Em dia de forte volatilidade, café fecha estável na ICE Futures
Após uma sessão de muitas alternativas, com fortes altas e fortes perdas, os contratos de café finalizaram a sessão desta sexta-feira na ICE Futures US com estabilidade. Mais uma vez, o clima no Brasil foi o fator mais comentado entre os players. Na parte inicial do dia, o março chegou a tocar o patamar de 132,00 centavos. Sem maior fôlego para os vendedores, várias ordens de compra passaram a ser processadas e a primeira posição chegou a operar acima do nível psicológico de 140,00 centavos. Entretanto, coroando o quadro amplamente volátil do pregão, as desacelerações foram sendo promovida se, ao final, os terminais tiveram preços muito próximos daqueles praticados no encerramento do pregão da quinta-feira. Ao longo do dia, a posição março flutuou dentro de um range de 1.070 pontos. O nervosismo verificado no mercado pode ser um reflexo das incertezas quanto ao fim do ciclo de seca e temperaturas altíssimas no centro-sul brasileiro. Segundo a Somar Meteorologia, frentes frias devem avançar pelo Sudeste e pelo Centro-oeste do Brasil depoisde 17 de fevereiro, aliviando um período prolongado de seca que vem ameaçando várias culturas agrícolas. Para o cinturão de café, concentrado em Minas Gerais e São Paulo, as chuvas chegam a partir de 18 de fevereiro, segundo a empresa. Atualmente, um bloqueio atmosférico tem segurado as frentes frias chuvosa ssobre o Uruguai e a Argentina, impedindo o avanço delas pelo Brasil. Isso faz com que a maior parte das áreas produtoras passe por um prolongado período de tempo seco e quente. No entanto, a Somar avalia que os volume de chuvas pode ainda desapontar, já que o pico de precipitações, que seria em dezembro e janeiro, se encerrou. A exportadora Terra Forte emitiu comunicado ao longo desta sexta-feira indicando que, mesmo que as chuvas apareçam, elas estarão por demais atrasadas. A companhia avalia que não haverá tempo para reverter os danos. Diante disso, a Terra Forte, que estimou em dezembro, uma safra de 53 milhões de sacas para o país indicou que que tal número já não é realista e será revisto em breve.
No encerramento do dia em Nova Iorque, a posição março teve queda de 5 pontos, com 135,70 centavos de dólar por libra peso, com a máxima em142,75 centavos e a mínima de 132,05 centavos, com o maio registrando estabilidade em 137,85 centavos por libra, com a máxima em 144,80 centavos e a mínima em 134,10 centavos. Na Euronext/Liffe, o março teve queda de 84 dólares, com 1.776 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 78 dólares, com1.767 dólares por tonelada.
De acordo com analistas internacionais, o dia na bolsa nova-iorquina foi dos mais agitados, com os players tendo visões distintas do atual cenário, que envolve a safra do maior produtor mundial e um quadro de disponibilidade incerta. Ainda assim, a semana se encerra como bastante positiva para o café, tendo acumulado uma valorização de 8,39%. No cenário externo, o dia foi de alta para as bolsas de valores nos Estados Unidos, quedado dólar e valorização para a maior parte do complexo de commodities softs, com destaque para o algodão e suco de laranja.
"Continuamos dentro de um mercado climático e quem conhece o café sabe que esse tipo de cenário é caracterizado pela volatilidade. Compra-se e vende-se de forma mais efetiva. E isso refletiu nos terminais ao longo do dia, sendo que fomos de baixas fortes para altas consistentes sem maiores atropelos. A seca e o calor no Brasil, pelo relato de muitos operadores, parece ter realmente trazido consequências graves às plantas. Os próximos dias serão de especulação sobre o potencial dessas consequências e também sobre a saúde das plantas, já se pensando nas safras futuras", disse um trader.
O ataque de ferrugem do colmo nos cafezais de El Salvador está em sua fase de máxima infecção, segundo Adán Hernández, encarregado do programa de manejo integrado de pragas do café da local Fundação Procafé. O especialista declarou que, nesta fase, os cafezais apresentam grande parte das folhas afetadas, situação manifestada por manchas ou pústulas que se apresentam nas folhas. O ponto de máxima infecção ocorre nos meses de janeiro e fevereiro. Passada essa etapa, no resto da estação seca ocorre a fase de descenso, na qual as folhas dos cafezais terminam de cair e a ferrugem não é visível.
Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 2.000 sacas, indo para 2.639.683 sacas.
Tecnicamente, o março na ICE Futures US tem resistência 142,75, 143,00,143,50, 144,00, 144,15, 144,50-144,55, 145,00, 145,50, 145,80,146,00, 146,50, 147,00, 147,50, 148,00 e 148,50 centavos de dólar, com o suporte 132,05-132,00, 131,60-131,50, 131,00, 130,50, 130,10-130,00,129,50,129,00, 128,50, 128,00, 127,50, 127,00, 126,50 e 126,00 centavos.
Londres tem dia de vendas efetivas e fica abaixo dos US$ 1.800
Os contratos futuros de café robusta encerraram esta sexta-feira com fortes perdas, em uma sessão marcada por liquidações especulativas e vendas de origens, que fizeram com que o março voltasse a flutuar abaixo do nível psicológico de 1.800 dólares. As rolagens continuam ativas, principalmente entre o março e maio.
De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por liquidações mais incisivas por parte dos especuladores, sendo que as origens asiáticas também se mostraram mais ativas, após uma período de lado por conta dos feriados do ano novo lunar. Nesse contexto, os preços interessantes observados ao longo das últimas semanas foram convidativos para os vendedores e para quem buscava realizar, o que fez com que, ao final, as baixas fossem processadas.
"Ao contrário do que vinha ocorrendo ao longo da semana, Londres operou de maneira divergente de Nova Iorque. Hoje tivemos uma sessão marcada pelas baixas, sendo que finalizamos o pregão muito próximo da mínima da sessão. Os vendedores se mostraram muito ocupados, mas isso, efetivamente, era algo esperado, ainda mais levando-se em conta que as vendas vietnamitas antes do Tet foram menores que as anteriormente projetadas", disse um trader.
O dia na bolsa de Londres teve o contrato de café de março com uma movimentação de 9,53 mil lotes, com o maio tendo 10,7 mil lotes negociados. O spread entre as posições março e maio ficou em 9 dólares.
No encerramento da sessão na Euronext/Liffe, a posição março teve queda de 84 dólares, com 1.776 dólares por tonelada, com o maio tendo desvalorização de 78 dólares, com 1.767 dólares por tonelada.
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