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domingo, 9 de fevereiro de 2014

Seca generalizada no cinturão cafeeiro pode causar perdas de até 30%
Entrevista com Paulo Henrique Leme

Ainda não há como medir o impacto total da seca no café. Todas as regiões cafeeiras passam por dificuldades e devem sofrer perdas expressivas, o que estimula a reação dos preços no mercado internacional -

Diversas culturas agrícolas em todo o país estão sob risco de perda de produtividade e de qualidade, por conta da estiagem prolongada. Em Lavras, Minas Gerais, as lavouras de café já começam a registrar perdas.  

Paulo Henrique Leme, professor da Universidade de Lavras-MR, ainda não é possível medir o impacto total da seca. “Ela pode ser generalizada em todo o cinturão cafeeiro do Brasil... Ao contrário de uma geada, por exemplo, onde você pode ver onde queimou e onde danificou os cafezais, na seca a gente não tem essa condição”.

As perdas, segundo o professor, estão em 20% a 30% em algumas regiões, enquanto outras ficam em 10%. “Já tem gente falando de perdas de 6 milhões de sacas, o que é bastante coisa quando se trata de cafeicultura brasileira”.

Diante dos preços mais altos pagos pela saca, o produtor precisa ficar atento para fazer bons negócios. “O importante é que ele tenha em suas mãos o custo de produção. Ele passou por momentos complicados em 2012 e 2013, agora está em uma situação em que pode ter um respiro melhor, com o café na faixa dos R$ 350 é hora de fazer um pouco de caixa”.

Coração Negro vai reduzir em 30% a produção, diz Fabio Miarelli

Quando Fabio Miarelli abriu as cerejas de café em sua fazenda de 220 acres na região Sul de Minas do Brasil para examinar como os grãos dentro estavam se desenvolvendo , ele encontrou murchas , grânulos de borracha metade do tamanho normal.

Miarelli estima que o definhamento do café causada pela baixa umidade do solo, um fenômeno conhecido como Coração Negro, ou Black Heart , vai reduzir cerca de 30 por cento de sua produção este ano.

Relatórios coração preto estão emergindo de várias fazendas em todo o sudeste do Brasil como áreas que respondem por um terço do café do mundo e quase metade dos embarques de açúcar suportar o mais seco estação chuvosa em décadas - e entre as mais quentes . Arábica, o café de sabor suave usado em misturas superiores , teve seu maior rali de sete dias em quase 14 anos em Nova York como resultado. Miarelli espera que a recuperação dos preços irá compensar suas perdas ..

"Nós nunca vimos um período tão longo sem chuva nesta época do ano", disse Lucio Dias, superintendente comercial da Cooxupé produtores de arábica cooperativa , responsável por cerca de 10 por cento das exportações brasileiras de variedade. "Nós vamos precisar de tempo para aprender mais sobre as consequências. "

Os danos podem ser irreversíveis para essa cultura como o solo ressequido em todo Sudeste do Brasil deixa de nutrir as plantas em um momento crucial para o seu desenvolvimento . Qualquer quantidade de chuva antes de abril a setembro começa anuais estação seca virá tarde demais , disse o Somar Meteorologia Marco Antônio dos Santos ..

Plantações suportaram o mais seco janeiro desde 1954 , quando apenas era necessária chuva a mais para as raízes das árvores para absorver os nutrientes do solo , como o café marrom escuro começam a crescer dentro de grãos de café . Galhos de árvores podadas antes do período de floração outubro não estão crescendo, enquanto rebentos plantados no ano passado para renovar plantações estão queimadas e morrendo, disse Dias da Cooxupé .

Um bloqueio atmosférico que está impedindo massas frias da Antártida de trazer chuva para a fazenda de Miarelli só vai começar a enfraquecer após 17 de fevereiro de Santos, o meteorologista  da Somar .
Mesmo com alguma chuva recomeça pouco mais de um mês antes do início da temporada regular seca, não será suficiente para restaurar a umidade do solo para níveis normais , disse Santos.

"Seria necessário que chover acima da média na segunda metade de fevereiro e em março, para os níveis de umidade completamente reabastecer no solo , o que não vai acontecer . ", Disse Santos. "É certo que vamos ter perdas de colheita . "

O impacto do estresse que as árvores estão sofrendo irá se estender além do período de colheita , que começa em abril, afetando a produção do próximo ano também, disse Marcelo Pasqua , diretor do baseado em Guaxupé Ribeiro do Vale Cafés fazenda Especiais que exporta arábica prémio para os EUA, Itália e Japão .





Seca assusta os operadores e impulsiona as cotações

A seca em grande parte das regiões produtoras de café do Brasil, maior produtor e segundo maior consumidor de café do mundo, assusta os operadores e impulsiona as cotações. Tivemos mais uma semana de alta nas bolsas de futuro e no mercado físico. Os contratos de café com vencimento em março próximo na ICE Futures US acumularam alta de 1050 pontos no período, levando o mercado físico brasileiro a trabalhar bastante, com muito interesse nos lotes de café arábica de boa qualidade e um bom volume de negócios realizados. Os arábicas finos chegaram a ser comercializados acima de 350 reais por saca. Também houve muito interesse por café brasileiro por parte das indústrias e traders internacionais.

As informações são que exportadores brasileiros fecharam muitos novos contratos para embarque nos próximos meses. Segundo respeitadas agências de meteorologia, uma grande massa de ar quente e seco cobre as áreas produtoras de café desde o início de janeiro, segurando as frentes frias sobre o sul do continente. Os modelos mostram que a situação não muda durante a primeira quinzena de fevereiro. Agrônomos e cafeicultores informam que os danos aos cafezais já são significativos e devem se agravar até a chegada das chuvas. A seca prejudica a safra 2014, que será colhida a partir de maio próximo e, em maior proporção, a do próximo ano.

A Coca Cola Co. anunciou que está comprando, por cerca de US$ 1,25bilhão, uma participação de 10% na Green Mountain Coffee Roasters Inc., empresa que criou as máquinas e cápsulas de café Keurig. O acordo representa uma grande mudança estratégica para a Coca-Cola, que irá vender seus refrigerantes através de um sistema caseiro de cápsulas que está sendo desenvolvido pela Green Mountain, além de passar a ter uma participação no mercado de cafés e chás -bebidas que têm registrado crescimento a um ritmo mais acelerado do que os refrigerantes nos últimos anos. Para a Green Mountain o acordo permite levar a empresa para além do seu principal negócio, de venda de máquinas de café e cápsulas K-Cup, que vem enfrentando uma concorrência crescente (fonte: VALOR Econômico).

Até o dia 6, os embarques de fevereiro estavam em 177.163 sacas de café arábica, e 4.650 sacas de café conilon, somando 181.813 sacas de café verde, mais 10.544 sacas de café solúvel, totalizando 192.357 sacas embarcadas, contra253.372 sacas no mesmo dia de janeiro. Até o dia 6 os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em fevereiro totalizavam 527.088 sacas, contra 382.645 sacas no mesmo dia do mês anterior.

A bolsa de Nova Iorque – ICE, do fechamento do dia 31, sexta-feira, até o fechamento de hoje, sexta-feira, dia 6, subiu nos contratos para entrega em março próximo, 1050 pontos ou US$ 13.89 (R$ 33,04) por saca. Em reais, as cotações para entrega em março próximo na ICE fecharam no dia 31 a R$400,46/saca e hoje, dia 31 a R$ 427,04/saca. Hoje, sexta-feira, nos contratos para entrega em março, a bolsa de Nova Iorque fechou com baixa de 5 pontos.




Cade aprova compra da Kowalski pela Louis Dreyfus

A compra da Kowalski Alimentos pela Louis Dreyfus Commodities Brasil foi aprovada, sem restrições, pelo Conselho Administrativo de Direito Econômico (Cade). A decisão está presente em despacho da superintendência-geral do órgão publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 6.

A Louis Dreyfus Commodities (LDC) assinou acordo em 20 de dezembro do ano passado para assumir as operações de processamento de milho da brasileira Kowalski Alimentos, segundo comunicado emitido naquela data. A Kowalski opera duas unidades industriais, uma em Apucarana, no norte do Paraná, e outra em Rio Verde, no sudoeste de Goiás.


A LDC no Brasil está entre as dez maiores exportadoras do país, atuando em praticamente todos os elos da cadeia, incluindo açúcar, algodão, café, fertilizantes e insumos, grãos, oleaginosas e sucos cítricos. Sediada em São Paulo (SP), conta com cinco fábricas processadoras de oleaginosas, quatro de sucos, sete unidades de fertilizantes, mais de 30 armazéns e cerca de 30 mil hectares de fazendas de laranjas, além de terminais portuários e hidroviários próprios. A companhia também realiza processamento de cana-de-açúcar por meio da Biosev, empresa-irmã situada no Brasil, que possui 12 usinas de açúcar, informa o site da LDC.

Em dia de forte volatilidade, café fecha estável na ICE Futures

Após uma sessão de muitas alternativas, com fortes altas e fortes perdas, os contratos de café finalizaram a sessão desta sexta-feira na ICE Futures US com estabilidade. Mais uma vez, o clima no Brasil foi o fator mais comentado entre os players. Na parte inicial do dia, o março chegou a tocar o patamar de 132,00 centavos. Sem maior fôlego para os vendedores, várias ordens de compra passaram a ser processadas e a primeira posição chegou a operar acima do nível psicológico de 140,00 centavos. Entretanto, coroando o quadro amplamente volátil do pregão, as desacelerações foram sendo promovida se, ao final, os terminais tiveram preços muito próximos daqueles praticados no encerramento do pregão da quinta-feira. Ao longo do dia, a posição março flutuou dentro de um range de 1.070 pontos. O nervosismo verificado no mercado pode ser um reflexo das incertezas quanto ao fim do ciclo de seca e temperaturas altíssimas no centro-sul brasileiro. Segundo a Somar Meteorologia, frentes frias devem avançar pelo Sudeste e pelo Centro-oeste do Brasil depoisde 17 de fevereiro, aliviando um período prolongado de seca que vem ameaçando várias culturas agrícolas. Para o cinturão de café, concentrado em Minas Gerais e São Paulo, as chuvas chegam a partir de 18 de fevereiro, segundo a empresa. Atualmente, um bloqueio atmosférico tem segurado as frentes frias chuvosa ssobre o Uruguai e a Argentina, impedindo o avanço delas pelo Brasil. Isso faz com que a maior parte das áreas produtoras passe por um prolongado período de tempo seco e quente. No entanto, a Somar avalia que os volume de chuvas pode ainda desapontar, já que o pico de precipitações, que seria em dezembro e janeiro, se encerrou. A exportadora Terra Forte emitiu comunicado ao longo desta sexta-feira indicando que, mesmo que as chuvas apareçam, elas estarão por demais atrasadas. A companhia avalia que não haverá tempo para reverter os danos. Diante disso, a Terra Forte, que estimou em dezembro, uma safra de 53 milhões de sacas para o país indicou que que tal número já não é realista e será revisto em breve.

No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve queda de 5 pontos, com 135,70 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em142,75 centavos e a mínima de 132,05 centavos, com o maio registrando estabilidade em 137,85 centavos por libra, com a máxima em 144,80 centavos e a mínima em 134,10 centavos. Na Euronext/Liffe, o março teve queda de 84 dólares, com 1.776 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 78 dólares, com1.767 dólares por tonelada.

De acordo com analistas internacionais, o dia na bolsa nova-iorquina foi dos mais agitados, com os players tendo visões distintas do atual cenário, que envolve a safra do maior produtor mundial e um quadro de disponibilidade incerta. Ainda assim, a semana se encerra como bastante positiva para o café, tendo acumulado uma valorização de 8,39%. No cenário externo, o dia foi de alta para as bolsas de valores nos Estados Unidos, quedado dólar e valorização para a maior parte do complexo de commodities softs, com destaque para o algodão e suco de laranja.

"Continuamos dentro de um mercado climático e quem conhece o café sabe que esse tipo de cenário é caracterizado pela volatilidade. Compra-se e vende-se de forma mais efetiva. E isso refletiu nos terminais ao longo do dia, sendo que fomos de baixas fortes para altas consistentes sem maiores atropelos. A seca e o calor no Brasil, pelo relato de muitos operadores, parece ter realmente trazido consequências graves às plantas. Os próximos dias serão de especulação sobre o potencial dessas consequências e também sobre a saúde das plantas, já se pensando nas safras futuras", disse um trader.

O ataque de ferrugem do colmo nos cafezais de El Salvador está em sua fase de máxima infecção, segundo Adán Hernández, encarregado do programa de manejo integrado de pragas do café da local Fundação Procafé. O especialista declarou que, nesta fase, os cafezais apresentam grande parte das folhas afetadas, situação manifestada por manchas ou pústulas que se apresentam nas folhas. O ponto de máxima infecção ocorre nos meses de janeiro e fevereiro. Passada essa etapa, no resto da estação seca ocorre a fase de descenso, na qual as folhas dos cafezais terminam de cair e a ferrugem não é visível.

Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 2.000 sacas, indo para 2.639.683 sacas.

Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência 142,75, 143,00,143,50, 144,00, 144,15, 144,50-144,55, 145,00, 145,50, 145,80,146,00, 146,50, 147,00, 147,50, 148,00 e 148,50 centavos de dólar, com o suporte 132,05-132,00, 131,60-131,50, 131,00, 130,50, 130,10-130,00,129,50,129,00, 128,50, 128,00, 127,50, 127,00, 126,50 e 126,00 centavos.



Londres tem dia de vendas efetivas e fica abaixo dos US$ 1.800

Os contratos futuros de café robusta encerraram esta sexta-feira com fortes perdas, em uma sessão marcada por liquidações especulativas e vendas de origens, que fizeram com que o março voltasse a flutuar abaixo do nível psicológico de 1.800 dólares. As rolagens continuam ativas, principalmente entre o março e maio.

De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por liquidações mais incisivas por parte dos especuladores, sendo que as origens asiáticas também se mostraram mais ativas, após uma período de lado por conta dos feriados do ano novo lunar. Nesse contexto, os preços interessantes observados ao longo das últimas semanas foram convidativos para os vendedores e para quem buscava realizar, o que fez com que, ao final, as baixas fossem processadas.

"Ao contrário do que vinha ocorrendo ao longo da semana, Londres operou de maneira divergente de Nova Iorque. Hoje tivemos uma sessão marcada pelas baixas, sendo que finalizamos o pregão muito próximo da mínima da sessão. Os vendedores se mostraram muito ocupados, mas isso, efetivamente, era algo esperado, ainda mais levando-se em conta que as vendas vietnamitas antes do Tet foram menores que as anteriormente projetadas", disse um trader.

O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de março com uma movimentação de 9,53 mil lotes, com o maio tendo 10,7 mil lotes negociados. O spread entre as posições março e maio ficou em 9 dólares.

No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição março teve queda de 84 dólares, com 1.776 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 78 dólares, com 1.767 dólares por tonelada.