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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Coffee rally fades amid talk of 'excessive' gains

The rally in arabica coffee futures showed signs of tiring amid talk that the surge of some 50% in prices this year appeared "excessive", given that buyers look set to be able to find supplies despite Brazil's drought.

Coffee futures for May rose to 177.50 cents a pound in early deals in New York – the highest for a nearest-but-one contract in 16 months, and up 57% so far this year.

However, they had eased back to 165.90 cents a pound by 07:20 New York time (12:20 UK time), down 3.9% on the day, amid concerns from some observers that investors had overreacted to the threat from Brazilian dryness which has fuelled the rally.

A near-two-month dry spell in Brazil has affected in particular Minas Gerais, the top coffee-producing state.

'Significantly lower yields'

Meteorologists at Brazil-based Somar said on Thursday that a cold front would this weekend bring some rains to Parana, parts of Sao Paulo, the key cane and orange-growing state.

However, southern Minas Gerais looked like having a chance of only "isolated showers". And while central areas may receive rains next week, the important eastern Mata part of the state looked like remaining dry.

This after a period when rains, up to February 19, have come in at less than 20% of average full-month levels, following dryness in January and, in some areas, December too.

"The persistent drought will result in significantly lower yields than had been assumed just a few months ago," Commerzbank said.

'Appears excessive'

However, while the bank said that the estimates for a 60m-bag Brazilian coffee crop "are no longer tenable", with many estimates at 50m-52m bags, "we are still a long way from any tightness of supply thanks to the very good crops of recent years.

"The scale of the price rise in recent weeks appears excessive," Commerzbank said, adding that "we expect prices to fall during the course of the year".

Separately, Macquarie acknowledged that Brazil's "weather situation is unprecedented and it is difficult to assess how much damage has been done to the coffee crop.

"But at current high levels, we believe coffee prices look overbought," the bank added.

"Even allowing for Brazilian crop losses, we still don't see a market in deficit," and with some rains on the horizon "we would expect prices to consolidate, as further [crop] losses are stemmed".

'Prices may have to stay lower'

Macquarie also restated ideas of lower prices ahead for sugar, which has also rallied on fears over drought in Brazil, the top producer and exporter of both the sweetener and arabica coffee beans.

While still monitoring the Brazilian situation for "any adverse impact" on cane crops, the bank flagged the fourth successive production surplus expected for the 2013-14 season, ending next month.

"As such, to encourage greater offtake, prices may have to stay lower for longer."

Raw sugar for March stood 0.5% lower at 16.38 cents a pound.


Café tem novo rally e março rompe nível de 170 cents na ICE

Nem os mais otimistas poderiam esperar uma reação tão incisiva do mercado de café. Nesta quarta-feira, os contratos negociados na ICE Futures US voltaram a experimentar ganhos intensos e a posição março fechou o dia acima do nível de 170,00 centavos de dólar por libra peso, no melhor índice de preços desde 04 de outubro de 2012. As compras especulativas e de fundos se mostraram ativas. Na parte da manhã, algumas ligeiras quedas chegaram a ser verificadas, algo que seria normal, diante do forte avanço registrado nos terminais ao longo da terça-feira. Entretanto, ainda na primeira metade do pregão passaram a ser observadas aquisições especulativas e os fundos também deram sinais claros de estarem num viés comprador. Isso resultou no acionamento de vários stops de compras e as resistências foram sendo rompidas com facilidade, permitindo que, ao final, os preços atingissem um patamar acima da marca psicológica de 170,00 centavos. O clima continua a ser o fator determinante para a condução dos ganhos na casa de comercialização norte-americana. Após a apreensão reinante devido aos vários dias de forte calor e seca no cinturão cafeeiro, algumas chuvas foram observadas no final de semana. Elas, no entanto, foram esparsas e não atingiram o nível hídrico adequado para romper o estresse de muitas das lavouras. Diante disso, os players continuam a avaliar que os prejuízos para a safra brasileira de 2014 poderão ser bastante efetivos e isso está sendo refletido nos terminais. Na visão da consultoria alemã F.O. Licht, os participantes continuam muito preocupados com os prejuízos à produção no Brasil e isso tem feito com que as compras se multipliquem. Em um comunicado, um analista da empresa não descarta a manutenção do rally. E essa tendência é reforçada por novos levantamentos meteorológicos. A empresa Somar indicou nesta quarta-feira que as condições de seca tendem a persistir no centro-sul do Brasil. Algumas chuvas poderiam ser registradas, mas elas tendem a ser esporádicas e com volumes abaixo do necessário para suplantar o déficit hídrico existente na maior parte das lavouras.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve ganho de 1.910 pontos, com 171,75 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em 172,90 centavos e a mínima de 150,85 centavos, com o maio registrando alta de 1.775 pontos, com 172,60 centavos por libra, com a máxima em 173,90 centavos e a mínima em 152,90 centavos. Na Euronext/Liffe, o março teve alta de101 dólares, com 1.982 dólares por tonelada, com o maio tendo valorização de 82dólares, para o nível de 1.957 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por "emoções violentas" na bolsa norte-americana. O março atingiu a máxima de 172,90 centavos, com avanço de mais de impressionantes 2 mil pontos, numa clara caracterização do nervosismo dos players. Os operadores avaliam e reavaliam os números da oferta mundial de café, sem, contudo, contar com uma referência clara, já que seria totalmente impreciso se falar em um número para a quebra de safra brasileira. O café operou totalmente dissociado do segmento externo, que teve bolsas de valores nos Estados Unidos próximas da estabilidade e alta do dólar em relação a uma cesta de moedas internacionais. As commodities softs tiveram um dia positivo, com os ganhos mais expressivos para o café (11%) e para o açúcar (2%), que também vem sendo influenciado pelo clima brasileiro.

Na parte técnica, as rolagens de posições se mostraram bastante efetivas. Nesta quinta-feira tem início o período de notificação do contrato de março na casa de comercialização norte-americana.

"A tendência seria de termos algumas correções ou mesmo realizações, afinal, subimos mais de mil pontos na terça-feira. Mas o que verificamos foi uma sessão de altas agressivas e de rompimentos de resistências com incrível facilidade. Evidentemente, a questão do clima deixou os players muito apreensivos. Afinal, não se tem um dado concreto em mãos. Quando se tem uma geada, por exemplo, em dois ou três dias é possível dimensionar o prejuízo. Neste momento, o cenário é bem diverso. Alguns especialistas dizem 5% de quebra, outros 10%, outros 20%. São muitos números lançados, mas que na planilha significarão milhões de sacas. E diante de tanta incerteza, são vários os players que vão às compras para se proteger", disse um trader.

Os estoques de café verde dos Estados Unidos apresentaram uma diminuição de 57.380 sacas no final de janeiro, somando 5.029.338 sacas, de acordo com dados divulgados pela GCA (Green Coffee Association). Em 31 de dezembro, por sua vez, os estoques do país eram de 5.086.718 sacas. A diminuição mais efetiva de estoques se deu no armazém de Nova Orleans, com queda de 57.162 sacas, ao passo que o armazém de San Francisco computou uma retração de 34.180 sacas. Já o armazém de Baltimore teve um aumento de 47.476 sacas.

A receita cambial com exportação de café verde apresentou queda de 27,62% em janeiro passado, em comparação com o mesmo mês de 2013. O faturamento alcançou 339,1 milhões de dólares, ante 468,5 milhões de dólares, conforme relatório da Secretaria de Produção e Agroenergia, do Ministério da Agricultura, com base em números da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Apesar da queda da receita, que se deu por conta da queda no preço médio de exportação que recuou para 33,10% no período, de 3.319 dólares por tonelada para 2.220 dólares por tonelada, o volume embarcado no período teve aumento de 8,19%, para 152.730 toneladas ante 141.174 toneladas no primeiro mês de 2013.

As exportações brasileiras no mês de fevereiro, até o dia 17, totalizaram 945.429 sacas de café, queda de 0,33% em relação às 948.564 sacas embarcadas no mesmo período do mês anterior, de acordo com informações do Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil).

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 878 sacas, indo para 2.632.118 sacas.

Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência 172,90, 173,00, 173,50, 174,00, 174,50, 175,00-175,05, 175,50, 176,00, 176,50,177,00, 177,50, 178,00, 178,50 e 179,00 centavos de dólar, com o suporte em 150,85, 150,50, 150,10-150,00, 149,50, 149,00, 148,50, 148,00, 147,50, 147,00,146,50, 146,00, 145,50, 145,10-145,00 e 144,50 centavos.



Londres mantém embalo de alta e maio rompe os 1.900 dólares

Os contratos futuros de café robusta negociados na Euronext/Liffe encerraram esta quarta-feira com fortes ganhos, permitindo que a posição maio passasse a operar acima dos 1.900 dólares. O pregão foi caracterizado por significativas aquisições de especuladores e de fundos, que seguiram o comportamento de Nova Iorque, que teve, pelo segundo dia consecutivo, uma alta intensa, rompendo sucessivas resistências.

De acordo com analistas internacionais, a sessão na bolsa londrina foi caracterizada pela manutenção das rolagens remanescentes e por uma forte ação compradora especulativa. A posição maio chegou a tocar na máxima de1.982 dólares, melhor nível de preço desde 19 de julho de 2013. As ações de arbitragem contribuíram decisivamente para os ganhos do pregão, ao passo que as origens voltaram a se mostrar bastante discretas, acreditando em preços ainda mais incisivos.

"A questão climática no Brasil realmente mexeu com o comportamento dos mercados. Se para os arábicas os ganhos estão sendo fortes, Londres também não fica atrás e consegue avanços expressivos. É uma mudança profunda no comportamento do mercado, que agora especula sobre a disponibilidade de café, o que poderá favorecer os robustas, já que, em caso de oferta limitada do Brasil, eles é que voltarão a ser demandados mais significativamente. Algo, aliás, que ocorreu até há algum tempo", disse um trader.

O março teve uma movimentação ao longo do dia de 5,23 mil contratos, contra 17,0 mil do maio. O spread entre as posições março e maio ficou em 25 dólares.

No encerramento do dia, o março teve alta de 101 dólares, com 1.982 dólares por tonelada, com o maio tendo valorização de 82 dólares, para o nível de 1.957 dólares por tonelada.

Nível do Sistema Cantareira cai para 18,2%, diz Sabesp

O nível do reservatório de água do sistema Cantareira, operado pela Sabesp,
caiu mais um pouco: para 18,2%, ante 18,4% ontem e 18,7% na sexta-feira. Nesta
mesma época no ano passado, o nível estava em 52% e, no ano anterior, em 75%. 
O sistema Cantareira abastece 9,3 milhões de pessoas do Estado de São Paulo,
aproximadamente 30% dos clientes da companhia. O atual nível é considerado
crítico pela empresa. Ainda assim, a Sabesp reitera que não trabalha com a
possibilidade de racionamento, mas sim com a hipótese de normalização da
situação com o retorno das chuvas.  A companhia anunciou em 1 de fevereiro uma
campanha que prevê desconto de 30% para o consumidor do sistema Cantareira que
reduzir seus gastos em 20%.   Segundo a Sabesp, a segunda semana de vigência do
bônus, os moradores da Grande São Paulo diminuíram seu consumo em 2.120 litros
por segundo. Isso significa um volume de água suficiente para atender 600 mil
pessoas. Entre os dias 2 e 9 de fevereiro, primeira semana em vigor do
incentivo financeiro, a economia de água do Sistema Cantareira foi de 500
litros por segundo.  Além da campanha, a Sabesp contratou a empresa de indução
de chuvas ModClima para elevar o nível do reservatório. O serviço está sendo
feito na bacia hidrográfica das represas do Sistema Cantareira, especificamente
na região de Bragança Paulista. A empresa também está em contato com a
consultoria Hagaplan, especializada em saneamento, para a realização de estudos
sobre projetos de aumento de abastecimento de água.




FY14 will be best year for us: CCL Products

Brazil accounts for a third of the world’s coffee and the reduction in supply has driven Standard & Poor’s GSCI Agriculture Index for its longest rally since 2011.

A day after coffee futures posted the biggest two-day gain in over a decade, C Rajendra Prasad, chairman and managing director, CCL Products , that produces numerous variants of coffee, says the company is on its way to see the best financial year ever.

Speaking to CNBC-TV18’s Sonia Shenoy and Reema Tendulkar, Rajendra says that the company’s topline is expected to be around Rs 700 crore with a profit of Rs 70 crore.

Also read: Expect CCL Products to perform well in future: Nirmal Bang

What is driving coffee prices higher, Rajendra says, is the dry Brazil weather. “Arabica coffee prices are going up due to delayed monsoon. It is up by 20-25 percent in two-three months,” he adds.

Brazil accounts for a third of the world’s coffee and the reduction in supply has driven Standard & Poor’s GSCI Agriculture Index for its longest rally since 2011.


CCL Products stock price

On February 20, 2014, at 14:04 hrs CCL Products India was quoting at Rs 43.40, up Rs 1.30, or 3.09 percent. The 52-week high of the share was Rs 49.70 and the 52-week low was Rs 21.57.

The company's trailing 12-month (TTM) EPS was at Rs 5.21 per share as per the quarter ended December 2013. The stock's price-to-earnings (P/E) ratio was 8.33. The latest book value of the company is Rs 22.54 per share. At current value, the price-to-book value of the company is 1.93.

Indonesia Coffee Sales Falling as World Cup Boosts Demand
Bloomberg - Yoga Rusmana and Eko Listiyorini  Feb 20, 2014


Coffee shipments from Indonesia may drop 17 percent this year to the lowest since 2011 as elections and the soccer World Cup raise local consumption to a record and rain cuts output in the third-biggest grower of robusta beans.

Sales may drop to 375,000 metric tons from 450,000 tons in 2013, according to the median of five exporter and roaster estimates compiled by Bloomberg. That’s the lowest in three years, Central Statistics Agency data show. Domestic demand will rise 7.5 percent from about 200,000 tons, compared with average growth of 5 percent annually in the past three years, the Association of Indonesian Coffee Exporters and Industry says.

Declining supplies of robusta beans, used by Nestle SA (NESN) in instant drinks, may extend a bull market in futures. More than 100 million voters in the third-largest democracy will elect a parliament in April before the presidential poll in July. Election campaigns usually boost consumption of everything from rice to sugar and coffee, says Oversea-Chinese Banking Corp. The World Cup will also expand demand, says the industry group.

“This is a political year where food and beverage demand typically gains,” said Hutama Sugandhi, chairman of the Indonesia Coffee Exporters’ Association. Contenders “will be holding meetings and gatherings and people will drink coffee.”

Futures entered a bull market in December, rebounding 37 percent to $1,957 a ton on NYSE Liffe in London yesterday from a three-year low in November on estimates of a global coffee shortage. Arabica beans, favored for specialty drinks by Starbucks Corp. (SBUX), rose 56 percent to $1.726 a pound on ICE Futures U.S. in New York this year.

Output Declines

Production in Indonesia may decline to 520,000 tons in the year starting April 1 from 600,000 tons a year earlier, the median of estimates from the five respondents and another exporter showed. That would be the lowest since 2011-2012, according to the U.S. Department of Agriculture. Domestic demand advanced in 2012-2013 to a record 2.67 million bags of 60 kilograms each or 160,200 tons, USDA data show.

“We do see private consumption remaining a key linchpin of the Indonesian growth story,” Wellian Wiranto, an economist at Singapore-based OCBC, said in an e-mail. Still, “we would likely see some impact from the higher interest rates,” he said, referring to the effect on household consumption which represents more than half of the economy.

The country grew at the slowest pace in four years in 2013 as the central bank embarked on a series of rate increases to shore up the rupiah and reduce a record current-account gap. Bank Indonesia will probably raise its reference rate by 50 basis points this year, according to Nomura Holdings Inc. The rate is 7.5 percent, the highest level since 2009.

Campaign Frenzy

“As various parties try to drum up support ahead of the many rounds of elections this year, it wouldn’t seem like a proper campaign-party atmosphere if there is no loud music, colorful T-shirts, and free food and beverages including cups of coffee,” said Wiranto.

Campaigning for July’s presidential vote will start in earnest following the legislative poll in April. Only parties with at least 20 percent of parliamentary seats, or 25 percent of total votes, are allowed to nominate a presidential candidate. Otherwise they must form coalitions to do so.

Demand will also increase during the World Cup in Brazil, said Pranoto Soenarto, head of specialty coffee at the exporters and industry group.

Soccer Boost

ANTV and its sister television station tvOne will broadcast all 64 games of the June 12-July 13 event in Brazil to about 190 million viewers, according to ANTV. The stations are free-to-air channels owned by PT Visi Media Asia. Sport’s most-watched event will kick off at 3 a.m. for fans in Jakarta.

“Soccer fans will be staying up overnight at home or at a cafe,” Pranoto said. “Wherever there’s a TV, people will watch the World Cup and drink coffee.”

Rising demand may benefit companies from PT Mayora Indah (MYOR), the maker of Torabika instant coffee and Kopiko candy, to Kapal Api Group, owner of Excelso coffee shops and maker of Good Day instant drinks. Mayora may see a 3.3 percent increase in net income this year, according to a Bloomberg survey.

Production may decline after rains and winds disrupted flowering in Lampung, Bengkulu and South Sumatra, the main growing regions, said Moelyono Soesilo, marketing manager at Semarang, Central Java-based trader PT Taman Delta Indonesia.

“Many people, including me, had expected that the harvest will be good,” said Soesilo. “When we conducted a crop survey in West Lampung last month, I was surprised to find lots of flowers and small cherries were knocked off the trees.”

Java and Sumatra received as much as 30 inches of rain in the past month, or 200 percent to 300 percent above averages, increasing the risk of crop disease, Donald Keeney, senior agricultural meteorologist at MDA Weather Services, said Feb. 5.

Global arabica and robusta supplies will probably trail usage by about 5 million bags in 2014-2015, Volcafe Ltd., the Winterthur, Switzerland-based coffee-trading unit of ED&F Man Holdings Ltd., said in a report last month.



ESTIAGEM IMPULSIONA PREÇOS DO CAFÉ, AÇÚCAR E SOJA EM FEVEREIRO

A forte estiagem que castiga as regiões produtoras do
Brasil desde o final de janeiro alterou o cenário de preços das principais
commodities brasileiras. Soja, café, açúcar, milho e boi gordo estão
apresentando forte altas tanto nas bolsas internacionais, como no mercado
físico brasileiro.
    As altas mais expressivas são registradas pelo café. O panorama do
mercado mudou radicalmente. No final do ano passado, a previsão de uma grande
safra brasileira mantinha as cotações pressionadas. Mas o sentimento de que a
produção não será tão grande quanto o esperado e, principalmente, a forte
seca mudou completamente este cenário.
    Desde o início do ano, os contratos futuros com entrega em maio subiram
52% na Bolsa de Mercadorias de Nova York. Em fevereiro, quando a seca se
agravou, a cotação subiu 35%. No dia 19, a cotação atingiu o maior nível em
mais de 16 meses, batendo em 172,20 centavos de dólar por bushel.
    A falta de chuvas regulares e as altas temperaturas que atingiram o Sudeste
e o Sul do Brasil em janeiro e também no início de fevereiro vão reduzir o
potencial produtivo da cafeicultura do sul de Minas Gerais na safra 2014/15.
Segundo informações de Rodrigo Alves de Rezende, engenheiro agrônomo da
Cooperativa Agropecuária de Boa Esperança Ltda (Capebe), com sede em Boa
Esperança, no sul de Minas Gerais, as perdas totais para a produção de café
ainda não foram quantificadas, mas são irreversíveis.
   "Para a produção total do Brasil já se fala em quebra de 15 milhões de
sacas em relação ao estimado antes das adversidades climáticas. Para a nossa
região, ainda estamos avaliando os danos, que são concretos e
irreversíveis", frisou Rezende. O preço da saca de 60 quilos do café bebida
boa, tipo 6, na região, saltou de R$ 290,00 no meio de janeiro para R$ 375,00
na quarta, 18, com alta de 29%.

Soja
    Na soja, a estiagem deverá resultar em perdas no potencial produtivo das
lavouras de Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul. As
previsões ainda indicam safra recorde, mas o número final deverá ficar abaixo
das projeções mais otimistas.
    Na Bolsa de Mercadorias de Chicago, os contratos com entrega em março
atingiram no dia 18 os melhores níveis em cinco meses. A posição tinha preço
próximo a US$ 13,50, acumulando uma alta de 5,5%. O desempenho é, até certo
ponto, inesperado, tendo em vista a perspectiva de safra recorde na América do
Sul.
    Mas a alta em Chicago tem mais um componente além das preocupações com
as lavouras brasileiras: a forte demanda e o aperto nos estoques dos Estados
Unidos. Desde setembro, os americanos comprometeram exportações superiores a
42 milhões de toneladas, número acima do projetado para toda a temporada
comercial 2013/14.
    "As perdas de safra se avolumaram nas últimas semanas, em função do
tempo majoritariamente seco e do forte calor dominante, envolvendo toda a
região Sul, o estado de São Paulo, e partes de Minas Gerais, Goiás e Mato
Grosso do Sul. O quadro foi satisfatório mesmo apenas no Mato Grosso, com
resultados obtidos superiores às estimativas mais conservadoras e mais
próximas de nossas estimativa", admite o analista de SAFRAS & Mercado,
Flávio França Júnior. Para ele, cresce em importância o clima nas próximas
duas a três semanas, notadamente da parte sul do Paraná para baixo, onde a
normalização das chuvas ainda pode trazer algum alívio e recuperação para
as lavouras.
    No dia 18, a saca de 60 quilos em Cascavel (PR) tinha preço de R$ 66,50.
No mesmo período do mês passado, a cotação era de R$ 64,50. Ainda que o
ganho não tenha sido tão consistente, a elevação chama a atenção por
ocorrer mesmo com o avanço da colheita, período sazonal de pressão sobre as
cotações internas.
    O comportamento do milho é semelhante. Entre o meio de janeiro e o dia 18
de fevereiro, a saca de 60 quilos no mercado Cif de Campinas subiu de R$ 27,50
para R$ 32,50. Em Cascavel (PR), o preço passou de R$ 24,00 para R$ 25,50,
segundo dados de SAFRAS & Mercado.

Açúcar
    A falta de chuvas causou uma drástica mudança de perspectiva também no
mercado internacional do açúcar. O início de ano apontava novo superávit na
relação de oferta e consumo mundial e grandes safras para Brasil e India, os
dois principais produtores e exportadores mundiais da commodity.
    Mas a situação se alterou com as perspectivas desfavoráveis para a
produção brasileira. Os contratos com vencimento em março, negociados na
Bolsa de Mercadorias de Nova York, acumulam em 2014 uma valorização de apenas
0,2%. Em fevereiro, no entanto, a cotação subiu quase 7% por conta da
estiagem, fechando a quinta, 19, a 16,85 centavos de dólar por libra-peso.
    O mercado interno ainda segue estável. Segundo o analista de SAFRAS &
Mercado, Maurício Muruci, há estimativas de perdas nos canaviais em função
das recentes irregularidades climáticas nas principais regiões produtoras
brasileiras.
    A especulada quebra de 36 milhões de toneladas de cana ainda soa prematura
no mercado, que segue em linha reta, sem demonstrar reação, para cima ou para
baixo. O açúcar cristal com até 150 Icumsa encerrou a terça-feira com
preços firmes, a R$ 50,00 a saca de 50 kg em Ribeirão Preto, São Paulo.

Boi gordo
    O quadro climático neste início de 2014 vem trazendo um fator adicional
à composição dos preços no mercado brasileiro de boi gordo. Preços recordes
em pleno período de safra são consequência de uma situação atípica neste
verão brasileiro: a forte estiagem que assola a maior parte das regiões
produtoras.
     "A estiagem atingiu as regiões de pastagem, não possibilitando o ganho
de peso do gado. A oferta agora é limitada a algum gado suplementado e do Mato
Grosso, estado que manteve boas chuvas neste verão", avalia o analista de
SAFRAS & Mercado, Paulo Molinari.
     O analista ressalva que ainda há um bom sintoma na demanda interna e na
exportação. Os frigoríficos vão sendo obrigados a subir preços na tentativa
de encontrar alguma oferta para atender os abates e também corrigiram preços
no atacado diante da diferença forte de preços entre o boi e a carne. "A
alta da carne no atacado pode contrair a demanda interna e talvez até a
exportação, fato que pode manter algumas limitações para novas fortes altas.
Por outro lado, há necessidade de melhoria das condições de chuvas para
retomar a condição das pastagens ainda a tempo de ajudar o ganho de peso do
gado", completa Molinari.
    Fevereiro vem sendo marcado por preços recordes no mercado de boi gordo,
com níveis de R$ 120/@ base São Paulo, apesar de que alguns compradores ainda
revelam sua capacidade adicional de compra a R$ 115/@ a prazo. Muitos lotes
chegando do Mato Grosso, única região neste momento com boi de bom peso para
abate. Algumas ofertas de gado suplementado em pleno período de safra também
vêm tentando abastecer os frigoríficos.