Dólar cai com fluxo positivo e menor aversão a risco no exterior
A diminuição da tensão em relação à crise na Ucrânia e os dados econômicos dos
Estados Unidos apontando para uma recuperação lenta da economia americana
abriram espaço para a retomada do apetite por ativos de maior risco, levando a
uma queda do dólar frente às principais moedas emergentes. No mercado interno,
a queda da moeda americana foi intensificada pelo fluxo positivo de recursos.
O dólar comercial caiu 0,34%, encerrando a R$ 2,3420. Já o contrato futuro para
abril recuava 0,46% para R$ 2,347 . Mais cedo, investidores com posições
compradas na moeda americana chegaram a puxar o dólar para R$ 2,36, mas as
intervenções do Banco Central e o fluxo positivo, associados à melhora no
exterior, ajudaram a reverter o movimento de alta.
O impacto limitado das sanções impostas à Rússia e à Crimeia pelos Estados
Unidos e Europa e a postura mais cautelosa do presidente russo, Vladimir Putin,
ao destacar que dizer que não pretende anexar outras regiões da Ucrânia além da
Crimeia, ajudaram a reduzir à preocupação com a crise na Ucrânia.
Além disso, os dados ainda fracos da economia americana reforçam a perspectiva
de uma recuperação lenta dos Estados Unidos e de uma retirada gradual dos
estímulos monetários por parte do Federal Reserve. O índice de preços ao
consumidor (CPI, na sigla em inglês) divulgado hoje mostrou uma alta de 0,1% em
fevereiro em linha com a previsão do mercado. Já na leitura anual a alta foi de
1,1%, o dado mais fraco desde outubro e abaixo da meta de 2% do Fed para
iniciar a normalização da taxa de juros.
O dólar caía 0,43% frente ao dólar australiano, 0,28% diante do rand
sul-africano, 0,22% frente ao peso chileno e operava estável em relação ao peso
mexicano.
No mercado interno, a queda da moeda americana foi intensificada pelo fluxo
positivo de recursos. Operadores afirmam que parte desses recursos pode estar
relacionada ao ingresso de divisas pela Petrobras, referente à captação de US$
8,5 bilhões por meio de emissão de bônus realizada na semana passada.
Com o dólar abaixo de R$ 2,35, o mercado discute se o Banco Central fará a
rolagem integral do lote de US$ 10,148 bilhões em contratos de swap cambial com
vencimento previsto para o início de abril. Hoje a autoridade monetária fez a
rolagem de todos os 10 mil contratos de swap ofertados em leilão, em operação
que movimentou o equivalente a US$ 492,2 milhões. Com isso, ainda restam US$
6,702 bilhões em contratos a serem renovados. Se mantiver o ritmo de renovação
de US$ 500 milhões por dia, o BC rolará apenas US$ 8 bilhões do lote de US$
10,148 bilhões a vencer em abril. Segundo anali stas, a autoridade monetária
não deve anunciar nenhuma mudança nos leilões de rolagem pelo menos até a
reunião do Federal Reserve, que começou hoje e termina amanhã. "Não faz sentido
o BC não rolar integralmente esse lote, isso poderia passar um sinal ruim para
o mercado, trazendo maior incerteza e instabilidade para a taxa de câmbio",
afirma Italo Abucater, especialista em câmbio da Icap Corretora.
Para Abucater, o BC deveria manter a estratégia de não interferir na tendência
do câmbio, que tem mostrado um alívio no curto prazo, por conta da melhora da
aversão a risco no cenário externo.
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente
do BC, Alexandre Tombini, não deu nenhuma sinalização sobre as rolagens de
swaps cambiais em curso e limitou-se a dizer que a situação dos swaps no
momento é favorável ao BC. O presidente do BC afirmou, no entanto, que o Brasil
continua recebendo investimentos externos, e que o ajuste em preços relativos,
incluindo câmbio, é parte da solução e que o BC responderá de forma clássica a
essas mudanças.
Tombini apontou que as políticas que vêm sendo adotadas militam no sentido de
reduzir o desiquilíbrio da conta corrente brasileira, cujo déficit está em
3,67% no acumulado de 12 meses até janeiro. O presidente do BC ressaltou que a
autoridade monetária sabe lidar com os fluxos internacionais de capitais e que
se as condições permitirem nada impede de o BC retomar a política de acumulação
de reservas.
Inflação impulsiona juros futuros; Tombini sinaliza que aperto prossegue
Os juros futuros ignoraram o tombo do dólar e avançaram hoje na BM&F escorados
nas preocupações crescentes com a inflação. Dados de atividade mais fortes que
o previsto e o salto expressivo dos IGPs, promovidos pela disparada dos preços
dos alimentos, sugerem que a inflação corrente ao consumidor vai acelerar daqui
para frente, respingando, é claro, nas expectativas para o IPCA. É consenso no
mercado de que não há clima para que o BC interrompa o ciclo de aperto
monetário deixando a Selic congelada em 10,75% no encontro do Copom no início
de abril. Especula-se, agora, se haverá a necessidade de uma dose extra de
juros em maio. Com pouco mais de 100 mil contratos negociados (o dobro de
ontem), o DI julho/2014 ? que abrange as apostas para os dois próximos
encontros do Copom ? subiu de um degrau, de 10,81% para 10,82%. Já o contrato
para janeiro de 2015 avançou um pouco mais, de 11,15% para 11,18%. DI
janeiro/2016 subiu de 12,08% para 12,16%; DI janeiro/2017 pulou de 12,57% para
12,67%.
PERSPECTIVA CÂMBIO E JUROS: Negócios ficarão lentos à espera de ata do Fomc
São Paulo, 18 de março de 2014 - A decisão da política monetária e a
expectativa de novo corte nos estímulos à economia pelo Federal Reserve (Fed,
o banco central norte-americano) estarão no foco dos investidores nesta
quarta-feira. "Dificilmente haverá volatilidade pela manhã e a tendência é
de abertura estável. Os negociadores aguardarão o término da reunião para
tomar decisões", diz o estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, Luciano
Rostagno.
Segundo o economista, a expectativa é de que o comitê da autoridade
monetária decida pelo corte de mais US$ 10 bilhões nos estímulos à economia
dos Estados Unidos, para US$ 55 bilhões mensais. Ele destacou será importante
analisar se a continuidade da compra de ativos continuará nos próximos meses.
Declarações feitas pela presidente do Fed, Janet Yellen, também poderão
influenciar os mercados.
Apesar da tensão entre Rússia e Ucrânia ter esfriado, os investidores
também estarão com os radares atentos a essa questão, que pode influenciar o
comportamento do câmbio e, consequentemente das taxas dos contratos de
Depósito Interfinanceiro (DI). No mercado interno, Rostagno diz que o resultado
do fluxo cambial até sexta-feira (14) poderá interferir no comportamento da
divisa caso seja indicado saída ou entrada forte de dólar no País.
Nesta terça-feira, o dólar comercial encerrou as negociações com
desvalorização ante o real devido ao alívio da tensão entre russos e
ucranianos, com o presidente da Rússia Vladimir Putin afirmando que não
invadirá o país ajudou a reverter a cautela nos mercados verificada na
abertura das negociações. A divisa caiu 0,34%, cotada a R$ 2,3400 para compra
e a R$ 2,3420 para venda.
Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 2,3370
e a máxima de R$ 2,3600. No mercado futuro, o contrato com vencimento em abril
recuou 0,67%, negociado por R$ 2.343,000. "Na maioria dos países emergentes,
as moedas valorizaram em relação ao dólar", afirma o estrategista-chefe do
Banco Mizuho do Brasil.
O mercado de juros futuros terminou com as taxas no campo positivo. Entre os
papéis com maior volume financeiro, os programados para janeiro de 2017
subiram de 12,57% para 12,63%, movimentando R$ 25,672 bilhões. Ainda no longo
prazo, os contratos de juros com vencimento em janeiro de 2016 avançaram de
12,09% para 12,13%, a R$ 9,877 bilhões.
No curto prazo, as taxas dos DIs que vão expirar em janeiro de 2015 tiveram
alta de 11,16% para 11,18%, com volume financeiro de R$ 16,208 bilhões.
Enquanto os para julho deste ano ficaram estáveis em relação ao fechamento de
ontem (17), a 10,82%, com volume financeiro de R$ 12,568 bilhões.
Bovespa sobe mais de 2% e recupera linha dos 46 mil pontos
A Bovespa teve um dia de forte recuperação nesta terça-feira, de carona no
clima positivo dos mercados internacionais. A crise na Crimeia ficou em segundo
plano e os investidores preferiram prestar mais atenção aos dados da economia
americana e à primeira parte da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco
central americano), que deve decidir amanhã pela redução de outros US$ 10
bilhões mensais dos estímulos à economia.
Aqui, a geração expressiva de empregos em fevereiro, mostrada ontem pelo Caged,
trouxe alívio, assim como as declarações do presidente do Banco Central,
Alexandre Tombini, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. A safra
de balanços também garantiu alguns destaques pontuais na Bovespa.
O Ibovespa subiu 2,29%, aos 46.150 pontos, com volume de R$ 6,198 bilhões.
Entre as principais ações do índice, Petrobras PN puxou os ganhos, com alta de
3,18%, a R$ 12,97, Vale PNA avançou 2,11%, a R$ 26,55, e Itaú PN subiu 1,87%,
para R$ 30,46. Apesar da melhora, analistas ainda não acreditam que o movimento
de recuperação da bolsa brasileira seja consistente.
"Ontem subiu um pouco. Hoje, o ajuste foi mais forte. Mas o viés ainda é
negativo. A Bovespa ainda tem muito para recuperar", comentou o estrategista da
SLW Corretora, Pedro Galdi, ao lembrar que, mesmo com a alta de hoje, o
Ibovespa ainda perde 10,4% no ano e está entre as bolsas com pior desempenho no
mundo, pelo segundo ano seguido.
No topo do Ibovespa ficaram LLX ON (7,79%), Oi PN (6,13%) e JBS ON (6,11%).
Segundo o Valor apurou, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) avalia o alto
prêmio a ser pago para os controladores na proposta de fusão entre a Oi e a
Portugal Telecom. Os acionistas da Telemar Participações, holding que controla
a Oi, com 18,8% do capital total da empresa, tiveram as ações avaliadas em
cerca de R$ 50, valor mais de dez vezes superior ao preço dos papéis da Oi no
mercado, se considerada a cotação anterior ao anúncio de reorganização
societária.
Por isso, a área técnica da CVM considerou que, por causa do alto prêmio, a
Telemar Participações estaria sendo privilegiada em detrimento aos demais
acionistas de mercado da Oi. Se a CVM não aprovar o processo da forma como foi
constituído, o mercado pode esperar que a fusão seja reapresentada sob melhores
condições para os investidores, dizem fontes.
O mercado espera que o colegiado da autarquia se manifeste antes da assembleia
de acionistas, em dez dias, que vai deliberar sobre a fusão. Nesse sentido, a
Amec, associação que defende os minoritários, também pediu ao colegiado que dê
sua resposta antes dessa reunião. Procurada ontem pelo Valor, a autarquia,
entretanto, informou que os recursos ao colegiado de decisões dos
superintendentes são analisados nos termos da Deliberação CVM n 463/2003, que
não estabelece prazo para decisão.
Outro destaque de alta hoje foi Kroton ON (4,68%). Os papéis reagiram ao
balanço do quarto trimestre, que trouxe lucro líquido de R$ 116,8 milhões, um
aumento de 388,3% na comparação com um ano antes. O lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$
162,3 milhões nos três meses, alta de 143,8%. A empresa disse ainda que as
taxas de captação e rematrícula do primeiro trimestre de 2014 estão acima da
meta.
Na ponta negativa ficaram apenas quatro das 73 ações do Ibovespa: Anhanguera ON
(-1,57%), Dasa ON (-1,17%), Cetip ON (-0,64%) e Ecorodovias. Dasa sofre com a
baixa liquidez após a conclusão da oferta (OPA) feita por Edson Bueno pelas
ações da companhia. Diante do percentual reduzido de ações em circulação,
investidores têm se desfeito do ativo. Na semana passada, Bueno anunciou que
ficou com 72% das ações da Dasa na oferta.
Na avaliação do Deutsche Bank, com o baixo percentual de ações em circulação, o
papel não é mais uma boa opção para os investidores. "Se excluídas as
participações dos dois principais minoritários, ?free float' é de apenas 6%",
afirmou o analista Josh Milberg em relatório.
PERSPECTIVA: Expectativa em torno de decisão do Fed norteia negócios
São Paulo, 18 de março de 2014 - A expectativa em torno da decisão da
política monetária dos Estados Unidos, que será anunciada amanhã pelo
Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês),do Federal Reserve
(Fed, banco central dos Estados Unidos) deve ser o principal evento a nortear
os mercados nesta quarta-feira, segundo Pedro Galdi, estrategista-chefe da SLW.
"Amanhã tem a reunião do Fed e possivelmente não seja anunciado aumento da
taxa de juros, mas terá pronunciamentos e a redução de estímulos, embora
esperada, pode mexer com os mercados", aponta Galdi.
O Fomc divulga, às 15h, a decisão sobre a política monetária do país. A
previsão é de que a instituição continue reduzindo as compras de ativos ao
ritmo de US$ 10 bilhões por vez, mas analistas também esperam que o Fed
apresente novas referências, de cunho qualitativo, para indicar até quando a
política monetária continuará acomodativa. A presidente do Fed, Janet Yellen,
concede coletiva de imprensa, às 15h30.
Para Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest Título Corretora, o
impacto do Fomc deve ser pequeno, já que o discurso não deve trazer surpresas
para o mercado. "O Fed tem sido bem transparente na forma com o vem comunicando
o que está fazendo. Está de olho no comportamento do emprego e numa
recuperação mais segura da economia", diz Cardoso.
Hoje, o Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa, encerrou a sessão com
alta de 2,29%, aos 46.150 pontos. O volume financeiro negociado na bolsa
brasileira foi de R$ 6,2 bilhões. Em dia de trégua do mercado externo, o
mercado aproveitou os preços baixos das ações após recentes quedas, puxando
a recuperação. Entre os principais papéis, as ações preferenciais da Vale
(VALE5) subiram 2,11%, a R$ 26,55, e as da Petrobras (PETR4) valorizaram 3,18%,
a R$ 12,97.
MERCADO EUA: Indices sobem com espera pelo Fed e menor tensão na Rússia
São Paulo, 18 de março de 2014 - Os índices acionários dos Estados
Unidos mantiveram o otimismo de ontem e fecharam esta terça-feira em alta com
os investidores mais calmos sobre a situação entre Rússia e Ocidente e
passando a focar na decisão monetária do Federal Reserve (Fed, banco central
norte-americano) amanhã. O Dow Jones subiu 0,55%, a 16.336,19 pontos, o S&P 500
encerrou com alta de 0,72%, a 1.872,25 pontos, e o Nasdaq Composto avançou
1,25%, a 4.333,31 pontos.
O mercado parece ter reduzido seus temores de um conflito mais intenso entre
Rússia e Ocidente sobre a anexação da Crimeia, após sanções fracas contra
Moscou e após o presidente russo, Vladimir Putin, ter descartado o avanço de
suas tropas na Ucrânia.
Os investidores puderam voltar sua atenção a questões fundamentais da
economia norte-americana, como as expectativas da decisão sobre a política
monetária dos Estados Unidos e a primeira coletiva de imprensa da presidente do
Fed, Janet Yelle. Ambos eventos ocorrem amanhã.
Analistas esperam que a instituição continue reduzindo as compras de
ativos ao ritmo de US$ 10 bilhões por vez, mas deve anunciar mudanças nas suas
atuais referências para determinar até quando a política monetária
continuará acomodativa.
O índice Nasdaq Composto ganhou mais força hoje, subindo mais de 1%, com
as expectativas de que o grupo chinês de comércio eletrônico Alibaba faça
sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na bolsa
norte-americana.
PETRÓLEO: Futuros fecham em alta, com foco em estoques e Fed
São Paulo, 18 de março de 2014 - Os preços dos contratos futuros
internacionais de petróleo encerraram a sessão de hoje em alta, diante da
expectativa pela divulgação dos estoques da commodity nos Estados Unidos
amanhã e pela decisão do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano)
sobre a política monetária do país. Na Nymex, os preços dos contratos
futuros do WTI para abril tiveram alta de 1,6%, para US$ 99,7 o barril. Na
plataforma ICE, os preços dos contratos futuros do Brent com vencimento em maio
tiveram alta de 0,1%, para US$ 106,79 o barril.
"Como é improvável que o Ocidente aplique sanções mais duras contra a
Rússia por enquanto, o foco do resto da semana será o encontro do Comitê
Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed e do resultado do
número de estoques de petróleo", afirmou a consultoria de energia, Oil
N'Gold, em relatório.
O Departamento de Energia (DoE) informa amanhã, às 11h30, os estoques de
petróleo da semana encerrada em 14 de março.
O Fomc divulga, também amanhã, às 15h a decisão sobre a política
monetária do país e a presidente do Fed, Janet Yellen, concede coletiva de
imprensa, às 15h30. A previsão é de que a instituição continue reduzindo as
compras de ativos ao ritmo de US$ 10 bilhões por vez, mas analistas também
esperam que o Fed apresente novas referências, de cunho qualitativo, para
indicar até quando a política monetária continuará acomodativa.Dólar cai com fluxo positivo e menor aversão a risco no exterior
A diminuição da tensão em relação à crise na Ucrânia e os dados econômicos dos
Estados Unidos apontando para uma recuperação lenta da economia americana
abriram espaço para a retomada do apetite por ativos de maior risco, levando a
uma queda do dólar frente às principais moedas emergentes. No mercado interno,
a queda da moeda americana foi intensificada pelo fluxo positivo de recursos.
O dólar comercial caiu 0,34%, encerrando a R$ 2,3420. Já o contrato futuro para
abril recuava 0,46% para R$ 2,347 . Mais cedo, investidores com posições
compradas na moeda americana chegaram a puxar o dólar para R$ 2,36, mas as
intervenções do Banco Central e o fluxo positivo, associados à melhora no
exterior, ajudaram a reverter o movimento de alta.
O impacto limitado das sanções impostas à Rússia e à Crimeia pelos Estados
Unidos e Europa e a postura mais cautelosa do presidente russo, Vladimir Putin,
ao destacar que dizer que não pretende anexar outras regiões da Ucrânia além da
Crimeia, ajudaram a reduzir à preocupação com a crise na Ucrânia.
Além disso, os dados ainda fracos da economia americana reforçam a perspectiva
de uma recuperação lenta dos Estados Unidos e de uma retirada gradual dos
estímulos monetários por parte do Federal Reserve. O índice de preços ao
consumidor (CPI, na sigla em inglês) divulgado hoje mostrou uma alta de 0,1% em
fevereiro em linha com a previsão do mercado. Já na leitura anual a alta foi de
1,1%, o dado mais fraco desde outubro e abaixo da meta de 2% do Fed para
iniciar a normalização da taxa de juros.
O dólar caía 0,43% frente ao dólar australiano, 0,28% diante do rand
sul-africano, 0,22% frente ao peso chileno e operava estável em relação ao peso
mexicano.
No mercado interno, a queda da moeda americana foi intensificada pelo fluxo
positivo de recursos. Operadores afirmam que parte desses recursos pode estar
relacionada ao ingresso de divisas pela Petrobras, referente à captação de US$
8,5 bilhões por meio de emissão de bônus realizada na semana passada.
Com o dólar abaixo de R$ 2,35, o mercado discute se o Banco Central fará a
rolagem integral do lote de US$ 10,148 bilhões em contratos de swap cambial com
vencimento previsto para o início de abril. Hoje a autoridade monetária fez a
rolagem de todos os 10 mil contratos de swap ofertados em leilão, em operação
que movimentou o equivalente a US$ 492,2 milhões. Com isso, ainda restam US$
6,702 bilhões em contratos a serem renovados. Se mantiver o ritmo de renovação
de US$ 500 milhões por dia, o BC rolará apenas US$ 8 bilhões do lote de US$
10,148 bilhões a vencer em abril. Segundo anali stas, a autoridade monetária
não deve anunciar nenhuma mudança nos leilões de rolagem pelo menos até a
reunião do Federal Reserve, que começou hoje e termina amanhã. "Não faz sentido
o BC não rolar integralmente esse lote, isso poderia passar um sinal ruim para
o mercado, trazendo maior incerteza e instabilidade para a taxa de câmbio",
afirma Italo Abucater, especialista em câmbio da Icap Corretora.
Para Abucater, o BC deveria manter a estratégia de não interferir na tendência
do câmbio, que tem mostrado um alívio no curto prazo, por conta da melhora da
aversão a risco no cenário externo.
Em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, o presidente
do BC, Alexandre Tombini, não deu nenhuma sinalização sobre as rolagens de
swaps cambiais em curso e limitou-se a dizer que a situação dos swaps no
momento é favorável ao BC. O presidente do BC afirmou, no entanto, que o Brasil
continua recebendo investimentos externos, e que o ajuste em preços relativos,
incluindo câmbio, é parte da solução e que o BC responderá de forma clássica a
essas mudanças.
Tombini apontou que as políticas que vêm sendo adotadas militam no sentido de
reduzir o desiquilíbrio da conta corrente brasileira, cujo déficit está em
3,67% no acumulado de 12 meses até janeiro. O presidente do BC ressaltou que a
autoridade monetária sabe lidar com os fluxos internacionais de capitais e que
se as condições permitirem nada impede de o BC retomar a política de acumulação
de reservas.
Inflação impulsiona juros futuros; Tombini sinaliza que aperto prossegue
Os juros futuros ignoraram o tombo do dólar e avançaram hoje na BM&F escorados
nas preocupações crescentes com a inflação. Dados de atividade mais fortes que
o previsto e o salto expressivo dos IGPs, promovidos pela disparada dos preços
dos alimentos, sugerem que a inflação corrente ao consumidor vai acelerar daqui
para frente, respingando, é claro, nas expectativas para o IPCA. É consenso no
mercado de que não há clima para que o BC interrompa o ciclo de aperto
monetário deixando a Selic congelada em 10,75% no encontro do Copom no início
de abril. Especula-se, agora, se haverá a necessidade de uma dose extra de
juros em maio. Com pouco mais de 100 mil contratos negociados (o dobro de
ontem), o DI julho/2014 ? que abrange as apostas para os dois próximos
encontros do Copom ? subiu de um degrau, de 10,81% para 10,82%. Já o contrato
para janeiro de 2015 avançou um pouco mais, de 11,15% para 11,18%. DI
janeiro/2016 subiu de 12,08% para 12,16%; DI janeiro/2017 pulou de 12,57% para
12,67%.
PERSPECTIVA CÂMBIO E JUROS: Negócios ficarão lentos à espera de ata do Fomc
São Paulo, 18 de março de 2014 - A decisão da política monetária e a
expectativa de novo corte nos estímulos à economia pelo Federal Reserve (Fed,
o banco central norte-americano) estarão no foco dos investidores nesta
quarta-feira. "Dificilmente haverá volatilidade pela manhã e a tendência é
de abertura estável. Os negociadores aguardarão o término da reunião para
tomar decisões", diz o estrategista-chefe do Banco Mizuho do Brasil, Luciano
Rostagno.
Segundo o economista, a expectativa é de que o comitê da autoridade
monetária decida pelo corte de mais US$ 10 bilhões nos estímulos à economia
dos Estados Unidos, para US$ 55 bilhões mensais. Ele destacou será importante
analisar se a continuidade da compra de ativos continuará nos próximos meses.
Declarações feitas pela presidente do Fed, Janet Yellen, também poderão
influenciar os mercados.
Apesar da tensão entre Rússia e Ucrânia ter esfriado, os investidores
também estarão com os radares atentos a essa questão, que pode influenciar o
comportamento do câmbio e, consequentemente das taxas dos contratos de
Depósito Interfinanceiro (DI). No mercado interno, Rostagno diz que o resultado
do fluxo cambial até sexta-feira (14) poderá interferir no comportamento da
divisa caso seja indicado saída ou entrada forte de dólar no País.
Nesta terça-feira, o dólar comercial encerrou as negociações com
desvalorização ante o real devido ao alívio da tensão entre russos e
ucranianos, com o presidente da Rússia Vladimir Putin afirmando que não
invadirá o país ajudou a reverter a cautela nos mercados verificada na
abertura das negociações. A divisa caiu 0,34%, cotada a R$ 2,3400 para compra
e a R$ 2,3420 para venda.
Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 2,3370
e a máxima de R$ 2,3600. No mercado futuro, o contrato com vencimento em abril
recuou 0,67%, negociado por R$ 2.343,000. "Na maioria dos países emergentes,
as moedas valorizaram em relação ao dólar", afirma o estrategista-chefe do
Banco Mizuho do Brasil.
O mercado de juros futuros terminou com as taxas no campo positivo. Entre os
papéis com maior volume financeiro, os programados para janeiro de 2017
subiram de 12,57% para 12,63%, movimentando R$ 25,672 bilhões. Ainda no longo
prazo, os contratos de juros com vencimento em janeiro de 2016 avançaram de
12,09% para 12,13%, a R$ 9,877 bilhões.
No curto prazo, as taxas dos DIs que vão expirar em janeiro de 2015 tiveram
alta de 11,16% para 11,18%, com volume financeiro de R$ 16,208 bilhões.
Enquanto os para julho deste ano ficaram estáveis em relação ao fechamento de
ontem (17), a 10,82%, com volume financeiro de R$ 12,568 bilhões.
Bovespa sobe mais de 2% e recupera linha dos 46 mil pontos
A Bovespa teve um dia de forte recuperação nesta terça-feira, de carona no
clima positivo dos mercados internacionais. A crise na Crimeia ficou em segundo
plano e os investidores preferiram prestar mais atenção aos dados da economia
americana e à primeira parte da reunião do Federal Reserve (Fed, o banco
central americano), que deve decidir amanhã pela redução de outros US$ 10
bilhões mensais dos estímulos à economia.
Aqui, a geração expressiva de empregos em fevereiro, mostrada ontem pelo Caged,
trouxe alívio, assim como as declarações do presidente do Banco Central,
Alexandre Tombini, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. A safra
de balanços também garantiu alguns destaques pontuais na Bovespa.
O Ibovespa subiu 2,29%, aos 46.150 pontos, com volume de R$ 6,198 bilhões.
Entre as principais ações do índice, Petrobras PN puxou os ganhos, com alta de
3,18%, a R$ 12,97, Vale PNA avançou 2,11%, a R$ 26,55, e Itaú PN subiu 1,87%,
para R$ 30,46. Apesar da melhora, analistas ainda não acreditam que o movimento
de recuperação da bolsa brasileira seja consistente.
"Ontem subiu um pouco. Hoje, o ajuste foi mais forte. Mas o viés ainda é
negativo. A Bovespa ainda tem muito para recuperar", comentou o estrategista da
SLW Corretora, Pedro Galdi, ao lembrar que, mesmo com a alta de hoje, o
Ibovespa ainda perde 10,4% no ano e está entre as bolsas com pior desempenho no
mundo, pelo segundo ano seguido.
No topo do Ibovespa ficaram LLX ON (7,79%), Oi PN (6,13%) e JBS ON (6,11%).
Segundo o Valor apurou, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) avalia o alto
prêmio a ser pago para os controladores na proposta de fusão entre a Oi e a
Portugal Telecom. Os acionistas da Telemar Participações, holding que controla
a Oi, com 18,8% do capital total da empresa, tiveram as ações avaliadas em
cerca de R$ 50, valor mais de dez vezes superior ao preço dos papéis da Oi no
mercado, se considerada a cotação anterior ao anúncio de reorganização
societária.
Por isso, a área técnica da CVM considerou que, por causa do alto prêmio, a
Telemar Participações estaria sendo privilegiada em detrimento aos demais
acionistas de mercado da Oi. Se a CVM não aprovar o processo da forma como foi
constituído, o mercado pode esperar que a fusão seja reapresentada sob melhores
condições para os investidores, dizem fontes.
O mercado espera que o colegiado da autarquia se manifeste antes da assembleia
de acionistas, em dez dias, que vai deliberar sobre a fusão. Nesse sentido, a
Amec, associação que defende os minoritários, também pediu ao colegiado que dê
sua resposta antes dessa reunião. Procurada ontem pelo Valor, a autarquia,
entretanto, informou que os recursos ao colegiado de decisões dos
superintendentes são analisados nos termos da Deliberação CVM n 463/2003, que
não estabelece prazo para decisão.
Outro destaque de alta hoje foi Kroton ON (4,68%). Os papéis reagiram ao
balanço do quarto trimestre, que trouxe lucro líquido de R$ 116,8 milhões, um
aumento de 388,3% na comparação com um ano antes. O lucro antes de juros,
impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em R$
162,3 milhões nos três meses, alta de 143,8%. A empresa disse ainda que as
taxas de captação e rematrícula do primeiro trimestre de 2014 estão acima da
meta.
Na ponta negativa ficaram apenas quatro das 73 ações do Ibovespa: Anhanguera ON
(-1,57%), Dasa ON (-1,17%), Cetip ON (-0,64%) e Ecorodovias. Dasa sofre com a
baixa liquidez após a conclusão da oferta (OPA) feita por Edson Bueno pelas
ações da companhia. Diante do percentual reduzido de ações em circulação,
investidores têm se desfeito do ativo. Na semana passada, Bueno anunciou que
ficou com 72% das ações da Dasa na oferta.
Na avaliação do Deutsche Bank, com o baixo percentual de ações em circulação, o
papel não é mais uma boa opção para os investidores. "Se excluídas as
participações dos dois principais minoritários, ?free float' é de apenas 6%",
afirmou o analista Josh Milberg em relatório.
PERSPECTIVA: Expectativa em torno de decisão do Fed norteia negócios
São Paulo, 18 de março de 2014 - A expectativa em torno da decisão da
política monetária dos Estados Unidos, que será anunciada amanhã pelo
Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês),do Federal Reserve
(Fed, banco central dos Estados Unidos) deve ser o principal evento a nortear
os mercados nesta quarta-feira, segundo Pedro Galdi, estrategista-chefe da SLW.
"Amanhã tem a reunião do Fed e possivelmente não seja anunciado aumento da
taxa de juros, mas terá pronunciamentos e a redução de estímulos, embora
esperada, pode mexer com os mercados", aponta Galdi.
O Fomc divulga, às 15h, a decisão sobre a política monetária do país. A
previsão é de que a instituição continue reduzindo as compras de ativos ao
ritmo de US$ 10 bilhões por vez, mas analistas também esperam que o Fed
apresente novas referências, de cunho qualitativo, para indicar até quando a
política monetária continuará acomodativa. A presidente do Fed, Janet Yellen,
concede coletiva de imprensa, às 15h30.
Para Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest Título Corretora, o
impacto do Fomc deve ser pequeno, já que o discurso não deve trazer surpresas
para o mercado. "O Fed tem sido bem transparente na forma com o vem comunicando
o que está fazendo. Está de olho no comportamento do emprego e numa
recuperação mais segura da economia", diz Cardoso.
Hoje, o Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa, encerrou a sessão com
alta de 2,29%, aos 46.150 pontos. O volume financeiro negociado na bolsa
brasileira foi de R$ 6,2 bilhões. Em dia de trégua do mercado externo, o
mercado aproveitou os preços baixos das ações após recentes quedas, puxando
a recuperação. Entre os principais papéis, as ações preferenciais da Vale
(VALE5) subiram 2,11%, a R$ 26,55, e as da Petrobras (PETR4) valorizaram 3,18%,
a R$ 12,97.
MERCADO EUA: Indices sobem com espera pelo Fed e menor tensão na Rússia
São Paulo, 18 de março de 2014 - Os índices acionários dos Estados
Unidos mantiveram o otimismo de ontem e fecharam esta terça-feira em alta com
os investidores mais calmos sobre a situação entre Rússia e Ocidente e
passando a focar na decisão monetária do Federal Reserve (Fed, banco central
norte-americano) amanhã. O Dow Jones subiu 0,55%, a 16.336,19 pontos, o S&P 500
encerrou com alta de 0,72%, a 1.872,25 pontos, e o Nasdaq Composto avançou
1,25%, a 4.333,31 pontos.
O mercado parece ter reduzido seus temores de um conflito mais intenso entre
Rússia e Ocidente sobre a anexação da Crimeia, após sanções fracas contra
Moscou e após o presidente russo, Vladimir Putin, ter descartado o avanço de
suas tropas na Ucrânia.
Os investidores puderam voltar sua atenção a questões fundamentais da
economia norte-americana, como as expectativas da decisão sobre a política
monetária dos Estados Unidos e a primeira coletiva de imprensa da presidente do
Fed, Janet Yelle. Ambos eventos ocorrem amanhã.
Analistas esperam que a instituição continue reduzindo as compras de
ativos ao ritmo de US$ 10 bilhões por vez, mas deve anunciar mudanças nas suas
atuais referências para determinar até quando a política monetária
continuará acomodativa.
O índice Nasdaq Composto ganhou mais força hoje, subindo mais de 1%, com
as expectativas de que o grupo chinês de comércio eletrônico Alibaba faça
sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na bolsa
norte-americana.
PETRÓLEO: Futuros fecham em alta, com foco em estoques e Fed
São Paulo, 18 de março de 2014 - Os preços dos contratos futuros
internacionais de petróleo encerraram a sessão de hoje em alta, diante da
expectativa pela divulgação dos estoques da commodity nos Estados Unidos
amanhã e pela decisão do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano)
sobre a política monetária do país. Na Nymex, os preços dos contratos
futuros do WTI para abril tiveram alta de 1,6%, para US$ 99,7 o barril. Na
plataforma ICE, os preços dos contratos futuros do Brent com vencimento em maio
tiveram alta de 0,1%, para US$ 106,79 o barril.
"Como é improvável que o Ocidente aplique sanções mais duras contra a
Rússia por enquanto, o foco do resto da semana será o encontro do Comitê
Federal do Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed e do resultado do
número de estoques de petróleo", afirmou a consultoria de energia, Oil
N'Gold, em relatório.
O Departamento de Energia (DoE) informa amanhã, às 11h30, os estoques de
petróleo da semana encerrada em 14 de março.
O Fomc divulga, também amanhã, às 15h a decisão sobre a política
monetária do país e a presidente do Fed, Janet Yellen, concede coletiva de
imprensa, às 15h30. A previsão é de que a instituição continue reduzindo as
compras de ativos ao ritmo de US$ 10 bilhões por vez, mas analistas também
esperam que o Fed apresente novas referências, de cunho qualitativo, para
indicar até quando a política monetária continuará acomodativa.