulados desapareçam e, portanto, a baixa na produção já está consolidada. Além disso, ela lembrou que a renda do café deverá ser baixa, havendo necessidade de mais grãos para a composição de uma saca. Outro ponto destacado é que o amadurecimento dos frutos tem sido precoce, o que também pode prejudicar a renda.


No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição maio teve alta de 835 pontos, com 193,35 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 196,80 centavos e a mínima de 185,55 centavos, com o julho registrando valorização de 845 pontos, com 195,55 centavos por libra, com a máxima em198,95 centavos e a mínima em 187,65 centavos. Na Euronext/Liffe, o maio teve alta de 39 dólares, com 2.124 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 40 dólares, para 2.112 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, a sessão foi iniciada com preços ligeiramente em alta. No entanto, rapidamente os compradores tomaram as rédeas dos negócios e ganhos progressivos passaram a ser verificados, com o maio chegando a flutuar no nível de 196,00 centavos. Nas máximas, porém, algumas realizações foram identificadas, sem, contudo, afetar o bom desempenho dos preços. No segmento externo, o dia foi de quedas para as bolsas de valores nos Estados Unidos e para o dólar em relação a uma cesta de moedas internacionais. Nas commodities, retração para o petróleo, ao passo que nos softs o destaque positivo foi o café, com o algodão, açúcar e cacau experimentando baixas.

"Voltamos a ter o viés climático como chave para a dinâmica dos preços nos terminais. Aquela preocupação tão evidente ao longo do começo do ano voltou a ganhar força, afinal, os temores de que a quebra da safra brasileira seria consideravelmente alta parecem se confirmar, ao menos em algumas regiões. Ainda assim, fica difícil dimensionar qual será o impacto dessa produção sobre a oferta global e também sobre os estoques. Players mais conservadores, porém, preferem efetuar algumas aquisições protetivas, o que tem reflexo nos terminais", disse um trader.

"Quem está com a pele no jogo tem se queimado em tentar adivinhar o curso das cotações no intraday/curto-prazo. O mercado físico não tem sido um bom termômetro já que está bem devagar, ainda que para o robusta tenha sido negociado volume para a indústria. Do ponto de vista da indústria, a estratégia neste momento é menos complicada. Digo isto, pois o benefício de ficar comprado nos atuais patamares, ou estender cobertura (se possível), é maior do que o risco de não fazer nada. Assumindo que os problemas na produção não ultrapassem as perdas de 5 milhões de sacas que muitos dizem, o mercado pode cair 20 ou 30 centavos. Por outro lado, caso as perdas sejam maiores e a situação alarmante para a safra 2015/2016 se concretize, a alta pode de fato ser de 1 dólar ou mais. Para os produtores, vender café com lucro depois de vermos preços caírem tanto até o começo de ano foi a decisão acertada e não deve mudar. Entretanto, neste momento mesmo que queiram comercializar mais de suas safras futuras a maioria não consegue dados os limites que exportadores, dealers e bancos impõem diante de incertezas sobre a quebra de produção", indicou Rodrigo Corrêa da Costa, da Archer Consulting.

O Brasil terá a menor safra de café dos últimos cinco anos, devido ao efeito da estiagem e do clima quente registrado no início do ano. Essa é a avaliação apresentada pelo CNC (Conselho Nacional do Café), entidade que congrega o setor produtor do país. Segundo o levantamento, a colheita de café do Brasil em 2014/2015 cairá para um intervalo entre 40,1 e 43,3 milhões de sacas, contra 49,15 milhões de sacas da temporada passada. A se confirmaremos números do estudo encomendado pelo CNC à Fundação Procafé, o maior produtor e exportador global de café teria a menor safra desde 2009, quando o país produziu 39,47 milhões de sacas. De acordo com o Conselho, os pesquisadores da Fundação Procafé explicaram que o efeito da seca e das altas temperaturas foram mais acentuados nos cafezais com menor nível tecnológico, nos quais o produtor utilizou poucos insumos, principalmente os fertilizantes, devido aos preços aviltados do mercado antes desse movimento climático.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram queda de 2.715 sacas, indo para 2.588.512 sacas.

Tecnicamente, o maio na ICE Futures US tem resistência 196,80, 197,00, 197,50, 198,00, 198,50, 199,00, 199,50, 199,90-200,00, 200,50,201,00, 201,50, 202,00, 202,50, 203,00, 203,50 e 204,00 centavos de dólar, como suporte em 185,55-185,50, 185,00, 184,50, 184,00, 183,50, 183,00, 182,50,182,00, 181,50, 181,00, 180,50, 180,10-180,00, 179,50, 179,30 e 179,00 centavos.




Londres volta a se beneficiar das arbitragens e tem dia de alta

Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta segunda-feira com bons ganhos, que permitiram fazer com que a posição maio voltasse a flutuar acima do nível psicológico de 2.100 dólares. Assim como ocorreu ao longo do período recente de fortes ganhos, Londres se favoreceu das arbitragens contra os arábicas em Nova Iorque e registrou avanços significativos.


De acordo com analistas internacionais, a sessão foi marcada por boas compras especulativas. A abertura já se deu próximo do patamar de 2.100 dólares, nível que rapidamente foi rompido, abrindo espaço para o acionamento de novas ordens de compra. A máxima do pregão atingiu a marca de 2.139 dólares.

"Tivemos uma sessão favorável, com os compradores se mantendo à frente das ações ao longo de praticamente todo o dia. As preocupações com o clima voltaram a ganhar corpo. Os arábicas subiram fortemente na sexta-feira e voltaram a repetir a carga na sessão de hoje. A evolução dos robustas não tem sido tão intensa, mas é suficiente para que voltemos a manter um padrão de preços bastante interessante", disse um trader.

O maio teve uma movimentação ao longo do dia de 7,88 mil contratos, contra 7,07 mil do julho. O spread entre as posições maio e julho ficou em 12 dólares.

No encerramento do dia, o maio teve alta de 39 dólares, com 2.124 dólares por tonelada, com o julho apresentando valorização de 40 dólares, para 2.112 dólares por tonelada.




Mercado interno totalmente travado nesta segunda feira

O mercado interno ficou paralisado nesta segunda feira, com os compradores oferecendo cerca de R$ 10,00 a menos dos pedidos pelos vendedores. Segundo diretor de comercialização de uma cooperativa do sul de Minas, as ofertas para duro estavam em R$ 440,00, mas o pedido era de R$ 450,00 passa safra 12/13 e R$ 460,00 para 13/14. " Os compradores não querem repassar o aumento em NY que foi de 2.000 pontos, nas últimas três sessões".

Outro fator para a retração vendedora é a perspectiva de maiores alta na bolsa devido ao estrago feito pela estiagem nas lavouras brasileira na safra deste ano e do próximo. E a hora que o mercado perceber o tamanho da perdas, eles vão ficar surpreso", acrescentou.